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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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3 704 - A Licença de Normas e mais atiradores no BCAV. 8423!

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Cavaleiros do Norte do PELREC: 1º. cabo Hipólito, furriel Monteiro (à civil), 1ºs. cabos Almeida (fale-
 cido a 28/02/2009, em Penamacor) e Vicente (f. a 21/01/1997, em Vale Moreira, Alcanede). Em baixo, al-
feres Garcia (f. a 01/11/1979, de acidente, era de Carrazeda de Ansiães), Manuel Leal da Silva (f. a 18/06/
/2007,  de doença súbita e em Pombal, que se apresentou há 43 anos), furriel Neto e Aurélio (Barbeiro)
Alberto Ferreira, à esquerda, que se apresentou há 43 anos,
 1º. cabo João Pinto, Francisco Madaleno e João Marcos,
todos eles atiradores de Cavalaria do PELREC


A 18 de Março de 1974, uma segunda-feira, «todo o pessoal» dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 entrou no gozo da Licença de Normas, habitualmente concedida imediatamente antes do embarque para o ultramar - embora, na altura, não soubéssemos ainda da data da partida, que, de resto, viria a ser marcada e adiada. 
O 1º. cabo José Almeida (cozinheiro), Carlos Lajes, que se
 apresentou há 43 anos, e furriel António Flora. Em baixo,
os furriéis Luís Costa, Armindo Reino e José Carvalho
A licença era de 10 dias e «acabou por por ser aumentada, de tal modo que só a 22 de Abril de voltou a reencontrar todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à instrução operacio-
nal», como se lê no Livro da Unidade. Instrução que, devido ao movimento do 25 de Abril, de tal modo foi sendo adiada que só a 2 de Maio se decidiu nova data - agora entre 3 e 10 de Maio.
As duas primeiras semanas do mês de Março de há 43 anos foram de grande actividade do BCAV. 8423, sucedendo-se apresentações em Santa Margarida. 
A Ordem de Serviço nº. 60, do dia 13 desse mês, deu conta de mais transferências entre sub-unidades - reportadas ao dia 1. Também estas, de soldados atiradores de Cavalaria e para as respectivas companhias:
Victor Francisco
em 1974/1975

CCS, a do Comando,
no Quitexe

- Carlos Alberto Aguiar Lages, do Pátio da Bica, em Lisboa. Era o impedido do bar de sargentos.
- Victor José Ferreira Francisco, de Outeirinhos, na Marinha Grande,
- Alberto dos Santos Ferreira, da Sobreda da Caparica, freguesia do Monte da Caparica, em Almada.
- Manuel Leal da Silva, de Caixaria, freguesia do Carriço, concelho do Pombal. Faleceu de doença súbita e em casa, a 8 de Junho de 2007.
- António C. L. Pires não consta da lista de embarque.
Joaquim Verde da
2ª. CCAV. 8423

2ª. CCAV. 8433, a
de Aldeia Viçosa

- Manuel Pereira de Oliveira, natural e então residente o lugar de Aparícios, freguesia de Santa Eufêmia, concelho de Leiria.
- Joaquim Henrique Ferreira Pereira Verde, de Casal da Cortiça, freguesia de Barreira, em Leiria.
- Adelino Vieira dos Santos, de Fontes, freguesia de Cortes, e mora na Caranguejeira, em Leiria.
- Vidal Pereira Chagas, do Bairro 25 de Abril, em Setúbal. Falecido em 2014.
- Guilhermino Domingues da Mota, do Outeiro de Raínha, Vermoil, em Pombal.
- Carlos Alberto Machado André, natural de Chamboeiros, freguesia de S. João das Lampas, concelho de Loures.

Jorge Custódio Grácio, o Spínola,
falecido a 02/07/1975, em Ango-
la e de acidente de viação (mota)
 
3ª. CCAV. 8423, a
de Santa Isabel

- Francisco Raúl de Sousa Costa Ferreira, de A-da-Beja, em Belas, concelho de Sintra.
- Raúl Rosa da Graça, da Mousinho da Silveira, no Barreiro.
- Diamantino Rodrigues Tobias, de Pernalhas, nos Parceiros, em Leiria.
- Jorge Custódio Grácio, conhecido por Spínola, natural de Casal de Raposas,  em Vieira de Leiria, onde está sepultado. Faleceu a 2 de Julho de 1975, em Angola e vítima de acidente de viação (de motorizada). 
Ernesto Simões, ati-
rador da 3ª. BCAV. 
- Armando Moreira de Carvalho, natural do lugar de Texugueira, freguesia de Milagres, concelho de Leiria.
- Joaquim dos Santos, do lugar de Famalicão, em Cortes, Leiria.
- Carlos Alberto Jesus dos Santos, de Fernão Ferro, no Seixal.
- Albertino Moreira Duarte, do lugar do Pilado,  Marinha Grande.
- Bernardino Fernando Carlos Alcobia, da Quinta do Bacalhau, freguesia de Santa Engrácio, em Lisboa.
- Ernesto Dias Simões, do Casal de João Bom, em Torres, freguesia do Vale Todos, em Ansião.
- Joaquim R. Noivo: não consta a lista de embarque para Angola.
- José Maria Luís, do lugar de Melriça, em S. Tiago da Guarda, Ansião.
- Manuel Cordeiro Pedroso, do Casal do Arqueiro, na Batalha.
- Elvino Corado Romão: em situação desconhecida.



3 705 - Comandante da ZMN e condutores em Santa Margarida

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, a maior parte deles identificados. O furriel
 miliciano Manuel Dinis Dias, mecânico-auto, na imagem assinalado com a seta branca, faria
hoje 65 anos. Faleceu a 20 de Outubro de 2011, de doença e em Lisboa. RIP!


Cavaleiros do Norte da CCS: 1º. cabos Luciano Borge
 Gomes, Ezequiel Silvestre e Victor Vieira, o Sacristão,
que hoje faz 65 anos, na Vidigueira

O general Luz Cunha deixou Luanda a 19 de Março de 1974 e viajou para Lisboa, onde iria assumir as funções de Chefe do Estado Maior das Forças Armadas - substituindo o também general Costa Gomes.
O Diário do Governo desse dia de há 43 anos, justamente, publicara a exoneração dos generais Costa Gomes e António de Spínola dos cargos de Chefe e Vice-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas - por despacho da Defesa Nacional, do dia 14 de Março de 1974.
O 1º. cabo Carlos Ferreira com um bailundo,
 que era trabalhador da Fazenda de Zalala
O general Joaquim Luz Cunha era o comandante Chefe das Forças Armadas de Angola e despedira-se na véspera, numa cerimónia na parada da Fortaleza de S. Miguel em que estiveram, entre outros oficiais de alta patente, os comandantes das Regiões Militar, Aérea e Naval. E também o general Alberty Correia, que dias antes lá chegara para ir comandar a Zona Militar Norte (ZMN), instalada na cidade de Carmona (actual Uíge), a 40 quilómetros do Quitexe - onde iriam jornadear os Cavaleiros do Norte.
Mal sabíamos nós de tal pormenor, nem poderíamos saber. Menos ainda qual a zona angolana que seria o nosso destino próximo.
Henrique Esgueira,
condutor da CCS

Condutores para
CCS e 3ª. CCAV.

A esmagadora maioria dos Cavaleiros do Norte estava, desde a véspera, em gozo da Licença de Normas, mas ao RC4 continuavam a chegar militares especialistas, «por terem sido nomeados para servir no ultramar, com destino ao BCAV. 8423». 
Dois condutores, no caso, e ambos transferidos da Escola Prática de Engenharia (EPE), em Tancos. Os seguintes, segundo a Ordem de Serviço nº. 67, de 21 de Março de 1974:
- Henrique Nunes Esgueira, para a CCS,  a do Quitexe. Natural de Figueira Redonda, freguesia de Serra, em Tomar. Actualmente, é empresário da construção civil e mora em Alfragide, na Amadora.
- Manuel Agostinho da Silva Moço, para a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Natural de Azeitão, freguesia de S. Lourenço, em Setúbal.

O furriel Manuel Dias
nos tempos de Angola

Furriel Manuel Dias
faria hoje 65 anos!

O dia 19 de Março de 1952, pelas bandas de Oliveira do Hospital, foi de festa de nascimento: o do esbelto e risonho Manuel Dinis Dias, futuro furriel miliciano mecânico-auto da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda de Zalala.
Hoje, faria 65 anos!
O Manuel Dias nos
anos 2000 e tal
O Dias, anda novo, fez-se à vida e fixou-se em Lisboa, acompanhando a família. Lá estudou e de lá partiu para a jornada africana de Angola que o levou a Zalala.
A rotação a 1ª. CCAV. 8423 levou-o, depois, a Vista Alegre/Ponte do Dange e Songo, antes de chegar a Carmona e passar pelo Grafanil, em Luanda, para o regresso a Portugal.
Regressado à vida civil, continuou em Lisboa como mecânico e lá casou com Júlia, amor de uma vida, e foi pai. «Sim o meu pai continuou sempre mecânico e esteve em alguns sítios de Lisboa a trabalhar», disse-nos a  filha, Ana Filipa Dias, em Outubro de 2013.
Uma grave doença, incurável, levou-o do nosso convívio físico, aos 20 dias de Outubro de 2011. As 59 anos! Ainda muito jovem e expectante na vida e futuro.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!! 
Carlos Ferreira, 1º.
 cabo de Zalala, em 1975,
foto de Vista Alegre


Ferreira e Vieira, 65 anos
em Moçambique e Vidigueira

O 19 de Março de 2017 é dia de dois Cavaleiros do Norte festejarem 65 anos: o Ferreira e o Vieira.
Carlos Alberto Pereira Tavares Ferreira é de Albergaria-a-Velha e foi 1º. cabo mecânico de armamento ligeiro da 1ª. CCAV. 8423 - a de Zalala. 
C. Ferreira em 2013
Assumiu, sozinho e já em Luanda, responsabilidades que lhe cabiam, é verdade, mas também a outros, por lá ficando em pena disciplinar que continuou em Portugal. Enveredou pela militância revolucionária e, por isso foi julgado. 
Actualmente, e já desde há vários anos, é empresário do sector da segurança electrónica em Moçambique, morando em Maputo - a antiga Lourenço Marques, capital da antiga província ultramarina portuguesa.
Victor Vieira, o Sa-
cristão do BCAV. 8423,
em 1974/75 (Angola)
Victor Manuel da Cunha Vieira era o «Vidiguêra», 1º. cabo auxiliar de serviços religiosos, daí lhe advindo a carinhosa alcunha de Sacristão, que o popularizou pelo Quitexe e Carmona, depois no Grafanil, em Luanda, até as dias de hoje.
Alentejano da vila da Vidigueira, onde nasceu há precisamente 65 anos, fez parte da guarnição da CCS dos Cavaleiros do Norte, em Quitexe, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, explorou um café na vila, até que sofreu um AVC, há volta de 10 anos, ficando com alguma incapacidade física. 
Victor Vieira. o Sa-
cristão,  em 2017
Acabou por fechar o café, enquanto demorou a alongada recuperação, procurando, assim, ultrapassar as debilidades e mazelas que os acidentes vasculares cerebrais sempre provocam nos «seus» doentes.
Actualmente e apesar de algumas limitações, está suficientemen-
te reestabelecido de saúde (como se pode ver na imagem aqui ao lado) e explora o bar da Junta de Freguesia da Vidigueira.
Parabéns para ambos, directamente para Moçambique e Alentejo!


3 706 - Transmissões dos Cavaleiro do Norte em Licença de Normas

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Cavaleiros do Norte da CCS, das Transmissões e outras especialidades: Florêncio, Esgueira (?), 1ºs. cabos
 Soares e Pais, Costa e NN (meio tapado), Wilson, furriel Rocha, 1º. cabo Felicíssimo (Zalala). alferes Her-
 mida, Zambujo, Graciete Hermida, Silva, NN, 1º. cabo Salgueiro, NN e NN (atrás), 1º. cabo Oliveira, Ca-
 brita e Soares. Em baixo, 1ºs. cabos Florindo e Tomás (à frente), furriel Cruz, 1º. cabo Gomes (à civil),  Al-
 fredo Coelho (Buraquinho), Madaleno, furriel Pires, 1º. cabo Hipólio, furriel Mosteias e 1º. cabo Vicente 

Os furriéis milicianos Neto, Viegas e Monteiro foram três
 dos Cavaleiros do Norte que tiveram instrução de minas e
 armadilhas dada pelo aspirante a Pinto Mesquita que, há
 43 anos, faleceu em Lamego, num acidente em serviço


A notícia da morte de dois militares do curso de Operações Especiais / Rangers que decorria no Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego e a 14 de Março de 1974, pelo deflagramento de uma granada de mão, «apanhou» de surpresa (e com tristeza e amargura) os ex-instruendos e ex-cadetes do 2º. turno de 1973 agora no BCAV. 8423. Ao tempo, estava em gozo da Licença de Normas e a notícia só foi divulgada no dia 19.
Lago e 1º. cabo Hélio,
TRMS da 1ª. CCAV.
Um dos mortos era o aspirante a oficial miliciano Pinto, que fora instrutor de vários Cavaleiros do Norte: os alferes António Garcia (CCS), Mário Sousa (1ª. CCAV.), João Machado (2ª. CCAV) e Augusto Rodrigues (3ª. CCAV.) e ds furriéis milicianos José Monteiro, Viegas e Francisco Neto (CCS), Manuel Pinto (1ª. CCAV.), António Letras (2ª. CCAV.) e Armondo Reino (3ª. CCAV.)
Telmo Augusto Pinto de Mesquita era o seu nome, natural de Ribalonga (Carrazeda de Ansiães) e especializado neste tipo de instrução, fazia uma demonstração do funcionamento do sistema de segurança de uma armadilha montada com uma granada de mão quando se deu o rebentamento. A outra vítima mortal foi o cadete Victor Manuel Ramires Pereira, do Lavradio, no Barreiro. Houve ainda 14 feridos.
O acidente e a morte do aspirante Pinto Mesquita e do cadete Victor Pereira - para além dos 14 feridos no acidente de instrução - surpreendeu e impressionou os futuros Cavaleiros do Norte que tinham passado por Lamego. Afinal, nós mesmos, meio ano antes tínhamos passado por aquele tipo de instrução. E precisamente com aquele instrutor do CIOE.
Humberto Zambujo em
 1975, soldado rádio-
-telegrafista da CCS

Mais Cavaleiros em
Licença de Normas

A 19 de Março de 1974, um grupo de rádio-telegrafistas do Batalhão de Cavalaria 8423 entrou de Licença de Normas, os 10 dias de férias de mobilização.
A maioria dos mobilizados, recordemos, já estava em gozo dessa licença desde o dia 18 desse mês de há 43 anos.
Humberto Zambujo,
já civil e em 2015
Um dos agora licenciados, porém, não seguiu para Angola, por qualquer razão, não estando nas listas de embarque do Batalhão: Manuel A. R. Falho (ou Fialho).

CCS, a do
Quitexe

- Arménio Augusto Vinhais, 1º. cabo. Foi punido, já no Quitexe e em Julho de 1974, com 20 dias de prisão disciplinar agravada (pela CCS), depois agravada para 30 dias, pelo Comando do Sector do Uíge (CSU), de Carmona, devendo ter sido transferido para outro Batalhão.
- Humberto Mora Zambujo, soldado. Natural e então, como hoje, residente em Sines, onde é empresário na área da gestão de recursos humanos.
- João Orlando Machado da Silva, soldado. Natural e ao tempo residente na freguesia de S. João, na cidade e concelho de Lisboa.
Jorge Silva, 1º. cabo
TRMS de Zalala

1ª. CCAV. 8423, 
a de Zalala

- Hélio Rocha da Cunha, 1º. cabo. Natural do lugar e freguesia de Mamouros, concelho de Castro Daire.
- Jorge Manuel da Silva, 1º. cabo. Natural do lugar do Corgo, na freguesia de Carqueré, concelho de Resende.
- António Henriques Nunes Lago, soldado. Natural e então residente no Bairro da Pontinha, concelho de Loures.
- Fernando Jesus da Costa Coelho, soldado. Residente na Presa Velha, em Campanhã, cidade e concelho do Porto.

1º. cabo José Beato,
 TRMS de A. Viçosa 

- 2ª. CCAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa

- Jorge da Silva Martins, 1º. cabo.  Natural e residente no lugar da Gândara dos Olivais, então freguesia de Marrazes, no concelho de Leiria. Agora, reside em Vieira de Leiria.
- 1º. cabo José Maria Pedrosa de Pinho Beato. Natural da freguesia da Cedofeita, no Porto, e agora morador em Valongo.
- Domingos Maciel de Faria, soldado. Natural do lugar e freguesia de Durrães, no concelho de Barcelos. Actualmente, está emigrado na Venezuela.
- João Carlos Santana Palongo, soldado. Natural e residente na freguesia de S. Sebastião, na cidade (Rua A. Rodrigues da Costa) e concelho de Setúbal.
José Novo, TRMS
de Santa Isabel

3ª. CCAV. 8423, a
de Santa Isabel

- Aníbal Amadeu Rocha dos Santos, 1º. cabo. Natural do Bairro da Musgueira, no Lumiar, na cidade e concelho de Lisboa.
- António João Malhado Rodrigues, 1º. cabo. Natural da freguesia de S. Pedro, na cidade e concelho de Elvas.
- Jerónimo Maria Rafael Soares, soldado. Natural e então residente na Passagem de Nível de Massamá, concelho de Sintra.
- José de Oliveira Novo, soldado. Natural do lugar de Vale do Riço, freguesia do Souto, concelho de Santa Maria da Feira. 

3 707 - Exército integrado de Angola, com movimentos emancipalistas!

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Cavaleiros do Norte da 3ª. CAV.8423, a de Santa Isabel, no encontro de 6 de Junho de 2015, em Vila Real
 à frente, sentados, Francisco (Reguila), Eusébio, Arlindo Novo e furriéis Fernandes e Belo. Na segunda,
 Eusébio, alferes Carlos Silva, Abílio Cunha, furriel Flora, Coelho (Buraquinho), Baptista Carvalho, fur-
 riel Ribeiro, Armando Silva e furriel Querido. Na terceira fila, furriel Cardoso. P. Gonçalves, José Novo e
  Carrilho. Na quarta, Gabriel Morais e furriel Lino. Atrás, Ramos, Friezas, Feliciano e capitão Fernandes
Placa a indicar a Fazenda Santa Isabel. A 15 quilómetros,
 onde então estava a 3ª. CCAÇ. 4211, antecessora da
3ª. CCAV. 8423, os Cavaleiros do Norte


A actividade dos Cavaleiros do Norte, neste tempo de 1975, estava operacionalmente concentrada «em Exército integrado, com os movimentos emancipalistas». Seria, mas não chegou a ser, o futuro Exército de Angola.
A acção começou, experimentalmente, a 15 de Março de 1975, nas comemorações do feriado da FNLA. Continuou com carácter regular a partir da noite de 26 para 27 e o plano incluía formação específica: cada especialista português dava a respectiva instrução aos angolanos indicados pelos três movimentos - a FNLA, o MPLA e a UNITA. Fosse como atiradores, como escriturários, ou mecânicos-auto, electricistas e operadores de transmissões, enfermeiros, sapadores, condutores, cozinheiros e padeiros..., todas, no fim de contas, as especialidades de uma unidade militar.
Lamentavelmente e principalmente devido aos muitos problemas (desentendimentos políticos e militares) entre os movimentos angolanos de libertação, o que no Acordo do Alvor, e nesta delicadíssima matéria, tinha sido estipulado, não passou do papel e das boas intenções.
Eurípedes Pavanito,
condutor da 3ª. CCAV. 


3ª. CCAV. 8433, a
de Santa Isabel

A 5 de Março de 1974, segundo a Ordem de Serviço nº. 55 (do dia 7), apresentaram-se 6 novos «nomeados para servir no Ultramar e no BCV. 8423», todos destinados à 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel.
Os seguintes:
Gabriel Morais,
da 3ª. CCAV. 8423
- Saúl Francisco Moreira dos Santos, 1º. cabo mecânico-auto de ligeiros. Natural do lugar do Carregal, freguesia de Canelas, concelho de Vila Nova de Gaia. 
- António Joaquim Pestana Chambelo, condutor. Natural da Penha Longa, em Linhó, concelho de Sintra.
- Eurípedes Jacinto Pereira Pavanito, condutor. Natural e e então também residente no Bairro das Casas do Povo, freguesia do Torrão, concelho de Alcácer do Sal.
- Gabriel José Figueiredo Morais, condutor. Natural  e então residente no Casal da Vinha, freguesia do Catujal, em Loures. Emigrado em França, tem residência no Barcouço, no concelho da Mealhada (Bairrada).
- Manuel José Friezas, auxiliar de cozinheiro. Natural do lugar das Zervedinhas, freguesia do Monte do Pinheiro, do concelho de Coruche. 
- Mário Jorge da Costa Ferrão, cozinheiro. Natural do lugar de Vila Chã, freguesia e concelho de Seia.

Martins de Santa Isabel
65 anos em Chaves

O dia 22 de Março de 2017 é de o Martins, mobilizado da Fazenda Santa Isabel, festejar 65 anos de vida.
João Martins (ou Monteiro?), de seu nome completo, era soldado clarim da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, e natural do lugar de Cando, da freguesia de Vale de Antes, no concelho de Chaves.
Regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975 e mora em Chaves, na Seara Velha (Bairro das Lajes). Para lá vai o nosso abraço de parabéns!

3 708 - Acidentes no Quitexe e aulas regimentas em Santa Margarida

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, exibindo uma pacaça.
À direita, de óculos e tronco nu, reconhece-se o 1º. cabo Carlos Ferreira.
 E os outros, quem ajuda a identificá-los?
Os furriéis milicianos Farinhas (com o braço engessado,
 na sequência do acidente), Neto e Viegas, com o inesquecí-
vel Agostinho Papelino, o engraxador que não engraxava
coisa nenhuma. Fazia que...




O Diário do Governo, II Série, de 22 de Março de 1974, publicava o despacho da Presidência do Conselho (de Marcelo Caetano) com nomeação do general Joaquim da Luz Cunha para o cargo de Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, substituindo Costa Gomes - que fora exonerado a 14 do mesmo mês. Até aí, Luz Cunha era o Comandante-Chefe das Forças Armadas em Angola. 
Picote, à esquerda e de pé, seguido
 do 1º. cabo A. Teixeira (pintor), Serra
e 1º. sargento Aires. Em baixo, 1º. cabo

Teixeira (estofador). Atrás, à direita,
 o condutor Miguel. E os outros?
Angola onde, vítimas de acidente de viação e segundo a imprensa do dia, faleceram os 1ºs. cabos José Manuel de Oliveira, natural de Vilarinho da Lomba (Vinhais), e Ramiro Moura Teixeira, de Paranhos (em Valpaços) e o soldado Adelino Gomes Galvão, que era da Devesa (no concelho de Arcos de Valdevez). 

Dois acidentes na
CCS do Quitexe

Mortes por acidente eram muito mais vulgares que o que se possa imaginar, normalmente resultantes de um menor conhecimento e adaptação aos pisos - por parte dos condutores, A CCS dos Cavaleiros do Norte registou pelo menos dois nas primeiras semanas da jornada angolana do Uíge - um deles envolvendo o PELREC, pouco depois do cemitério do Quietexe, com capotagem de um UNIMOG conduzido pelo condutor auto-rodas António do Rosário Picote, felizmente sem consequências de maior. Outro, com o Pelotão de Sapadores e do qual saiu ferido num braço o furriel Joaquim Farinhas - como se vê na imagem, em que está com o Neto e o Viegas e o inesquecível e impagável Agostinho Papelino, que todos se lembrarão de ser engraxador (sem nada engraxar, fazia de conta) e exímio tocador de toques militares, com uma mangueira de jardim.
Os furriéis milicianos Grenha Lopes (que foi monitor
 das Aulas Regimentais em Santa Margarida) e Agos-
tinho Belo (em cima) e Graciano Silva, da 3ª. CCAV.
8423, a da Fazenda Santa Isabel

Aulas Regimentais
no BCAV. 8423

A Ordem de Serviço nº. 71, do RC4 e de 26 de Março de 1974, dá conta da nomeação do (futuro) furriel miliciano José Avelino Grenha Lopes como monitor das Aulas Regimentais, a partir de 6 de Fevereiro.
O mesmo dia foi data para a indicação de militares do BCAV. 8423 que foram matriculados nas duas primeiras classes. 
Eusébio e o furriel José
Carvalho em 1975 (Quitexe)
A primeira tinha apenas um aluno:  Raúl M. F. da Silva, que não consta da lista de embarque para Angola.
A 2ª. classe tinha os seguintes:
- António Manuel da Silva Matias, da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Paradeiro desconhecido. Embarcou para Angola e esteve na Fazenda Santa Isabel.
- Armindo Frazão da Silva, da 3ª. CCAV. 8423. Morava na Rua do Duque de Coimbra, em Rio Maior.
Eusébio e esposa (2015)
- Bernardino Fernando Carlos Alcobia da 2ª. CCAV. e depois da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel. Da Quinta do Bacalhau, na freguesia de Santa Engrácia, cidade e concelho de Lisboa.
- João Inácio Rodrigues Gonçalves, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Natural da Moita do Ribatejo, concelho da Moita.
- João Pereira da Silva, da 1ª. CCAV. 8423, natural do lugar de Asssento, freguesia de Laje, concelho de Vila Verde.
- José Manuel Nunes Eusébio, da 3ª. CCAV.. Natural do lugar de Gradil, freguesia do Arneiro, concelho de Mafra.
- Ramiro Ferreira Domingues, da 1ª. CCAV. 8423 e ao tempo residente nas Meirinhas de Baixo, freguesia das Meirinhas, concelho de Pombal.
- Raúl Rosa da Graça, da 2ª. CCAV. e depois da 3ª. CCAV. 8423, que era residente na Rua Mouzinho de Albuquerque, na cidade e concelho do Barreiro.
Também estiveram matriculados, mas deles não temos rasto, Adriano Ferreira de Sousa (da 2ª. CCAV.) e Manuel G. Mateus (3ª. CCAV.).

3 709 - Polícia Militar (PM) em Carmona e 11 mortos em Luanda

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Quatro furriéis Cavaleiros do Norte, ainda 1º.s  cabos milicianos e
 em Santa Margarida: António Carlos Letras, José Louro. Victor
 Costa (atrás e de pé) e João António Brejo (sentado)

O alferes miliciano João Machado na entrada de Duque
de Bragança, numa excursão da 2ª. CCAV. 8423 às fa-
mosas quedas de água  desta vila angolana

A mudança dos Cavaleiros do Norte da Companhia de Comando e Serviços (a CCS, do Quitexe) e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa) do BCAV. 8423 para Carmona, iniciada a 2 de Março de 1975, «levou à necessidade de promul-
gação de novas NEP, ou alteração das mesmas», como revela o Livro da Unidade, acrescentando que «a situação de Carmona levou à necessidade de execução de um serviço de PM nas ruas da cidade».
O 1º. cabo Augusto Mota, da 3ª. CCAV.
8423, de quem agora tivemos notícias. É
 empresário de panificação em Lousada
O objectivo era, ainda segundo o Livro de Unidade, «garantir a melhor apresentação do pessoal militar, sobretudo com vista a procurar, através deste meio, prever a resolução das muitas quezílias existentes entre a população civil e as NT, devido à animosidade que aquela tem a estas».
Animosidade bem visível e bem sentida pela guarnição, que vulgarmente era ofendida na sua honra nas ruas, bares e restaurantes ou cinemas da cidade - havendo, da parte dos comandos militares, o aconselhamento rigoroso para que não reagíssemos a quaisquer provocações. E foram muitas, exageradamente muitas e muito pouco simpáticas!
A comunidade civil, insatisfeita com a evolução política do processo de independência de Angola, atirava culpas para cima da tropa, que acusava de não defender os seus interesses - fosse eles quais fossem. Era lamentavelmente muito vulgar que nos apontassem os dedos e, por exemplo, nos chamasse, cobardes e traidores. E isso nunca fomos! Como os trágicos primeiros dias de Junho desse ano de 1975 viriam a mostrar! Se tal fosse preciso! Se antes e depois a acção primária da guarnição não fosse operacionalizar a segurança da cidade, de pessoas e de bens! E de todos os equipamentos básicos: hospital, água electricidade, bens alimentares, comunicações e transportes! Tudo!
Notícia do Diário de Lisboa de 23 de Março de 1975,
sobre os incidentes de Luanda, entre MPLA e FNLA

Tiroteio em Luanda
e tropa sem intervir

A madrugada de 23 de Março de 1975, um domingo, foi tempo de«tiroteio em Luanda, entre as forças do MPLA e da FNLA». Os recontros já se tinham iniciado no dia 21 (a sexta-feira anterior) «em bairros suburbanos, provocando já 11 mortos, entre os quais se encontra(va)m dois civis».
Os dois movimentos tinham chegado a acordo, ao fim da tarde de véspera (sábado, dia 22),«no sentido de fazer recolher as suas tropas aos respectivos aquartelamentos», mas, reportava o Diário de Lisboa desse dia 23 de há 42 anos, «recomeçaram esta manhã, particularmente nos Bairros Cazenga, Marçal, Sambizanga e Vila Alice». Além disso, «houve intenso tiroteio em toda a zona suburbana, a partir da avenida do Brasil».
A tropa portuguesa não interveio, explicando o tenente-coronel Heitor Almendra, comandante do Sector de Luanda, que «os incidentes são uma questão entre os movimentos, recusando-se a intervir», o que, na opinião do DL, «poderá fazer perigar o cumprimento do Acordo do Alvor, em que Portugal também é parte interessada».
O Conselho de Defesa, presidido pelo Alto Comissário Silva Cardoso, general português, reuniu na tarde desse domingo, para se «ocupar da crise».
Victor Francisco, do
PELREC, em 1974

Francisco, 65 anos 
na Marinha Grande

O atirador de Cavalaria Francisco comemora 65 anos a 23 de Março de 2017. Precisamente hoje!
Cavaleiro do Norte do PELREC do BCAV. 8423, da CCS e do Quitexe, Victor José Ferreira Francisco - de seu nome completo - foi combatente sem medos e sempre disponível.
Francisco em 2013
Militar disciplinado e rigoroso no cumprimento dos seus deveres, nunca disse não a qualquer missão, fosse qual fosse. E onde fosse: na mata, na cidade, no quartel. Sempre na frente.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua terra natal da Marinha Grande, onde fez vida profissional como operário vidreiro, agora já aposentado. É para lá que vai o nosso abraço de parabéns! E com o desejo de que aos 65 se somem muitos e bons anos de vida!

3 710 - O 2º. comandante José Diogo Themudo nos Cavaleiros do Norte

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O agora coronel José Diogo Themudo, que, então como capitão de Cavalaria,
assumiu o comando interino do BCAV. 8423 a 24 de Março de 1975. Os
Cavaleiros do Norte estavam aquartelados no BC12, em Carmona
O capitão de Cavalaria José Diogo Themudo, à di-
 reita e na varanda do BC12, com o alferes João Ma-
chado (à esquerda) e o capitão José Paulo Falcão


O BCAV. 8423 esteve sem 2º. comandante até ao mês de Março de 1975, quando, em dia indeterminado, lá chegou o capitão José Diogo Themudo, conhecido do comandante Carlos Almeida e Brito - quem, ocasional-
mente o encontrando em Luanda, o convidou para assumir as funções.
O 2º. comandante seria o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro, que, nas vésperas do embarque para Angola, foi «desviado» pelo MFA e colocado na Guiné «por motivos imperiosos de serviço». Faleceu a 16 de Ju-
lho de 2011, em Lisboa, tenente-coronel, aos 80 anos - nascido a 7 de Outubro de 1931.
O tenente-coronel Carlos Al-
meida e Brito, comandante
do BCAV. 8423 
O capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo, 
a 24 de Março de 1975, assumiu as funções de comandante interino do BCAV. 8423, substituindo o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito que, nessa data e também interinamente, assumiu funções de comandante da Zona Militar Norte (ZMN).
José Diogo Themudo estava em Luanda, sem coloca-
ção, depois de a unidade de Silva Porto (para a qual ia destinado, a substituir outro capitão) já ter regres-
sado. Pediu, mas foi-lhe negado o regresso a Lisboa. Era o último oficial a ter chegado a Angola.
«Instalei-me na messe oficiais e de quando em vez ia procurar novidades ao Quartel-General», explicou-nos, adiantando que, asssim, «fiz praia durante um mês».
Um dia foi ao aeroporto para se despedir de um camarada de armas e foi lá que o tenente-coronel Almeida e Brito o achou. «Convidou-me para 2º. comandante do Batalhão e apesar de serem funções de major e eu ser apenas capitão, aceitei o convite. Resolvemos o problema no Quartel-General e fui para Carmona», historiou o agora coronel aposentado José Diogo Themudo.
Notícia do Diário de Lisboa sobre o recrutamento, pela
FNLA, de refugiados para as suas Forças Armadas

Incidentes em Luanda e
recrutamento da FNLA

Os tiroteios na área suburbana de Luanda continuaram a 23 de Março de 1975, envolvendo forças do MPLA e da FNLA - mesmo depois do acordo de sábado à noite (dia 21) e ante a propo-
sitada não intervenção das Forças Armadas Portuguesas. Por decisão do Comando de Sector de Luanda.
Ao mesmo tempo, o movimento de Holden Roberto preparava o repatriamento de refugiados no Zaire, numa operação de três etapas, segundo noticiava a revista «Afrique-Asie»: uma primeira, que começara já em Setembro de 1974, agrupando-os em quatro agrupamentos, todos no Zaire (Nandulu, Kassai, Baixo Zaire e Shabi); uma segunda, então em execução, instalando-os em 20 campos de alojamento ao longo da fronteira com Angola; e uma terceira, envolvendo o transporte e instalação dos refugiados em Angola e em diferentes campos permanentes.
A operação envolveria 400 000 refugiados (segundo a ONU), ou dois milhões (segundo a FNLA). E custaria 20 milhões de dólares. O Zaire não financiaria a operação (por falta de tesouraria e depois de o FMI lhe ter recusado um empréstimo) e a revista «Afrique-Asie» noticiava que o ministro da Saúde do Governo Provisório (Samuel Abrigada, da FNLA) pediu, mas não teve, dinheiro de Igrejas Reformistas americanas. Recusaram dar esse apoio.
Assim sendo, e ainda segundo a mesma revista, «certas empresas mineiras e fazendeiros do Norte de Angola estaria dispostos a financiar a operação». A FNLA, com esta medida, dizia a «Afrique-Asie», «mataria dois coelhos de uma só cajadada: poderia recrutar no Zaire um exército para ocupar o Norte de Angola e para apoiar os seus projectos de domínio no Governo de Luanda».
Porfírio Malheiro
no BC12 e em 1975


Malheiro do Quitexe, 65
anos em Santo Tirso

O dia 24 de Março de 2017 é de aniversário do «benjamim» da CCS, já em Carmona: o Porfírio Tomaz Malheiro de Jesus1º. cabo de reparação e manutenção de material que, nesse já bem distante dia de 1975 e em Carmona, festejou os 20 anos! Nascido em 1955!
P. Malheiro em 2015
O Malheiro, zelosamente, cumpriu a sua jornada angolana na oficina-auto comandada pelo alferes miliciano António Albano Cruz. Por coincidência, são ambos naturais do concelho de Santo Tirso - ele, o Malheiro, do lugar de Foral.
Lá regressou a 8 de Setembro de 1975 e por lá fez (e faz) vida, como motorista internacional. Hoje, festeja 62 anos e para ele «viaja» o nosso abraço de parabéns!

3 711 - Uíge muito trabalhoso mas calmo, 20 mortos em Luanda

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Cavaleiros do Norte de Zalala exibindo uma peça de caça: os 1º. cabos Carlos Ferreira (à esquerda) e
 Temporão Campos (cozinheiro, à direita). De camuflado e à esquerda, reconhece-se o furriel Américo
 Rodrigues. O 1º. cabo operador-cripto Ângelo Lourenço será quem espreita do lado esquerdo.
E quem são os outros? Diz Carlos Ferreira que serão todos cozinheiros

O quartel do BC 12, à saída de Carmona para o Songo e
visto do lado da cidade. A CCS e a 2ª. CCAV. 8423 esta-
 vam aqui instaladas há 42 anos
A 25 de Março de 1975, uma terça-feira, as autoridades militares portuguesas em Angola faziam o balanço dos incidentes entre o MPLA e a FNLA, de dois dias antes: 18 mortos entre os militantes deste movimento, o de Holden Roberto, «enquanto nenhum há a registar entre as forças do MPLA», reportava o Diário de Lisboa, porém, sublinhando que «no momento, é difícil determinar o número de vítimas». Sem esquecer os 2 civis.
Notícia do Diário de Lisboa de 25 de Março de 1975 sobre
 a situação em Angola: «Mmais de 20 mortos nos combates
 entre as forças o MPLA e da FNLA», em Luanda. «A calma

 regressa a Luanda», antetitulava o jornal vespertino
Os incidentes entre as FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola, o braço armado do MPLA) e o ELNA (Exército de Libertação Nacional de Angola), idem, da FNLA) tinham reco-
meçado na madrugada do dia 23, o do-
mingo - depois de escaramuças a 21 (a 6ª.-feira anterior), «nalgumas zonas dos subúrbios e afectaram seriamente a vida da população» da cidade de Luanda.
Havia mesmo, segundo o Diário de Lisboa, «certas áreas interditas à normal circulação de pessoas e viaturas», como era o caso do Bairro Cazenga,«onde durante toda a tarde e noite de ontem se ouviram constantes disparos de armas automáticas e rebentamento de granadas». Ontem, que - recuemos no tempo... - foi o dia 24 de Março de 1975, uma segunda-feira.
O Alto-Comissário Silva Cardoso, à di-
reita, com o almirante Rosa Coutinho

Morte de 2 crianças
no bairro Cazenga

O bairro suburbano do Calemba também não escapou aos combates e, segundo o Diário de Lisboa, «foi palco de novos incidentes», os que, à data, «há 48 horas vem envolvendo forças das FAPLA (do MPLA) e do ELNA (da FNLA».
A chamada «cidade do asfalto», essa parecia longe de tais guerras.«A calma não tem sido perturbada. A vida de decorre serenamente, embora se note apreensão no rosto das pessoas», reportava ao Diário de Lisboa, acrescentando, porém, que, no Cazenga, «algumas pessoas foram atingidas pelas balas e duas crianças morreram devido ao tiroteio».
As Forças Armadas Portuguesas intervieram ao final da tarde do dia 23, após reunião do Conselho Nacional de Defesa (CND), e foi reposta a calma. Patrulhas mistas - formadas por militares portugueses e dos movimentos de libertação - colaboraram na «manutenção da ordem»
O CND, presidido pelo Alto-Comissário Silva Cardoso, general português, e os Estados Maiores do MPLA e da FNLA«ordenaram o regresso aos quartéis das tropas dos dois movimentos de libertação» - os dos presidentes, respectivamente, Agostinho Neto e o de Holden Roberto.
Emblema do BC 12

Calma em Carmona
e pelo Uíge fora

Os Cavaleiros do Norte, pelo Uíge angolano, continuavam a sua jornada em ambiente de relativa calma, embora carrega-
dos de serviços, nomeadamente os  militares operacionais  - que, pela natureza da sua especialização, estavam encarrega-
dos da segurança de pessoas e bens, fossem civis ou fossem militares, - para além da das várias instalações da Forças Armadas na cidade de Carmona.
Era muito curto o número de efectivos disponíveis, apenas os operacionais da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), para tanta exigência de segurança, só na cidade. A guarnição instalada no quartel do extinto BC12 desmultiplicava-se, por isso, em tarefas para «garantir os serviços solicitados ao BCAV., os quais comporta(va)m também as necessidades da Zona Militar Norte» - a ZMN, ao tempo já em fase «também em extinção».
Foram tempos duros e muito, muito difíceis e delicados para os Cavaleiros do Norte, semanas e meses seguidos praticamente sem folgas (ai folgas!...) e enfrentando, no dia a dia, uma cada vez mais crescente e evidente animosi-
dade da comunidade civil branca - muito hostil, na verdade, à tropa portuguesa.
Fazenda Santa Isabel

Condutor Gonçalves,
65 anos no Barreiro

O condutor auto-rodas Gonçalves festejou 23 anos a 25 de Março de 1975, estava ao tempo na vila do Quitexe, na sua (e nossa) jornada angolana do Uíge.
Francisco Gertrudes Gonçalves, de seu nome completo, era da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel mas ao tempo já no Quitexe. Mora em Verderena, na cidade do Barreiro, e é lá que hoje festeja 65 anos de vida. Para lá vão as nossas felicitações, com desejo de muitos mais e bons anos.

3 712 - Patrulhamentos mistos na Carmona capital do Uíge!

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Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: furriéis milicianos António Artur Guedes, José Gomes, António
Carlos Letras e Jesuíno Pinto. Em baixo, os soldados Leonel Sebastião (mecânico) e Manuel Joaquim
Oliveira (cozinheiro), de cigarro na boca e todos em momento de boa disposição, no S. Martinho de 1974


Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV., todos furriéis
 milicianos: Fernandes, Cardoso, Querido, um combatente
  da FNLA e Rocha. Em baixo, Carvalho, Monteiro e Belo
O 1º. cabo Carlos Ferreira, da 1ª. CCAV. 8423, junto de
uma avioneta, na pista da Fazenda de Zalala e em 1974
A noite de 26 para 27 de Março de 1975 foi a de «estreia» dos patrulhamentos mistos na cidade de Carmona, envol-vendo forças portuguesas, da FNLA (o ELNA), do MPLA (as FAPLA) e da UNITA (o ELNA). «Deste modo, ensaiando-se os primeiros passos de actividade operacional em Exército integrado com os movimentos emancipalistas, a seu pedido e porque se verificou um deteriorar da situação, nomeadamente nos distritos de Salazar e Luanda, iniciaram-se patrulhamentos mistos do Exército Português, ELNA, FAPLA e FALA», relata o Livro da Unidade - o BCAV. 8423. Aqui já se contou que «esta actividade militar já havia sido experimentada em 15 de Março, aquando das comemorações do feriado da FNLA e exclusivamente em serviço de segurança dos locais aonde iriam celebrar-se as comemorações»Experiência uíjana que, de resto e continuando a citar o Livro da Unidade, se «mostrou proveitosa, que teve a maior receptividade por parte das forças militares dos movimentos e que, por parte dos nossos soldados foi bem compreendida e aceite, com certa expectativa inicial mas sem problemas de execução»Repetível, por isso. E assim foi durante várias semanas, por Março fora e Abril de 1975 adentro, até à sangrenta e dramática primeira semana de Junho - a dos incidentes de Carmona. A experiência dos Cavaleiros do Norte, aliás, viria a ser «imitada» noutras cidades do território angolano. 
«Tem-se verificado boa aceitação das medidas militares tomadas, o que tem sido a origem do clima de paz que se vive no distrito», sublinha o Livro de Unidade. Por distrito (ou província como também às vezes era denominado), entenda-se o Uíge, de que Carmona era a capital. 

Granadas no jardim do Palácio do Governador 

As «coisas» iam assim por Carmona e Uíge, mas não tão pacíficas por Luanda, onde os acordos entre o movimentos valiam o que valiam. na mesma noite em que a capita do Uíge «inaugurava» patrulhamentos mistos, «a situação voltou a piorar» na capital do Estado (futuro país).
«Duas granadas explodiram nos jardins do Palácio do Governador, não se tendo registado vítimas», reportava a imprensa, acrescentando que «soldados da FNLA ocuparam posições no como de alguns prédios» e que «ouviram-se também tiros de armas pesadas durante a noite, embora se de desconheçam os autores dos disparos».
A população dos bairros urbanos «continua(va) preocupada» pois, destacava a imprensa, «há elementos da FNLA que procedem a autenticas rusgas contra da vontade dos populares», apesar das directiva dos seus comandos, no sentido de não abandonarem os seus aquartelamentos». 
O ministro Lopo do Nascimento «apresentou já um plano para normalizar totalmente a situação», na altura a ser apreciado pelo Alto Comissário (o general Silva Cardoso) e o Conselho de Defesa Nacional.
Ao mesmo tempo (e dia, o 26), o ELNA (da FNLA) convidava a população «a participar no funeral dos soldados que morreram durante os recontros que recentemente ocorreram nesta capital» - a cidade de Luanda - e o comandante Vassoura Timóteo ordenou «a todos os soldados que se mantenham nos respectivos aquartelamentos», frisando que «o mínimo gesto que se verificar contra os militantes e simpatizantes da FNLA, ou contra o ELNA, será considerado desafio aos inimigos do povo».
«A guerra é uma profissão. A morte é um destino. Liberdade e Terra», proclamou o comandante Vassoura Timóteo.
Os furriéis milicianos Viegas e Cruz na avenida
 do Quitexe e no ano de 1974. Atrás, a messe de
 oficiais (à es
querda) e a casa dos furriéis

Vésperas de férias 
na imensa Angola

O tempo destes dias de Março há 42 anos foi tempo de véspera de férias para vários Cavaleiros do Norte. Particularmente dos furriéis milicianos Cruz e Viegas, que tinham «aprontado» um circuito por várias cidades, de norte a sul de Angola.
Viegas e Cruz em 2014, 39 anos depois,
em Lisboa e nos jardins da Estufa Fria
Iam, não iam? A situação militar permitiria que fossem? Permitiu, mas o descanso emocional só ficou garantido depois de uma conversa formal com o comandante da CCS (o capitão António Oliveira) e, depois desta, com o capitão José Paulo Falcão (o oficial de operações). «Tudo indica que sim, que podem ir...», disse-nos este oficial do BCAV. 8423.«Depois logo se vê...», acrescentou com um «aviso», porém:«Vocês tem de estar sempre localizados. Tratem disso...».
Felizmente, pudemos gozar as férias sem nenhuma «chamada» e começámos-las pela Luanda, que fervilhava e se dramatizava em combates fratricidas e onde, como acima se historia, até granadas eram atiradas para os jardins do Palácio do Governador.

3 713 - Comandantes no Quitexe e mortes e fuzilamentos em Luanda

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Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, todos furriéis milicianos e à frente
 do bar A Cubata, em Santa Isabel: António Fernandes, Vitor Mateus Ribeiro

Guedes (falecido a 16 de Abril de 1998, em Lisboa e de doença), Ângelo
 Rabiço, José Querido e Agostinho Belo 
Grupo de angolanos das Forças Militares Mistas,
aqui na parada do BC12, em Carmona e há 42 anos 


A 27 de Março de 1975, o comandante Carlos Almeida e Brito (então interino da ZMN, desde 24 de Março e até 3 de Abril) visitou a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel mas que, ao tempo, estava aquartelada no Quitexe. 
A razão era apresentar o 2º. comandante (e comandante interino) do BCAV. 8423 - o capitão José Diogo Themudo.
A Rua do Comércio e o Hotel Residencial Apolo, em
1974/75 e na cidade de Carmona, actual Uíge
Carmona ia no segundo dia de patrulhamentos mistos na cidade e principais acessos, sem incidentes especiais, mas com permanente e exigente atenção da parte das forças portuguesas - devido à latente (e evidente) desconfiança entre os elementos da FNLA e do MPLA.
Na verdade, eram evidentes as diferenças e animosidades (até) pessoais entre os homens dos dois movimentos emancipalistas - que, de resto, nem se esforçavam por as «esconder». E que se notavam, por exemplo, nas posições que ocupavam mos Unimog´s que transportavam as Forças Mistas - fossem mais à frente, ou mais atrás. 
Insultos, piadas e acusações eram vulgares entre eles, o que várias vezes obrigou a posições disciplinares dos comandantes (portugueses) das Forças Mistas. Com os riscos daí inerentes, por todos eles, obviamente, estarem armados e poderem reagir com maior ou menor perigo. Uma vez, depois da meia noite e na Rua do Comércio e frente ao Hotel Apolo, dois deles (um de cada movimento) tiveram de ser desarmados, para se evitarem males piores. Cada um deles reagia a provocações entre eleas e outras, vindas dos prédios vizinhos, de anónimos supostamente civis. 
A primeira página do Diário de Lisboa
de 27 de Março de 1975, há 42 anos:
«Angola | Ameaça de guerra civil»

Soldados da FNLA
fuzilaram 50 MPLA´s

O dia, uma 5ª.-feira e em Luanda, ficou dramaticamente marcado pela latente ameaça de guerra civil. «Ontem, Luanda vivei momentos dramáticos. Soldados da FNLA fuzilaram 50 guerrilheiros do MPLA, numa estrada próxima da capital angolana, quando estes regressavam à cidade, desarmados, vindos de um centro de instrução militar. Pioneiros do MPLA também foram massacrados e dois deles enforcados», relatava  do Diário de Lisboa.
«Os homens foram capturados num ataque de surpresa e mandados subir para um camião que os levou  ate um sítio isolado, perto de uma vala. Ali, à medida que iam descendo, eram abatidos com rajadas de metralhadora. A certa altura, os presos, vendo a sorte que os esperava, lançaram-se para debaixo da viatura, numa tentativa desesperada de fuga», relata(va) o DL, acrescentando que«alguns conseguiram escapar, fingindo-se mortos».
Inscrições da FNLA em
Luanda, de apoio à FNLA e
 e ao presidente Holden Ro-
berto, o «papá dos chefes
revolucionários»

Mais 21 mortos
e 81 feridos

O relato foi de alguns dos sobreviventes, precisando que menos sorte tiveram os que estava feridos, mas que não podiam disfarçar o seu estado. «A esses, era-lhe aplicado o tiro de misericórdia», noticiou o DL.
O vespertino de Lisboa, em serviço especial a partir de Luanda, sublinhava que «a casa mortuária de Luanda está pejada de cadáveres, vitimas das acções desencadeadas pela FNLA sobre a população civil» e que «começa(va) a desenhar-se a possibilidade de uma manifestação dos fa-
miliares». Entre as 22,30 horas de 25 de Março e as 17,15 de 26, entraram no Hospital de S. Paulo, segundo o seu di-
rector (Mac Mahan Vitória Pereira),«81 feridos com armas de fogo, alguns em estado muito grave, e 21 cadáveres de indivíduos desconhecidos mas igualmente vítimas do intenso tiroteio de armas ligeiras e pesadas, que afectam algumas zonas suburbanas da cidade».
Alguns simpatizantes do MPLA, ali internados, denunciaram o massacre numa fortaleza perto de Luanda, para onde a FNLA os levou e onde «alguns companheiros teria sido sumariamente executados a tiro ou arma branca». A médica do serviço de urgência disse «haver feridos a tiro e à punhalada».
Os ministros Melo Antunes e Almeida Santos reuniram nessa manhã de há 42 anos com o Alto Comissario e Colégio Presidencial (formado por Lopo do Nascimento (do MPLA), José N´Dele (UNITA) e Jony Eduardo (FNLA), mas do encontro não houve comunicado oficial.

3 714 - Comandantes em Vista Alegre e cessar fogo em Luanda

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Os alferes milicianos Jaime Ribeiro e António Garcia  e os tenentes
 Acácio Carreira da Luz (que hoje faz 88 anos, na Marinha Grande) e
 João Elóy Borges da Cunha Mora (falecido, de doença e em Lisboa, a
 21  de Abril de 1993, com 67 anos e em Lisboa)

Cavaleiros do Norte de Santa Isabel: furriel Graciano
Silva e alferes Mário Simões (atrás) e furriéis Luís Capi-
tão (falecido a 05/01/2010, em Vila Nova de Ourém e de
doença) e José Fernando Carvalho. Há precisamente
42 anos e com o seu pelotão (o 3º. da 3ª. CCAV. 8423),
 reforçaram a guarnição de Carmona 


O dia 28 de Março de 1975, pelo Uíge angolano, foi tempo de o comandante Carlos Almeida e Brito visitar a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala, mas ao tempo aquartelada em Vista Alegre.
Interino da Zona Militar Norte (ZMN), o comandante do BCAV. 8423 (CAB) fazia-se acompanhar pelo também interino, mas dos Cavaleiros do Norte - o capitão José Diogo Themudo, que desde o dia 24 de Março era 2º. comandante do  BCAV. 8423.
O alferes Carlos Silva, ladeado pelo condutor Manuel
 Mendes (á esquerda) e o atirador Ernesto Simões.  Ca-
valeiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel
A 1ª. CCAV. 8423 também tinha um destacamento em Ponte do Dange e era comandada pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias - a quem, e à guarnição, foi apresentado o capitão José Diogo da Mota e Silva Themudo.

Reforço dos Cavaleiros
e Licença de Normas

A «impossibilidade de garantir os servi-
ços solicitados ao BCAV., que comportam também os da ZMN, também em extinção» implicou o seu reforço, a 28 de Março de 1975, com «mais um grupo de combate, este da 3ª. CCAV. 8423, por ser a subunidade que, de momento, tem a sua vida menos sobrecarregada».
Grupo de combate (o 3º. pelotão) que tinha estado na Fazenda Maria Amélia e era comandado (ver foto) pelo alferes Mário Simões e incluía os furriéis mili-
cianos Graciano Silva, José Fernando Carvalho e Luís Capitão - este infeliz-
mente já falecido, de doença, a 5 de Janeiro de 2010, em Vila Nova de Ourém.
Um ano antes, terminava a Licença de Normas dos futuros Cavaleiros do Norte, iniciada a 18 de Março de 1974, a qual, todavia, e segundo o Livro da Unidade, «acabou por ser aumentada, de tal modo que só a 22 de Abril se voltou a reencontra todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à Instrução Operacional».
Nesse período, os quadros milicianos (alferes e furriéis) iam prestar serviços de ordem ao aquartelamento de Santa Margarida - em escala previamente estabelecida. Os praças foram dispensados dessa obrigação.
O Diário de Lisboa e a notícia do
 acordo para cessar os combates 

Acordo em Luanda
para o cessar fogo

A reunião dos ministros Almeida Santos e Melo Antu-
nes com o Colégio Presidencial do Governo Provisório de Angola resultou na assinatura de um protocolo entre os três movimentos de libertação, pelo qual MPLA, FNLA e UNITA «se obrigam a cessar as hosti-
lidades e a libertar até ao meio dia de hoje todas as pessoas que prenderam durante os últimos dias».
A UNITA tinha sido neutral nos trágicos acontecimen-
tos desses dias, mas assinou o acordo, que se nego-
ciava desde a véspera e se concluiu na madrugada de 28 de Março de 1975.
A FNLA era acusada de dispor de soldados zairenses. «Os soldados todos falavam francês e muitos deles nem conhecem qualquer dialecto angolanos. Certos meios progressistas de Luanda dizem que não sabem até que certo ponto muitos deles não terão pertencido a exércitos convencionais», referia José António Salvador, no Diário de Lisboa, acrescentando que«os soldados da FNLA continuaram as suas acções de intimidação, durante o dia de ontem», aparentemente, frisava,«com apoio de alguns pides».
Um grupo de 12 médicos do Exército Português, entretanto, apresentou um abaixo-assinado à Comissão do MFA Angola «protestando energicamente con-
tra a actuação da FNLA», que chegou a qualificar como «bestialidade nazi».
«O que parece definir a FNLA é o seu nacionalismo exacerbado, intolerante, que usa o terror como arma», referia o comunicado dos médicos militares portugueses. A FNLA, de Holden Roberto, a antiga UPA.
O capitão Acácio Carreira da Luz e esposa,
numa imagem de 2013, em Paredes (Porto).
Hoje, festeja 88 felizes e saudáveis anos, na
 Marinha Grande. Parabéns!

Tenente Acácio Luz
festeja 88 anos!

O tenente Luz foi chefe de secretaria do Comando do BCAV. 8423 e neste dia de 1975, em Carmona, festejou os seus já então maduros e experientes 46 anos!
Maduros e experientes 46 anos?! Pois, sem dú-
vida, por esses saudoso tempos de há 42 e lá pelas uíjanas terras do norte de Angola, por on-
de jornadeános em missão de que todos nos orgulhamos! Então e o que dizer de hoje, aos 28 dias de Março de 2017, ir soprar as tantas velas dos, dos..., dos seus sereníssimos e sábios 88?!!
88 anos!!! Oi-ten-taaaaaa e oiiiii-toooooo!.....
Acácio Carreira da Luz continuou a carreira militar depois do regresso de Angola e atingiu a patente de capitão. É participante seguro e activo dos convívios da CCS e neste dia da sua festa maior, na sua terra da Marinha Grande, festejá-los-á em feliz ambiente familiar. É para lá que vai o abraço gigante de todos os Cavaleiros do Norte da CCS! E o desejo certo de muitos mais e bons anos de vida, de saúde e de paraíso!

3 715 - Cavaleiros da CCS vão encontrar-se no RC4! A 3 de Junho de 2017!!!

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O condutor Vicente (organizador), o atirador Marcos e os furriéis milicia-
 nos (Ranger´s) Viegas e Neto, ontem na entrada do Regimento de Cava-
 laria 4, em Santa Margarida - a Unidade mobilizadora do BCAV. 8423


Os furriéis Neto, Viegas, Matos (da 2ª. CCAV.) e Monteiro
 em pose de 1974, em cima de um carro de combate do
RC4. Este e/ou outros ainda lá estão, 43 anos depois! A
3 de Junho de 2017, todos poderemos ir recordar estes
espaços, que foram nossos sítios em 1974
O encontro anual da CCS do BCAV. 8423 vai ser no RC4, em Santa Margarida. A 3 de Junho de 2017! É o regresso, mais de 43 anos depois, à unidade mobilizadora dos Cavaleiros do Norte.
O organizador (o condutor Vicente Al-
ves) avançou com a ideia e a segura disponibilidade e generosa e acolhedora atenção do actual Comando do (nosso) RC4 vão permitir que todos possamos voltar à origem da jornada africana que, em 1974, nos levou ao Uíge angolano.
Cavaleiros do Norte do PELREC: Francisco
Madaleno e João Marcos, que ontem foi reen-
contrado no RC4, em Santa Margarida. Quase
 42 anos depois do regresso da CCS de Angola
Ontem, o Vicente, que é de Vila de Rei (muito perto de Santa Margarida), «mobilizou» três outros Cavaleiros do Norte: o atirador de Cava-
laria Marcos (ainda de mais perto, do Pego, em Abrantes) e os ex-furriéis Neto e Viegas (que viajaram de Águeda). «Mobilizou» e lá estive-
mos, reunindo primeiramente com o sargento-chefe Américo Pratas, adjunto do comandante da Brigada Mecanizada, depois com os majores Pedro Carvalho (2º. comandante do RC4) e João Tavares. Todos eles, gente do alto!
Oportunamente, os «CCS´s» receberão toda a informação necessária, detalhando a forma de inscrição e o programa. Mas vão-se preparando, todos!!!..., mas mesmo todos!!!, para reconhecer sítios onde, no já distante ano de 1974 - antes e depois do 25 de Abril... -, nos preparámos para a missão que nos levou a Angola. Acreditamos que seja emocionante «regressar» aos tempos da flor maior da nossa juventude, quando, crescidos sob o estigma da guerra, para ela lá nos preparámos sem receios e para ela fomos com coragem que tranquilizou o então nosso futuro próximo. 
A Igreja do Campo Militar de Santa Margarida fica
 mesmo ao lado do RC4, ao fundo da avenida D. Nuno
Álvares Pereira. Igual ao nosso tempo de há 43 anos!
Olhando para a imagem, todos a reconhecemos!
Podemos adiantar que, relativamente a esse tempo, muito pouca coisa mudou - desde a longa avenida, passando pelos quartéis e até à Igreja do Campo Militar.

Recolher obrigatório e
libertação de prisioneiros

A 29 de Março de 1975, os Cavaleiros do Norte jornadeavam por Carmona (actual Uíge), levando por diante e sem medos os patrulhamentos mistos.
Vista aérea do RC4 (em primeiro plano)
Os homens da FNLA e do MPLA, lá pelo Uíge, continuavam a sua inamistosa relação, agravada pelas dramáticas notícias que, nos dias de vésperas, chegavam de Luanda: mais de uma centena de mortos (entre combatentes dos movimentos e civis), centenas de feridos, até fuzilamentos..., recolher obrigatório, tiroteio incontrolado de armas ligeiras e pesadas.
A 29, porém, a situação parecia desanuviar, mas... nunca fiando.«Manteve-se esta manhã o recolher obrigatório e a suspensão dos noticiários sobre os acontecimentos de Luanda, apesar de a situação aparentemente estar a regressar à normalidade», relatava o Diário de Lisboa, acrescentando que «com o protocolo ontem assinado, a situação vai-se atenuando na cidade».
Protocolo entre as autoridades nacionais - lá representadas pelos ministros Almeida Santos e Melo Antunes e o Alto Comissário Silva Cardoso - e os movimentos envolvidos nos confrontos e que «implicou» a libertação dos prisioneiros feitos pelo MPLA (entregues às Forças Armadas Portuguesas) e os populares detidos pela FNLA (neste caso, não se sabendo se todos).
Isto, num tempo em que Jonas Savimbi, falando em Dar-es-Salam, fez questão de reafirmar aos jornalistas «a neutralidade da UNITA, refutando, assim, uma notícia da BBC segundo a qual, em caso de confrontação mais vasta, se pôr ao lado da FNLA, contra o MPLA».
Jonas Savimbi, aliás, anunciou «para breve» um encontro dos três presidentes dos movimentos de libertação de Angola, para «tratar de problemas políticos, nomeadamente das eleições».

3 716 - Os últimos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel na Fazenda Maria Amélia!

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 Os últimos Cavaleiros do Norte da Fazenda Maria Amélia. De pé, NN, Caro-
ço, NN, Eusébio e Toy. Em em baixo, NN, Ângelo Teixeira, furriel Carvalho,
 Jesus e NN. Quem ajuda a identificar os NN´s?
Cavaleiros do Norte no lago da Fazenda
Maria Amélia: furriel Carvalho (à frente),
 Ângelo Teixeira e Jesus


A última guarnição militar portuguesa aquartelada na Fazenda Maria Amélia era comandada pelo furriel miliciano José Fernando de Carvalho, da 3ª. CCAV. 8423, que de lá saiu em finais de Março de 1975.  
A fazenda ficava a caminho da mítica Árvore Vaidosa e a Secção era formada por 13 homens, os da imagem de cima, mais os dois que estavam de reforço no momento em que foi tirada e o... fotógrafo - que foi o 1º. cabo Floro Teixeira.
«Fomos os últimos e saímos de lá directamente para Carmona, levando todo o equipamento mili-
tar lá existente, onde esperámos pela chegada nosso pelotão», recorda o furriel Carvalho.
O furriel milicianos Graciano (à esquerda) e
 Luís Capitão (falecido de doença a 05/01/2010,
à direita), ladeando o alferes Mário Simões
O pelotão chegou a Carmona, em reforço da guarnição local, a 28 de Março de 1975. Era comandado pelo alferes Mário Simões e também incluía os furriéis milicianos Graciano Silva e Luís Capitão - este, infelizmente falecido a 5 de Janeiro de 2010, vítima de doença e em Caxarias, na Urqueira, Vila Nova de Ourém. 
Na Fazenda Maria Amélia, o furriel José Fernan-
do Carvalho, o 1º. cabo enfermeiro Floro Tei-
xeira e o soldado Ângelo Teixeira (das transmis-
sões) «hospedaram-se» na casa que se vê atrás do grupo (na foto de cima). Os restantes Cavaleiros do Norte (10), numa dependência ao lado. Havia por lá um lago, no interior da fazenda, onde o pessoal passava algum tempo.
Jornal «Liberdade e Terra» da FNLA


Rádios privadas a «falar» e
Emissora Oficial sem notícias


O recolher obrigatório em Luanda foi levantado a 29 de Março de 1975, depois de vários dias de muitos incidentes entre forças armadas do MPLA e da FNLA, com trágico balanço de mais de centena e meio de mortos e muitos mais feridos - entre militares dos movimentos e civis.
A 30 do mesmo mês e ano, hoje se fazem 42 anos, as emissoras privadas de Angola puderam voltar a apre-
sentar a sua programação normal, mas a Emissora Oficial foi excluída deste regime. «Apenas poderá difundir as notícias constantes dos comunicados oficiais», relatava a imprensa do dia - o último domingo desse Março de 1975.
A Emissora Oficial de Angola, ao tempo, era muito questionada pela FNLA - devido ao tipo de informação que prestava - e o jornal (diário) «Liberdade e Terra», órgão central deste movimento e nas suas duas últimas edições, insurgia-se contra a actividade desta estação radiofónica.

Cristiano e Coelho
em festa dos 65 anos

Os Cavaleiros do Norte Cristiano e Coelho, ambos da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel e depois do Quitexe, festejam 65 anos a 31 de Março de 2017.
Luís Martins Coelho foi 1º. cabo condutor e era (é) natural do lugar de Outeiro da Castanheira, na freguesia de Mouronho, concelho de Tábua - aonde voltou a 11 de Setembro de 1975, o final da comissão em Angola. 
Cristiano Manuel Jorge Fernandes foi soldado atirador de Cavalaria e, ao tempo como agora, mora(va) na Calçada da Graça, em Lisboa. Lá regressou, também a 11 de Setembro de 1975 e por lá tem feito vida.
Parabéns para ambos!

3 717 - Patrulhamentos mistos no Úcua, latente tensão em Luanda...

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Comício em Aldeia Viçosa, vila do Uíge angolano onde esteve aquartelada a
a 2ª. CCAV. 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz, entre
os dias 10 de Junho de 1974 e 11 de Março de 1975


Grupo de Cavaleiros do ECAV. 401, que há 42 anos e com
 Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, fizeram patrulha-
mentos mistos a Úcua, Salazar (actual N´Dalatando) e
Quibaxe. À direita, está o furriel Sá


As medidas militares tomadas pelo BCAV. 8423 «foram muito bem aceites» pelos movimentos e eram «analisadas diariamente e concretizadas em reuniões do Estado Maior conjunto».
As reuniões realizavam-se às 4ªs.-feira e o Livro de Unidade, do BCAV. 8423, su-
blinha mesmo que tal «tem sido a ori-
gem do clima da paz que se vive no dis-
trito, constituindo-se esta equipa de tra-
balho um exemplo para terceiros, pelo que está, até mesmo, a ser itinerante»
Dragões do ECAV. 401 do GC1
Assim, e ainda segundo o Livro da Unidade, «dentro deste contexto, houve contactos a vários níveis com os movimentos das áreas de Salazar, Quibaxe e Úcua, com forças do Esquadrão de Cavalaria 401 e da 2ª. CCAV. 8423, o qual se realizou a 31 de Março de 1975»Há precisamente 42 anos.
 Por Salazar, a cidade, entenda-se a actual cidade de N´Dalatando, cidade que, assim como Úcua e Quibaxe são próximas de Carmona. Estas duas localidades fican na Estrada do Café, a de Carmona (a actual cidade do Uíge, capital da província do mesmo nome) para Luanda. 
O Quibaxe pertence ao município dos Dembos, na província do Bengo. Úcua é do município do Dande e também da província do Bengo. Aldeia Viçosa, onde se aquartelou a 2ª. CCAV. 8423 (ao tempo já no BC12, em Carmona), é uma comuna angolana da província do Uíge.
Os furriéis Cruz e Viegas no separador ajardinado da ave-
nida do Quitexe, há 42 anos. Atrás, vê-se o Bar dos Sol-
dados (à direita) e a cobertura onde eram dadas as aulas
regimentais do BCAV. 8433


Protocolo violado e
latente tensão em Luanda

Os graves incidentes de Luanda tinham diminuído de intensidade, já depois da assinatura do protocolo entre o Governo Português e os três movimentos de libertação.
«Nas últimas 48 horas, houve violação do protocolo (...), mas estas ocorrências não prejudicam o regresso à normalidade, ou à quase normalidade, embora se pressinta um estado de latente tensão», noticiava o Diário de Lisboa, na pena do enviado especial José Salvador, precisando que «no momento em que telefono, há tiroteio na Avenida do Brasil, onde está instalada a sede da FNLA, embora desconheça os pormenores relativos ao incidente».
Era para esta cidade que os furriéis milicianos Cruz e Viegas estavam de malas feitas, para férias que os levariam (e levaram) a conhecer parte da mágica e imensa Angola - começando precisamente pela capital angolana.  
Capitão Victor e o furriel
Oliveira, ambos da CCAÇ.
209/RI 21, do Liberato

Oliveira e Jerónimo
em festas de anos!!

O furriel Oliveira e do soldado sapador Jerónimo tiveram as suas festas de anos a 1 de Abril de 1975. Vão repeti-las!
José Marques de Oliveira foi furriel miliciano vagomestre da CCAÇ. 209/RI 21, a da Fazenda Liberato. Natural do Caramu-
lo, estudou e radicou-se em Águeda, onde fez carreira profissional na Caixa Geral de Depósitos. 
Nogueira e furriéis Viegas e Oliveira,
do Liberato, em Dezembro de 2012
Já reformado é lá que amanhã comemorará 66 anos!
Jerónimo Oliveira de Sousa foi Cavaleiro do Norte do Pelotão de Sapadores da CCS, no Quitexe, e é natural e residente no lugar de Chousas, na freguesia de Souselo, concelho de Cinfães. Trabalha na área da construção civil e a 1 de Abril de 2017 festeja 65 anos.
Parabéns para todos! E muitos e bons dias de anos!!

3 718 - Cavaleiros sem rotação no Uíge, FNLA contra a tropa portuguesa!

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Cavaleiros do Norte de Zalala: o furriel Joaquim Rodrigues e os soldados
 Manuel Amaral, o Bolinhas (encoberto) e João Gonçalves (o Bigodes, ou o
Cigano), no tempo da jornada africana do Uíge angolano
Cavaleiros do Norte de Zalala, mas aqui já em Vista Alegre
e Ponte do Dange: o alferes Pedro Rosa, ladeado pelos fur-
riéis Manuel Pinto (à esquerda) de João Aldeagas


O mês de Abril de 1975 começou na expectativa, da parte dos Cavaleiros do Norte, de que «se realizaria o programa de continuação da remodelação do dispositivo militar».
A 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala e comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias, continuava em Vista Alegre e Ponte do Dange, e parte da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, continuava em Aldeia Viçosa, com a restante em Carmona e no BC12. 
O capitão José Manuel Cruz, de Aldeia Viçosa, ladeado pelos
 alferes João Machado (à esquerda) e Jorge Capela
A rotação dos Cavaleiros do Norte continuava por fazer, nomeadamente porque «as indicações dadas pelos  movimentos emancipalistas, resultantes do abandono de determinadas instalações militares, levou-nos a ter que aguardar que se resolvesses a alto nível as questões pendentes inerente a esse abandono», historia o Livro da Unidade, que foi integralmente escrito pelo Comandante Carlos Almeida e Brito e encerrado a 31 de Agosto de 1975. Os dactilógrafos, já agora (e para não serem esquecidos da memória) foram os 1ºs. cabos escriturários Emanuel Miranda dos Santos (da Gafanha da Boa Hora, em Vagos, mas actualmente emigrado nos Estados Unidos) e Diogo Augusto das Neves Viana (morador em Valbom, Gondomar), com compilação apoiada por todo o pessoal da Secção de Operações do Batalhão de Cavalaria 8423.
O Diário de Lisboa de 1 de Abril de
1975 noticiava que «a FNLA acusa
as Forças Armadas Portuguesas»

FNLA contra as Forças
Armadas Portuguesas

Luanda, no primeiro dia desse Abril de há 42 anos, acordou «calma e  tranquila». «Esta manhã, crianças e jovens bancos dirigiam-se calmamente para as esco-
las e liceus. Quando percorri a pé a «cidade do asfal-
to», parecia ser normal o reinício das almas», reporta-
va José António Salvador, o enviado especial do Diário de Lisboa, sublinhando que «foi esta a tónica de Luanda, onde se respira uma certa serenidade» - isto, depois dos incidentes dos dias anteriores.
O tiroteio da véspera, na Avenida do Brasil, não passara, afinal, de «um pequeno incidente» e a UNITA, mantendo o seu estatuto de «neutral» (relati-
vamente a tais incidentes) mas, armada de G3,«prossegue(ia) a sua intensa colaboração com as Forças Armadas Portuguesas, na manutenção da ordem».
Forças Armadas Portuguesas que eram «veladamente criticadas» pela FNLA, por ter impedido, no Ambriz, o avanço de uma sua coluna (do ELNA, o seu braço armado) «em direcção a Luanda»
O jornal diário «Liberdade e Terra», órgão oficial da FNLA e na edição desse dia 1 de Abril de 1975,  frisava ser«preciso logicamente recordar que foram as Forças Armadas Portuguesa o suporte de 45 anos de fascismo em Portugal e de 14 anos de guerra nas colónias portuguesas». E frisava que «não aceitaremos qualquer partidarismo no processo de descolonização», sublinhando ainda que «a revolução destinada a restituir ao povo do seu país as liberdades fundamentais e de levar a  reconhecer  o direito das colónias à independência, absolve-as de muita coisa mas não necessariamente à olvidação completa dos 14 anos anteriores ao 25 de Abril».
Foi para esta Luanda que, há 42 precisamente anos, partiram de férias os furriéis milicianos Cruz e Viegas, ambos Cavaleiros do Norte da CCS, do Quitexe mas a esse tempo já em Carmona.
O 1º. cabo Victor
Cunha em 1975

Cunha, enfermeiro de Zalala,
65 anos em Coimbra

O 1º. cabo enfermeiro Cunha, da 1ª. CCAV. 8423, a da fazenda Zalala, festeja 65 anos a 2 de Abril de 2017.
Victor Manuel Dinis Cunha é natural de S. João de Campo e vive em S. Martinho de Árvore, em Coimbra. Foi 1º. cabo enfermeiro em Zalala e depois Vista Alegre, Songo e Carmona. 
Victor Cunha, re-
formado, em 2016
Regressou a Portugal em 9 de Setembro de 1975 e por Coim-
bra continuou a vida, pessoal, familiar e profissional. está reformado. Os 65 anos deste Cavaleiro do Norte de Zalala - habitual participante de todas as «panquecas» dos «zalalas» - serão comemorados amanhã, em S. Martinho de Árvore - para onde vai o nosso forte abraço de parabéns, com «receita aviada» para que os possa, de boa saúde e feliz, repetir por muitas e boas primaveras!

Costa, atirador de Zalala
iria fazer 65 anos!

José Maria Soares da Costa foi soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala.
Natural do lugar de Bouço (?), na freguesia de Duas Igrejas, concelho de Vila Verde (no Minho). Lá regressou a 9 de Setembro de 1975 e faria 65 anos a 2 de Abril de 2017
Faleceu a 14 de Dezembro de 2009 e aqui o evocamos com saudade. RIP!



3 719 - Precauções no Uíge e calma, mas não tanto, em Luanda!

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Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, todos furriéis milicianos e
no Quitexe, em 1975. De pé. Fernandes, Graciano Correia da Silva (de
camuflado e agora a fazer 65 anos, a 4 de Abril), combatente da FNLA e
Neto. Em baixo, Rocha, Querido e Cardoso
Um grupo de Forças Mistas na parada do BC12, em
 Carmona e há 42 anos. Prontos para mais um patrulha-
mento na cidade e vias de acesso

Os dias de Abril iam correndo, já se ia no segundo, e pelo distante 1975 e lá pela terra saudosa de Angola, em Car-
mona, os Cavaleiros do Norte da CCS e alguns da 2ª. CCAV. 8423 já estavam muito mais bem adaptados às exigên-
cias urbanas - e aos perigos que eram novidade, para quem chegava dos me-
dos das matas e das picadas de morte...
Carmona: a estrada para o Songo, que ligava a cidade
ao BC12. À direita, vê-se o edifício do Liceu Nacional
Ia passado um mês, desde a chegada do Quitexe, já muita coisa tinha acontecido e por estes primeiros dias abrilinos, continuavam os patrulhamentos mistos na cidade, sempre embrulhados nas desconfianças que os elementos da FNLA e do MPLA não escondia. Antes mostravam, faziam questão de exibir.
A pequena guarnição do BCAV. 8423 estava instalada no BC12 e cada vez mais menos chegava para as encomendas: serviços internos (que não podiam deixar de ser executados) e principalmente os patrulhamentos mistos, 24 sobre 24 horas, na cidade e, pouco depois, os acessos rodoviários, para«garantir a liberdade de circulação» de pessoas e bens. Passou a ter «patrulhamentos de longo curso», assim estão baptizados no Livro da Unidade.
O furriel Viegas de férias em Luanda, há 42 anos,
desfrutando das areais da praia da Restinga, na ilha

Luanda calma, 
mas não tanto...

A situação em Luanda, a esse tempo e apesar das aparências, continuava mui-
to periclitante, muito embora se circu-
lasse tranquilamente pela chamada «cidade do alcatrão». 
Os furriéis milicianos Viegas e Cruz, por lá a laurear o queijo, em gozo de férias, por guerra nenhuma deram e deslocavam-se sossegadamente por qualquer lado da cidade. A cidade branca, a do alcatrão..., frequentando praias e a cosmopolita baixa, bares e restaurantes, a noite e os clubes da dita!
A única nota mais visivelmente delicada, em panfleto profusamente distribuído por militantes do MPLA (e não divulgado em jornais e rádios), era a da convo-
catória de uma manifestação para exigir a substituição do Alto-Comissário (o general Silva Cardoso) e o regresso das tropas da FNLA aos quartéis.
A FNLA, por sua vez e na voz do ministro Jonhy Eduardo, negava qualquer responsabilidade nos graves e sangrentos incidentes dos dias anteriores, assim como a existência de prisões e fuzilamentos dos homens do seu movimento. E apontava o dedo ao MPLA, acusando-o de «ter provocado o clima de tensão que se viveu nos últimos dias».
Novidade há 42 anos, depois da censura a jornais e rádios angolanos (não havia televisão) foi  a proibição de circularem em Angola os jornais Expresso e Sempre Fixe (portugueses) e Notícias (de Lourenço Marques, actual Maputo, em Moçambique). Por lá, apenas a Emissora Oficial de Angola poderia publicitar os comunicados oficiais. As restantes, emissoras só podiam ter a emissão normal (sem os boletins noticiosos).
O furriel Graciano
Correia da Silva, há
há 43 anos, em Santa
Isabel (Angola)

Graciano de Santa Isabel,
65 anos em Lamego

O furriel miliciano Graciano, atirador de Cavalaria, festeja 65 anos no dia 4 de Abril de 2017, na sua Lamego natal.
Graciano Correia da Silva especializou-se na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e integrou a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel e do capitão miliciano José Paulo Fernandes.
O regresso a Portugal, depois da jornada africana do Uíge angolano foi a 11 de Setembro de 1975, fixando-se em Portela das Cambras, freguesia de Lamas, em Lamego. Actualmente, trabalha na área vinícola e é pai do neurologista Nuno Mendonça (no Hospital da Universidade de Coimbra) e  da advogada Helen Isabel Mendonça (na Póvoa do Varzim). Com eles e a «mais-que-tudo», esposa e mãe, festejará os 65 anos na casa de Lamego.
Grande abraço para ele! Parabéns!

3 720 - Tensão política e militar, férias calmas em Luanda

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Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, todos furriéis milicianos e à porta da casa onde moravam, na
avenida: Cândido Pires, António Cruz, José Pires, Armindo Reino, Grenha Lopes, Norberto Morais e Agos-
 tinho Belo. Em baixo, António Maria Verdelho da Silva Lopes, enfermeiro, que a 05/04/2017 festeja 66 anos 
A Delegação da FNLA na Estrada de Catete, depois
de um bombardeamento da MPLA. A luta politica e
militar era intensa, há 42 anos, em Luanda e Angola

Aos 3 dias de Abril de 1975, a situação militar e política «continua(va) muito tensa» em Angola, segundo as agências noticiosas ANI, France Press e Reuters, dando notícia sobre a actualidade e acrescentando que «parece agora dominada por intensa luta política» - numa altura em que Portugal também passou a dar apoio ao MPLA, como já fazia à UNITA e FNLA.
Notícias de Angola no Diário de
Lisboa de 3 de Abril de 1975
Os comunicados de MPLA (do presidente Agostinho Neto) e FNLA (de Holden Roberto), os dois movi-mentos/partidos que terçavam armas nos bairros suburbanos da capital angolana, sucediam-se (com acusações recíprocas) e «a movimentação dos três partidos governamentais e das autoridades portu-
guesas vai (ia) no sentido de se montar imediatamente um dispositivo político e militar que previna as grandes confrontações armadas».

Acusações, comunicados
e reunião dos 3 partidos

O MPLA propôs uma reunião entre os presidentes dos três partidos (os movimentos de libertação), para se«definirem normas complementares que garantam a continuidade pacífica do processo iniciado em Mombaça e no Alvor». E propunha a criação de «um organismo fiscalizador e protector das vidas e dos bens da população, em particular nos bairros populares».
O Alto Comissário Silva Cardoso e o Colégio Presidencial, em comunicado conjunto, denunciaram «manobras de agitadores profissionais, para perturbar o processo de descolonização através de acções violentas». E os movimentos de libertação, para isto obviar, depois de «repudiar tais manobras», puseram à disposição do Comando do Sector de Luanda«as suas forças integradas a fim de que, se necessário, haja uma acção conjunta contra toda e qualquer perturbação da ordem».
A FNLA, pela voz de Johny Eduardo, voltou a negar as execuções de que era acusado pelo MPLA, acusando mesmo este movimento de«ter arrebanhado corpos de vítimas, juntando-os de forma a parecer que houvera um massacre,  a fim de comprometer a FNLA».
A FNLA, de resto, também acusava o MPLA de tentar «impedir a todo o custo a realização de eleições em Angola, mediante manobras dilatórias e provoca-
ções armadas, a fim de criar um clima de insegurança» que, no seu entender, suscitasse «uma intervenção a seu favor, dos seus mentores do Partido Comunista Português e seus companheiros da caminhada».
O furriel Viegas (à direita) com o conterrâneo Albano
Resende (civil), na ilha de Luanda (Restinga)

Cavaleiros em férias e
sem dar pela violência

Os dois Cavaleiros do Norte em férias por Luanda - os furriéis milicianos Cruz e Viegas - continuavam o seu lazer pelos locais mais apetecíveis da cidade, à margem destes acontecimentos. Procuraram a Família Resende (amiga e conterrânea de Viegas) e preocuparam-se, por não a encontrarem na residência conhecida, mas foi achada no centro da cidade, perto da Praça de Touros - fugindo à instabilidade da zona da estrada de Catete, onde moravam.
A noite da véspera (dia 2 de Abril), tinha sido tempo para «novas confronta-
ções violentas» entre as forças do MPLA e da FNLA, desta vez no Bairro Cazenga (pertinho da dita estrada - onde, de uma carrinha de caixa aberta, foi disparada uma rajada sobre a delegação do MPLA. 
O Diário de Lisboa dava conta, na edição de 3 de Abril de 1975, que «os violentos confrontos da última semana provocaram, segundo o MPLA, duas centenas de mortos, muitos feridos e estropiados e inúmeros desaparecidos».
Mais para norte, a caminho de Carmona, também se tinham registado incidentes entre das forças dos dois movimentos. Noticiava o Diário de Lisboa que «em Quibaxe, as violentas confrontações terminaram e o ambiente e normal, tal como no Piri, onde não chegou a haver tiros»
Furriel António Maria
V. Silva Lopes em 1975

Lopes, furriel enfermeiro,
66 anos em Vendas Novas

O furriel enfermeiro Lopes, da CCS dos Cavaleiros do Norte, comemora 66 anos a 5 de Abril de 2017.
António Maria Verdelho da Silva Lopes foi dos bons compa-
nheiros da nossa comum jornada africana de Angola, feita do Quitexe a Carmona e depois por Luanda, no Grafanil
António Lopes no 
encontro de 2015
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fez carreira profissional como funcionário público, nas Finanças (Autoridade Tributária e Aduaneira).
Aposentado e de boa saúde (sempre eram enfermeiro!...) e me-
lhor disposição, é conviva habitual (com a família) dos encontros da CCS e mora na natal cidade de Vendas Novas, freguesia de Santo António, para onde vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no desejo de muitos mais e bons anos de vida!

3 721 - Almeida e Brito no BCAV. 8423, um e outro incidentes no Uíge!

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Forças Militares Mistas na parada do BC 12, em Carmona, prontas a
 sair para mais um patrulhamento. Comandadas por quadros portugueses,
incluíam Cavaleiros do Norte e militares dos movimentos de libertaçã0

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa.
Reconhecem-se, ambos de bigode e à direita, os furriéis
milicianos Carlos Letras e Jesuíno Pinto. E os outros,
quem ajuda a identificá-los?

O tenente-coronel Almeida e Brito retomou o comando do BCAV. 8423 a 4 de Abril de 1975, depois de, interina-
mente, ter comandado a Zona Militar Norte (ZMN) e nos Cavaleiros do Norte, desde 24 de Março, ter sido substituído pelo capitão José Diogo Themudo.
A cidade de Carmona e a província do Uíge viviam a «calma fictícia» de que fala Almeida e Brito no Livro da Unidade, com «um e outro incidentes», que a tropa portuguesa ia resolvendo.
Rodrigues, à viola, e Pinto, de pala,
furriéis milicianos de Zalala num
momento de boa disposição
Os Cavaleiros do Norte, limitados à CCS e parte da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, iam resolvendo essas situações, sempre impondo a autoridade algumas vezes questionada pelos movimentos de libertação e, também, por parte de parte da comunidade civil.
Ao tempo, procurando marcar terreno, frequentemente as forças da FNLA e do MPLA se enfrentavam em pequenos incidentes, de alguma maneira replicando os de Luanda e que cada vez mais se aproximavam da zona de acção dos Cavaleiros do Norte - a Quibaxe e Úcua, a Salazar (actual N´Dalatando). Carmona e o Uíge eram, praticamente e nestes primeiros dias de Abril de 1975, a única zona angolana onde se mantinha a total soberania militar portuguesa. 
As Forças Militares Mistas (FMM) faziam patrulhamentos na cidade e vias de acesso, noite e dia, comandadas por quadros portugueses e incluindo militares dos Cavaleiros do Norte e dos movimentos de libertação. O que não era nada fácil, devido às crescentes animosidades e desconfianças entre as forças angolanas e destas para com os militares portugueses do BCAV. 8423.

Segurança em Angola
preocupa(va) a ONU

A situação em Angola, há 42 anos, continuava delicada e motivou, a 4 de Abril de 1975, uma inesperada visita a Lisboa do embaixador Asdulrasim Farah, enviado especial de Kurt Waldheim (então secretário geral da ONU) - que, nessa qualidade, iria participar, no dia 7, na Conferência da Organização da Unidade Africana (OUA), marcada para Dar-es-Salam, capital da Tanzânia.
«A segurança em Angola preocupa muito o secretariado da ONU», disse Asdulrasim Farah, frisando «esperar veementemente que os três movimentos de libertação se irmanem num espírito de cooperação para que a descolonização de Angola decorra da melhor maneira».

Virgílio, o clarim
de Santa Isabel

O clarim Virgílio dos Santos Mateus, da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, festejou 23 anos a 5 de Abril de 1975.
Ao tempo aquartelado no Quitexe, regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975, fixando-se no lugar e freguesia de Santo da Casa, no Fundão - onde ainda vive(rá), agora no Casal da Senhora da Saúde e onde amanhã comemora(rá) 65 anos. Parabéns!

3 722 - Férias na capital Luanda e cimeira de Estados Africanos

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Cavaleiros do Norte no Quitexe, todos furriéis milicianos: José Carvalho e Grenha Lopes (atrás), Agos-
tinho Belo (de óculos), Armindo Reino (de bigode), António Flora (todos da 3ª. CCAV. 8423) e, da
CCS, António Lopes, o enfermeiro (de mão nos óculos,que hoje faz 66 anos), Rocha e Viegas


 Pinto, Soares e Barbeiro, Cavaleiros do Norte de Aldeia
Viçosa num momento bem descontraído e melhor bebido

Sábado, dia 5 de Abril de 1975. Os furriéis Cruz e Viegas estão de férias em Luanda e com almoço marcado para a ilha, com um amigo civil, o Albano Resende. 
«Ao meio dia apanho-nos na Portugália», disse ele. Assim foi.
Os dois Cavaleiros do Norte acordaram cedo e cedo desceram do Katekero para o popular restaurante da baixa luandina, onde os esperava  jornalista Rebelo Car-
valheira, ao tempo no jornal A Província de Angola e «sabedor» de alguns se-
gredos da actualidade angolana. 
O furriel Viegas, à esquerda, de férias em
Luanda e com o civil Albano Resende
«Coisas que nem sempre se podem publicar ou até já são desactuais quando se publicam», disse-nos ele, muito reservado, os três a «devorar» pregos no pão com vinho verde Aveleda. Ou 3 Marias, já não sei. Mas fresquinho, a borbulhar nas gargantas, secas pelo calor de Angola.
Notícia do dia, na imprensa diária de Luanda - e «coisa», de resto, que já nós bem conhecíamos de Carmona - era a da ocupação, pela FNLA, da «maioria dos antigos campos militares portugueses do norte de Angola».
O campo de N´Kiende, por exemplo, muito perto da fronteira com o Zaire (de Mobutu) e de S. Salvador do Congo (que noutros tempos fora capital do antigo Reino do Congo), a esse tempo,«converteu-se num importante centro de treino para os recrutas da FNLA» e onde, sublinhava a imprensa, «2000 soldados recebem instrução militar de base durante três meses e um treino especial de «comandos« de 60 dias».

Angola. A província do Uíge,
assinalada no verde claro
Cimeira tri-africana
sobre questão de Angola

Angola, nesse sábado de há 42 anos, espectava sobre os resultados da cimeira dos três presidentes africanos, que iam analisar «as desavenças entre os movimentos de libertação, que ameaçam transformar o processo de descolonização numa guerra civil».
Os presidentes do Zaire (Mobutu Sese Seko), da Tanzânia (Julius Nieyrere) e Keneth Kaunda (Zâmbia) iam reunir e, entre eles, observar os apoios que cada qual dava aos três movimentos de libertação - o MPLA de Agostinho Neto, a FNLA de Holden Roberto e a UNITA de Jonas Savimbi - procurando «chegar a acordo quanto ao apoio a conceder ao movimento que ganhe as eleições  de Outubro, antes da independência», fosse ele qual fosse.
Ao tempo, o MPLA tinha «forte apoio» da Zâmbia e da Tanzânia e a FNLA «principalmente do Zaire». A UNITA tinha pouco tempo antes sido reconhecida (pela OUA) como movimento de libertação e o presidente Jonas Savimbi «avistou-se com os presidente Nyerere e Kaunda, durante as duas últimas semanas, afim de procurar apoio para o seu movimento».
Casal da Fonseca, Caçador
da 3879, 67 anos em Leiria

Casal da Fonseca, Caçador 
da 3879, 67 anos em Leiria

António Casal da Fonseca foi 1º. cabo rádio-telegrafista da CCS do BCAÇ. 3879, um dos Batalhões que antecederam os Cavaleiros do Norte no Quitexe. Hoje, dia 5 de Abril de 2017, faz 67 anos na sua em Leiria.
O Casal, que também é Fonseca, universalizou-se por ser filho da avó paterna do cantor David Fonseca (é tio dele), mas vem aqui, e hoje!!!..., pela amizade e carinho que cultiva pelo blogue, de que foi (é) qualificadíssimo colaborador e delicado e permanente divulgador.
Aposentado da banca privada e cultivador dos bons hábitos sociais, de saúde e desporto, medra a sua felicidade pessoal e familiar pelos Marrazes de Leiria (onde nasceu e vive) e é para lá que vai o nosso abraço de parabéns!
- «Os amigos para sempre que se fizeram no
Quitexe» - crónica de Casal da Fonseca. 
Ver AQUI





3 723 - Comandante(s) em Vista Alegre e mais de 200 mortos em Luanda

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Cavaleiros do Norte de Zalala, mas aqui já em Vistas Alegre, Atrás, os furriéis Queirós (de pescoço
esticado) e Barreto (de bigode). Entre eles, de bigode e óculos, o 1º. cabo Carlos Ferreira. À es-
querda do Barreto, o 1º. cabo Dorindo Santos, Quem ajuda a identificar os outros «zalala´s»


Os furriéis milicianos António Augusto Faria Novais
Rebelo (TRMS, que hoje faz 65 anos em Guimarães),
Amorim Martins, Abel Mourato e Mário Matos, todos
 eles de Aldeia Viçosa, da 2ª. CCAV. 8423


O comandante Carlos Almeida e Brito deslocou-se a Vista Alegre no dia 6 de Abril de 1975, na «continuação das visitas às subunidades, após o regresso ao comando do BCAV. 8423».
O regresso fôra precisamente dois dias antes (a 4) e da Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, que comandou interina-
mente, desde 24 de Março desse ano. Fez-se acompanhar pelos capitães José Diogo Themudo (2º. comandante do BCAV. do BCAV. 8423) e José Paulo Falcão (oficial de operações).
O condutor Vicente José Alves, organizador do Encontro
da CCS, a 03/06/2017, no RC4. Aqui, em Vila de Rei e
com outro condutor da CCS - o José Gomes, à direita
Vista Alegre era a localidade do Uíge onde, há 42 anos, estava aquartelada a 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala e comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias. Também tinha um destacamento na Ponte do Dange.

OUA E ONU preocupadas
com  a situação angolana


O domingo desse dia foi tempo de saber que a OUA e ONU sempre se decidiram por enviar, a Angola, «uma missão conjunta encarregada de investigar os mais recentes recontros entre movimentos rivais nacionais», como reportava o Diário de Lisboa, citando a Reuters, em Dar-Es-Salam - onde, no dia seguinte, se realizaria uma cimeira entre ministros dos Negócios Estrangeiros da OUA.
A delegação partiria dentro de duas semanas para Luanda e com objectivo claro, segundo o secretário geral da OUA, William Eteki Nboumoua: «Investigar os distúrbios que ameaçam a transferência pacífica para a independência, em Novembro próximo».
O jornal adiantava que «até agora já morreram mais de 200 pessoas nos combates entre o MPLA e a FNLA» e William Eteki Nboumoua, sem revelar os países que formarão a delegação, comentou que «a OUA está muito preocupada com os acontecimento recentemente ocorridos em Angola», acrescentando que«os movimentos de libertação tem de compreender que as suas divergências tornam possíveis manobras dos inimigos do país»

A. Rebelo. furriel
miliciano TRMS

Furriel Rebelo e cozinheiro
Coelho, 65 anos de vida!

O furriel miliciano Rebelo e o cozinheiro Coelho, ambos Cavalei-
ros do Norte, fazem 65 anos a 6 de Abril de 2017. Hoje!
António Augusto Faria Novais Rebelo foi especialista de Trans-
missões da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975. Radicou-se na sua terra natal, Guimarães, e ali é funcionário público - tesoureiro da Câmara Municipal.
Manuel da Silva Coelho foi soldado cozinheiro da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel. Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 e fixou-se no Lugar da Igreja, na freguesia de Vermelha, concelho de Cadaval. Vive agora no Bairro Calvo (Olaria), no Bombarral.
Parabéns para ambos! Muitos mais e bons danos de vida!
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