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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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3 024 - O fim, há 40 anos, das escoltas na Estrada do Café

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A estrada do café nos arredores do Quitexe (foto da net). em baixo, o mapa 
da mesma estrada, que ia de Luanda a Carmona, com algumas povoações sublinhadas.
Povoações, entre outras, pelas quais jornadearam os Cavaleiros do Norte

A 7 de Fevereiro de 1975, terminaram as escoltas da estrada do café, «serviço assaz desgastante para o pessoal e viaturas», como relata o Livro da Unidade. E que, ainda segundo o mesmo documento, «não conduziam a qualquer finalidade prática».
Não era, na verdade, serviço por quem os Cavaleiros do Norte estivesse muito «apaixonados». Passavam-se horas a galgar quilómetros, no «pára-aqui-pára-ali», sempre com alguma tensão, nomeadamente, por estranho que pareça, com os motoristas de longo curso. Brancos!!! E as escoltas iam de Carmona a Quibaxe, Piri e Úcua, julgo mesmo que, nalguns (poucos) casos até ao Caxito.
Numa delas, entre Quitexe e Carmona, um deles chegou  a apontar arma aos Cavaleiros do Norte do PELREC, que nada mais faziam que nãso fosse fazer a segurança do itinerário. Assim não entendia o homem, que nos tinha como «inimigos» e não nos poupou mimos, acusando-nos de cobardes e traidores. Ainda hoje estamos para saber porquê, já que a nossa jornada, por esta altura, era principalmente para garantir a segurança e as vidas dos civis - e nomeadamente dos portugueses europeus.
7 de Fevereiro de 1975Manifestação contra os despedimentos

Realiza-se em Lisboa uma grande manifestação contra os despedimentos, promovida pela extrema-esquerda.
7 de Fevereiro de 1975Manifestação contra os despedimentos

Realiza-se em Lisboa uma grande manifestação contra os despedimentos, promovida pela extrema-esquerda.
Realiza-se em Lisboa uma grande manifestação contra os despedimentos, promovida pela extrema-esquerda.
De Lisboa, chegavam notícias de um plenário do MFA e de uma manifestação contra os despedimentos, promovida pela extrema esquerda.


3 025 - Eleições da Constituinte e futebol no Quitexe

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Futebol no Quitexe. De pé, Lopes (furriel enfermeiro), José Gomes, Fernando Grácio, Luís Mosteias (furriel), NN e NN. Em baixo, José Monteiro (furriel), NN,  Domingos Teixeira,  Miguel Santos (??) e Jorge Botelho. Em baixo, notícia do DL sobre as eleições para a Constituinte


A 8 de Fevereiro de 1975, leio no Livro da Unidade, «tomou o pessoal do BCAV. parte da assistência a um espectáculo de soldados e para soldados, organizado na ZMN». O acontecimento, ainda segundo o LI,«causou impacto no estado psicológico das tropas».
A actividade incluía-se no «panorama dos trabalhos inerentes da acção psicológica», depois da saída do alferes José Leonel Hermida, Refere o Livro da Unidade que foram«impulsionadas a prática de jogos desportivos e, o que é muito importante, fazendo-se um jornal de parede». 
A 8 de Fevereiro de 1975, soube-se no Quitexe (pela leitura da imprensa de Lisboa) que a realização das eleições para a Assembleia Constituinte seria até ao dia 25 de Abril. A lei emanou da Presidência da República, com publicação no Diário de Governo da véspera (dia 7).
O Diário de Lisboa (imagem) fazia contas: «O dia 25 de Abril é sexta-feira, pelo que é no dia 20, o domingo imediatamente anterior. No último domingo de Março, a 30, celebra-se a Páscoa e no primeiro de Abril, a 6, parece ser cedo».

3 026 - Carnaval no Quitexe e a Batalha de Ambuíla

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Vista geral do Quitexe, vendo-se, do lado direito, assinaladas, a igreja e a casa 
paroquial. Em baixo, placa do Quitexe para Ambuíla (foto de Carlos Ferreira, em 12/2012)



O dia 9 de Fevereiro de 1975 foi de Carnaval, tempo para conhecermos as tradições locais, muito diferentes dos entrudos que se viviam nas nossas aldeias - ... as aldeias, vilas ou cidades de origem dos Cavaleiros do Norte. Era domingo, dia de menos serviços, o que deu tempo para, no Talabanza, o Cazenza ou até Ambuíla (as sanzalas mais próximas do Quitexe, se me não falha a memória), ir espreitar as danças e cantos dos nativos.
Ao tempo, fiz um registo em cassete, que ainda tenho, mas, infelizmente, inaudível. De memória, e quero crer que no regresso de uma escolta à Fazenda do Pumbassai, já na 3ª. feira de Carnaval (dia 10), tenho a ideia do som de batuques e cantares em língua ininteligível (para nós), com os mais velhos sentados e a esfumaçar, espreitando os mais novos, que dançavam e cantavam, mascarados de forma simples, outros de rostos pintados, com (elas) de saias da palha e a saracotearem-se de forma sensual, que enchia os nossos olhos e a a alma de desejos.
Atravessámos o Cazenza a velocidade baixa, para olhar bem e de perto, este carnavalar étnico, que era novidade para nós. Isto, há 40 anos!|

Mais recentemente e a 16 de Janeiro de 2015 - e nada tendo a ver com o carnaval - as autoridades tradicionais regozijaram-se com reconhecimento da batalha de Ambuíla - localidade na saída do Quitexe para Zalala -, a que foi atribuída o estatuto de "cidade histórica", por ter sido palco da Batalha de Ambuíla, a 29 de Outubro de 1665. Batalha que marcou o início do fim do Reino do Congo como estado independente.O soba da aldeia Zonda, Manuel Tempo, segundo a ANGOP, agradeceu o reconhecimento deste facto na história de Angola e disse que a localidade representa o contributo na luta contra o colonialismo. Solicitou ao Governo da Província a criação de condições para a construção de uma infra-estrura social com o nome de Batalha de Ambuíla, para que seja lembrada permanentemente. Outras independências!

3 027 - Alferes JA Almeida, Cavaleiro do Norte condecorado por Marrocos

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José Alberto Almeida, alferes miliciano dos Cavaleiros 
do Norte, foi condecorado pelo Reino de Marrocos


José Alberto Almeida, alferes miliciano dos Cavaleiros do Norte e oficial de reabastecimentos no Quitexe, actual Cônsul de Marrocos no Algarve, foi condecorado pelo Rei do país africano, a 30 de Janeiro de 2015.
«É um grande prazer e um privilégio condecorar o arquitecto José Alberto Alegria (Almeida). Ele trabalha há anos para a aproximação entre Marrocos e o Algarve. Teve um papel muito importante no desenvolvimento das relações entre o Algarve e muitas regiões marroquinas», disse a embaixadora Karima Benyaïch, no momento da entrega do galardão, acrescentando que «era necessário render a justa homenagem a uma personalidade como ele, que trabalhou muito durante anos e de cujo trabalho podemos, agora, usufruir dos frutos».
José Alberto Almeida admitiu que esta distinção «é um estímulo». 
«Aceito-a com humildade, mas com orgulho, no sentido de que é o reconhecimento de um trabalho que faço há 14 anos. Mas não é um trabalho solitário. É de uma rede de pessoas, de ambos os países. A minha função, muitas vezes, consiste em colocar em contacto pessoas de alta qualidade, humana e científica, em determinadas áreas», disse o cônsul honorário de Marrocos no Algarve.
Ao longo dos tempos, sublinhou, José Alberto Almeida ligou «universidades, câmaras municipais e instituições de vária natureza», portuguesas e marroquinas, no sentido de «as colocar a trabalhar em conjunto».
«No fundo, é um território de continuidades, entre o Algarve e Marrocos: históricas, culturais e humanas. E tudo se torna fácil quando se trabalha nesta base», afirmou, feliz e emocionado, o (nosso querido) Cavaleiro do Norte.
Muitos parabéns!!!
E AQUI
- ALMEIDA. José Alberto Alegria Martins de Almeida, 
alferes miliciano de reabastecimentos da CCS 
do Comando do Batalhão de Cavalaria 8423. Economista, arquitecto 
e empresário, natural de Oliveira de Azeméis e residente em Albufeira.
Era o «nosso» alferes Almeida, também oficial de justiça.

3 028 - O emblema braçal dos futuros Cavaleiros do Norte

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Emblema do BCAV. 8423 (em cima), desenhado
 pelo (então futuro) alferes miliciano Barros Simões



A 11 de Fevereiro de 1974, há 41 anos, foi apresentado o emblema do Batalhão de Cavalaria 8423, «servindo o lema PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS, pertença das tradições do Regimento de Cavalaria 4», como leio no Livro da Unidade.
O objectivo era «desde o início instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que o mesmo se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador»
O Livro da Unidade refere que «começou a idealizar-se o futuro emblema braçal da Unidade, ao mesmo tempo que se  se desejou a sua plena identificação com a sua unidade mobilizadora» - o RC4.
O desenho foi do então aspirante a oficial miliciano José Mário Barros Simões (foto), da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - que, ao tempo, estava ligado às artes gráficas. Foram-lhe dadas sugestões (naturalmente a partir do comandante Almeida e Brito) e Barros Simões desenhou aquele que, ainda hoje e para a eternidade, é o símbolo dos Cavaleiros do Norte.
O emblema, em fundo preto, como o que se vê na imagem, representava o BCAV. 8423. As companhias operacionais adoptaram as cores vermelha (a 1ª. CCAV., a de Zalala, do comando do capitão Castro Dias), azul (a 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, de José Manuel Cruz) e castanho (a 3ª. CCAV., a de Santa Isabel, de José Paulo Fernandes).
Foi isso há 41 anos. O tempo passa!!! Voa!!!

3 029 - Futebol no Quitexe e dissidentes do MPLA

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FUTEBOL mo Quitexe, equipa do Parque-Auto. De pé, Teixeira (o estofador), Malheiro, Cuba, Marques (Carpinteiro), Pereira (condutor), Gaiteiro e Teixeira (o pintor). À frente, Monteiro (Gasolinas), Pereira (mecânico), Celestino Silva, Gomes (condutor), Carlos Mendes (bate-chapas) e Miguel (condutor). Notícia de há 40 anos! (em baixo)


Os meados de Fevereiro de 1975 lá continuavam, pelo Quitexe, por Aldeia Viçosa e Vista Alegre (e Ponte do Dange), com os Cavaleiros do Norte a fazerem contas dos dias que faltavam para a partida para Carmona e para o BC12. Já se sabia que seriam a CCS e a 2ª. CCAV. 8423 a rodar, só não se sabia o dia da partida!
Os serviços de ordem lá continuavam, assim como os jogos de futebol.
O campo ficava à saída do Quitexe (para Carmona) e foi palco de memoráveis partidas, entre pelotões (como o da foto, do Parque-Auto), unidades e até com civis.
O dia 12 de Março foi o primeiro da Quaresma de 1975 e, em Luanda,  murmurava-se sobre a eventual integração de dissidentes nos quadros do MPLA - nomeadamnte a de Daniel Chipenda, que liderava a Revolta do Leste. Chipenda estava acontonada em Ninda (no sudoeste angolano) e contestava a liderança de Agostinho Neto (do MPLA) e, por isso, foi expulso do partido. Também dissidentes do MPLA, mas da Revolta Activa, já estavam em Luanda Mário Andrade, Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Viana.

3 030 - Extinção do CSU e Cavaleiros do Norte na Zona Militar Norte

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Edifício da Zona Militar Norte e Comando do Sector do Uíge, em Carmona. 
Rui Correia de Freitas, director do jornal A Província de Angola (foto em baixo)




A 13 de Fevereiro de 1975, foi extinto o Comando do Sector do Uíge (CSU), o que, segundo o Livro da Unidade, levou a que o BCAV. 8423 (os Cavaleiros do Norte) passassem à «dependência directa da Zona Militar Norte» - a ZMN. Estou certo (não me enganarei, seguramente) que o CSU e a ZMN funcionavam no mesmo edifício da principal praça de Carmona, o da imagem.
Ao mesmo tempo, em Luanda, Agostinho Neto  declarava«estar a trabalhar na reintegração do elementos da Revolta Activa», mas, segundo o Diário de Lisboa, «atacou frontalmente a existência no país da Facção Chipenda que, dispondo de uma força armada, poderia ser, na sua opinião,«uma fonte de conflitos armados». E disse esperar que «o Governo de Transição encontre rapidamente um solução» para, e cito Agostinho Neto, «o problema que está a inquietar todos os angolanos amantes da paz e da concórdia».
A mesmo tempo (dia) regressou a Angola o jornalista Rui Correia de Freitas, director do jornal A Província de Angola, que em Outubro de 1973, fugira para a África do Sul,«ao ser avisado que estava iminente a sua prisão, por ordem do  anterior presidente da Junta Governativa, o almirante Rosa Coutinho».
 Assim iam, há 40 anos, os dias da Angola.

3 031 - Incidentes em Luanda, com 20 mortos!!!

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Jardim do Quitexe, em imagem de 2014 (da net). A casa da esquerda 
era a dos Correios. Em baixo,  notícia de há 40 anos: 20 mortos em Luanda


O dia 14 de Fevereiro de 1975, há 40 anos, foi sexta-feira e, ao Quitexe e da véspera, chegaram más notícias: 20 mortos em Luanda, na sequência de combates entre elementos do MPLA e da Facção Chipenda. 
Os incidentes, segundo do Diário de Lisboa, «tiveram início (...) quando forças do MPLA cercaram a delegação do grupo de Chipenda». Ao MPLA chegaram notícias de que a Facção Chipenda estaria a «receber reforços de pessoal e de material, originário de um país vizinho». O MPLA fez saber que não era sua intenção atacar, mas apenas forçar o Governo de Transição a «tomar medidas adequadas para neutralizar ou dissolver a Facção Chipenda». Os homens desta, ainda segundo o DL, «abriram fogo contra os militares da FALA, estabelecendo tiroteio que se arrastou até ao princípio da madrugada de ontem».
Além dos 20 mortos, muitas mais (pessoas) ficaram feridas e as NT, após isso, «tomaram conta das instalações semi-destruídas do Grupo de Daniel Chipenda». O incidente começou por volta das 3 horas da manhã do dia 13 (6ª.-feira) e o Governo de Transição anunciou a abertura de um inquérito.
O Grupo de Daniel Chipenda, no mesmo dia e ainda citando o DL, teria atacado um  hospital do MPLA, no Luso, e«matou 5 enfermeiros».

3 032 - Escola de Recrutas no RC4, os futuros Cavaleiros do Norte

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Soldado de transmissões, aspirantes Lains dos Santos e 1º.s cabos milicianos Queirós 
e Rodrigues. em Santa Margarida, há 40 anos. Ao tempo da Escola de Recrutas dos Cavaleiros 
do Norte. Daniel Chipenda e Agostinho Neto (MPLA), com o jornalista argelino Boubakar Adjali Kapiaça (em baixo)



A 15 de Fevereiro de 1975, Agostinho Neto voou de Luanda para Cabinda, onde foi presidir a um comício do MPLA. Na capital, Luanda, «a calma regressa(va) progressivamente, após os recontros registados entre a Facção Chipenda e o MPLA».
«Forças Militares Mistas, compostas pelo Exército Português e forças do MPLA, da FNLA e da UNITA, continuam a ocupar as instalações do Grupo Chipenda», relatavam a ANI, a France Press e a Reuters.
Os recontros tinham registado 20 mortos e muitos feridos e estes estavam internados no Hospital de S. Paulo, guardado por forças da FNLA e da UNITA. Entre esses feridos, estavam 7 da Facção Chipenda - de quem (Daniel Chipenda) não se sabia o paradeiro. Um mês antes, tinha entrado pela Frente Leste, com 3000 homens armados - alguns dos que estavam em Luanda.
Não se confirmava, entretanto, que um grupo desses homens tivessem atacado um hospital do MPLA, no Luso.
Os Cavaleiros do Norte - lá pelo Quitexe. por Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, continuavam, expectantes sobre o seu futuro - do qual não havia novidades, embora cada vez mais se murmurasse uma rotação para Carmona e para o BC12.
Um ano antes, uma sexta-feira, deixámos o RC4 e Santa Margarida, para mais um fim de semana e para as vésperas (dia 18) dos exercícios finais da Escola de Recrutas. A formação dos futuros atiradores (soldados e 1ºs. cabos) dos Cavaleiros do Norte! O Batalhão de Cavalaria 8423!!!

3 033 - A Companhia que era para acompanhar os Cavaleiros do Norte

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O alferes Mourato, em Luanda (foto de cima) e 
como cadete do CIOE, os Rangers, em Lamego (1974) 


O (ex)alferes António Mourato, alentejano de Évora, foi combatente da 1ª. Companhia do BCAÇ. 5010/74 e dá-se o caso de, em 1973, ter sido instruendo do curso do CIOE (Rangers) de que fui instrutor, com o Neto (e outros). 

Nada disso seria relevante para este blogue, que narra a jornada angolana dos Cavaleiros do Norte, não fosse o caso de ele nos contar que o seu batalhão dele esteve para, em 1975, ser um dos que apoiaria a saída dos Cavaleiros do Norte, na epopeica evacuação para Luanda.
António Mourato 
conta-nos a sua história:
«Fui de Mafra para Lamego em Outubro de 1973. Não sei se lá nos juntámos - na altura estavam os capitães Gomes Pereira e Valente (já falecido) e recordo-me bem do maluco do alferes Baltasar. Chumbei o primeiro curso pois, ao subir uma árvore, espetei um pinheiro num braço e fui parar à enfermaria, onde estive até final do ano. 

Em Janeiro de 1974, voltei novamente e acabei o curso em Março. Estive em Elvas, a dar uma recruta, e depois fui para Chaves, dar uma especialidade. Lá foi constituído batalhão e segui a comandar a 1ª. Companhia, para Viana do Castelo. Depois, embarquei para Angola e fui para a zona de Maquela do Zombo.
Em Fevereiro, o batalhão abandonou a zona de Béu, Maquela e Damba e foi para Luanda, para a intervenção. Inicialmente, com combatentes dos 3 movimentos.
Quando se soube em Luanda que a FNLA não queria deixar partir os civis na vossa coluna, e só arranjavam problemas, tivemos conhecimento que o Comando Militar em Luanda ia fazer deslocar o nosso Batalhão para vos acompanhar.
Sucede que na mesma altura dão-se o problemas em Timor e apareceu no nosso aquartelamento uma Companhia de Comandos (que teria tido inicialmente a missão de ir para Timor). Acabou por ser essa Companhia a ir a Carmona ter convosco. Mais pormenores não sei».

3 034 - Cavaleiros do Quitexe reúnem a 30 de Maio

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Viegas, Afonso, Ni Neto, Edite Sousa e Hermínia Viegas, com Mortágua ao fundo (em, 
cima). Afonso, Neto e Viegas fizeram as provas da ementa de 30 de Maio de 2015



Os Cavaleiros do Norte do Quitexe (os da CCS) vão encontrar-se a 30 de Maio de 2015, dia em que se farão 41 anos do desembarque em Luanda. Em Mortágua e com o sapador Afonso Henriques como mordomo. Hoje mesmo, idos de Águeda, o Neto e o Viegas foram fazer as provas da ementa. Aprovadíssima!!!
Dia de entrudo não foi impedimento algum para, a meio da manhã, com tudo bem combinadinho, o Neto e o Viegas - mai-las suas amazonas!!!... - se porem a galgar a verdejante serra caramulana, até Mortágua, com encontro marcado para a praça da Câmara Municipal.
De Águeda até lá, foram uns 30 quilómetros, serra acima, em viagem com conversa de saudade dos tempos do Quitexe, de Carmona e de Luanda, da jornada africana de Angola. Lá estavam o Cavaleiro Afonso Henriques de Sousa, com a sua amada Edite, «atraindo-nos» para o restaurante, onde provámos uma soberba chanfana - bem assada, bem temperada e bem regada. Por nós, Neto e Viegas, está aprovada e com distinção! Assim como a doçaria das sobremesas!!!
Chegar a Mortágua é facílimo, com boas estradas, seguras e rápidas.
Quem quiser ir adiantando marcação, pode fazê-lo para os dois números telefónicos do Afonso Henriques: 231921796 fixo) e 935170314.

3 035 - Cavaleiros exepectantes e dissidências no MPLA

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Quitexe, entrada do lado de Luanda, em 2006. A casa com rodapé acastanhado 
é o Restaurante Rocha. Em baixo, notícia do Diário de Lisboa, há 40 anos!



Há 40 anos, continuavam os Cavaleiros do Norte na expectativa de saberem o seu destino próximo: se para Luanda, se para Carmona - cidade capital do Uíge, onde ia ser extinto o BC12. A hora de voltar a casa, às nossas casas, chãos e cheiros é que não havia mais de chegar. 
O problema da Facção Chipenda, lá por Luanda, continuava por resolver, mas a UNITA, pela voz do secretário geral Miguel Nzau Puma, não punha objecções a que aderisse ao seu movimento, ou mesmo à FNLA de Holden Roberto.
Holden Roberto que, em Abidjan, capital da Costa do Marfim, afirmara na véspera que «tem sido bom o clima político que se respira em Angola». «Esperamos - acrescentou o presidente da FNLA  - que o espírito que prevaleceu durante as conversações com os portugueses subsista, para que possamos chegar à independência sem demasiados conflitos e dificuldades».
Sobre as dissidências no MPLA, o líder da FNLA comentou que «deixaram de ser um problema de ordem interna para se transformarem num problema nacional».
«Nestas condições - disse Holden Roberto - tal problema deve ser resolvido de forma fraterna, portanto através do diálogo».
Sabemos hoje que as coisas não seriam, não foram bem assim! O tempo, ao tempo, era de esperança e confiança!

3 036 - Cavaleiros do Norte sem saber para onde rodar

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 Lúcio Lara e Daniel Chipenda, quando ambos estavam no MPLA (1962). 
Notícias de Luanda, do dia 18 de Fevereiro de 1975 (no Diário de Lisboa)



A 19 de Fevereiro de 1975, o comandante Almeida e Brito reuniu em Carmona, na ZMN, para «ultimar os aspectos de rendição do BC12». Já se admitia, ao tempo, que os Cavaleiros do Norte iram rodar para Carmona e para o extinto BC12 - que viria a ser a nossa última casa no território uíjano. A outra hipótese era seguir para a capital, onde o BCAV. 8534 era «pretendido pela RMA», para, segundo o Livro da Unidade, «vir a ter responsabilidades de actuação em Luanda».
O diabo que escolhesse.
Luanda onde a FNLA tinha aberto a sede  da Estrada de Catete e exigia, pela voz de Ngola Kabangu (que era ministro do Interior do Governo de Transição), «a dissolução das comissões de bairro do MPLA». O ministro falava numa conferência de imprensa, rodeado de Samuel Abrigada  (ministro da Saúde) Hendrik Vaal Neto (Secretário de Estado da Informação) - todos eles membros do Comité Central do movimento de Holden Roberto.
Ao mesmo tempo, em Luanda, Lúcio Lara, chefe da Delegação do MPLA, acusava Daniel Chipenda de se «vender aos interesses estrangeiros e lançar a instabilidade no nosso país».  Os combatentes da Facção Chipenda, segundo Lara, eram «veteranos da guerra contra o colonialismo português» e exortou-os a «lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas, ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Os partidários de Daniel Chipenda, recordemos, tinham sido expulsos de Luanda, a 143de Fevereiro, depois dos incidentes com o MPLA, nos quais se registaram 20 mortos (pelo menos) e muitos feridos.

3 037 - Rotação para Carmona e Escola em Santa Margarida

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Santa Margarida, onde, no RC4, os Cavaleiros do Norte tiveram a sua instrução 
militar (em cima), Comandante Almeida e Brito e capitão José Paulo Falcão, em Águeda (1995)


O comandante Almeida e Brito, acompanhado do capitão José Paulo Falcão (oficial adjunto), voltou a Carmona a 20 de Fevereiro de 1975, no âmbito das «reuniões de trabalho na ZMN». Lá estivera na véspera e lá voltou a 25, a 26, a 27 e a 28 do mesmo mês.
O murmúrio sobre a nossa rotação para a capital do Uíge era cada vez maior, mas só a 26 se tornou oficial. O comandante, em Carmona, analisava, com as chefias da ZMN, a provável rodagem para o BC12, que estava em processo de extinção e viria a ser, meio ano depois (Agosto), a última guarnição portuguesa  no norte angolano.
Um ano antes, na Mata do Soares, arredores do Campo Militar de Santa Margarida, os futuros Cavaleiros do Norte faziam os exercícios finais da Escola de Recrutas, com os futuros atiradores de cavalaria. Tinha começado a 18 (uma segunda-feira) e terminariam a 22 de Fevereiro (sexta). 
«Completou deste modo, o Batalhão de Cavalaria, a primeira parte da sua instrução, a chamada instrução especial», relata o Livro da Unidade. 
Os especialistas só começaram a chegar a 4 de Março, completando os efectivos do Batalhão». Por especialistas, entendam-se escriturários, enfermeiros, sapadores, mecânicos (de viaturas e de armas), radiotelegrafistas, condutores, cozinheiros e outros.
Formava-se a família dos Cavaleiros do Norte

3 038 - O cavaleiro Cardoso, furriel de Santa Isabel!!!

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Viegas e Cardoso, dois Cavaleiros do Norte em Buarcos, na Figueira da Foz, 
40 anos depois da «despedida» do Quitexe (em cima). O Cardoso, na 
noite de passagem de ano de 1974 para 1975 (em baixo)



O dia de hoje foi de «altas cavalarias», com um salto à Figueira da Foz, onde, no fim da auto-estrada, ido eu de Coimbra, e para começar, me esperava o João Augusto Martins Cardoso. O Cardoso de Santa Isabel, da 3ª. CCAV. 8423, furriel miliciano de transmissões. E lá estava ele!!! Sem falhar!!!
A hora do almoço já ia bem atrasada (por causa de um compromisso que me atrasou no ISCAA de Coimbra), mas valeu pelas horas de muitas saudades que se mataram a refeiçoar e a evocar tempos da nossa jornada africana do norte de Angola, no Uíge! Foram horas de emoção!!! E de alegria!!! E de prazer!!!
Quis o João Cardoso presentear-nos, depois, com uma visita à sua casa de praia, em Buarcos, onde nos esperava Marília - sua conterrânea de Arganil, com quem argamassou paixão, ainda em Luanda, que os levou a um casamento que vai em 37 anos. Que deu frutos: as manas Maria João e Inês. Ambas licenciadas e que lhes deram os netos que são, nos dias de hoje, o encanto dos seus olhos e do seu amor de avôs.
Está bem de vida, o Cardoso! Aposentado do Estado, divide-se entre a sua residência habitual, em Coimbra (próximo do estádio), os prazeres da praia de Buarcos (por onde hoje «vadiámos») e a sua Arganil natal - onde mantém a casa de família.
A nossa jornada africana de Angola foi tema, óbvio, do alargado almoço e não escapou a memória dos nossos últimos dias de Fevereiro de 1975, há 40 anos!!!, quando, no Quitexe, dividimos espaço e conversas sobre o nosso futuro. E o de Angola!!!

3 039 - O alferes Hermida, Cavaleiro na Figueira da Foz!

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Alferes Hermida (à direita), com a esposa (dra. Graciete) e (o furriel) Viegas, a 21 de 
Fevereiro de 2015, 40 anos depois de ter saído do Quitexe. Em baixo, o casal Hermida 
na noite de Natal de 1974, consoando no refeitório do Quitexe


Aos 21 dias de Fevereiro de 2015, reencontraram-se dois Cavaleiros do Norte, depois do adeus do Quitexe: o alferes Hermida e o furriel Viegas. Aí estão eles, na imagem, com a «mais-que-tudo» do nosso antigo oficial de transmissões. Há 40 anos que se não viam e selaram o reencontro com fartos abraços e muita conversa das memórias quitexanas! 
O alferes Hermida foi um dos jovens «oficiais milicianos que, na nossa jornada africana do Uíge angolano, se acompanharam das suas jovens esposas. No caso, a professora Graciete, que deu aulas na escola primária da vila.
Ao Fevereiro de 1975. o alferes Garcia deixou o Quitexe, passou pelo Songo, foi parar a Luanda e seguiu para Nova Lisboa, capital do Huambo, onde conheceu (e sentiu) os perigos da da metralha que lá tragicamente opôs irmãos angolanos. De lá, de onde Graciete Hermida saiu num avião, à pressa, com família de outros oficiais, viajou o jovem alferes miliciano para sítio bem pior. no Luso!
Os dias do leste angolano não foram fáceis para a guarnição portuguesa, lá «entalada» entre fotos de irmão que se fizeram inimigos na luta pelo poder.

«Foram tempos muito maus, mas inesquecíveis, com coisas e coragens que só a idade permite», disse ontem, na sua casa da Figueira da Foz, embrulhando a saudade desses tempos com o gosto e a alegria do prazeroso momento do reencontro. 
Ver AQUI
- HERMIDA. José Leonel Pinto de Aragão Hermida, alferes 
miliciano de transmissões e acção psicológica. Originário de Castro 
Daire, nasceu em Coimbra e, já aposentado, vive na Figueira da Foz. 
Com formação em engenharia electrónica, foi professor de matemática e física.


3 040 - Escola de Recrutas dos futuros Cavaleiros do Norte

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Monteiro, Neto e Viegas na messe de sargentos do RC4, em Santa Margarida, há 
41 anos. Em baixo, cópia da ordem de mobilização para a Região Militar de Angola



Aos 23 dias de Fevereiro de 1974, já lá vão 41 anos (fizeram-se ontem), terminou a Escola de Recrutas dos futuros Cavaleiros do Norte, que se formavam em família do Batalhão de Cavalaria 8423. Ministrada a partir do Destacamento do RC4, em Santa Margarida, «espalhou-se» pela Mata do Soares e culminou o período mais especial da formação dos atiradores de cavalaria.
Já todos sabíamos da mobilização para Angola. Os quadros (futuros furriéis e futuros alferes milicianos) desde Dezembro de 1973 (em datas diferentes) e souberam os praças, a partir da sua apresentação no RC4, a 7 de Janeiro de 1974.
«Pode dizer-se que o Batalhão de Cavalaria 8423 começou a existir cerca de Outubro/Novembro de 1973, com a mobilização da maioria dos seus quadros e tendo como unidade mobilizadora o RC4, sendo mobilizado com destino a Angola», refere o Livro da Unidade.
Os quadros, todavia, só mas tarde souberam da mobilização. Colocados no CIOE, em Lamego, os futuros furriéis milicianos Monteiro, Viegas e Neto (na imagem) dela souberam a 7 de Dezembro, pela Ordem de Serviço nº. 286, dessa data e unidade lamecense. Está reproduzida na imagem.
A nota mobilizadora, da RSP/DSP/ME, era obviamente anterior e tinha o nº. 47000-Pº. 33.007, reproduzida na tal Ordem de Serviço nº. 286, de 7 de Dezembro de 1973, do CIOE. Foi quando dela tivemos conhecimento oficial.

3 041 - Expectativa no Quitexe e Facção Chipenda na FNLA

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 Quitexe, em foto de 2013 (net). Tirada da Estrada do café (ou Rua de Cima), mostra, ao 
fundo, o edifício que foi a secretaria da CCS do BCAV. 8423. Em baixo, notícia do Diário 
de Lisboa, sobre a integração da Facção Chipenda na FNLA


 A expectativa dos Cavaleiros do Norte aumentou, nos últimos dias de Fevereiro de 1975, quanto ao seu futuro próximo. Para Carmona (e o BC12) ou para Luanda? A primeira hipótese era a cada vez mais provável e, pelo Quitexe - onde, desde 10 de Dezembro de 1974, tambám se aquartelava a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - seguia a rotina de serviços e a apresentação de vários elementos dos movimentos, nomeadamente da FNLA.  
Foi na FNLA que, a 22 de Fevereiro de 1975, se integrou a Facção Chipenda, também identificada por Revolta do Leste.«A partir de hoje, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do Estado Maior General da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades», disse Daniel Chipenda, numa conferência de imprensa em Kinshasa, capital do Zaire.
A Facção era dissidente do MPLA e, em Luanda, estimava-se tivesse pelo menos 3000 homens armados, comandados por Chipenda, que tinha sido «oficialmente expulso» do movimento presidido por Agostinho Neto. Chipenda, e cito o Diário de Lisboa, «passa a ser representante no Governo de Transição pelo movimento de Holden Roberto» - a FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado do seu Estado Maior General, anunciando que «renderam-se na Frente Leste, no passado dia 16, os comandantes Luhele, Katchukuchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que, até esta data estavam integrados nas forças imperialistas de Daniel Chipenda».
O comunicado acrescentava que «renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», seguindo-se (a rendição) às dos comandantes Mafuta, Cow-Boy, Pela Virianga e Bala Direita, que «com as suas tropas, se tinham rendido em Janeiro» desse mesmo ano de 1975.

3 042 - Mortos em Salazar e dias de espera no Quitexe

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Capitão Oliveira, alferes António Cruz, Jaime Ribeiro e António Garcia, furriel 
Viegas e alferes Barros Simões, num dos dias do Quitexe (1974/75). Foto na 
aldeia da Canzenza, à saída da vila, vendo-se, em destaque, a capela de Santa Maria de 
Deus. Em baixo, Viegas em Nova Lisboa, com a madrinha Isolina e as netas 
Fátima e Idalina, em Abril de 1975



As notícias, há 40 anos, não circulavam com a rapidez de hoje e foi dias depois que, no Quitexe, onde continuávamos a procurar saber do nosso destino próximo, soubemos, a 25 de Fevereiro de 1975, de incidentes em Salazar (ou Dalatando), com mortos e feridos. Forças do MPLA cercaram a Delegação da FNLA, aos gritos «abaixo a FNLA imperialista», a disparar, morrendo dois civis (um negro e um branco) e ficando feridos outros dois.
Salazar não era tão longe do Quitexe quanto isso - e as distâncias, em África, tem um dimensão muito inferior às de aqui - e aos nossos sentidos e emoções chegava cada vez  mais evidente a verdade axiomática do comandante Almeida e Brito:«Há incidentes em todas as capitais, um dia vão chegar aqui».
Almeida e Brito que, nesse 25 de Fevereiro de 1975, voltou a reunir na ZMN para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», depois dos dias 19 e 20, a que se seguiram 26, 27 e 28, nalgumas delas «acompanhado do oficial adjunto» - que era, recordemos, o capitão José Paulo Falcão.
A Facção Chipenda e o MPLA, em Nova Lisboa, puseram-se aos tiros e morreu uma pessoa. Ao tempo, contactando telefonicamente familiares lá residentes, fui informado que por lá nada se passava. De nada sabiam! Mais tarde, já em Abril, a capital do Huambo (quando por lá estive, em férias), continuava a ser um paraíso. A guerra era lá para o norte e leste e Luanda e Cabinda. Era a sua (errada) convicção!

3 043 - A decisão de o BVAV. 8423 ir para Carmona

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Avenida do Quitexe, com a secretaria da CCS (seta preta), casa dos furriéis (a verde) 
e messe de oficiais (cor de laranja). O jardim da vila (em baixo), na Estrada do Café



A 26 de Fevereiro de 1975, finalmente, a reunião da ZMN definiu que os Cavaleiros do Norte iam para Carmona e para o (em extinção) BC12. Agora, então, sublinha o Livro da Unidade, «com a pressa  de uma rápida e imediata mudança» - o que se viria a concretizar a 2 de Março seguinte.
A mudança, ainda segundo o Livro da Unidade, foi do «agrado geral para a maioria dos militares», mas, contudo, frisava, «traz ao BCAV. a responsabilidade de uma zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas, o que, forçosamente, virá a trazer-nos responsabilidades, honrosas por um lado, mas extremamente difíceis e complexas, por outro».
Mal nós imaginávamos, ao tempo, o que nos esperava - nomeadamente nos trágicos primeiros seis dias de Junho desse mesmo ano.
Carmona, já nós conhecíamos muito bem - das muitas vezes que para lá tínhamos viajado, a troco das mais vulgares razões e atraídos pelo desejo dos prazeres da vida, do desejo e da idade. Carmona era, para a maioria generalizada de todos nós, a primeira cidade que melhor conhecíamos. Quase todos, éramos gente da província do Portugal de 1973 e 1974.
A notícia da rodagem para a capital do Uíge, já mais ou menos esperada, foi recebida com tranquilidade - embora também com expectativa -, e os poucos dias que nos separavam da partida (2 de Março) foram vividos a preparar a saída, embrulhando malas e fazendo despedidas.
Pelo Quitexe, ia ficar a 3ª. CCAV. 8423, a de Aanta Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Lá chegara, a 10 de Dezembro de 1974, deixando de vez a mítica fazenda uíjana, militarmente ocupada desde 19
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