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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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3 724 - Patrulhamentos mistos no Uíge, mais incidentes em Luanda!

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Forças Militares Mistas de Carmona, na parada do BC12 e a prepararem-se
para mas um patrulhamento urbano na cidade uíjana e nas principais
vias de acesso - para o Songo, para o Negage e para o Quitexe

Alferes milicianos dos Cavaleiros do Norte em frente à
messe do Quitexe: Pedrosa de Oliveira, Jaime Ribeiro,
António Cruz, António Garcia e José Leonel Hermida

O dia 7 de Abril de 1975, pelas bandas da uíjana cidade de Carmona, foi tempo para mais patrulhamentos das Forças Militares Mistas. Assim se procurava manter a segurança de pessoas e bens.
Os Cavaleiros do Norte, sem medos ou quaisquer recuos, embora com «muito sacrifício» da sua limitada guarnição, pretendiam, assim e como convinha e interessava à estabilidade e segurança da comunidade civil, «não limitar a sua acção aos centros urbanos»
Pausa «civil» na jornada angolana da 3ª. CCAV. 8423: o
furriel miliciano José Fernando carvalho no Quitexe
Os militares eram, de resto, frequentemente reclamada para escoltar viagens civis, nomeadamente para transporte de bens e reabastecimentos, para escoamento de mercadorias e deslocações a fazendas mais remotas.

Novos incidentes
em Luanda

A segunda-feira desse dia de há 42 anos foi tempo para, em Luanda, se saber que, na véspera «registaram-se novos incidentes, embora pouco numerosos». De tal modo que, por lá laureando o queijo nos seus primeiros dias de férias, dois Cavaleiros do Norte da CCS - os furriéis milicianos Cruz e Viegas - por nada deram. Isto, muito embora o ambiente fosse «ainda de tensão o ambiente na capital»
Outra notícia tinha a ver com a demissão do ministro Lopo do Nascimento, representante do MPLA no Colégio Presidencial e noticiada no sábado anterior pelo jornal «O Comércio», de Luanda. Não se confirma(va).

Atirador Fernandes,
23 anos no Quitexe

O dia 7 de Abril de 1975 foi de festa para o Cavaleiro do Norte Santos, da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel mas ao tempo já no Quitexe: comemorou 23 anos.
Carlos Alberto Jesus dos Santos foi soldado atirador de Cavalaria, natural e ao tempo residente em Fernão Ferro, freguesia e concelho do Seixal - onde re-
gressou a 11 de Setembro de 1975, no final da (sua e nossa) comissão em Angola. Actualmente, reside no Laranjeiro, em Almada, para onde enviamos o nosso abraço de parabéns, neste dia em que comemora 65 primaveras!


3 725 - Patrulhametos mistos azedados; furriel Barata faria hoje 65 anos!

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Cavaleiros do Norte de Zalala: furriéis milicianos José Louro, Américo, Ro-
drigues, José Nascimento, Jorge António Eanes Barata (que hoje faria 65
 anos mas faleceu em 1997, de doença e em Alcains) e Jorge Barreto e os
alferes milicianos Mário Jorge Simões e Lains dos Santos
Cavaleiros do Norte de Zalala: furriel Jorge Barara,
alferes Lains dos Santos e furriel Américo Rodrigues 



O dia 8 de Abril de 1975, há 42 anos, foi uma terça-feira e, lá pelas Bandas do Uíge angolano, foi tempo de mais patru-
lhamentos mistos, cada vez mais azeda-
dos pelo mau relacionamento entre os militares da FNLA e do MPLA. Nomea-
damente quando eram nocturnos, mas sempre com inquestionada autoridade das forças portuguesas.
Notícia da morte de Jorge
Barata, da 1ª. CCAV. 8423,
a 11 de Outubro de 1997
Os Cavaleiros do Norte, chegados a Carmona no dia 2 de Março - pouco mais de um mês antes... - mas já bem melhor adaptados às novas exigências operacionais, as urbanas, tiveram paciência de Job e coragem (que foi precisa...), repetidas vezes, e delicadas, para controlar a animosidade que levedava entre os homens (armados, não esqueçamos...) dos dois movimentos - que, como nós, sabiam dos graves incidentes que, em Luanda, tinham provocado  mais de 200 mortos e um número incontável de feridos nos combates entre FNLA e MPLA. E não só em Luanda.
«Os incidentes de Luanda e Salazar vieram de ressaca até Carmona», reporta o Livro de Unidade, om BCAV. 8423, fazendo memória desses delicados tempos da história angolana, no período de imediatamente antes da independência.
Ressaca que, directamente, os Cavaleiros do Norte sentiam na pele e na alma, tendo de diariamente lidar com homens de tendências ideológicas e prepa-
ração militar diferentes, mas que tinham o mesmo objectivo: a independência de Angola. E um outro: anular o movimento rival, nem que fosse pela força das armas. Lia-se isso nos seus olhos e adivinhava-se-lhes na alma.

Avião sul-africano
alvejado em Luanda

A paz fictícia que ao tempo se vivia por terras de Angola desencadeou reacções por todo o mundo - e não só entre os dirigentes e países da OUA ou da ONU.
Os Estados Maiores das Forças Armadas dos três movimentos de libertação reuniram-se em Luanda, nessa manhã de 8 de Abril de há 42 anos, no palácio do Governador, com o objectivo de «analisarem questões militares, nomea-
damente as que se referem à constituição das forças integradas», que seria, assim se pensava e acreditava, «o embrião do futuro Exército de Angola».
Assim se pensava e até «já se encontra(va) decidido o futuro orçamento». As Forças Militares Mistas que operavam em Carmona (e outros pontos do territó-
rio) seriam, mas não foram, a base desse Exército Nacional Angolano.
Os furriéis Cruz e Viegas andavam de férias por Luanda, indiferentes e sem saber destas evoluções, e só a 8 de Abril de 1975 souberam que, na véspera e à noite, se registou mais um tiroteio no Bairro Popular, à estrada de Catete.
Alguns tiros atingiram um Boeing 747, avião da companhia aérea sul-africana que fazia a carreira Joanesburgo-Londres, com escala em Salisbúria e Luanda. O avião aterrou normalmente, com «orifícios abertos na fuselagem, que deram origem a uma despressurização na cabine», mas não tendo atingido nenhum dos 287 passageiros. Após visita técnica, regressou a Joanesburgo e foi substituído por outro Boeing 747 na viagem para Londres.


O Jorge Barata futebolista, defesa central. É o
quinto de pé e da esquerda para a direit
Furriel Barata faria 65 anos,
mas faleceu há 20, em 1997

O furriel miliciano Barata festejou 23 anos a 8 de Abril de 1975, em Vista Alegre do Uíge angolano.
Jorge António Eanes Barata, atirador de Cavalaria, integrou a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, depois Vista Alegre, Songo e Carmona, e regressou a Portugal e a Alcains, a 9 de Setembro desse ano. 
Jorge António Eanes
Barata faria hoje 65
anos! Faleceu a 11 de
Outubro de 1997
A vida profissional certificou-a como contabilista renomado e, paralelamente, teve carreira desportiva de bom nível, como atleta do Desportivo de Castelo Branco (foi um excelente defesa-central) e do Alcains, no clube da sua terra natal e como futebolista e treinador. 
O Jorge Barata faleceu vítima de um enfarte do miocárdio, a 11 de Outubro de 1997. Na véspera, ainda treinou futebol, jantou, sentiu-se mal, seguiu de ambulância para o hospital e faleceu no dia seguinte, às 7 horas da manhã. Deixou viúva Graciosa Dias e dois filhos, o Vitor (então com 17 anos) e a Eduarda (com 12). Hoje o recordamos com saudade, RIP!!!
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3 726 - O blogue nasceu» há 8 anos! Aí está o 9º. ano de memórias dos Cavaleiros do Norte!

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Os Cavaleiros do Norte da  CCS do BCAV. 8423 reunidos em Custóias, a 4 de Junho de 2016.
Já «sexYyyyygenários», mas de espírito bem jovem e alma a verter saudades dos mágicos
tempos da jornada africana do Uíge angolano! Mágica e inesquecível!

Cavaleiros do Norte da CCS no encontro de 2009, o primeiro depois da abertura do blogue.
 As três Companhias operacionais também participam activamente deste espaço de memórias.
Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel não morrerão! Serão históricas, sempre!
O primeiro post do blogue «Cavaleiros do Norte» foi editado a 9 de Abril de 2009. Hoje se fazem 8 anos!! 
O blogue foi criado para «falar de um tempo memorável das nossas vidas», com depoimentos, histórias e memó-
rias de muitos dos que, como nós, participaram na saudosa - e épi-
ca!!!..., e mági-
O comandante Almeida e Brito e o capitão-médico
Manuel Leal no encontro da CCS de 1996, em Penafiel
ca!!!... - jornada do Uíge angolano.
Muitos desses momentos aqui ficaram registados, reflectindo emoções e memórias de vida! Mais epopeicos, uns; outros mais trágicos e até dramáticos, mas, todos eles, levedaram as pessoas que todos os Cavaleiros do Norte hoje são, quase 42 anos depois do regresso ao chão das nossas terras e ao afecto de familiares e amigos, mas sempre com a saudade de Angola.

Postar para e
memória futura


Capitão A. Oliveira
Este post é o nº. 3 726, diariamente publicados desde 9 de Abril de 2009, e anima-nos a vontade de querer continuar a «alimentar» este espaço de encontro e de memória das 4 Companhias do Batalhão de Cavalaria 8423: 
1 - A Companhia de Comando e Serviços (CCS), comandada pelo capitão António Martins de Oliveira (já falecido), a do Quitexe e depois de Carmona. Teve como 2º. comandante o tenente João Elóiy Borges da Cunha Mora.
Capitão Castro Dias
- A  1ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, a da Fazenda Zalala e depois de Vista Alegre e Ponta do Dange, Songo e Cachalonde e Carmona, onde se aquartelou nas instalações da ZMN.
- A 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Romeira Pinto da Cruz, a que esteve aquartelada na vila de Aldeia Viçosa e Destacamento de Luísa Maria, depois no aquartelamento do BC12, na cidade de Carmona;
Cap. José M. Cruz
- A 3ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes, a da Fazenda Santa Isabel e depois do Quitexe, antes de chegar a Carmona e ao BC12.
Também as Companhias e Pelotões que integraram os Cavaleiros do Norte: a CCAÇ. 209/RI 21 (a do capitão Paulo e da Fazenda Liberato), a CCAÇ. 4245 de Vista Alegre e o Pelotão de Morteiros 4281 (do alferes João Leite e aquartelada no Quitexe e depois em Carmona), todos desde a primeira hora em que pisámos o chão da terra uíjana. 
Cap. José P. Fernandes
Mais tarde, já em 1975 e devido ao processo de independência de Angola, Acordo do Alvor e implícita rotação das unidades portuguesas, também a CCAÇ. 4741 do Negage e a 1ª. CCAÇ. do BCAÇ. 4911 de Sanza Pombo - para onde foi deslocado o furriel Mota Viana, de Zalala (em Outubro de 1974), e de onde mais tarde veio o também furriel João Domingos Peixoto. Também um grupo de combate do BCAÇ. 5015 (do Songo).


Amazonas do Norte da CCS no Encontro de 2017, a 4 de Junho e em Custóias (Matosinhos) 
Amazonas do Norte de 
todas as quatro
Companhias

As famílias dos garbosos e saudosos Cavaleiros do Norte - das quatro Companhias do BCAV. 8423 - são companhia permanente nas suas vidas, ontem como hoje..., e muitas não falham aos encontros anuais do seu «tropa». São as nossas queridas Amazonas do Norte e excelentes companheiras destas jornadas de convívio e emoções - a que «emprestam» a sua beleza espiritual e física.
O capitão Acácio Luz e a esposa, D. Violontina,
Cavaleiro e Amazona maiores do BCAV. 8423
Os encontros são anuais, por cada Companhia, e reúnem mulheres e filhos, até netos (nalguns casos), todos à volta - a espreitar e a admirar!..., a envolve-
rem-se!... - aqueles tão gratos momen-
tos de permanentes emoções e eterna saudade dos (seus) Cavaleiros do Norte.
O capitão Acácio Luz, o então tenente Luz da secretaria do Comando, é o Cavaleiro do Norte maior da CCS (e do BCAV. 8423), do alto dos seus vigorosos 88 anos acabadinhos de comemorar, a 28 de Março de 2017. 
Alferes A. Garcia
O muito amado oficial sempre se faz acompanhar da sua «mais-que-tudo», a «veterana» Amazona do Norte senhora dona Violontina! Viaja, da Marinha Grande, às vezes do Algarve.
O capitão miliciano médico Manuel Soares Cipriano Leal é outro dos maiores: a 3 de Outubro de 2017, comemorará 89 anos e esteve no encontro de 2016, da CCS e em Custóias (Matosinhos) - com a esposa e filha. Em boa forma, de memória actualíssima e melhor disposição! É de Fafe e mora na Póvoa do Varzim.
Furriel J. Farinhas
A memória e a saudade fazem recordar, sempre e com emoção, alguns Cavaleiros do Norte que a morte já levou do nosso convívio físico: o comandante Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito (então tenente-coronel e que atingiu a patente de general), o capitão António Martins de Oliveira (que foi promovido a major, já em Portugal), o tenente João Eloy Borges da Cunha Mora e o alferes miliciano António Manuel Garcia - todos oficiais.
Furriel L. Mosteias
A classe de sargentos também já «perdeu» alguns Cavaleiros do Norte: o ajudante Luís Ferreira Leite Machado (da secretaria do Comando do BCAV. 8423) e os 1ºs. sargentos Joaquim António do Aires (mecânico da CCS), Alexandre Joaquim Fialho Panasco (chefe da secretaria da 1ª. CCAV.) e Fernando Mendes Pereira Norte (idem, da 2ª. CCAV.). Também os furriéis milicianos Joaquim Augusto Loio Farinhas e Luís João Ramalho Mosteias (ambos sapadores da CCS), Manuel Dinis Dias, mecânico-auto, e os atiradores de Cavalaria Eusébio Manuel Martins e Jorge António Eanes Barata (da 1ª. CCAV.), Luís Ribeiro Capitão e Victor Mateus Ribeiro Guedes (da 3ª. CCAV.), neles representando todos os Cavaleiros do Norte que já partiram e evocamos na celebração litúrgica dos encontros.
Alberto Marques

Marques de Aldeia Viçosa,
65 anos em Vila Nova de Gaia

O 1º. cabo operador-cripto Alberto Marques, dos Cavaleiros do Norte, festeja 65 anos a 10 de Abril de 2017.
Alberto Joaquim de Oliveira Marques, de seu nome completo, é natural de Mafamude, em Vila Nova de Gaia, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975 - depois de cumprida a sua jornada africana de Angola, servindo na 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Por lá faz vida fami-liar e profissional e (re)apareceu no encontro de 2016, em Guimarães. Vive em Vila Nova de Gaia e é para lá que «criptamos» o  nosso abraço de parabéns!

3 727 - Patrulhamentos de longo curso no Uíge, acordo entre os 3 movimentos!

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Cavaleiros do Norte da CCS numa esplanada de Luanda, todos 1ºs. cabos:
João Estrela, António Carlos  Fernandes Medeiros (que faleceu a 10/04/2003,
no Porto), Miguel Teixeira, Damião Viana e Vaso Vieira (Vasquinho)

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV.
8423, a de Aldeia Viçosa

A 10 de Abril de 1975, os Cavaleiros do Norte, pelas bandas de Carmona e do Uíge, continuavam a «realizar patrulhamentos de longo curso», para proteger a circulação da comunidade civil nas suas viagens e a garantir a segurança na cidade. 
A sua actividade operacional começava, gradual-
mente, a deixar de estar «circunscrita aos centros urbanos» - e já envolvendo as Forças Militares Mistas. Era preciso assegurar a tranquilidade dos cidadãos e garantir a sua circulação e a de bens - nomeadamente os de consumo corrente, que começavam a escassear na cidade. E isso foi feito, sabe-se lá com que sacrifícios da guarnição! E com que riscos!
O furriel Viegas com a Família Neves Polido
numa barragem dos arredores de Nova Lisboa

O futuro Exército de Angola

O dia, em Luanda, foi tempo para mais uma reunião dos Estados Maiores das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), do Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA) e das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) - os braços armados, respectivamente, do MPLA, da FNLA e da UNITA.
«Estas reuniões confirmam o desanuviamento que começa a observar-se entre os três movimentos de Libertação, após o protocolo de acordo que assinaram há dois dias, pondo termo ás hostilidades», noticiava a imprensa do dia.
Ñovidade, ou nem tanto - pois tal processo já se desenvolvia em Carmona, com as Forças Militares Mistas - era «a criação das Forças Internas, futuro Exército de Angola, a processar-se em novos moldes». Aparentemente, assim se expectava, «todos os elementos serão recrutados como militares e não como militantes deste ou daquele movimento».
O acordo dos Estados Maiores, já de alguns dias antes, previa a criação de «um organismo paritário e inter-partidário, para solucionar os problemas e conflitos que surjam entre as forças dos três movimentos, ou entre os respectivos militantes e simpatizantes».
Os furriéis Cruz e Viegas num miradouro entre Nova
Lisboa e Caála, Roberto Williams em 1975. Há 42 anos!

Viagem de férias
para Nova Lisboa

O dia, uma quinta-feira, foi o da viagem aérea dos dois «turistas» dos Cavaleiros do Norte que andavam de férias por Angola: os furriéis Cruz e Viegas.
Viagem relativamente rápida, num voo seguro e cómodo da TAAG - os Transportes Aéreos de Angola -, saindo de Luanda e aterrando cedo no aeroporto de Nova Lisboa e deste, para o centro, logo conhecendo a beleza e modernidade de uma cidade jovem e bem projectada. De encher o olho!
A surpresa da nossa chegada foi ganha em afecto, o da Família Neves Polido - que nos acolheu vários dias e nos levou a conhecer toda a região, nos seus pontos mais interessantes. Belos dias, os da huambana Nova Lisboa, da Caála (Roberto Williams, ao tempo), à Bela Vista, Vila Nova (agora Tchicala-Tcholoanga), Bailundo, mais longe ao Alto Hama, depois um salto a Silva Porto (actual Kuito, para visitar familiares. Por lá ficámos uma semana.
António C. F. Medeiros

A morte do António
Carlos Medeiros

O 1º. cabo Medeiros foi operador-cripto dos Cavaleiros do Norte. Faleceu a 10 de Abril de 2003, de doença, há 14 anos!
António Carlos Fernandes de Medeiros, de seu nome completo, era natural e residente na freguesia do Bonfim, na cidade do Porto, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975, depois de cumprida a jornada africana de Angola, pelo Quitexe e por Carmona - onde, competentemente, exerceu a sua função «cripto». Faleceu, de doença, e hoje o recordamos com a saudade de um bom companheiro! RIP!!!

3 728 - Comandante na CCAÇ. 4741 do Negage e calma em Luanda!

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Os furriéis milicianos José Francisco Neto e João Domingos Peixoto (da
 CCAÇ, 4741/74, mas então na CCS do BCAV. 8423), num momento de des-
contracção. Na messe do Bairro Montanha Pinto, em Carmona


O furriel Viegas de férias em Nova Lisboa.  Há 42
e junto à estátua do general Norton de Matos 
O comandante Almeida e Brito deslocou-se ao Negage no dia 11 de Abril de 1975, uma , para reunir com a CCAÇ. 4741, que desde 17 de Março dependia operacionalmente do BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte. Fez-se acompanhar pelo 2º. comandante, o capitão José Diogo Themudo.
 A CCAÇ. 4741/74 foi formada nos Açores e dela era o furriel João Do-
mingos Faria Taveira de Peixoto, mais tarde transferido para a CCS do BCAV. 8423. Ainda seria transferido para Ca-
binda e fez carreira profissional como professor do ensino, agora aposen-
tado e morador em Braga.
«Apareci na vossa CCS transferido por motivos disciplinares», conta-nos ele, que também passou por Sanza Pombo e lá encontrou o Mota Viana - que de Zalala saiu em Outubro de 1974, também por razões disciplinares. 
Orlando Rino, anfitrião em Nova
Lisboa e Rio Grande, no Brasil.
Infelizmente, está cego há 7 anos!
Ambos de Braga, curiosamente, cidade onde ainda vivem e colhem os frutos de uma vida de trabalho - o Mota Viana ainda no activo profissional, o Peixoto em férias de uma reforma merecida. 
A CCAÇ. 4741/74 aquartelou-se incialmente em Santa Cruz, mesmo junto à fronteira, antes de se mudar para Sanza Pombo e mais tarde para o Negage.


Férias em Nova Lisboa


Há precisamente 42 anos e pelas bandas do planalto huambano do centro/sul de Angola, os furriéis mili-
cianos Cruz e Viegas continuavam a sua «operação» de férias. Em grande!
As recepções que tiveram foram todas banhadas em afectos, «hospedados» no Bimbe da Família Neves Polido e com programa diário cheio da atractivos e... atracções. O Rafael Polido, o Manuel Viegas, o Sérgio, foram cicerones e anfitriões foram todos. 
Recordo uma noite muito especial, no bar de Orlando Rino, no Bairro de Santo António (zona dos quartéis), em que recordámos tradições pascais da nossa aldeia (somos conterrâneos), «encenadas» com marisco trazido do Lobito, fresquíssimo..., e regado a vinho verde branco.
Orlando Rino está agora radicado no sul do Brasil, em Rio Grande, onde já nos encontrámos uma meia-dúzia de vezes e sempre recordámos aquela mágica noite huambana. Infelizmente, o nosso conterrâneo e amigo Orlando cegou há 7 anos, vítima de diabetes e doenças afins. Por amigo comum que com ele esteve há duas semanas, sei da coragem com que encara a sua fragilidade física, sem de nada se queixar. Grande abraço para o sul brasileiro, onde vive Orlando Rino - o Lando!
Uma primeira página do jornal diário «A Província de
Angola», de Luanda, que há 42 anos foi multado e suspenso

Jornal suspenso 
calma em Luanda

O jornal «A Província de Angola» foi novamente suspenso a 11 de Abril de 1975 e multado em 100 contos«desta vez por ter publicado na segunda-feira um artigo em que acusava o MPLA de morto soldados da FNLA, com metralhadoras recebidas da União Soviética, o que não tem qualquer fundamento», segundo noticiava a Agência Reuters.
Luanda, por esse dia, era uma cidade calma, «não se tendo registado confrontos nas últimas 24 horas». Isto, depois das então recentes «confrontações entre MPLA e FNLA, combates em que morreram mais de 200 pessoas», como recordava o Diário de Lisboa.
Jorge Valentim, alto dirigente da UNITA - que se mantinha neutral e fora desses combates - admitiu em Luanda os seus receios de que «a violência possa evoluir para uma guerra civil». Por isso mesmo, anunciou que o seu movimento iria «formar comités de paz e organizar um, sindicato nacional», medidas que considerou «contribuírem para suster a violência em Angola».

3 729 - Calma na uíjana Carmona, com Cavaleiros em alerta!

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Férias em Nova Lisboa, a 12 de Abril de 1975: o furriel miliciano Viegas com a Família Neves Polido,
 incluindo a matriarca Isolina Neves, madrinha baptismal por afinidade. Da esquerda para a direita,
 Idalina, Rafael, Cecília, Isolina, Viegas e Fátima. À frente, o Walter, faltando a irmã Saudade

O furriel Francisco Neto (Rangers) e o alferes Jaime
 Ribeiro (sapadores), ambos milicianos e aqui num
descontraído momento quitexano do Uíge angolano

O apontamento no verso da imagem que abre esta postagem não deixa dúvidas: a 12 de Abril de 1975, há 42 anos, os furriéis Viegas e Cruz, em férias angolanas, estavam em Nova Lisboa - actual Huambo.
A vida por Carmona continuava muito igual, segundo as notícias telefónicas do furriel Francisco Neto. «Andam aí uns gajos que às vezes de se armam em espertos, mas tudo sob controle...».
O alferes João Machado, ladeado pelos furriéis Carlos
 Letras (à esquerda) e José Melo, os três milicianos e
todos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa
 O furriel miliciano de Operações Especiais, os Rangers, por lá continuava em escala de serviços, nomeadamente nos patrulhamentos mistos, divididos, da parte portuguesa, entre as escassas guarnições da CCS e de parte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Sempre com comando português, fosse de alferes ou de furriel milicianos. 
Os ditos «gajos espertos» eram alguns dos militantes dos movimentos emancipalistas, nomeadamente da FNLA e do MPLA - já que a UNITA tinha pouca (quase nenhuma) actividade local. Os outros dois, fosse pelo que fosse (nas nomeadamente por rivalidades mal ou não resolvidas), escaramuçavam violentamente entre eles e, de alguma forma, «adaptavam» a Carmona os incidentes que se repetiam em Luanda. E em Salazar, agora N´Datalando. E no Luso. E não só!
«Tiveram ressaca até Carmona», refere o Livro da Unidade.
Presidentes Agostinho Neto (do MPLA), Holden
Roberto (da FNLA) e Jonas Savimbi (da UNITA

Combates do Luso
entre MPLA e FNLA

O 12 de Abril de 1975 foi um sábado e a Nova Lisboa chegavam reflexos da luta MPLA/FNLA, neste caso da cidade do Luso, no extremo leste de Angola: «Está restabelecida da calma na cidade, onde ser deram incidentes graves na terça-feira, envolvendo forças militares do MPLA e da FNLA, que duraram cerca de 12 horas», anunciava um comunicado do Alto Comissário.
Os incidentes (no dia 8), ainda segundo o mesmo comunicado, provocaram um morto civil e vários feridos militares e civis, para além de «prejuízos materiais de certa monta em alguns edifícios da cidade».
A FNLA, a partir de Kinshasa e referindo-se a Bélgica e Holanda, advertiu os seus governos contra «qualquer política» em Angola e questionou Agostinho Neto, presidente do MPLA, por ter dito que o MPLA contava, a partir de então, com «o apoio de organizações políticas» daqueles dois países naquilo a que chamou «luta contra os elementos contra-revolucionários», visando a FNLA - segundo versão da própria FNLA.
O presidente da UNITA, Jonas Savimbi, do seu lado, estava a esse tempo em Londres e lá se afirmava confiante no futuro de Angola, por exemplo rejeitando «a possibilidade de uma guerra civil depois da o independência».
Admitiu que os então recentes incidentes entre MPLA e FNLA«haviam causado ansiedade fora do país», mas acrescentou que «os recontros tinham sido esporádicos» e que «a vida quotidiana em Angola vai voltar à normalidade».
Carlos Costa,
TRMS de Zalala

Cavaleiros do Norte de
Zalala e Aldeia Viçosa 

A 12 de Abril de 1974, há 43 anos, apresentaram-se em Santa Margarida e no RC4 mais 2 futuros Cavaleiros do Norte, ambos transferidos do Regimento de Infantaria nº. 1  (RI 1), de Queluz, «por terem sido nomeados para servir no Ultramar e no BCAV. 8423». Os seguintes:
Joaquim Rodrigues,
TRMS de A. Viçosa
- Carlos Alberto dos Santos Costa, para a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala. Soldado de Transmissões de Infantaria, ao tempo residente na Avenida 24 de Julho, na freguesia de Santos-o-Velho, cidade e concelho de Lisboa.
- Joaquim António de Almeida Rodrigues, para a 2ª. CCAV. 8423, a da vila de Aldeia Viçosa. Soldado de Transmissões de Infantaria, ao tempo (e agora) natural e residente na freguesia de Camarate, concelho de Loures.

3 730 - Incidentes em Carmona e louvor ao alferes Meneses

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Parada do BC12, em Carmona, 1975, com o alferes António Albano Cruz
 (à frente) e o 1º. sargento Luzia (atrás). Em formatura e da esquerda para
 direita, Irineu Sousa (?) e José Caetano (clarins), furriel António José, seis
praças (quem serão?) e o furriel João Peixoto 
O alferes Meneses Alves, louvado em
 Abril de 1975, por ter «abortado» um
 confronto armado entre MPLA e FNLA

Aos 13 dias de Abril de 1975 - dia 13, dia de azar!..., mas um domingo! -, a cidade de Carmona foi cenário de«conflitos diversos» que obrigaram os Cavaleiros do Norte « fazer intervenção», como relata o Livro da Unidade. «O mais grave (...), aquando de uma acção de fogo entre o MPLA e a FNLA, através de elementos das suas forças militares», acrescenta o livro de memórias do BCAV. 8423.
O que se temia desde havia algum tempo e tinha vindo a ser «adiado», pelo efeito, como acreditamos, da política operacional seguida pelo comando do BCAV. 8423, fatalmente aconteceu. A cidade era já ao última capital regional que não registava conflitos e para eles todos os Cavaleiros do Norte andavam «bem avisados» pelo comandante Almeida e Brito.
A acção do pelotão da 2ª. CCAV. 8423, comandado pelo alferes miliciano Manuel Meneses Alves, foi determinante e justificou um louvor do comandante Almeida e Brito,. sublinhando  que «durante uma manifestação não autorizada superiormente, realizada a 13 de Abril de 1975, na qual se verificou confronto entre elementos de dois movimentos emancipalistas, cm uso de armas de fogo, na via pública, actuou de forma rápida, não deixando dúvidas quanto à determinação do pequeno núcleo de tropas que comandava». Com isso, refere o louvor, «conseguiu  detenção de dois dos elementos em confronto e ainda, de imediato, ter feito abortar a referida manifestação».

3 731 - Cavaleiros reforçados com Grupo de Combate do BCAÇ. 5015

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Cavaleiros do Norte de Zalala, todos furriéis milicianos: Agostinho Belo,
 Ângelo Rabiço, José Avelino Querido, Victor Mateus Ribeiro Guedes (que,
 em 
Lisboa e de doença, faleceu a 16/04/1998) e António Fernandes

O capitão Tojal de Meneses, comandante da 1ª. CCAÇ.
 5015, e o furriel Américo Rodrigues, da 3ª. CCAV. 8423

A guarnição de Carmona foi reforçada há precisamente 42 anos, no dia 14 de Abril de 1975, com um Grupo de Combate da 1ª. CCAÇ. do Batalhão de Caçadores 5015, que tinha sido formado em Chaves e, nesta altura, tinha a aquela unidade estacionada no Songo. Era comandada pelo capitão miliciano Tojal de Meneses e, por coincidência muito próxima, a 1ª. CCAV. 8423 foi substitui-la no dia 24 desse mês.
O futebol português há
42 anos, com o Benfica
quase... campeão!
As exigências de segurança e manutenção da ordem na cidade, por esse tempo de há 42 anos, não se compagi-
navam com o reduzidos número de militares operacionais estacionadas na capital do Uíge e recorria-se, por isso mesmo e muitas vezes, à colaboração (mais ou menos voluntária...) de outras especialidades - que não apenas as de atiradores de Cavalaria.
A razão da presença, depois (salvo erro) até de toda a 1ª. CCAC. 5015, quando foi rendida no Songo pela 1ª. CCAV. 8423 (a do capitão Davide Castro Dias), tinha a ver com as escaramuças entre a FNLA e o MPLA, que se repetiam (uma delas, na véspera, como ontem aqui historiámos), pelo que «houve que reforçar temporariamente o BCAV.», como refere o Livro da Unidade.

«OUA« de fora do
conflito MPLA/FNLA

O dia 14 de Abril de 1975 foi uma segunda-feira e já instalados no conforto do «Katekero», os furriéis Cruz e Viegas desceram a baixa de Luanda, nessa manhã e sem sinais de quaisquer problemas que nos fizessem lembrar os recentes e graves conflitos entre a FNLA e o MPLA.
Queríamos saber os resultados da véspera futebolística na imprensa matutina da cidade e soubemos: o Benfica venceu (3-0) o Atlético e ficou a um ponto de se sagrar campeão nacional. Faltavam duas jornadas e tinha mais 4 pontos (46) que o Sporting, que venceu (3-0) o Oriental (42), numa altura em que a vitória apenas valia 2. Seguiam-se, o FC Porto (40), Boavista e Guimarães (36), Belenenses (30), Leixões (29), Farense, CUF e Setúbal (25), Atlético (21), União de Tomar (21), Oriental e Académica (19), Olhanense (14) e Espinho (13). A jornada seguinte incluía um prometedor Sporting-Benfica (1-1), mas apenas se disputou a 4 de Maio, sagrando-se campeão nacional o clube da Luz.
A situação política e militar, porém, era muito preocupante e para mais saben-
do-se que a delegação da Organização de Unidade Africana (OUA) estava em Luanda«a fim de se inteirar da situação angolana» e nomeadamente «as lutas entre o MPLA e a FNLA», que,  do seu ponto de vista, «ameaça(va)m a passagem pacífica para a independência».
Contudo e «após um protesto do MPLA», os representantes da OUA, segundo nesse dia noticiava o Diário de Lisboa, «asseguraram, com insistência, que a situação política está excluída dos objectivos da missão» e, por outro lado, que qualquer inquérito sobre os incidentes de Luanda«será efectuado separadamente pelos representantes da OUA, integrados na missão».
O MPLA de Agostinho Neto era contra. Um seu dirigente, no sábado anterior, afirmara mesmo que «o movimento se opunha formalmente ao envio para Angola de uma missão da UUA e da ONU afim de investigar in locco as recentes confrontações armadas de Luanda».
O furriel Vitor Guedes
em 1075. Faleceu, de
doença, em 1998

A morte do furriel
Victor Guedes

O furriel miliciano Guedes faleceu, vítima de doença, a 16 de Abril de 1998, em Lisboa.
Victor Mateus Ribeiro Guedes foi Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, ali e por toda a jornada africana de Angola - depois Quitexe e Carmona -, servindo, sempre eficiente, como furriel miliciano de armamento pesado.
Militar discreto e bom companheiro, regressou a Portugal no dia 11 de Setem-
bro de 1975 e radicou-se na Travessa dos Remédios, freguesia de S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa. Tinha 46 anos na altura da sua morte, nascido que foi a 27 de Maio de 1952. Hoje, o recordamos com saudade! RIP!!!

3 732 - Grupo de combate da 3ª. CCAV. reforçou Cavaleiros de Carmona

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Grupo de furriéi milicianos da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala: Rodrigues, Eusébio Manuel Martins (que
 faleceu em Belmonte, de doença, a 16 de Abril de 2014), Jorge Manuel Eanes Barata (falecido a
10 de Outubro de 1997, de doença e em Alcains) e Queirós
Furriéis de Zalala foram visitar o Eusébio, a Belmonte,
 em Junho de  2012. De pé, Pinto. Eusébio, Mota Viana e
Rodrigues. Sentados, Dias, Queirós e Barreto

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 aquartelados em Carmona - a quitexana CCS e parte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa -, tiveram, a 15 para 16 de Abril de 1975, um novo reforço operacional: o de um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Paulo Fernandes e da Fazenda Santa Isabel, mas ao tempo já instalada na (nossa) saudosa vila do Quitexe - desde o dia 10 de Dezembro de 1974.
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José
Paulo Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV.
 e da 3ª. CCAV., com o alferes João Machado
«Houve que reforçar temporariamente o BCAV. (...), porquanto, pretendendo-se ao mesmo tempo realizar patrulhamentos de longo curso, chamemos-lhe assim, não de podia deixar a cidade de Carmona inactiva», historia o Livro de Unidade, sublinhando, a este tempo de há 42 anos, que «muito embora se verifique que a nossa actividade está muito circunscrita aos centros urbanos, pois que à FNLA outra coisa não interessa, está-se conseguindo uma situa-
ção de calma, fictícia é certo, mas que permite um dia a dia mais ou menos estável, quebrado por um ou outro incidente».
Bem dizia (e escreveu) o comandante Almeida e Brito, e lá saberia porquê: «Uma calma fictícia, é certo (...). O tempo de então, e de forma muito real e dramática - trágica, diríamos..., como se «viu» na primeira semana de Junho de 1975 -, se encarregaria de confirmar tão «profética» e antecipada verdade.

OUA e ONU
em Luanda

Luanda, a esse tempo, continuava com as mesmas dúvidas e diferenças. O MPLA opunha-se formalmente ao envio da missão da OUA, que Lúcio Lara conside-
rava «uma interferência contrária aos interesses nacionais». Em causa, recordemos, estavam «as sangrentas confrontações recentemente ocorridas entre partidários do MPLA e da FNLA, em Luanda».
Ao tempo já estava em Luanda um delegação de 4 elementos da OUA, chefiada por Adbuirahib Farah, secretário geral das Nações Unidas para as Questões Políticas Especiais, que, porém, apontava como objectivo «estudar as necessidades do país no campo social e económico».
O furriel Eusébio
Martins em 1975

Furriel Eusébio
morreu há 3 anos

O furriel miliciano Eusébio, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, faleceu há 3 anos, a 16 de Abril de 2014.
Eusébio Manuel Martins era natural de Caria, em Belmonte, e morava nesta vila, onde foi funcionário público e numa altura em que, já aposentado, acautelava o futuro próximo dos dois filhos, agora com 38 e 31 anos.
Trabalhou na Escola Profissional Agrícola de Belmonte, mas a saúde começou a atormentá-lo em 2008. A má circulação sanguínea e os dia-
betes levaram-o cinco vezes às mesas de operações e neste vai-e-volta perdeu a perna esquerda. Nada, todavia, que lhe retirasse o entusiasmo e gosto de viver. 
«Fiquei mais leve...», disse-me ele, ao telefone e sem uma sombra de constran-
gimento ou amargura que se lhe percebesse, sublinhando até, com ironia, que «a partir dos 50, vamos perdendo a validade. É como os iogurtes!!!...».
Eusébio era assim, emocionalmente descontraído, e até soltou outra farta gar-
galhada, que lhe senti fresca e viva, sem estar a esconder quaisquer desgosto ou tristeza. Hoje, três anos depois da sua morte, o recordamos com saudade! A saudade, em memória, de um bom companheiro da jornada angolana.

3 733 - As eleições de 1975, em Carmona e entre os Cavaleiros do Norte

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Grupo do Pelotão de Morteiros 4281. O alferes Leite é o terceiro, a con-
 tar da direita. O terceiro da esquerda é o enfermeiro Esmoriz. E os outros,
 quem identifica? Partiu de Lisboa a 16 de Abril de 1974. Há 43 anos!

Os alferes milicianos António Garcia. Jaime
Ribeiro e João Leite - este o comandante
do Pelotão de Morteiros 4281

As eleições para a Assembleia Constituinte motivaram, a 16 de Abril de 1975, a realização de uma «palestra orientadora», de preparação dos Cavaleiros do Norte aquartelados em Car-
mona (no BC 12) para o acto eleitoral marcado para o dia 25 - quando se fazia um ano depois da Revolução dos Cravos.
O objectivo era esclarecer o pessoal da guarni-
ção para a importância deste acto cívico, assim como da forma como iria decorrer. Por isso mesmo, se repetiu a 23 e 24 do mesmo mês.
Fernando Pires e Luís Costa, os dois furriéis
milicianos do Pelotão de Morteiros 4281
Tais palestras foram, todas elas, «orientadas por oficiais do Comando Territorial de Carmona e do BCAV. 8423, ambos delegados do MFA», como relata o Livro de Unidade.
As eleições para a Assembleia Constituinte foram as primeiras depois do 25 de Abril. As primeiras em liberdade política.

Pelotão de Morteiros
em partida de Lisboa

O dia, mas em 1974 e em Lisboa, foi o da partida do Pelotão de Morteiros 4281 para a sua jornada africana de Angola, comandado pelo alferes João Leite - açoreano e agora empresário nos Estados Unidos. 
O PELMOR 4281 foi parar ao Campo Militar do Grafanil e por lá esteve «acampado» uns dias, até que, pela Estrada do Café adiante..., rodou para o Quitexe - onde, a 6 de Junho seguinte e com a CCS do BCAÇ. 4211, anfitrionou a CCS do CCAV. 8423. 
Lá esteve até 20 de Dezembro, concluindo a rotação para Carmona nos primeiros dias de Janeiro de 1975 foi sua (nossa) contemporânea. Rotação que ocorreu no âmbito da «mutação dos dispositivo militar» da então zona de acção operacional do BCAV. 8423. Não muito mais tarde, a 2 de Março desse mesmo ano, voltámos a  estar juntos em Carmona,
O dr. António Honório Campos e esposa,
no encontro da  3ª. CCAV. 8423 de 2013
no BC 12.


Alferes médico Campos
faz 73 anos em Coimbra

O alferes miliciano médico António Honório de Campos está hoje em festa de anos: comemo-
ra 73! Dia 16 de Abril de 2017, em Coimbra!
O seu sacerdócio médico foi dividido pela CCS (substituiu o capitão médico dr. Leal) e na 2ª. CCAV. (a de Aldeia Viçosa) e 3ª. CCAV. (a de Santa Isabel), sempre com «elevada competência profissional», que justificou «merecido louvor».
O alferes médico
A. Honório de
Campos em 1975
O louvor foi proposto pelo capitão José Paulo Fernandes, da 3ª. CCAV. 8423, e o povo angolano do Uíge beneficiou do seu invulgar acerdócio médico, ali acumulando funções militares com as de Delegado de Saúde do Quitexe e apoiando «toda a população civil, sem olhar a horas de trabalho», como se lê no louvor do comandante Almeida e Brito, acrescentando-lhe «dedicação integral a todos os casos vividos». 
O grave confito armado entre a FNLA e o MPLA que se despoletou no Quitexe (em Junho de 1975) levou-o a ter de «actuar quase sozinho, perante elevado número de feridos muito graves, patenteando elevada isenção» e manifestando, igualmente, «a sua capacidade técnica e humana, em actividade digna de realce»
Regressado a Portugal, fez carreira de dermatologista, chegando a assistente graduado do Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro - cidade onde ainda tem consultório privado. Está aposentado desde Outubtro de 2006.

3 734 - Férias pelo Huambo Angola, frieza luandana à OUA/ONU

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O furriel Viegas de férias em Nova Lisboa, em Abril de 1975 e num jardim
da cidade e com a Família Neves Polido: Saudade, Fátima. Idalina, Viegas
e Valter. À frente, Rafael Polido (já falecido)

O furriel Viegas em Nova Lisboa, há 42 anos. com
a madrinha Isolina e netas Fátima e Idalina

A 17 de Abril de 1975, iam os dias de férias no seu melhor bem-bom, por Nova Lisboa e arredores huambanos, embrulhados (o Cruz e o Viegas) no afecto da família Neves Polido, que lá geria o Hotel Bimbe, e dos familiares Manuel, José e Aníbal Viegas, Sérgio e Ivone Viegas, dos conterrâneos Orlando Rino, Arnaldo Figueiredo e Alberto Miranda.
A cidade era excelente e magnífico o ambiente social que se vivia ainda muito longe de os locais suporem os dramáticos dias que se aproximavam, na tribalesca luta armada que opôs angolanos irmãos de sangue, mas inimigos ideológicos.
Patrulhamento das Forças Militares Mistas pronto para
sair em serviço, do BC12, em Carmona (actual Uíge)
Ao tempo de há 42 anos, Nova Lisboa era um paraíso. Muito mais se compa-
rada com Luanda. Ou mesmo com Car-
mona, onde continuavam os patrulha-
mentos mistos, mas em crescente azedume entre militares da FN LA e do MPLA, o que levou o comando militar português a «procurar soluções para todos os problemas» em repetidas reuniões com os responsáveis políticos e militares dos dois movimentos. 
O reporte da situação em Carmona era dado ao telefone pelo furriel Francisco Neto e era essa imagem que tentávamos passar em Nova Lisboa. Em alerta!
«Preparem-se para ir embora, aquilo lá para cima está muito mau...», por várias vezes «avisei» familiares e amigos ao Huambo angolano, sem ser tão convincente que os convencesse a mudar de ideias e de confiança.
«Isto aqui não chega nada!!!...», repetia-se Cecília Neves, que meses antes deixara a sua fazenda da Gabela e se aventurara, com o marido Rafael e família, a gerir o Bimbe, negociado com outro conterrâneo - Armando Reis, que regressara a Portugal. O seu futuro, acreditaca ela, era em Nova Lisboa.
Referia-se à violência que, a norte, matava centenas de pessoas e o destino, depois, levou-os a mandar filhos e mãe para Portugal, para fugirem da guerra que regou de sangue o chão do Huambo angolano. Depois, chegou a vez do casal e de milhares e milhares de pessoas.

Frieza em Luanda a
receber OUA e ONU

Luanda, a 15 de Abril de 1975, a terça-feira anterior, recebera com «bastante frieza» a delegação conjunta da Organização de Unidade Africana (OUA), a actual União Africana (UA), e da Organização das Nações Unidas (ONU). 
Chefiada por Abdul Farah, adjunto do secretário geral da ONU (Kurt Wald-
heim), a delegação foi recebida apenas por um oficial português e pelo embaixador do Gabão no Zaire e, sublinhava o Diário de Lisboa, entre«uma verdadeira tempestade de protestos públicos e oficiais».
MPLA e FNLA continuavam sem se entenderem e, referia o mesmo jornal lisboeta de 17 de Abril de 1975,«a UNITA tem-se mantido alheia aos embates» entre aqueles movimentos. Diligenciava, aliás,«apoio para o seu movimento, como possível solução para a rivalidade entre MPLA e FNLA».

Carvalho de Santa Isabel
65 anos em Amares

Joaquim Fernandes de Carvalho foi Cavaleiro do Norte e soldado condutor auto-rodas da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e do capitão José Paulo Fernandes.
Regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua terra natal, em Sobre a Igreja, freguesia de Fiscal, em Amares. É lá que no dia 19 de Abril fará 65 anos e por isso o felicitamos. Parabéns!

3 735 - Comandante Themudo em Vista Alegre e Daniel Chipenda na FNLA

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, que há 42 anos e em
Vista Alegre, foi visitada pelo 2º. comandante José Diogo Themudo. Atrás, 
Rocha (?), Espinho (?), Fião, Romão, Tarciso, Aprumado, Mira, Mamarra-
cho e Pereira. Sentados, Azevedo, Rego, Oliveira (?), Lopes, Dorindo e o
furriel miliciano mecânico Manuel Dias

O alferes miliciano João Machado e os capitães
José Paulo Falcão (oficial adjunto) e José Diogo
Themudo (2º. comandante doBCAV. 8423)

O capitão José Diogo Themudo, 2º. comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, esteve em Vista Alegre a 18 de Abril de 1975, no âmbito das «visitas de trabalho às subunidades». Fez-se acompanhar do alferes miliciano António Albano Cruz, o oficial miliciano de manutenção auto.
Vista Alegre, com um Destacamento na Ponte do Dange, a esse tempo, aquartelava a 1ª. CCAV. 8423 já desde o dia 10 de Dezembro de 1974, companhia comandada pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias e ida da mítica Zalala - «a mais rude escola de guerra»!
Os alferes milicianos Garcia (Rangers)  e
Cruz (mecânico-auto) na Fazenda Vamba
Seguramente, tal visita de trabalho serviu para preparar a rotação dos Cavaleiros do Norte de Zalala para o Songo, que se concretizaria a 26 de Abril seguinte. A presença do oficial mecânico-auto, o alferes miliciano António Albano Araújo de Sousa Cruz, certamente foi para analisar o estado de manutenção das viaturas - que na 1ª. CCAV. 8433 era permanentemente assegurada (e bem) pelo furriel miliciano Manuel Dinis Dias.
Daniel Chipenda

Chipenda na FNLA

O dia 18 de Abril de há 42 anos foi data para se saber que Daniel Chipenda chegara a acordo com a FNLA e a sua facção - também conhecida por Revolta do Leste - fora dissolvida e integrada no ELNA.
Daniel Chipenda passou a fazer parte do Conselho Nacional de Revolução e do Gabinete Político da FNLA e também a exercer as funções de secretário geral adjunto do movimento de Holden Roberto. Os principais elementos da facção dissolvida «passaram a ocupar postos de responsabilidade nas diferentes instâncias da FNLA». Os tropas, foram integrados em unidades do ELNA.
O furriel Viegas com a madrinha Isolina e as
netas dela - a Fátima e a Idalina. Há 42 anos!


Férias por Angola,
adeus ao Huambo

Os furriéis milicianos Cruz e Viegas, por estes dias de Abril de 1975, faziam malas para a partida e o adeus a Nova Lisboa - a caminho de Benguela e Lobito.
A viagem foi feita em comboio do Caminho de Ferro de Benguela, em longas horas e muitas paragens - que boa parte dos passageiros aproveitavam para vender mercadorias de todo o tipo e feitio. Até animais vivos.
Nova Lisboa e o planalto huambano ficavam para trás, mas permanentemente arquivadas nas nossas memórias. Pelo que era a sua belíssima paisagem, a sua qualidade de vida e modernidade, os equipamentos urbanos, sociais e culturais, a sua riqueza natural, o desenvolvimento, é verdade, mas principalmente pela cortesia e bem-receber das suas gentes! O seu fino trato e generosidade! Inesquecíveis!

3 736 - Patrulhar e turistar, os movimentos a acordar!

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Cavaleiros do Norte da CCS, trio de 1ºs. cabos escriturários: Miguel Teixeira,
Jorge Pires e Jorge Manuel de Sousa Pinho, que faleceu há 21 anos, a 19 de
Abril de 1996, vítima de doença e na cidade do Porto


Cavaleiros do Norte do Grupo de Combate que há 42 anos
 reforçou a guarnição militar de Carmona: José Eusébio,
furriel José Carvalho, alferes Mário Simões e A. Caroço
O dia 19 de Abril de 1975 foi um sábado e tempo de algumas cautelas pelas bandas do Uíge angolano, onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte.
Os patrulhamentos continuavam, sem ninguém reclamar do sacrifício imenso que era exigido à reduzida guarnição do BCAV. 8423, limitada à CCS e a um grupo de combate da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, reforçados uma semana antes por outros dois - um do BCAÇ. 5015 e outro da 3ª. CCAV. 8423 - o do alferes Mário Simões e dos furriéis José Carvalho, Graciano Silva e Luís Capitão.
O furriel Viegas no porto do Lobito, durante as férias pas-
sadas em terras da imensa Angola, já lá vão 42 anos. Ape-
tece lá voltar e redescobrir a magia e feitiço africanos! 
Melhores dias passavam, a centenas de quilómetros e divertindo-se na imensa e enfeitiçada terra de Angola, dois furriéis milicianos da CCS que por lá «vagabun-
deavam» em férias: o Cruz e o Viegas.
Idos de Nova Lisboa, assentaram arrais em Benguela e dela e do Lobito fizeram seara de passeios e boa vida, descobrin-
do os prazeres das praias e a magia da noite e do dia, da boa mesa e dos abra-
ços amigos que por lá achámos. 
Os furriéis Viegas e Zé Ferreira, este formando daquele,
no 3º. curso de Rangers de 1973, aqui no RC4 e em 1974 
Belas férias! Belas praias!  Excelentes restaurantes! E bons encontros, como aquele que deu para «achar» um amigo de escola, conterrâneo de Águeda e também furriel miliciano de Operações Especiais - os Rangers, o Zé Ferreira de Macinhata do Vouga. Ali estava ele em comissão, em quartel de cidade que apenas o arame farpado separava da praia e do mar. Um luxo!

Conflitos previstos 
para 15 a 30 de Abril

Luanda foi palco, na véspera (dia 18 de Abril) de mais uma reunião dos Estados Maiores das Forças Armadas do MPLA, FNLA e UNITA, para «uma análise exaustiva da situação polí-
tica e militar do país» e, por outro lado, apreciar «a aplicação prática» das decisões anteriormente tomadas  quanto à «or-
ganização das forças de prevenção e das forças integradas», concordando que «os inimigos da independência do povo angolano, não tendo compreen-
dido o momento histórico, persistem em manobrar na sombra, preparando-se mesmo para desencadear conflitos entre 15 e 30 de Abril».
Os Estados Maiores das Forças Armadas dos três movimentos angolanos de libertação, no final da reunião e por isso mesmo, lançaram «uma advertência solene à reacção» para que «cesse imediatamente tais manobras». E apelaram à população para que se «mantenha calma e vigilante».
1º. cabo Jorge Pinho

Morte do 1º. cabo
Jorge de Pinho

O 1º. cabo Jorge Pinho faleceu há 21 anos, no dia 19 de Abril de 1996 e na sua cidade natal - o Porto.
Jorge Manuel de Sousa Pinho foi Cavaleiro do Norte com a especialidade de escriturário e serviu na CCS em toda a sua comissão em Angola, entre 30 de Maio de 1974 e 8 de Se-
tembro de 1975. Regressou aos Choupos, freguesia de Ra-
malde, na cidade do Porto, e ali morou no Bairro dos CTT. Faleceu, vítima de doença, a 19 de Abril de 1996, em vés-
peras de chegar aos 44 anos, que faria no dia 25 de Abril imediatamente se-
guinte. Hoje, aqui fazemos memória dele, recordando-o com saudade. RIP!!!


3 737 - A Páscoa de 2017 e as lembranças do tempo de 1975!

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Os furriéis milicianos Joaquim Abrantes, Cândido Pires e Viegas com um
grupo de 6 crianças da aldeia (sanzala) do Talambanza, à saída do
Quitexe para Carmona. Em Outubro/Novembro de 1974

O alferes Almeida e o furriel Viegas em dia de Páscoa de
2017,  42 anos depois da jornada africana de Angola
O dia de Páscoa de 1975 foi a 30 de Março e, por esse dia, já os furriéis milicianos Cruz e Viegas estavam por Luanda, a debutar as suas férias angolanas. 
O dia foi de«intenso tiroteio na Avenida do Brasil, onde está instalada a sede da FNLA» e nas últimas 48 horas - Sábado de Aleluia, portanto, e Domingo de Pás-
coa - tinha havido «violação do proto-
colo assinado entre os três movimentos de libertação e o Governo Português».
Os furriéis milicianos Viegas e Miguel (paraquedista)
A imprensa do dia, porém, dava conta que «estas ocorrências não prejudicam o regresso à normalidade, embora se pressinta um estado de latente tensão».

Páscoa de 2017, em 
terras algarvias!

O que acima se fala foi há 42 anos, pela Páscoa que este ano foi a 16 de Abril e teve tempero marroquino no borrego cozinhado para o almoço que juntou dois Cavaleiros do Norte em terras berberes, na algarvia Albufeira: os ex-alferes José Alberto Almeida e o furriel Viegas. E foi um consolo, pela deliciosa ementa, amarroquinada pelas mãos do (cozinheiro) Miqui e auxiliares Almeida e Zé Luís, pela sobremesa de engravidar os prazeres da boca e pela farta jornada de memórias das «coisas» de Angola.
«Não era militarista, mas fiquei a perceber e a aceitar bem as regras da tropa», disse o (ex-alferes) Almeida, a certo tempo, depois de um enorme e emotivo desfiar de memórias das terras e das gentes que são nosso património histórico: o comandante Almeida e Brito, os capitães Oliveira e Falcão, o sempre surpreendente tenente Mora, o nosso querido tenente Luz (agora capitão, no alto e amadurecido tempo dos seus 88 anos, feitos a 29 de Março), dos sargentos Luzia, Barata e Aires, do sargento-ajudante Luís Machado (que tanto se fez ouvir à irrequietude da miliciana«furrielada», ele que pouco ouvia e... ouvia de aparelho) e da malta nova: o Neto, o Monteiro e o Machado, os dois Pires, o Rocha das TRMS e  o Cruz (o nosso «mais velho), o Dias das ementas, o Morais da oficina e o Lopes da enfermaria (o Seringas), o inesquecível Mosteias (que a morte levou a 5 de Fevereiro de 2013).
Os furriéis milicianos José Monteiro e João Peixoto na
rampa de acesso da messe do Bairro Montanha Pinto
Todos eles e também o Farinhas (que também já partiu, a 14 de Julho de 2005) e o Fonseca, que veio de férias em Janeiro de 1975 e não voltou. 
Outros furriéis por lá jornadearam, sen-
do grandes companheiros da guarni-
ção quitexana: o Joaquim Abrantes (de Castelo Branco), o Miguel Peres (de Se-
túbal) e o João Peixoto (de Braga), que por lá passaram, de umas e em trânsito para outras jornadas. E aquele furriel angolano, um branco amorenado da Angola, muito amigo de ervas e fumos? Alguém se lembra do nome dele?


João Jerónimo Rito
Rito de Aldeia Viçosa
faria 65 anos!

João Jerónimo Rito foi soldado atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. 
Companheiro da jornada africana do Uíge Angolano, compa-
nheiro continuou por muitos encontros dos Cavaleiros do Norte comandados pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Faria 65 anos a 20 de Abril de 2017, mas uma doença levou-o do nosso conví-
vio físico, falecendo a 1 de Março de 2016 - depois de internamento no Hospital Distrital de Castelo Branco, a sua cidade natal e onde morava, no Bairro da Boa EsperançaHoje o recordamos e evocamos com saudade! RIP!!!

3 738 - Patrulhamento do BCAV. a Úcua, caldeirada «ranger» em Setúbal!

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Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Garcia e os tenentes SGE
Acácio Luz e João Eloy Borges da Cunha Mora, que faleceu a 21 de Abril de
1993, com 67 anos. Também neste dia, mas em 2010, aos 58, faleceu o
1º. cabo Carlos Alberto Mendes, ambos de doença e em Lisboa

Os furriéis Letras e Viegas, «almoçados» em Setúbal, em
terça-feira de Pascoela, com as suas amadas Amazonas
e depois de uma caldeirada de memórias de Angola,

bem regadas com branco da região. Fresquinho!

A 21 de Abril de 1975, em vésperas das primeiras eleições portuguesas pós-25 de Abril, os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 foram a Úcua, com uma missão muito especial: a troca de prisioneiros. «Tentada sem êxito», reporta o Livro da Unidade. 
O patrulhamento, porém, recolheu informações, muito úteis para «a reunião a nível mais elevado com elementos do Gabinete Militar Misto».
Francisco Madaleno, atirador do PELREC, em pose
fotográfica com uma criança do Quitexe
O Batalhão de Cavalaria 8423, com a CCS e parte da 2ª. CCAV. 8423 ao tempo aquar-
teladas no BC12, «foi honrado com a pre-
sença do brigadeiro comandante do Co-
mando Territorial de Carmona, acompa-
nhado do seu Estado Maior e recebido no aquartelamento com formatura geral»
O dia foi intenso, em termos de Cavaleiros do Norte. A rotação da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala mas ao tempo em Vista Alegre e Ponte do Dange, estava em preparação e, por isso mesmo, deslocou-se ao Songo o 2º. comandante do BCAV., o capitão José Diogo Themudo. «Para tratar da instalação», precisa o Livro da Unidade.
A véspera, dia 20 de há 42 anos, foi tempo de se registarem incidentes no Negage, onde estava a CCAÇ. 4741/74, que obrigaram à «realização de uma reunião conjunta com a FNLA, de modo a obter a mentalização do que deverá ser a missão das NT e dos Exércitos de Libertação, neste período que decorre até à independência».
Letras e Viegas, dois (ex)furriéis milicianos «Rangers»,
companheiros do curso de 1973 e amigos de toda a vida.
Em Setúbal, 44 anos depois de Lamego!.
 

Cavaleiros do Norte em

caldeirada de... Setúbal

O tempo passou, já lá vão 42 anos!..., e agora foi tempo de reencontro de dois Cavaleiros do Norte, pelas bandas de Setúbal: os furriéis milicianos Letras e Viegas.
Companheiros de grupo de combate no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego e no ido ano de 1973, a mobilização juntou-os na formação do BCAV. 8423, em Santa Margarida, cada qual na sua companhia e por lá fermentando relação que se ampliou no tempo. Até hoje. 
A jornada africana de Angola «levou-os» ao Uíge e a Quitexe (o Viegas) e Aldeia Viçosa (o Letras). Sempre «umbilicalmente» ligados e, já em Portugal, várias vezes se achando nos atalhos e auto-estradas da vida.
«Com´é qu´é qu´é, pá?!... Uma caldeirada, amanhã?!...», perguntou o Viegas, a um Letras que não buliu de surpresa e logo acertou local e hora.
Dito e feito, a mesa enriqueceu-se com o preparo do mar e encheu de prazer a gulodice dos confrades «rangers» e respectivas amazonas, sob o olhar atento e crítico de Ana, a Viegas da doença do sono. 
A caldeirada estava uma delícia, a sobremesa também, mas o encontro valeu, principalmente, pelo desfiar de memórias da nossa jornada africana do Uíge. Uma maravilha foi o que foi, pousada e ampliada em regaço das nossas saudades das gentes e dos chãos das terras angolanas.
Tenente João Eloy
Borges Cunha Mora

Luto do BCAV. 8423
A morte do tenente Mora
e do 1º. cabo Jesus Mendes
- 2º. comandante e electricista da CCS

O dia 21 de Abril é de duplo luto do BCAV. 8423. Está ligado à morte de dois Cavaleiros do Norte, em anos diferentes: o tenente Mora e o 1º. cabo Mendes.
1º. cabo Carlos
A. Jesus Mendes
João Eloy Borges da Cunha Mora, tenente SGE, era natural de Pombal, onde nasceu a 30 de Junho de 1926. Foi 2º. coman-
dante da CCS do BCAV. 8423 e personagem inesquecível da missão que nos levou a Angola. Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e prosseguiu a sua carreira militar.
Casado com uma senhora de origem indiana, que o acompa-
nhou em Angola, faleceu a 21 de Abril de 1993, de doença e aos 67 anos de idade. Morava na Lapa, em Lisboa.
Carlos Alberto de Jesus Mendes, 1º. cabo mecânico electri-
cista, era natural da freguesia de Santa Isabel, na Rua Maria Pia, em Lisboa, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Faleceu a 21 de Abril de 2010, de doen-
ça e quando residia na Presidente Arriaga, aos Prazeres, também em Lisboa. Tinha 58 anos, nascido a 3 de Fevereiro de 1952.
Ambos recordamos, com saudade. RIP!! 

3 739 - Troca de prisioneiros em Úcua, instrução operacional no RC4!

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Cavaleiros do Norte de Zalala, todos furriéis milicianos: Eusébio (falecido
a 16/04/2014, de doença e em Belmonte), Queirós e Costa. Em baixo. Ro-
drigues, Louro, Barata (falecido a 11/10)1997, de doença e em Alcains) e
Manuel Dias (falecido a 20/10/2011, de doença e em Lisboa)

O furriel Viegas e o 1º. escriturário Jacinto, da ZMN,
42 anos depois da jornada uíjana de Carmona, «acha-
dos»  no Algarve, na Páscoa de 2017!

O comando do BCAV. 8423 teve, a 22 de Abril de 1975, «uma reunião a nível mais elevado, com elementos do Grupo Militar Misto, a qual originou um patrulhamento a Úcua, com vista a fazer-se uma troca de prisioneiros» - que na véspera, recordemos,«tinha sido tentada sem êxito», como reporta o Livro da Unidade.
Os incidentes do Negage, no dia 20, recordemos, já tinham «obrigado» a uma «reunião conjunta com a FNLA».
Cavaleiros do Norte de Zalala, em 2016: alferes Pedro
Rosa e furriéis João Aldeagas, Vitor Velez e Manuel
Pinto - todos milicianos e em dia de encontro 
Ao tempo, e ainda segundo o Livro da Unidade, procurava-se «obter para o Uíge a tal calma aparente e o entendimento entre todos os movimentos», encontran-
do «soluções para todos os problemas, através de reuniões semanais», que foram, sublinhe-se, «primórdio do Estado Maior Unificado».


Eleições em Portugal
e adiadas em Angola

As primeiras eleições em Portugal estavam em tempo final da campanha, multiplicando-se os comícios pelo país fora. Seriam (e foram) a 25 de Abril, precisamente um ano depois da revolução.
Nada que preocupasse os dois Cavaleiros do Norte da CCS que «laureavam o queijo» por terras de Benguela e Lobito, em férias angolanas: o Cruz e o Viegas.  Eleições? Pois bem, que se realizassem, que tudo corresse bem, que ganhasse o melhor! Ambos,  não votaram sequer, pois só o poderiam fazer em Carmona e no BC12, onde o BCAV. 8423 instalou urnas de voto (tal como na cidade). E estávamos em Benguela e Lobito, a mais de 850 quilómetros.
As eleições para a Angola independente, previstas para Outubro, é que pareciam comprometidas neste tempo de há 42 anos. Falando em Dar-es-Salan, o presidente do MPLA admitia que«podem vir a ser canceladas».
«Ainda não foi aprovado um projecto de lei eleitoral apresentado pelo MPLA», disse Agostinho Neto, frisando que o seu partido «continuará a sua campanha para as eleições».

Instrução operacional
em Santa Margarida

Um ano antes, precisamente no dia 22 de Abril de 1974, uma segunda-feira, os então futuros Cavaleiros do Norte regressaram ao Destacamento do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), em Santa Margarida - depois de um período de férias que vinha desde 28 de Março, quando terminou a Licença de Normas - os 10 dias antes do embarque.
«Só a 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à instrução operacional», reporta o Livro de Unidade.
O destino, já se sabia, era Angola. E era para Angola que se preparavam os militares mobilizados pelo RC4 e para o Batalhão de Cavalaria 8423. Sem saber ainda para que zona. Só em Luanda e já em Junho, soubemos que seria para o Quitexe, para a Fazenda Zalala, Aldeia Viçosa e Fazenda Santa Isabel.  
O louvor ao 1º. cabo Jacinto Sebastião
Gomes Diogo, escriturário da ZMN


Cavaleiros do Norte
em abraço algarvio

A semana de Páscoa de 2017 foi ocasião de reencontro de dois antigos combatentes das Forças Armadas de Portugal em Angola. Reencontro em terras algarvias de dois contem-
porâneos de Carmona, 42 anos depois da jornada uíjana: o 1º. cabo Jacinto Diogo e o furriel miliciano Viegas.
Jacinto Sebastião Gomes Diogo, algarvio de Cas-
tro Marim, foi escriturário na Zona Militar Norte (ZMN), justamente quando os Cavaleiros do Norte se aquartelaram em Carmona. Em 1975!
Jacinto Diogo, 1º.
cabo escriturário
da ZMN
A ZMN era comandada pelo brigadeiro Leão Correia, que o louvou pelas «qualidades profissionais» como escriturário de uma das Secções, a que aliava «qualidades de educação de realçar e uma noção dos deveres militares que o impuseram à consideração do comando e superiores, sendo sempre exemplo de atavio e de compostura, dentro e fora do serviço».
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 54, de 8 de Julho de 1975, do Quartel General da Região Militar de Angola. O Chefe de Estado Maior da ZMN era, então, o major Ramiro Casimiro Mourato, recentemente falecido, quando estava internado num lar de Cascais.
Natural de Odeleite, em Castro Marim, lá regressou em 1975 e, actualmente, é empresário do ramo da restauração na Quarteira. Proprietário, gestor e trabalhador do conhecido restaurante Jacinto na avenida Sá Carneiro.

3 740 - Cavaleiros prepararam eleições e Vitor Velez chegou ao RC4!

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Cavaleiros do Norte da Zalala, todos furriéis milicianos: Joaquim Rodri-
gues, Jorge Barata, José Louro, José Nascimento, Eusébio Martins,
Manuel Dinis Dias, Victor Velez e Victor Costa 

Os furriéis milicianos Cruz e Viegas nas férias angolanas
de há 42 anos, Aqui, entre a Caála e Nova Lisboa, antes
de chegarem ao Lobito e a Benguela

O Batalhão de Cavalaria 8423, ao tempo dividido entre os aquartelamentos de Carmona (a actual cidade do Uíge), do Quitexe e de Vista Alegre/Destacamento da Ponte do Dange e «dando colaboração ao processo revolucionário de Portugal», ficou encarregado da «montagem das assembleias de voto em Carmona». Para as primeiras eleições do pós-25 de Abril português.
Furriel Viegas em Benguela,
há precisamente 42 anos e
de calças à «boca de sino»
A 16 e 23 de Abril de 1975 e nesta cidade uíjana, «reali-
zaram-se palestras orientadoras» e de preparação do acto eleitoral. «Em tentativa de o preparar», precisa o Livro da Unidade, reportando esse tempo.
A campanha eleitoral terminava oficialmente às 24 horas desse dia 23 de Abril e «depois de 22 dias de maciça pro-
paganda dos 12 partidos concorrentes e com um reforço notório de concentrações populares». Isto em Portugal.
Por Angola, os furriéis milicianos Cruz e Viegas, de malas feitas nas suas férias africanas, voaram nesse dia do Lobito para Luanda, curiosos pelas movimentações eleitorais da capital do país que ia nascer: mas nada de especialmente interessante souberam, além da leitura dos jornais angolanos e de um ou outro que chegavam de Lisboa.
Anunciavam-se«grandes comícios de encerramento», segundo o Diário de Lisboa: do CDS na Guarda (com Galvão de Melo); da FEC-ML e LCI no Porto; do MDP/CDE em Aveiro, Beja, Évora e Faro; do MES em Lisboa (com Rossana Rossanda); do PCP em Lisboa, estádio 1º. de Maio (com Álvaro Cunhal); do PPD, actual PSD, em Algés (com Pinto Balsemão); e do PS em Braga (com Sottomayor Cardia). Entre outros.

Encontro de MPLA,
FNLA e UNITA

Angola expectava sobre as eleições em Portugal mas os três movimentos de libertação continuavam de projectos separados, face à próxima independência do país.
Os incidentes que nas semanas anteriores confrontaram MPLA e FNLA motivaram uma posição de Agostinho Neto, que se ofereceu para «participar numa reunião dos presidentes dos três movimentos».
«Em vez de nos alvejarmos uns aos outros, em vez de usarmos a violência, deveríamos discutir os nossos problemas», disse o presidente do MPLA.
Victor Velez e José Nascimento,
furriéis milicianos de Zalala mas
aqui já no quartel do Songo


Victor Velez em 
Santa Margarida

O então futuro furriel  milicianos Velez apresentou-se no RC4 e no BCAV. 8423 a 24 de Abril de 1974.
Victor Manuel da Conceição Gregório Velez morava em S. Sebastião da Pedreira, freguesia de Lisboa, aonde regressou, à Rua Gonçalves Crespo, no dia 9 de Se-
tembro de 1975. Atirador de Cavalaria, rodou da Escola Prática de Santarém e substituiu, na 1ª. CCAV. 8423, o 1º. cabo miliciano Francisco J. C. Silva, do RC4 e por, segundo a ordem de serviço nº. 109/74, do RC4, este «ter sido julgado capaz para os SAE e reclassificado em amanuense».
Victor Velez viria a ser Cavaleiro do Norte da 1ª. CAV. 8423, a de Zalala, mas, segundo o Livro de Unidade, só aqui se apresentou em Junho de 1974. Um companheiro dos bons!

3 741 - O adeus dos Cavaleiros do Norte a Vista Alegre e Ponte do Dange!

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Cavaleiros do Norte de Zalala. Atrás, o clarim Mário Costa e Rogério Rapo-
so. Na fila do meio, furriel João Aldeagas, alferes Mário Sousa e esposa, Jorge
Silva (TRMS), Jaime Rego (condutor) e Hélio Cunha (TRMS). Em baixo, furriéis
 Jorge Barreto (com criança ao colo) e José Louro e o Lopes, o Famalicão

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos de Transmissões.
Lago e Raposo, de pé. Em baixo, Coelho, Helio, Lou-
renço e Carlos Costa (que faleceu há 2 anos. RIP!




A 24 de Abril de 1975, uma quinta-feira de há precisamente 42 anos, o 2º. comandante do Batalhão de Cavalaria 8423 - os Cavaleiros do Norte - deslocou-se uma vez mais (e seria a última) a Vista Alegre e Ponte do Dange, onde se aquartelavam os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, para lá rodados de Zalala, a 21 de Novembro de 1974.
Furriéis de Zalala: Américo Rodrigues, Eusébio
Martins, Jorge Barata e Plácido Queirós  
O capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo fez-se acompanhar do alferes miliciano António Albano Araújo de Sousa Cruz, oficial mecânico-auto e responsável máximo pela manutenção das viaturas de todo o BCAV. e certamente para averiguar do estado da frota disponível, para a rotação para o Songo - que há vários dias estava em preparação e prevista para se concre-
tizar exactamente nesse dia 24 desse Abril de há 42 anos. E assim foi. Pela mesma razão, lá tinham estado no anterior dia 18. Foi o adeus a Vista Alegre e Ponte do Dange! O adeus da última guarnição militar portuguesa naquelas duas terras do norte de Angola.
«Só em 24 de Abril de se desactivou Vista Alegre e Ponte do Dange», refere o Livro de Unidade, citando «as questões inerentes a esse abandono» e que, no geral, se prendiam a ocupação das instalações militares que ficavam desocupadas e eram desejadas pelos movimentos emancipação.
Partidos de 1975

Eleições em Carmona,
depois de... Abril!

O Batalhão de Cavalaria 8423,«dando colaboração ao proces-
so revolucionário de Portugal (...), ficou encarregado da montagem das assembleias de voto em Carmona», pelo que, refere o Livro de Unidade, «se verificou a ida às urnas de todo o pessoal que o quis fazer» - nesse dia 25 de Abril de 1975, o das eleições para a Assembleia Constituinte.
O dia 24, a véspera, foi tempo para «mais uma outra palestra (...) orientada por oficiais do CTC e do BCAV., ambos delegados do MFA».
Votou quem quis, é verdade, mas da meia dúzia de contactos do blogue, agora mesmo, nenhum dos Cavaleiros do Norte se lembra de ter votado. Quem não votou, isso é seguro, foram os furriéis milicianos Cruz e Viegas, já regressados a Luanda - ainda em férias pelo imenso chão de Angola mas ao tempo já na capital angolana - em vésperas de regressar a Carmona e aos Cavaleiros do Norte.
Nada tendo a ver com as eleições, soube-se nesse dia que o soviético «Pravda», denunciava «a actividade dos colonialistas portugueses de Angola» que, sublinhava o jornal de Moscovo, intentavam «prejudicar as tendências progressistas» da metrópole.
O jornal responsabilizava a FNLA e os seus soldados pelos então recentes incidentes de Luanda. E de atacarem acampamentos do MPLA, que considerava «a mais popular organização do país».
Carlos Costa faleceu
há precisamente 2 anos

Costa de Zalala
morreu há 2 anos

O soldado Carlos Costa, da 1ª. CCAV. 8423, faleceu a 24 de Abril de 2015. Há precisamente 2 anos!
Carlos Alberto da Silva Costa foi rádio-telegrafista dos Cavaleiros do Norte de Zalala e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, fixando-se na avenida 24 de Julho, em Lisboa, onde já residia e onde, nesse ano e a 29 de Agosto, festejou 23 anos. A vida levou-o para o Azeitão, em Setúbal, onde faleceu a 24 de Abril de 2015. Hoje o recordamos com saudade. RIP!



3 742 - Onde estavam os Cavaleiros do Norte no 25 de Abril?

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Os furriéis milicianos Neto, Viegas, Mário Matos (que hoje faz 65  anos,
em Anadia) e Monteiro, num carro de combate junto ao pavilhão dos
sargentos  milicianos do RC4, em Abril de 1974. Há 43 anos! 

Furriéis milicianos Rodrigues (sargento de
dia na noite do 25de Abril) e Manuel Pin-
to, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala

Os Cavaleiros do Norte, no 25 de Abril de 1974, estavam aquartelados no RC4, em Santa Margarida, fazendo a chamada Instrução Altamente Opera-
cional (IAO) - o Instrução de Aperfeiçoamento Operacional, em vésperas de partir para Angola.
Os praças dormiam todos na enorme caserna do Destacamento, onde o então 1º. cabo miliciano (futuro furriel) Américo Rodrigues estava de sargento de dia: «Tinha-me deitado na casa da guarda, envolvi-me nos cobertores e tentei dormir, depois de ver que estava tudo em ordem. Não passou muito tempo e o cabo da guarda a acordou-me a dizer que estava ali o Comandante». O comandante ali, àquela hora?
«Vai mas é chatear o car…. », gritou-
Notícia do 25 de Abril de 1974
no jornal «República»
lhe o Rodrigues, pensando que o 1º. cabo, por estar sozinho, queria era companhia, para não adormecer e me-
lhor passar o tempo. «Tinha acabado de blasfe-
mar desta maneira e tenho à porta da casa da guarda o Comandante Almeida e Brito, muito sério. Fiquei a olhá-lo, sem saber o que dizer», recorda o Rodrigues, surpreendendo-se com as ordens do comandante: 
«Vê se tens calma, vai à caserna e manda formar toda a companhia, com o devido armamento, ime-
diatamente...», ordenou Almeida e Brito. 
«Imaginem o que foi ir acordar toda a 1ª. Compa-
nhia», ainda hoje se espanta o Rodrigues, que, quando chegou à caserna, ouviu muitas e das boas.
O jornal «A Província de Angola»
de 25 de Abril de 1974
Ninguém se mexia, de pouco valeram os gritos do Rodrigues, e o comandante, estranhando a demora, deslocou-se à caserna e aí, sim, «o pessoal tremeu todo» e, recorda o furriel Rodrigues, «o meu trabalho ficou facilitado». Entretanto, os restantes graduados começaram a chegar ao destacamento e a organizar os respectivos pelotões. Depois de variadas situações. Por exemplo, recorda o Rodrigues, «equiparmo-nos com todo o material e armamento, distribuição de munições e uma série de manobras militares»
Gerou-se até alguma momentânea confusão e incerteza nas ordens dadas, mas «assim passámos a noite e só pelas 6 horas da manhã, soubemos exactamente o que estava em marcha», recorda o Rodrigues. Ver AQUI.
O Livro da Unidade refere que o BCAV. 8423 não tinha sido contactado pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), «nem tão pouco algum, ou alguns dos seus oficiais», mas que isso não foi razão, porém, para que, de imediato, a Unidade se «sentisse como parte». 
No dia seguinte, uma sexta-feira (26 de Abril de 1974) e antes de virmos de fim de semana, o comandante Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, tenente-coronel, explicou «a todo o pessoal, o que o MFA pretendia», em palestras «orientadas especificamente para oficiais, sargentos e praças»
Viegas e Ferreira, dois
furriéis Rangers em
1974 e no RC4

Marchas militares
a desfazer a barba

Por mim e no dia 25 de Abril, como habitualmente fazia, le-
vantei-me cedo e fui para os balneários do pavilhão onde dormiam os 1ºs. cabos milicianos, para a higiene pessoal. 
Estranhei que o pequeno rádio transistor só passasse marchas militares, mas continuei a desbarba e higiene matinal. Era meu hábito, como ainda hoje, levantar-me cedo e tranquilamente fazer essas tarefas, antes de chegar a balbúrdia dos mais atrasados e mais apressados. Seguia depois para a messe, onde pequeno-almoçava e caminhava para o Destacamento.
As tarefas de higiene eram sempre acompanhadas pelo pequeno transistor, para ouvir as notícias da manhã, e a estranheza da música militar só foi  interrompida pela leitura do comunicado do MFA.  
«Eh, pá!!!!..., nas o que é isto?», interroguei-me ma solidão do balneário, lembrado do 16 de Março de semanas antes - a Revolta das Cadas. Fui acordar toda a gente e contar a novidade, sobressaltando quem dormia os últimos minutos dessa manhã e se estremunharam com tal.
Ao sair do RC4, para o Destacamento, fomos impedidos à porta d´armas e ficámos pelo quartel durante toda a manhã. Ao Destacamento fomos, da parte da tarde, mas sem nada de especial se passar. Só depois, o comandante Almeida e Brito falou a todo o pessoal do Batalhão. 
Os furrieis milicianos Mário Matos (que hoje
faz 65 anos) e João Brejo, ladeando o 1º. cabo
Pampim da Silva, em Aldeia Viçosa

Furriel Mário Matos
faz 65 anos em Anadia

O furriel miliciano Mário Augusto da Silva Matos, atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, festeja 65 anos a 25 de Abril de 2017. Hoje mesmo e na sua terra natal de Anadia - no coração da Bairrada.
Mário Matos (2017)
Mário Matos recrutou-se e especializou-se da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Fomos companheiros na primeira fase de instrução militar, segui eu para Lamego (CIOE) e ficou ele por lá, e a mobilização juntou-nos no BCAV. 8423 e em Angola. Ele, na 1ª. CCAV., em Aldeia Viosa. Eu, na CCS, no Quitexe.
Regressou a Portugal no dia 10 de Setembro e à sua natal Avelãs de Caminho, trabalhando na área dos acessórios automóveis. Esteve emigrado nos Estados Unidos e voltou ao mercado local de traba-
lho, agora já aposentado. Vive em Anadia, onde regularmente nos encontramos (ou em Águeda), e para ele vai o nosso forte abraço de parabéns!
Jorge Pinho

1º. cabo Pinho faria
hoje 65 anos

O 1º. cabo escriturário Jorge Pinho faria hoje 65 anos. Faleceu a 19 de Abril de 1996, no Porto e vítima de doença. 
Jorge Manuel de Sousa Pinho morava na Rua dos Choupos, em Ra-
malde, freguesia da cidade do Porto, e lá regressou a 8 de Setem-
bro de 1975, depois de concluída a sua (e nossa) jornada africana de Ango-
la - entre Quitexe e Carmona, depois Luanda. Recordamo-lo com saudade! RIP!


- MFA. Comunicado lido pelo locutor Joaquim Furtado, aos
 microfones do Rádio Clube Português (pai de Catarina 
Furtado). Ouvir AQUI.
- TRANSISTOR. Pequeno rádio a pilhas, do tamanho 
de um maço de tabaco, muito usado na altura - por ser 
barato e de fácil manuseamento.

3 743 - O último dia dos Cavaleiros do Norte em Aldeia Viçosa

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Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: alferes Domingos Carvalho (cortado) 
e João Machado, capitão José Manuel Cruz, alferes Jorge Capela e furriel 
José Fernando Melo. Atrás do alferes Capela, está o Rito. E os outros dois? 


Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: Gomes (à esquer-
da), Martins (a rir) e furriéis  António Carlos Letras e Je-
suíno Pinto (de bigode). E os dois da frente, quem são?

O dia 26 de Abril de 1975 foi o último da presença militar portuguesa em Aldeia Viçosa, onde desde 7 de Junho de 1974 estava aquartelada a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. «Fez-se a desactivação de Aldeia Viçosa, podendo afirmar-se que só a partir dessa data se completou a remodelação do dispositivo, que se julga ser a última até ao termo da comissão», nota o Livro da Unidade.
Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa:
há 42 anos rodaram para Carmona

A rotação foi para a cidade de Carmona, onde se juntou a outros «aldeia viçosas» e à CCS, já então aquartelados no BC12 - na saída para o Songo.
A 24 do mesmo mês de há 42 anos, precisamente dois dias antes,«desactivou-se Vista Alegre e Ponte do Dange», como também refere o Livro da Uni-
dade, «conduzindo tal facto à transferência da 1ª. CCAV. 8423 para o Songo, com um Destacamento temporário em Cachalonde»
Foi a penúltima mudança da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, que ainda rodaria para Carmona - a 6 de Junho de 1975, já no final dos trágicos inci-
dentes de Carmona. E por lá esteve até 4 de Agosto de Setembro, quando rodou (com o Batalhão) para o Grafanil - nos arredores de Luanda.
Comandante Almeida e Brito e capitão Fal-
cão no encontro de Águeda em 1996

Comandante e adjunto 
de visita à 3ª. CCAV. 8423

O comandante do BCAV. 8423, há precisamente 42 anos, voltou ao Quitexe, onde continuava aquartelada a 3ª. CCAV. 8423.
O então tenente-coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito fez-se acompanhar do oficial-adjunto, o capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão, e a deslocação foi de rotina e «em continuação das visitas às subunidades»
Os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 estavam no Quitexe desde 10 de Dezembro de 1974, então rodados da Fazenda Santa Isabel - onde tinham chegado, idos do Grafanil, a 11 de Junho do mesmo ano.
Lisboa contara votos toda a noite de sexta-feira (dia 25 de Abril de 1975) para sábado (dia 26) e a imprensa dava conta de que o PS era o mais votado e a maioria seria de esquerda. Às 9,45 horas da manhã de 26 de Abril e com 3 378 freguesias apuradas (faltavam 651), o PS tinha eleito 75 deputados. Seguiam-se o PPD/PSD (45), o PCP (21), o CDS (7) e o MDP (2).    Frente Socialista Popular, MES, UDP,. PPM, FECm PUP e LCI não tinham deputados eleitos.
O furriel mecânico Norberto Morais (de óculos na cabeça
 e mãos nos bolsos), ladeado pelos condutores Delfim Ser-
ra, Joaquim Celestino Gonçalves da Silva (que hoje faz
65 anos) e José António Gomes. Em Mortágua, 2015!

Condutor Celestino,
65 anos em Leça

O condutor Joaquim Celestino, Cavaleiro do Norte da CCS, faz hoje 65 anos em Leça do Balio.
Joaquim Celestino Gonçalves da Silva era residente no lugar do Freixieiro, freguesia de Perafita, em Matosinhos. E lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Mora agora em Leça do Balio e chega aos 65 anos com a (quase) frescura dos 20 e poucos - quando jornadeou pelas terras uíjanas de Angola. Está de boa saúde e feliz da vida (com ele falámos há poucos momentos) e para ele vai o nosso abraço de parabéns! E o desejo de muitos mais e muito bons anos de vida. Até 3 de Junho, no RC4!



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