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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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3 304 - Incêndio na arrecadação de material de guerra do Quitexe

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Incêndio no Quitexe militar, há 40 anos. Em cima, à direita reconhece-se 
o capitão António Oliveira, comandante da CCS. Em baixo, a casa a arder


A 17 de Janeiro de 1975, ontem se comp'letaram 40 anos, deflagrou um incêndio mo edifício onde o BCAV. 8423 tinha a arrecadação de material de guerra de aquartelamento e os quartos dos oficiais. 
Relata o Livro da Unidade, sobre o incêndio quitexano, que acabo de consultar, que «houve avultados prejuízos materiais» e que «não foi possível evitar a destruição total do imóvel, por falta de meio adequados para apagar o incêndio, inclusive água própria». 
Poderia ter sido uma tragédia!
Agostinho Neto, em Portugal e encerrada a Cimeira do Alvor, viajou em avião da Força Aérea para o Porto, onde reuniu com estudantes angolanos. O mesmo fez em Coimbra, ainda voando em avião posto à sua disposição pelo Governo Português. Fazia-se acompanhar por Paulo Jorge, outro alto dirigente do MPLA.
Em Luanda, especulava-se sobre quem seria o novo Alto-Comissário - embora anunciado que seria Silva Cardoso, na Penina. 
Jonas Savimbi manifestava satisfação com o acordo que, do seu ponto de vista, reflectia «o espírito de fraternidade que presidiu aos trabalhos e a defesa dos interesses do nosso povo».

Assim ia o processo de descolonização de Angola.

3 305 - Cavaleiros em festa e televisão em Angola

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CAVALEIROS do Norte de Santa Isabel; furriéis milicianos António Flora, Agostinho Belo, 
António Fernandes e Alcides Ricardo. Em baixo, 1ºs. cabos Estrela, Medeiros, Miguel Teixeira, 
Damião Neves e Vasco Vieira, todos da CCS



A 18 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito foi a mais uma reunião de trabalho no BC12, em Carmona - a futura casa dos Cavaleiros do Norte -, para «estabelecimento de contactos operacionais». A 3 e 7, estivera no Comando de Sector do Uíge (onde voltou a 28), «estando em muitos destes contactos igualmente presente o oficial adjunto do BCAV.» - que era o capitão José Paulo Falcão.
Ao tempo, em Luanda - onde se viviam as emoções do Acordo do Alvor -, era anunciada «a distribuição de aparelhos de televisão peças associações e centro populares dos musseques (...), para quando começar em breve a funcionar a Rádiotelevisão de Angola». Quem tal revelou,  na capital angolana, foi João Urbano, que iria ser o seu director e salientando «o importante papel que cabe à televisão, em Angola, neste período de transição para a independência, podendo contribuir, decisivamente para a politização e esclarecimento das massas».
Pessoalmente, não tenho a menor memória de ter visto a dita Televisão de Angola - o que não quer dizer que não tenha funcionado.
A 19 de Janeiro de 1975, hoje se fazem 40 anos, era 23 que comemoravam dois Cavaleiros do Norte, aquartelados no Quitexe: o furriel miliciano Fernandes (da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel) e o 1º. cabo Damião Viana (da CCS). Hoje, festejam os 63!!!





3 306 - Uma mãe «amazona», aos 94 anos de vida!!!

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Os meus amigos Cavaleiros do Norte vão desculpar-me, mas o post de hoje é dedicado à senhora dona Maria Dulce Pinheiro Estima, que, não por acaso, é a senhora minha mãe e hoje mesmo fez 94 anos. E fina que nem um alho!!!
Se repararem bem, aquele olhar está mesmo a preparar alguma!!! É que a senhora dona Maria Dulce, do alto dos seus 94 anos, tem direito (e jeito) para mandar as suas piadas, sempre atenta e perspicaz, a não deixar passar nada ao seu olhar crítico e mordaz, como quem diz «eu é que sei, vocês ainda tem muito para aprender».
Foi surpreendida com a visita de uma larga delegação de familiares, que, idos de vários pontos do país, lhe foram prestar homenagem. Caçou-me o chapéu e só autorizou fotografias com ele na cabeça. Parabéns, senhora dona Maria Dulce!!!
Acabei de reler o seu aerograma de há 40 anos, no qual me falava do luto dos seus 54 anos, estando eu pelo Quitexe, na guerra colonial, e confirmei o que eu sabia: «GRANDE MÃE!!».

3 307 - Cavaleiros do Norte em remodelação e A. Neto em Lisboa

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Cavaleiros do Norte há 40 anos. Fernandes (tronco nu), Graciano, um combatente 
da FNLA e Neto (de tronco nu, todos de pé), Rocha, Querido e Cardoso (em baixo). 
Agostinho Neto, presidente do MPLA (foto de baixo)



A 21 de Janeiro de 1975, aumentavam, no Quitexe, os murmúrios sobre «uma nova remodelação do dispositivo militar» dos Cavaleiros do Norte - em consequência da Cimeira do Alvor e que, naturalmente, eram a razão das reuniões de trabalho do comandante Almeida e Brito, em Carmona (na ZMN e BC12), e na subunidades do batalhão. De que aqui temos falado.
O BC12, criado em 1961 - e que desde então guarnecia a capital da província do Uíge (Carmona) -,-«iria ser extinto», como leio no Livro da Unidade, e expectava-se sobre a nossa rotação para lá, mas também para... Luanda! - onde os Cavaleiros do Norte eram desejados!
«O movimento está esboçado, mas aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Alvor possa impor», refere o Livro da Unidade.
Ao tempo, os movimentos emancipalistas instalavam delegações nas principais localidades - casos de Quitexe,  Aldeia Viçosa e Vista Alegre - , desenvolvendo «actividades de politização», naturalmente procurando atrair a população para as suas ideias.
Em Lisboa, Agostinho Neto, presidente do MPLA, visitava o Hospital de Santa Maria onde, como médico, trabalhara em 1962, antes de entrar na clandestinidade. «Vou-me embora amanhã, mas vou em condições muito mais favoráveis que há 14 anos», comentou o dirigente angolano que, segundo o Diário de Lisboa de 20 de Janeiro de 1975, deixou Portugal no do seguinte. Hoje se passam 40 anos!
A expectativa (anunciada) era a de que estaria no dia 31 de Janeiro, em Luanda, para «a posse do Governo de Transição».

3 308 - Um recuo em Portugal, será um recuo para Angola

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QUITEXE, a parada do Batalhão de Cavalaria 8423, vista da porta d´armas, 
em 1974/75. Notícia do Diário de Lisboa, de 22 de Janeiro de 1975


O Comandante do Sector do Uíge (CSU) esteve no Quitexe a 15 de Janeiro de 1975, presidindo à reunião de comandantes das várias unidades do Sector. Esteve acompanhado de oficiais do seu Estado Maior. A então próxima rotação dos Cavaleiros do Norte foi, seguramente, um dos temas do encontro.
A guarnição cumpria serviços de ordem e praticava desporto, principalmente futebol e no âmbito da acção psicológica. E fazia contas para a data do regresso - que só viria a acontecer em Setembro, embora as expectativas fossem outras, para datas bem mais próximas. 
Agostinho Neto foi recebido na Associação Portuguesa de Escritores, em Lisboa, afirmava acreditar que «depois da independência, haverá mais negros em Portugal e mais brancos em Angola».
«Vejo o começo duma nova situação em que, de facto, a liberdade se poderá materializar em cada um dos países nisso interessados, nas ex-colónias e em Portugal propriamente dito. Porém, não nos esqueçamos que teremos de bater firmemente a reacção e que só depois de a batermos firmemente poderemos aspirar a uma liberdade total. É, pois, necessário que os povos de Angola e Portugal se unam, porque unidos haveremos de trilhar o caminho da liberdade, obstando a que se reinstale o neocolonialismo. Um recuo em Portugal, será um recuo para Angola e um recuo em Angola, será um recuo para Portugal», disse Agostinho Neto.

3 309 - Cavaleiros do Norte limitados, por falta de meios humanos

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Quartel de Aldeia Viçosa, em foto de de Carlos Ferreira, em Dezembro de 2012. Em 
baixo, a estrada do café na vila da 2ª. CCAV. 8423



A 23 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito reuniu em Aldeia Viçosa, com o capitão José Manuel Cruz, comandante da subunidade, e oficiais da 2ª. CCAV. 8423.  Por, recorda-se do Livro da Unidade, «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais».
O encontro foi um de outros dessa época: à 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre (dia 5 de Janeiro), Comando de Sector do Uíge  (a 3, 7 e 28) e ao BC12 (dia 18). Já aqui reportados.
A tempo, a actividade dos Cavaleiros do Norte - como por aqui já tem sido recordado -, era «muito limitada, por falta de meios humanos», e, por outro lado, «quase somente conduzida ao longo do «alcatrão», em constantes patrulhamentos, apeados e auto, através dos quais se garante a nossa presença e a liberdade de itinerário». Assim historia o Livro da Unidade.

3 010 - Angola à espera do Governo de Transição

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Estrada de Luanda para o Grafanil, em Dezembro de 2014. «Nada tem a ver com a do 
nosso tempo». diz Carlos Ferreira (Zalala) , o autor. Em baixo, notícia do DL de há 40 anos


A constituição do futuro Governo Provisório de Angola era a grande dúvida dos dias finais de Janeiro de 1975. O Diário de Lisboa titulava«Angola esperava o Governo de Transição», na sua edição de há 40 anos. Nem MPLA, nem FNLA, nem a UNITA abriam o jogo.
As leis de imprensa e da greve eram questões do momento angolano e, sobre esta, questionava-se quem deveria ser o representante sector do café,«um dos principais produtos de exportação de Angola». Sobre a imprensa, o problema tinha a ver com o protesto do sindicato do sector, que questionava «as restrições impostas ao sector». O MPLA era acusado de controlar a comunicação social mas o facto de esta denúncia ser feita em três órgãos de comunicação da cidade, fazia considerar que, segundo o Diário de Lisboa, «demonstra a sua oposição» ao mesmo MPLA.
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge, continuavam a sua jornada, cumprindo a sua missão e à espera da notícia que  tardou: a da data do regresso a Portugal. Ainda demoraria meses.

3 011 - Os primeiros dias dos futuros Cavaleiros do Norte

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Neto, Viegas, Matos (2ª. CCAV. 8423) e Monteiro no RC4. em Santa Margarida, Janeiro 
de 1974, há 41 anos! Em baixo, o interior do RC4, logo após a porta d´armas




A Janeiro de 1974, há 41 anos, o BCAV. 8423 dava os primeiros «galopes» em Santa Margarida, no Regimento de Cavalaria nº. 4 - a nossa unidade mobilizadora. Pode dizer-se, segundo o Livro da Unidade, que «a apresentação informal» foi a 7 de Janeiro, com «o encontro da maioria do pessoal do futuro batalhão - oficiais, sargentos e praças», no Destacamento do RC4.
O Neto, o Monteiro e eu mesmo (Viegas) já «debutáramos» na véspera de Natal, quando, por praxe, o oficial de dia nos fez «nomear» à ordem, para entrar de serviço e nós - muito por insistência decisória do Neto, demos o fora do quartel, no seu SIMCA 1100 branco, e «voámos», literalmente para Águeda, ainda bem a tempo da noite de natal - enquanto o Monteiro foi de autocarro, de Águeda para o Porto, onde, depois de telefonema nosso, para a casa dos pais, em Vila Boa de Quires (Marco de Canaveses), o iria buscar um irmão.
Lá tínhamos chegado, nesse 24 de Dezembro, com guia de marcha do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), de Lamego, já mobilizados para Angola.
Os três, muito provavelmente, fomos os primeiros futuros Cavaleiros do Norte a chegar ao Regimento de Cavalaria nº. 4. Há mais de 41 anos!!!
«Pior castigo que a mobilização, já não nos podem dar! Por isso, vamos embora!...», justificou o Neto. Viemos embora e, na verdade, nada nos aconteceu.


3 012 - Novo Alto-Comissário e a Facção de Daniel Chipenda

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Grafanil. interior do campo militar em Dezembro de 2014, foto de Carlos Ferreira (Zalala). 
Rosa Coutinho e Silva Cardoso (em baixo), os dois primeiros Alto-Comissários de Angola




A 26 de Janeiro de 1975,. o almirante Rosa Coutinho voou de Lisboa para Luanda, Ia deixar o cargo de Alto-Comissário e seria substituído (a 28) pelo brigadeiro Silva Cardoso, que fazia parte do Governo de Transição e participara na Cimeira do Alvor. A posse foi em Lisboa e no mesmo dia partiu para Angola.
Aqui, na véspera, forças da Revolta do Leste - a Facção de Daniel Chipenda, dissidente do MPLA - tentou entrar na cidade do Luso, mas foi impedida por forças portugueses e do  MOLA. o major Soares (um dos comandantes portugueses, conferenciou com os comandantes Kilimanjaro e Rosa, da Revolta do Leste, propondo-lhe que entrassem desarmados na cidade. Não aceitaram. Só se os elementos do MPLA também fossem desarmados, Kilimanjaro para «evitar qualquer incidente», mandou retirar seis (cerca de) 100 homens para uma posição a 3 quilómetros da capital do Moxico.
O jornal A Província de Angola dava conta que Daniel Chipenda pretendia dar uma conferência de imprensa no Luso, para a anunciar os resultados do congresso da Revolta do Leste, em Ninda.
O jornal O Comércio (de Luanda) dava voz a Chipenda e da sua preocupação em não criar qualquer conflito armado. A preocupação era outra: queria integrar as suas forças no futuro exército de Angola.
Daniel Cipenda, nessa altura, teria tropas aquarteladas em Ninda, Bon e Ivungo.

3 013 - Incidentes em Aldeia Viçosa e assalto à Emissora Oficial

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Homens da FNLA em Aldeia Viçosa, a  26 de Janeiro de 1975. Foto de António 
Carlos Letras (furriel). Em baixo, notícia do assalto à Emissora Oficial de Angola



Domingo, 26 de Janeiro de 1975, Já lá vão 40 anos. Aldeia Viçosa, onde se aquartela a 2ª.- CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, acorda tranquila e, para o dia, está prevista a abertura da Delegação da FNLA.
O movimento de Holden Roberto era «maioritário» no Quitexe, mas em Aldeia Viçosa e Vista Alegre, dividia popularidade com o MPLA. «Os movimentos emancipalistas continuam as suas actividades de politização, verificando-se que a área do Quitexe é quási na íntegra da FNLA, enquanto que nas áreas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre se verifica uma mesclagem deste movimento com o MPLA, o que tem dado azo a situações de algum atrito entre eles», relata o Livro da Unidade.
«O mais grave - acrescenta o mesmo LU - terá sido em 26 de Janeiro (...), quando os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu».
Menos pacíficas iam as coisas por Luanda, onde a FNLA, a 25 de Janeiro, tomou de assalto a Emissora Oficial de Angola, (EOA), a  pretexto de não ter sido lido um comunicado, com«graves acusações ao Governo Provisório e à Junta Governativa de Angola». A ordem de não leitura fôra do comandante Correia Jesuíno, o Secretário de Estado da Comunicação Social.
A força armada da FNLA era pessoalmente comandada por Hendrik Vaal Neto, destruiu parte das instalações e agrediu o locutor de serviço. António Cardoso, sub-chefe de redacção da EOA e militante do MPLA, foi raptado na sua residência, de madrugada, e era acusado de «não ser mais que um nó de uma vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara» - justificava o movimento de Holden Roberto.
A situação provocou fortes reacções (nomeadamente do MPLA) e o ambiente na capital era «tenso, mas a libertação provável» - a de Cardoso. Rosa Coutinho, acabado de chegar de Lisboa, deu conta de contactos nesse sentido, «entre o Governo Provisório e a FNLA e os outros movimentos».

3 014 - Cavaleiros para mudar e Savimbi em Nova Lisboa

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O BC12, visto do lado do Songo, à saída de Carmona. Foto da chegada de Jonas 
Savimbi a Nova Lisboa, do jornal A Província de Angola (em baixo)


Aos 28 dia de Janeiro de 1975, há precisamente 40 anos, o comandante Almeida e Brito voltou ao Comando de Sector do Uíge (CSU), em Carmona, por «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais». Já lá tinha estado nos dias 3 e 7, assim como no BC12, a nossa futura casa (a 23), na 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre (a 5) e na 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa (a 23).
Os murmúrios quitexanos (e os destas duas subunidades) continuavam a  apontar para «uma nova remodelação de dispositivo», com a indicação que os Cavaleiros do Norte iriam para Carmona, «dado que o BC12, que desde 1961 guarnecia a capital do distrito do Uíge, iria ser extinto». Tal movimento, refere o Livro da Unidade, «está esboçado, mas aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Algarve possa impôr».
Neste mesmo dia 28 de Janeiro de há 40 anos, soube-se que, na véspera e em Luanda, tinha sido feita a libertação de António Cardoso, sub-chefe de redacção da Emissora Oficial de Angola e que fora raptado pela FNLA, Entregue pela mesma FNLA no Comando da Região Militar de Angola.
Também a 27 de Janeiro,  Jonas Savimbi, presidente da UNITA, foi recebido em Nova Lisboa e «ovacionado por uma enorme multidão». 
O jornal A Província de Angola - que se publicava em Luanda - dava conta, na sua primeira página da edição de 28 de Janeiro de 1975, que«o dr. Jonas Malheiro Savimbi "leader" da UNITA, chegou esta manhã à capital de Huambo» e que«mais de meio milhão de pessoas, no maior espectáculo que jamais nos foi dado ver, acolheu o "muata" Savimbi».
«Recepção entusiástica e colorida, caridosa, extremamente significativa, não apenas pelo número de pessoas que envolveu, como até pelos cartazes e pelas frases escritas por toda a parte onde houvesse um centímetro de parede branca», relatava o A Província de Angola.

3 015 - Agitação e distúrbios, antes do Governo de Transição

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 Grafanil nos dias de Dezembro de 2014. Foto de Carlos Ferreira (Zalala). 
O símbolo dos Cavaleiros do Norte, o BCAV. 8423


A posse do Governo de Transição de Angola estava marcada para 31 de Janeiro de 1975 e, dois dias antes, a imprensa de Luanda dava conta que «agitadores, a saldo não se sabe de quem, andam pelos subúrbios a incitar a população a fazer distúrbios».
O MPLA. a esse propósito, emitiu um comunicado a apelar aos seus militantes e simpatizantes no sentido de «denunciaram os agitadores que conseguirem identificar» e, ao mesmo tempo, aconselhando-os a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderã desprestigiar o movimento». A UNITA, em Nova Lisboa e pela voz do presidente Jonas Savimbi, denunciava «o perigo de um contra-golpe em Portugal» e prometia «trabalhar na unidade dos movimentos de libertação para que , se alguém tentar retroceder a roda da historia de Angola, nós todos unidos não consentirmos».
A FNLA, neste mesmo dia, fazia chegar a Luanda os seus representantes no Governo de Transição, cujos  nomes não foram anunciados. Sabia-se, da parte da UNITA, que a sua delegação seria chefiada por José N´Dele, um cabindês, ex-seminarista, que fôra dos quadros da FNLA e, como dirigente da UNITA, tinha participado na Cimeira do Alvor.

3 106 - Vésperas de Governo e 2 novos Cavaleiros

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Grupo de Transmissões, e outros Cavaleiros do Norte, do Quitexe. 
Algum deles será o Pexim? A avenida do Quitexe (em baixo)


O mês de Janeiro de 1975 aproximava-se do fim, sem grandes alterações quitexanas, expectando-se, embora e continuadamente, a (nova) rotação dos Cavaleiros do Norte, a  que seria para Carmona. E, naturalmente, a posse do Governo de Transição de Angola - ,arcada para o dia 31, em Luanda.
Ao Quitexe, e à CCS, chegou um 1º. cabo de transmissões, de quem, infelizmente, não  guardo memória: Joaquim F. N. Pexim. Todas as diligências já efectuadas, em nada resultaram. Quem dele saberá?
Chegou ao Quitexe em Janeiro de 1975, há precisamente 40 anos!
Outro Cavaleiro do Norte que este mês chegou, mas a Aldeia Viçosa (2ª. CCAV. 8423), foi o soldado atirador Fernando M. D. Sousa. Dele igualmente não temos notícias.
Luanda, expectava a tomada de posse do Governo de Transição, teve uma noite de algum sobressalto, já que, num cadeia civil, houve um motim que implicou a intervenção das Forças Armadas Portuguesas, com tiros para o ar. Patrulhas da FNLA e do MPLA acorreram ao local e dois reclusos ficaram feridos e alguns outros conseguiram evadir-se, durante a insurrecção. O motim reclamava uma amnistia, pela tomada de posse do Governo de Transição. A cidade, todavia e fora neste incidente, «estava calma», segundo relatava o Diário de Lisboa.

3 017 - Governo de Transição tomou posse há 40 anos

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Governo de Transição de Angola tomou posse há 40 anos, hoje se completam! Foto do jornal
"A Província de Angola", de 1 de Fevereiro de 1975. Em baixo, governantes, um a um, foto da 
revista "Notícia", de 8 de Fevereiro de 1975. Clicar na imagem, para a ampliar


O Governo de Transição de Angola tomou posse há precisamente 40 anos, a 31 de Janeiro de 1975, no Palácio do Governador, em Luanda e numa cerimónioa presidida por  Almeida Santos, ministro da Coordenação Inter-Territorial.
Os 12 ministérios foram distribuídos, igualmente, pelo Governo Português e pelos três movimentos de Libertação.
- MPLA:Manuel Rui (Informação),  Saidy Mingas (Planeamento e Finanças) e Diógenes Boavida (Justiça). Secretários de Estado: Augusto Lopes Teixeira (Indústria e Energia), Conélio Kaley (Trabalho) e Henrique Santos (Interior). Colégio Presidencial: Lopo do Nascimento.
- FNLA: Ministros Kabaneu Sauhde (Interior), Samuel Abrigada (Assuntos Sociais) e Mateus Neto (Agricultura). Secretários de Estado: Graça Tavares (Comércio), Hendrick Vaal-Neto (Informação) e Baptista Nguvulu (Trabalho). Colégio Presidencial: Johnny Eduardo.
- UNITA: Ministros EduardoWanga (Educação), Augusto Dembo (Trabalho) e Jeremias Chutinda (Recursos Naturais). Secretários de Estado: Jaka Jamba (Informação) e João Waiken (Interior). Colégio Presidencial: José N´Dele.
Portugal estava representado pelo Alto Comissário Silva Cardoso e pelos ministros Vasco Vieira de Almeida (Economia), Alfredo Resende Oliveira(Obras Públicas) e Antunes Cunha (Comunicações e Transportes).

3 018 - Cavaleiros do Norte sem conhecerem o futuro imediato

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O PELREC: Almeida, Neves, Messejana, Florêncio, Armindo (?), Viegas (furriel),
Marcos, Dionísio, Caixarias e Garcia (alferes), de pé. Em baixo, Vicente, Soares, 
Freacisco, Leal, Oliveira (transmissões), Hipólito, Madaleno e Neto (furriel).
O Alto Comissário Silva Cardoso, à esquerda, na posse do Governo de Transição




O mês de Fevereiro de 1975, para os Cavaleiros do Norte, «caracterizou-se pela incerteza do seu futuro destino», como se lê no Livro da Unidade, já que«iria ser considerado a fazer parte das tropas de integração determinadas pelo Acordo do Alvor». Não se sabia era para onde iria?
O BCAV. 8423 era «pretendido pela RMA e solicitado pela ZMN», pelo que, há 40 anos, a nossa expectativa era saber se rodaríamos para Carmona, ou para Luanda. Só a 26 desse mês de Fevereiro tal se definiria e, releio no Livro da Unidade, «agora com a pressa de uma rápida e imediata mudança, para o aquartelamento do BC12, em extinção, o que só se viria a realizar a 2 de Março».
A posse do Governo de Transição tinha sido na véspera e foi nesse dia 1 de Fevereiro que nos chegaram ecos da cerimónia do Palácio do Governador.«Cerca de 5000 pessoas, agitando bandeiras dos três movimentos de libertação, saudaram com um brado uníssono de «glória, glória», os membros do Governo de Transição e o Alto-Comissário português que assomaram a uma da varandas do Palácio do Governador Geral, depois de ter sido anunciada a tomada de posse», refere a imprensa desse dia 1 de Fevereiro de 1975. Há 40 anos!
Imediatamente antes, tinham guardado um minuto de silêncio, «em memória dos angolanos que tombaram de armas na mão, durante os 13 anos de luta pela independência».
O Alto-Comissário era o general Silva Cardoso, que se vê na foto, à esquerda e à civil, na cerimónia de posse.


3 019 - Comício da FNLA em Aldeia Viçosa, incidentes com o MPLA

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Comício a FNLA em Aldeia Viçosa (em cima). Pavilhão dos futuros furriéis 
milicianos do Batalhão de Cavalaria 8423, em Santa Margarida (em baixo)



A Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) realizou um comício em Aldeia Viçosa, para mostrar as suas ideias políticas ao povos da zona. O movimento de Holden Roberto tinha aberto a delegação dias antes (a 26 de Janeiro), quando também quis fazer um comício com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), para o qual«não houve entendimento», obrigando à intervenção das Forças Armadas Portuguesas, «em situação apaziguadora, que se conseguiu» - como reporta o Livro da Unidade.
A imagem (do furriel António Carlos Letras, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa) é desse dia 26 de Janeiro e, a 2 de Fevereiro de 1975 - hoje se fazem 40 anos  - no comício do movimento de Holdem Roberto registaram-se «incidentes entre MPLA e FNLA, rapidamente sanados pelas NT».  
Um ano antes, em Santa Margarida e no RC4, os futuros Cavaleiros do Norte faziam a sua preparação para a jornada africana de Angola - que decorria desde 7 de Janeiro, altura do «encontro da maioria do pessoal do futuro Batalhão», no Destacamento do RC4.
A apresentação«foi informal», tendo os contactos mais formais começado no dia seguinte, às 9 horas da manhã, numa«reunião de trabalho em que estiveram presentes os quadros do BCAV.». 
A palestra que a precedeu serviou para o comandante Almeida e Brito expressasr «os princípios e hábitos de vida que teriam nortear a vida do BAV, durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA».
Foi isto há um pouco mais de 41 anos!



3 020 - Passeios ao Duque de Bragança, a Salazar e a Cacuso

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Almiro Maciel,  (furriel) João Dias, (alferes) José Lains, (furriel) Évora Soares, Carlos Coelho e 
Famalicão (de pé), Carlos  Costa e Fernando Silva, Cavaleiros do Norte de Zalala.
Em baixo, (furriel) José Pires, da CCS, nas Quedas do Duque de Bragança



Os dias de Fevereiro de 1975, pela chão uíjano onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte, foram ttanquilos, no essencial. Tirando um e outra «escaramuças» entre combatentes e dirigentes da FNLA com os do MPLA (ou vice-versa), os tempoos foram-se passando em paz, com serviços de rotina e patrulhamentos. Mas, por exemplo, as escoltas na estrada do café terminaram no dia 7.
Leio no Livro da Unidade que, ao tempo, «foi possível pensar em realizar passeios de fins de semana para alguns militares, nomeadanente a Nalanje, aproveitando ainda para mostrar Duque de Brabgança, Cacuso e, em alguns casos, Salazar».
Duque de Bragança eram (e são) espectaculares quedas de água, situadas no rio Lucala, o maior afluente do rio Kwanza, com 410 metros de extensão e 105 de altura, as  segundas maiores de África. Actualmente, e depois da independência, são denominadas Quedas da Kalandula, por ficarem neste município da província de Malanje.
A iniciativa, refere o Livro da Unidade, «foi do maior agrado e teve extensão a todas as nossas subunidades, servindo de molde a outras unidades da ZMN».


3 021 - A. Neto em Luanda e Ornelas Monteiro no BCAV. 8423

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Agostinho Neto na chegada a Luanda, há 40 anos. 
Foto do jornal A Província de Angola, de 6 de Fevereiro de 1975




Agostinho Neto, presidente do MPLA, chegou a Luanda há 40 anos, a 4 de Fevereiro de 1975. O Governo de Transição decretou feriado nacional, «tendo em consideração o significado histórico na luta de libertação nacional».
A mesma razão para decretar feriados nacionais a dias relacionados com os três movimentos:
- MPLA, 4 de Fevereiro de 1961: ataque às prisões de Luanda.
- FNLA, 15 de Março de 1961: ataque generalizado no norte de Angola, dirigido pela UPA (FNLA), de Holden Roberto.
- UNITA, 25 de Dezembro de 1966: ataque a Teixeira de Sousa, dirigido pelo movimento de Jonas Savimbi.
Os três dias, segundo a promulgação do Governo de Transição, passaram a ser «considerados feriados nacionais em todo o território nacional, tendo os trabalhadores direito ao seu salário».
Um ano antes, precisamente, e em Santa Margarida apresentou-se  formalmente o major de cavalaria Ornelas Monteiro, 2º. comandante do Batalhão de Cavalaria 8423. Não seguiria connosco para Angola já que, «por motivos imprevistos e de serviço, e a solicitação do Movimento das Forças Armadas», foi deslocado «em vésperas do embarque» para a Guiné-Bissau. Faleceu a 16 de Julho de 2011, em Lisboa, aos 80 anos.

3 022 - O Mosteias faleceu há 2 anos!!!

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Mosteias e Viegas, frente à secretaria da CCS, no Quitexe, em 1974 (em cima). 
Viegas, Mosteias e Neto, na messe do Bairro Montanha Pinto, em Carmona  (1975)


O Luís Mosteias faleceu há dois anos, a 5 de Fevereiro de 2013. Não resistiu à violência de uma doença que, em finais de Dezembro anterior, o atirou para uma cama do Hospital do Litoral Alentejano. Foi um dos grandes e maiores Cavaleiros do Norte, um companheiro de sempre, um amigo imortal!
Soube da sua doença a 2 de Janeiro desse ano de 2013, quando lhe liguei para o abraço dos 61 anos - que (ele) fazia nesse dia! Já estava internado no Hospital do Litoral Alentejano e falou-me da doença, diminuindo-lhe a gravidade e gracejando, até, com a forma como com ele lidavam os médicos.
Companheiros da jornada africana do Uíge Angolano testemunharam-lhe, nesse intervalo de tempo, toda a solidariedade que tanto merecia, encorajando-o para o combate que travava.
Faleceu há dois anos e, como nesse dia, deixamos aqui a palavra que define a imortalidade do Mosteiasm entre os Cavaleiros do Norte: SAUDADE!!
- MOSTEIAS. Luís João Ramalho Mosteias, furriel miliciano sapador, da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423. Oriundo de Cabeção (Mora), com vida feita por Lisboa, Montijo (terra de afeição) e Vila Nova de Santo André. Faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, no Hospital do Litoral Alentejano.
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3 023 - Cavaleiros no Songo e oficiais portugueses mortos

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 A vila do Songo, em 1975 (foto da net). O busto de Acílio Gala, inaugurado a 15 de Julho 
de 1973 (foto de baixo. Os oficiais mortos a 3 de Fevereiro de 1975 (imagens mais abaixo)



A 5 de Fevereiro de 1975, no Songo, realizou-se a última reunião de Comandos do Comando de Sector do Uíge. Os Cavaleiros do Norte fizeram-se representar pelo comandante Almeida e Brito e pelo furriel miliciano Viegas, que participou na reunião do MFA, como delegado dos sargentos do BCAV. 8423.
Não sabia na altura, mas era administrador do Songo o futuro presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro e deputado do CDS/PP, o dr. Acílio Gala. Que eu não conhecia, ao tempo - só mais tarde, no exercício de outras funções.  Mas há a curiosidade de eu, com um grupo do PELREC que nos acompanhava (de escolta), termos estado algum tempo parados junto ao busto com que a cidade o homenageara - a 15 de Julho de 1973, por méritos que teve como adminstrador e presidente da Câmara do Songo, nos 5 então anos anteriores.
Algumas vezes, nos anos 90 para 2000, nos divertimos com o pormenor, em longas e saborosas conversas nos Paços do Concelho de Oliveira do Bairro.
O dia 6 de Fevereiro de 1975 (há precisamente 40 anos) foi assinalado, em Luanda, por um comunicado do Alto Comissário, responsabilizando o MPLA pelos incidentes ocorridos no mercado de S. Paulo, no dia 3, nos quais morreram um capitão e um alferes milicianos portugueses, um sargento do ELNA (exército da FNLA) e 5 civis - para além de ferimentos em um capitão português, dois militares do ELNA e 9 civis.
Os incidentes começaram, numa tentativa de assalto a um comerciante, acusado de, na véspera, ter matado dois civis negros. Intervieram o ELNA e as FALA (exército do MPLA) e quando uma viatura militar portuguesa levava um civil, este foi tido com o comerciante (não era), começando o tiroteio - depois do apedrejamento da viatura.
O capitão miliciano era Ramiro José Amaro de Azevedo Pinheiro (foto ao lado, mais acima), ao tempo jogador de andebol do Sporting (creio mesmo que internacional) e assistente do Instituto Superior Técnico. José Domingos dos Santos era o alferes miliciano abatido. Ambos, oficiais da 1ª. CART. 6323.
A memória refrescou-se-me neste momento: a 3 de Fevereiro de 1975 eu estava em Luanda e fiz a viagem da Avenida D. João II para o Bairro da Cuca, passando em S. Paulo, pouco depois destes trágicos incidentes. Ia procurar os conterrâneos Benedita e Mário Coelho, casal que lá morava (com a filha Fernanda) e de quem a família conterrânea queria saber notícias.
Estava «desenfiado» na capital e, se a memória me não atraiçoa, viajaria para Carmona no avião civil das 17 horas.
-MORTE DOS OFICIAIS 
PORTUGUESES
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