Marginal de Luanda nos anos 70, vista do lado do
porto (foto da net). Viegas e Resende na Ilha, em Abril de 1975
As limitações informativas aumentaram a 2 de Abril de 1975, em Luanda. O Alto-Comissário proibiu a circulação dos jornais «Expresso», «Sempre Fixe» e «Notícias de Lourenço Marques». A censura era feita por uma um comissão had-hoc, nomeada por ele mesmo.
O MPLA deixou de poder divulgar as suas actividades na rádio. A Emissora Oficial de Angola era a única estação autorizada a dar notícias. As rádios privadas puderam voltar a emitir, mas sem... noticiários. O ministro Johny Eduardo, da FNLA, reuniu com os consules da cidade e, numa espécie de conferência de imprensa, atacou o MPLA e rejeitou responsabilidades do seu partido nos incidentes dos dias anteriores. Negou fuzilamentos e prisões e acusou o MPLA de provocar o clima de tensão que se vivia em Luanda.
Vivia?
Por mim e o Cruz, nada demos por isso. A fraternal disponibilidade do amigo Albano Resende levou-nos em passeios pela ilha, pela baixa turística, ao Mussulo, à Mutamba, por Miramar e pela Vila Alice, por outros tantos outros cantos de interesse e curiosidade luandinos. Nem faltou uma bacalhauzada no Vilela - no bairro da Cuca. Por lá procurei Mário e Benedita, casal de conterrâneos e agora vizinhos, em casa de quem me tinha estreado a comer moambada - em Junho de 1974. E várias ajantarei com o saudoso Alberto Ferreira, cabo especialista da Força Aérea - quem, de lá (Luanda), habitualmente me mandava jornais, revistas e discos, para o Quitexe e mais tarde para Carmona.
A Luanda urbana, para além desses incidentes inter-movimentos, era uma cidade de apetites, jovem e grávida de desafios para dois Cavaleiros do Norte em férias.
A 2 de Abril de 1975, circulava na cidade um panfleto do MPLA a convocar o povo para uma manifestação e a pedir a demissão do Alto-Comissário português. Assim como o regresso dos militares da FNLA aos quartéis. Melo Antunes era nesse dia esperado em Luanda.
Dados noticiosos do DL