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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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1 896 - Natal de 1974, no Quitexe, Aldeia Viçosa e Vista Alegre

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NATAL no Quitexe, a 24 de Dezembro de 1974. Rocha, Fonseca, Viegas, Belo e Ribeiro (à esquerda), Monteiro, Cândido Pires (de bigode), Costa (a rir), Machado (de cigarro na boca) e Lajes

O Natal dos Cavaleiros do Norte dividiu-se pelo Quitexe, por Vista Alegre (foto do meio) e por Aldeia Viçosa (de baixo). Foi um tempo farto e de festa, muito vivido e partilhado pela comunidade militar. As imagens mostram momentos dessa noite tão especial, que matou saudades e desejos dos miminhos das casa das famílias. 
Na foto de baixo, de Aldeia Viçosa, conhecem-se o Matos, um outro furriel (meio tapado), o 1º. sargento Norte e, aqui à frente, o Letras, todo pimpão e de bigodaça saliente. Mais difícil, e impossível para mim, e identificar os Cavaleiros de Zalala, neste tempo já em Vista Alegre. Apenas reconheço o Rodrigues, o furriel que se está a rir, à direita. Quem ajuda a identificá-los? 

1 897 - A véspera de Natal angolano de há 39 anos!

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Natal do Quitexe, há precisamente 39 anos. Sentado de costas, à esquerda, o tenente Luz. Depois, de pé, Lajes e Soares, tenente Fernandes e furriel Reino, comandante Almeida e Brito, o soldado corneteiro, capitão Falcão, tapado pelo capitão Oliveira (de óculos). De frente, alferes Hermida (de bigode) e esposa, dra. Margarida Cruz e alferes Cruz e esposa do tenente Mora. Aqui, da esquerda, sargento ajudante Machado (de cigarro na mão), o neto e filha do capitão Oliveira, NN (de costas), a  esposa do capitão Oliveira e mais dois militares. Em baixo, Carpinteiro, NN, Rebelo, NN, alferes Ribeiro, um sapador (??), civil de cor, Messejana, Florêncio (de barbas) e o alferes Garcia

Há 39 anos, por esta hora da tarde de véspera de Natal de 1974, faziam-se esperas pela noite de consoada, a primeira que a esmagadora maioria de nós passava fora de casa, da neve e dos frios da Europa, dos miminhos das mamãs e famílias, namoradas e mulheres.
As mulheres dos oficiais, e outras - como a Irmã Maria Augusta Capela, da Missão, irmã do padre Albino! - capricharam na ementa e nenhum de nós deixou de saborear os pitéus e sabores tradicionais, de um pouco de tudo, das tradições do norte a sul gastronómico de Portugal. Foi uma noite inesquecível!
Hoje, e ontem, e anteontem, e antes de anteontem, a minha caixa de correio encheu-se de contactos, de Cavaleiros do Norte que vieram «rejuvenescer» os memoráveis tempos da nossa missão em terras do norte de Angola. Contactos electrónicos, de telemóvel, em mensagens. Não querendo esquecer nenhum, cito dois, pelas razões que verão.
1 - O BARBEIRO. 
Aurélio da Conceição Godinho Júnior, soldado atirador do PELREC, com especialidade de barbearia. Está hoje de luto, pela morte de um cunhado, falecido ao princípio da manhã,  vítima de doença cancerosa. Soltaram-se-lhe as lágrimas, quando hoje falámos. Grande abraço, Aurélio!! Solidário e amigo, de todos os Cavaleiros do Norte!
2 - O BEATO. 
José Maria Pedrosa Beato, 1º. cabo radiotelegrafista, da 2ª. CCAV. 8423. A recuperar de uma insuficiência renal crónica (hereditária) que o «atirou» dois meses para o hospital. Convalesce na sua casa de Valongo, do Porto! Força, Beato!!! Atira lá esse problema para a outra banda!
A todos os Cavaleiros do Norte, um bom Natal!
Tão feliz, ao menos, como o que vivemos há 39 anos. No Quitexe, em Aldeia Viçosa, Vista Alegre e Ponte do Dange!

1 898 - Boas festas em 2013!!!

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PELREC, a sair para uma operação militar: Almeida, NN, Messejana, Florêncio, NN, Viegas, Marcos, Pinto, Caixarias e Garcia (atrás). Vicente, Soares, Francisco, Leal, Oliveira, Hipólito, Aurélio, Madaleno e Neto. Em baixo, o Natal da Vista Alegre (1º. CCAV.). Conhecem-se o Queirós (junto ao poste, de bigode, de cara levantada), seguido, depois do poste, do Carlos Ferreira (bigode e óculos) e Barreto (bigode)
 

BOAS FESTAS: Alegria (alferes, o Almeida), Alfredo Coelho (Buraquinho), António (atirador), Aurélio (atirador, o Barbeiro), Beato (2ª. CCAV.), Breda (1º. cabo condutor), Brejo (furriel da 2ª. CCAV.), Botelho (atirador), Cabrita, Caixarias (atirador), Canhoto (condutor), Cruz (alferes António Albano), Cruz (furriel António José), Cordeiro (1º. cabo atirador), Costa (furriel dos morteiros), Esgueira (condutor), Eusébio (furriel da 1ª. CCAV.), Ezequiel (1º. cabo atirador), Falcão (capitão), Ferreira (1º. cabo atirador), Florêncio (atirador), Florindo (1º. cabo enfermeiro), Francisco (soldado atirador), Gaiteiro (condutor), Gomes, Grácio (1º. cabo sapador), Guedes (furriel da 2ª. CCAV), Lapa, Lopes (furriel enfermeiro), Luzia (1º. sargento), Machado (furriel mecânico de armamento), Madaleno (soldado atirador), Monteiro (Gasolinas), Marcos (atirador), Matos (furriel da 2ª. CCAV.), Moreira (maqueiro), Neto (furriel de Operações Especiais), Nogueira (condutor do Liberato), Oliveira (1º. cabo de transmissões), Pagaimo (1º. cabo dos Morteiros), Pais (1º. cabo radiomontador), Patriarca, Peixoto (furriel destacado na CCS), Picote (condutor), Pinto (furriel da 1ª. CAV), Pires (furriel dos sapadores), Pires (furriel dos Morteiros), Rebelo cozinheiro), Ricardo (3ª. CCAV.), Rodrigues (furriel da 1ª. CCAV.), Serra, Teixeira (o Ângelo, da 3ª. CCAV.), Tomaz (1º. cabo rádio-montador), Soares (1º. cabo atirador) e Vicente (condutor), alguns dos muitos Cavaleiros do Norte que partilharam o Natal de 2013 com o blogue. Que perdõem os que aqui foram esquecidos!
Alguns terá fugido à memória destes dias, mas todos estão no coração dos Cavaleiros do Norte. Um grande abraço para todos! E um muito melhor 2014!

1 899 - As oitavas do natal quitexano de 1974

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Gomes (à civil), NN e Soares, atrás. Sentados, ao meio: Zambujo (de bigode) operador de mensagens (??) e Costa. Fila de baixo, Mendes, NN, Moreira, Alfredo Coelho (Buraquinho) e Luís Oliveira. Quem ajuda a identificar os dois "desconhecidos"? O alferes Cruz, na foto de baixo, com esposa dra. Margarida e o filho Ricardo no mesmo natal quitexano




Quitexe, 26 de Novembro de 1974!!! Há precisamente39 anos!!! Fazem-se oitavas do dia de Natal, é 5ª.-feira, e o comandante Almeida e Brito foi em missão de cortesia a Carmona! Ao Comando de Sector do Uíge e à Zona Militar Norte. Para fazer «continência» à mensagem natalícia do comandante do CSU - o dito Comando do Sector do Uíge! Mesagem que ouvíramos dois dias antes!
Almeida e Brito chegara ao Quitexe precisamente na véspera de Natal, depois de férias em Lisboa. Nesse mesmo dia, ou noite (melhor dizendo), o refeitório encheu-se de Cavaleiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423 - que de Santa Isabel chegara no dia 10 desse decembrino mês. Foi festa de emoção e de fartos e suculentos sabores consoais! Só de miminhos! E com as mulheres dos nossos oficiais: as do capitão Oliveira (com a filha e o neto), do tenente Mora e dos alferes Cruz e Hermida! Capricharam, as "nossas"  meninas, na elaborada e multiplicada confecção da ementa, com auxílio das mãos preciosas dos nossos cozinheiros! Tudo gente do alto!
A 25, o dia de Natal como tal, foi tempo de Almeida e Brito almoçar em Vista Alegre - onde se aquartelava a 1ª. CCAV., a do capitão Castro Dias, dos épicos Cavaleiros do Norte de Zalala! Ainda foi, de salto rápido, à Ponte do Dange, onde se «hospedava» um dos pelotões zalalianos! A noite de 25, no regresso para o Quitexe, foi de jantar em Aldeia Viçosa. Por aqui, fazia missão a 2ª. CCAV., a do capitão José Manuel Cruz!  Grandes companheiros!
O Natal de 1974 foi diferente! Em Abgola!!! Sem o frio, a neve, a chuva e as badaladas das torres sineiras das nossas aldeias a chamarem-nos para a missa do galo. Mas foi um grande e sentido Natal!

1 900 - Rotações no Quitexe e a pré-cimeira da independência

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QUITEXE, gente das transmissões: Mendes (1º. cabo), Soares, Pires (furriel), Oliveira (1º. cabo) e Costa. Em baixo, NN (quem é?), Zambujo e Salgueiro (1º. cabo operador de mensagens). Em baixo, o (furriel) Costa, com outro militar dos Morteiros, já no Grafanil



O Quitexe dos dias após o Natal de 1974, deram vazão à saída do Pelotão de Morteiros 4281 para Carmona, iniciada a 20 de Dezembro. A guarnição dos Cavaleiros do Norte, enriquecida com a chegada da 3ª. CCAV. 8423 (a de Santa Isabel, no dia 10), estava definitivamente envolvida (embora nem por isso déssemos, ao tempo), no esquema de rotação que nos levaria para o BC12, em Carmona. Viria a ser no dia 2 de Março de 1975.
A 27 de Dezembro, o Presidente da República, em Lisboa, desmentiu um matutino que, nesse mesmo dia, anunciara para 3 de Janeiro a realização da cimeira do governo português com os três movimentos de libertação.«No presente momento, toda e qualquer informação sobre o assunto é prematura, nomeadamente quanto a datas e locais», referia a nota de Costa Gomes. 
A 26 de Dezembro, porém, Jonas Savimbi (UNITA) partiu de Brazaville (República do Congo), onde esteve em negociações com Agostinho Neto (MPLA) e a 27 chegou a Lusaka (Zâmbia) - hoje se fazem 39 anos. E parecia realmente iminente a cimeira destes movimentos com a FNLA. Por isso mesmo, e nesse mesmo dia, chegou a Luanda a delegação portuguesa, que, em Kinshasa (Zaire), se encontrara com Holden Roberto. Assim iam os dias de gravidez da descolonização e independência de Angola. 
- NN. O NN da foto será o José Orlando Machado 
da Silva, soldado de transmissões? Diga lá 
alguém, se alguém souber!

1 901 - Dias finais de 1974, Neto e Chipenda...

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Cavaleiros do Norte da CCS em Santo Tirso, a 1 de Junho de 2013. 
Notícia do Diário de Lisboa de 28 de Dezembro de 1974

Hoje, o dia foi de arrumações cá por casa e, numa das pastas dos Cavaleiros do Norte, achei esta foto, que é recente mas tem muito significado: é a da missa no mosteiro de Santo Tirso, a 1 de Junho de 2013. A primeira missa celebrada em Encontros da CCS.
Aqui mesmo à frente, careca e com a mulher, está o Aurélio (Barbeiro). À à esquerda, mais atrás e de barba branca, o (alferes) Cruz e esposa, a dra. Margarida (que connosco esteve no Quitexe). Depois, a esposa e o tenente Luz (agora capitão, de óculos). Atrás do alferes Cruz, de óculos e roupa escura, está o (furriel) Dias, seguindo-se (os também furriéis) Machado e Viegas, a esposa deste e o Alfredo Buraquinho. Na quinta fila, entre duas senhoras, está o (furriel) Morais, de óculos e camisa aos quadrados. Na outra a seguir, à direita, o (furriel) Pires, das transmissões, de camisete branca. Atrás dele, de camisa verde, o (furriel) Cruz  - com a esposa ao lado. À direita deste, de azul, o (furriel) José Monteiro - seguindo-se a esposa dele e a do (1º. cabo) João Monteiro, o Gasolinas. Atrás deste, de bigode, o Serra (condutor). Outro condutor, é o Alves, mesmo atrás da esposa do José Monteiro (de camisa aos quadrados brancos e azuis). Também atrás, mas do (furriel) Cruz e esposa, está o Gomes (condutor), careca e de bigode.
Foi isto, a 1 de Junho de 2013.
A 28 de Dezembro de 1974, pelo Quitexe, jogava-se futebol entre as sub-unidades, via-se cinema e faziam-se preparativos para a passagem do ano e corrida de S. Silvestre. Em Paris, segundo notícia da France Presse e da ANI, a Facção Chipenda lembrava que tinha expulso Agostinho Neto do MPLA. Luís de Azevedo, seu encarregado de Relações Exteriores, em conferência de imprensa, acusava Rosa Coutinho de ter patrocinado o encontro de Neto com Jonas Savimbi (UNITA) dias antes, no Luso. Neto e Savimbi, porém, tinham concordado que Daniel Chipenda é que tinha sido expulso do MPLA.
Rosa Coutinho tinha sido nomeado Alto-Comissário e, a Luanda, segundo leio no Diário de Lisboa de 28 de Dezembro de 1974, «chegavam mensagens de regozinho», pela sua nomeação. Paralelamente, porém, outras chegavam, mas de «repúdio pela abertura do escritório da Facção Chipenda». Ia assim o país novo que ia nascer! 

1 902 - Últimos dias quitexanos de 1974...

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Quem é este Cavaleiro do Norte, aqui à esquerda? Depois, estão o Salgueiro e o Oliveira. E quem está a seguir? Tudo malta de transmissões? O da direita é o enfermeiro Florindo. Em baixo, o (1º. cabo) Manuel Deus, da 3ª. CCAV., frente à sede da FNLA do Quitexe, depois de um ataque do MPLA

Os dias de Dezembro de 1974 foram sendo riscados do calendário e, passado o bem consoado Natal, aproximou-se a passagem do ano  - a primeira passada fora de casa, pela grande generalidade dos Cavaleiros do Norte. Uma das curiosidades do tempo era conhecer e contactar com os elementos da FNLA, MPLA e UNITA que iam aparecendo nas áreas dos aquartelamentos, de forma mais ou mesmo informal, mas também organizadamente - nas camadas secretarias. Em Carmona, dispunham de delegações.
A FNLA era, claramente, o movimento/partido mais implantado na nossa zona. Depois, o MPLA, muito menos a UNITA.  Cada qual, procurava semear as suas ideias políticas e sociais e tenho ideia de até a comunidade europeia os aceitar com alguma tranquilidade, muito embora, como frisa o Livro da Unidade, «pensando com reservas sobre o seu futuro».
Os bons momentos de companheirismo dos Cavaleiros do Norte podem confirmar-se na foto de cima, que nos chegou do (1º. cabo) Luís Oliveira. Uma, das milhares, que se por lá se tiravam e que, capeadas em envelopes de via aérea, chegavam a Portugal para matar as saudades à família e convencê-la do nosso bem-estar.
A de baixo, com o Manuel Deus (que no-la enviou em Julho de 2010) mostra a sede da FNLA, atacada pelo MPLA em data imprecisa de 1975 - seguramente depois de 2 de Março, o dia da saída da CCS, para Carmona. Atacada num dos vários momentos de conflito que desaproximou os dois movimentos, periclitando o processo angolano de descolonização. Havia, refere o Livro da Unidade, «uma reserva latente entre os dois movimentos».
Ver AQUI

   

1 903 - Jonas Savimbi anunciou dia da Cimeira...

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O oficial de dia é o alferes Cruz. Os dois clarins, da esquerda, serão o Irineu Sousa e o Caetano. Depois, o (furriel) Cruz. O Peixoto, é o (furriel) da direita e, atrás, em sentido, está o 1º. sargento Luzia. E os outros? Quem são os outros Cavaleiros do Norte da parada do BC12? Ora digam lá!
Clicar na imagem, para a ampliar


A 30 de Dezembro de 1974, Jonas Savimbi, presidente da UNITA, anunciou 10 de Janeiro de 1975 como o dia da Cimeira do Governo Português com os três movimentos de libertação. 
«Terá lugar algures, em Portugal», disse o líder do Galo Negro, em Lusaka, precisando que «antes disso, reunirão os três movimentos, para concordarem numa plataforma comum, para apresentar nas conversações».
«O nosso objectivo - disse Jonas Savimbina capital da Zâmbia - é ter um Governo de Transição, antes do fim, de Janeiro e a independência dentro de 9 a 12 meses». 
Pelo Quitexe, o mês dava conta da saída do capelão José Ferreira de Almeida, em fim de comissão - de quem não tenho especiais recordações, para além de lembrar que era alto e muito sereno. Prestava serviço na CCS. 
Ao contrário, e no mesmo mês de Dezembro, a Vista Alegre chegava o furriel miliciano João C. M. Rito - que se apresentou à 1ª. CCAV. 8423, a do capitão Castro Dias. Não tenho ideia de alguma vez mos termos cruzado e dele agora nada sei.
VerAQUI


1 904 - A passagem de ano quitexana de 1974 para 1975

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Fernandes, Viegas, Belo (de óculos), Bento, Costa e Flora (atrás), Ribeiro, Rabiço, Graciano e Abrantes (de cachimbo). Noite de passagem de ano do Quitexe, 1974 para 1975. Em baixo, Jorge Grácio, o Spínola, vencedor da Corrida de S. Silvestre

A noite de passagem de ano do Quitexe, de 1974 para 1975, foi vivida em confraternização plena, a possível, com as necessárias medidas de segurança, mas sem faltar a folia destas datas. Foi  a noite da Corrida  de S. Silvestre, ganha pelo Jorge Grácio, o Spínola - da 3ª. CCAV. e que, tragicamente, viria a falecer a 2 de Julho desses ano, na sequência de um acidente de viação. Era de Vieira de Leiria.
Estes "meninos" da imagem, todos então na casa dos 22 anos (menos o Rabiço, dois anos mais velho) estão aqui em pose, na saída da messe/bar dos sargentos. Todos eles furriéis milicianos, todos bem dispostos e alguns deles de copo de martini na mão. O que será feito deles?
- FERNANDES. António da Costa Fernandes, atirador de cavalaria da 3ª. CCAV. 8423. É professor e reside em Braga, de onde é (de Lomar).
- BELO. Agostinho Pires Belo, vagomestre da 3ª. CCAV. 8423. Aposentado da administração fiscal, vive em Retaxo (Castelo Branco).
- BENTO. Francisco Manuel Gonçalves Bento,de reconhecimento, infomação e operações, da CCS. Do Barreiro, vive em França.
- COSTA. Luís Filipe dos Santos Costa, do Pelotão de Morteiros 4281. Aposentado da SONAE, vice no Estoril e Cabanas de Tavira, onde é administrador de condomínios.
- FLORA. António Pires Flora, atirador de cavalaria, da 3ª, CCAV. É de Alcains e vive em Odivelas, aposentado da banca.
. RABIÇO: Ângelo Tuna Rabiço, enfermeiro da 3ª. CCAV. 8423. Professor primário aposentado, vive em Vila Real.
- GRACIANO. Graciano Correia da Silva, atirador de cavalaria da 3ª. CCAV. 8423. É quadro de uma empresa de vinhos do Douro e vive em Lamego. 
- ABRANTES. Joaquim da Costa Abrantes, atirador colocado no Quitexe. Professor aposentado, mora em Castelo Branco.
A este dia 31 de Dezembro de 1974, soube-se que o MPLA anunciou, em Luanda e para o dia 3 de Janeiro (em Mombaça, ou Nairobi, no Quénia) a realização da cimeira entre os três movimentos, para «conciliarem posições» para a cimeira com o Governo Português prevista para o dia 10 - e que viria a ser no Alvor.

1 905 : O dia primeiro quitexano de 1975

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Bento, Rocha, Viegas, Flora. António Lopes, Capitão e Ribeiro (atrás). Carvalho, Belo, 
Grenha Lopes e Reino, à frente. Dia de ano novo de 1975, no Quitexe

2014!!! Ano 40 da partida dos Cavaleiros do Norte para Angola!!!
Hoje, é o dia primeiro e dele recordamos a tranquilidade que se viveu na vila quitexana, onde chegaram notícias da pré-cimeira MPLA/FNLA/UNITA. Confirmava-se que seria em Mombaça e  as respactibvas delegações chefiadas por Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas savimbi. 
A foto bem mostra o clima de boa disposição que nesse dia 1 de Janeiro de 1975 por lá se viveu, no Quitexe. Ontem falámos de alguns destes, Falemos hoje dos restantes, também todos furriéis  milicianos.
- ROCHA. Nelson dos Remédios da Silva Rocha, de transmissões, da CCS. Técnico comercial, reside em Valadares (Vila Nova de Gaia).
- A. LOPES. António Maria Verdelho da Silva Lopes, enfermeiro da CCS. Quadro superior da Repartição de Finanças de Vendas Novas, de onde é natural e onde reside.
- CAPITÃO. Fernando Ribeiro Capitão, atirador de cavalaria da 3ª. CCAV. 8423. Faleceu a 5 de Janeiro de 2010, vítima de doença. Era quadro da CP e residia em Vila Nova de Ourém.
- CARVALHO. José Fernando da Costa Carvalho, atirador de cavalaria, da 3ª. CCAV. 8423. PSP aposentado, reside no Entroncamento.
- G. LOPES. José Avelino Grenha Lopes, atirador de cavalaria da 3ª. CCAV. 8423. É de Barcelos e reside em Lisboa, onde é empresário do ramo têxtil.
- REINO. Armindo Henriques Reino, de operações especiais (Rangers). Aposentado da GNR e residente no Sabugal.
Agora, curiosidades do dia.
1 - O Reino, o Letras e o Madaleno fazem hoje 61 anos!
2 - O nascimento do Reino terá sido a 28 de Dezembro, mas registado mais tarde.
3 -  Nascimento do Madaleno foi a 1 de Janeiro, mas só foi registado a 3 de Fevereiro de 1952.
4 - Mortes: O dia 1 de Janeiro de 1983 é data de falecimento de dois Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, e ambos do grupo de combate do alferes miliciano Carlos Silva: 
     4.1 - José Carlos Gonçalves Catarino, 1º. cabo atirador.
     4.2 - António Francisco Tomás, soldado atirador. Morava em Maceira (Torres Vedras).

1 906 - O Mosteias!

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Viegas e Mosteias à porta do bar/messe de sargentos do Quitexe

Há um ano, precisamente há um ano, a 2 de Janeiro de 2013, telefonei ao Mosteias: fazia 61 anos! Quis dar-lhe os parabéns e ter um, um mais, dos nossos quase ternurentos «pés orelha» de conversa, mas achei-o internado no hospital do Litoral Alentejano. 
«Estou para aqui esquecido, não me ligam nenhuma, pá!!!..., mas não tarda a pôr-me a andar daqui para fora!...». Foram estas, citadas de memória, as últimas palavra que lhe ouvi, não sem o meu desejo de melhoras e «aquele abraço, pá!, põe-te fino e forte!!!...».
O Mosteias tinha-me explicado o que o fazia padecer, mas estava confiante. Nem sequer estava para «aturar isto!...» e ou lhe resolviam o problema, ou ia-se embora. Era o Mosteias, esse mesmo, tal qual o conhecemos: decidido, sem queixas, sem dores de alma ou de corpo, corajoso, irreverente e afirmado, na majestade emocional que o tornou maior e melhor entre nós, Cavaleiros do Norte!    
Não seria assim!! Galopante, a doença fragilizou-lhe o corpo e faleceu-lhe a vida, a 5 de Fevereiro seguinte.
Hoje, não posso repetir as apetitosas e bem-dispostas conversas que nos animaram a vida nestes tantos anos em que os quilómetros não foram distância ou fronteira entre nós!! Posso recordá-lo!!! Com saudade! 
Até um destes dias, companheiro Mosteias!
- «Saudades do Mosteias» - Ver AQUI
- «O meu amigo Mosteias» - VerAQUI

1 907 - A cimeira dos três movimentos de Angola

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Quitexe, em imagem recente da Rua de Baixo, a avenida (da net). A messe de oficiais (cobertura mais clara, à esquerda) e a casa dos furriéis e secretaria da CCS (telhado mais escuro, ao centro). Em baixo, título do Diário de Lisboa de 3 de Janeiro de 1975

A 3 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito esteve reunido no Comando do Sector do Uíge, em Carmona, acompanhado do capitão José Paulo Falcão, o oficial adjunto. O objectivo era «estabelecer contactos operacionais».
O Diário de Luanda desse dia (citado pelo Diário de Lisboa) dava conta que a cimeira angolana de 10 de Janeiro - entre o Governo Português e MPLA, FNLA e UNITA -, seria no Algarve, com um dúvida: Sagres ou Monte Gordo? Viria a ser no Alvor, como se sabe. E, da parte de Portugal, ainda dependia dos resultados da pré-cimeira dos três movimentos, marcada precisamente para esse dia 3 de Janeiro,em Mombaça, no Quénia.
«Se não for concertada uma frente comum, ou uma plataforma conjunta dos movimentos, face às propostas do Governo Português, o encontro poderá ser adiado», admitia Almeida Santos, o ministro da Coordenação Inter-territorial.
A cimeira inter-movimentos começou nesse dia, às 10 horas, mediada pelo presidente Kenyatta e com as delegações presididas por Agostinho Neto, do MPLA (ido de Dar-es-Sal, no Senegal), Holden Roberto, da FNLA (deslocado de Kinshasa, no Zaire), e Jonas Savimbi, da UNITA (que nesse mesmo dia chegou de Lusaka, na Zâmbia).
As três delegações chegaram à capital do Quénia, rodeados da fortes medidas de segurança), dali partindo para Mombaça.

1 908 - O adeus definitivo do Pelotão de Morteiros 4281

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Pelotão de Morteiros 4281, grupo de militares. Abandonou definitivamente o 
Quitexe a 4 de Janeiro de 1975, instalando-se no BC12, em Carmona. 
O alferes miliciano Leite (em baixo)


O Pelotão de Morteiros 4281, comandado pelo alferes miliciano João Leite, completou a sua rotação para Carmona, para o BC12, a 4 de Janeiro de 1975. Hoje se completam 38 anos!!! Assim disse adeus definitivo ao Quitexe. 
Os «morteiros» já estavam na vila quitexana quando os Cavaleiros do Norte lá chegaram, a 6 de Junho de 1974. E começaram a sair do Quitexe a 20 de Dezembro. O PELMOR 4281 incluía os furriéis milicianos Luís Costa e Fernando Pires.
A 4 de Janeiro de 1975, chegaram notícias ao Quitexe, sobre a cimeira da FNLA, MPLA e UNITA, em Mombaça, no Quénia, que começara na véspera: teria chegado a acordo, embora com diferenças na atribuição de pastas ministeriais do Governo de Transição.
A FNLA queria as de 1º. Ministro e da Informação. E parecia certo que cada um dos três movimentos teria três pastas, com três ou quatro para o Governo Português, seguramente uma delas sendo a da Defesa, Na queniana Mombaça, repetiam-se as reuniões "rodeadas de extremo sigilo e segurança» entre os líderes Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi. 
«As negociações estão a decorrer em clima de grande cordialidade», disse o presidente da UNITA, ouvido pelos jornalistas que cobriam a Cimeira.

1 909 - Ainda o Natal de 1974 e o Acordo de Mombaça

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Jesuíno Pinto, Gomes, Letras e Martins, o Natal de 1974 em Aldeia Viçosa

Ainda antes dos Reis de 1975, deixem aqui chamar a consoada de Natal de 1974, em Aldeia Viçosa - onde se aquartelava a 2ª. CCAV. 8423. A ementa foi o tradicional bacalhau cozido, com batatas e couves, regado com vinho tinto. Que luxo!! 
O (furriel) Letras lembra que «estava a companhia toda presente, capitaneada pelo capitão miliciano Cruz, que, depois de uma breve palestra, nos pôs todos a chorar por estarmos longe dos nossos familiares».
Ao Quitexe, entretanto chegavam notícias muito sumárias sobre a cimeira dos três movimentos angolanos, em Mombaça, no Quénia, comuns em considerar o Enclave de Cabinda como«parte inalienável de Angola». E anunciaram-se disponíveis para encetar negociações com Portugal - na que viria a ser a Cimeira do Alvor, a 10 de Janeiro de 1975.
Os despachos da Reuters e da France Press, a partir de Mombaça, dão conta do acordo e do facto de «os três movimentos manterem a sua identidade». A reunião de três dias, decorreu, segundo os três presidentes (Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi), «numa atmosfera de mútua e perfeita compreensão".
O Governo Português, entretanto, «congratulou-se com  os resultados positivos obtidos nas conversações (...) entre as delegações dos três movimentos emancipalistas de Angola», como salientava uma nota da Presidência da República e da Comissão nacional de Descolonização.




1 910 - Um Governo de Transição com 17 ministros...

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Entrada da vila do Quitexe, do lado de Carmona (em cima). Notícia do 
Diário de Lisboa, de 6 de Janeiro de 1975, sobre a Cimeira MPLA/FNLA/UNITA

A actividade dos Cavaleiros do Norte, pelo ido Janeiro de 1975, foi «muito limitada», essencialmente por uma razão: a«grande falta de meios humanos». Motivo por que «quase somente foi feita ao longo do alcatrão, em constantes patrulhamentos, apeados e auto, através dos quais se garante a nossa presença e a liberdade do itinerário», como se lê no Livro da Unidade.
De Mombaça, chegavam notícias: as delegações do MPLA, FNLA e UNITA «chegaram a uma plataforma política comum, à luz da próximas negociações com o Governo Português, para a formação de um Governo Provisório que conduzirá Angola à sua independência total», como se lê no despacho da France Presse e da Reuters, publicado no Diário de Lisboa de 6 de Janeiro de 1975. Hoje se fazem 38 anos!
Os três movimentos propuseram a Portugal (as notícias mudavam de dia para dia) um Governo de Transição com 17 ministros, três de cada movimento e dois portugueses. Lisboa, dias antes, teria proposto 12 - três da cada partido e três portugueses.
Os movimentos, em declaração conjunta, deram conta de que iriam propor, também, a formação de um exército de 30 000 homens, 10 000 de cada movimento e com um comando conjunto. Portugal teria um igual número de militares, cujo corpo seria desmantelado 4 meses antes da independência.

MPLA e FNLA assinaram um acordo que poria fim às hostilidades que os separavam ou «pudessem impedir uma aberta e sincera colaboração das duas organizações». Assinado por Holden Roberto e Agostinho Neto, comprometia-os a «não intervir nas questões internas da outra parte e a opôr-se por tosdos os meios às manobras das forças reaccionárias que procuram manter as relações injustas herdadas do colonialismo, de maneira a combater todas as tentativas de desunião nacional».

1 911 - Murmúrios do Quitexe e a cimeira para a independência

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Camando do Sector do Uíge, na cidade de Carmona (em cima). 
Secretaria da CCS dos Cavaleiros do Norte, no Quitexe, à esquerda (em baixo)


A 7 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito deslocou-se a Carmona onde reuniu no Comando do Sector do Uíge, «estabelecendo contactos operacionais». Ao tempo, pela uíjana vila do Quitexe, e cito o Livro da Unidade, «começou a ser murmurada uma nova remodelação do dispositivo» e, ao que por lá se ouvia, o Batalhão de Cavalaria 8423 «iria sediar-se em Carmona»
Em Lisboa, também se murmurava, projectando-se, para o dia de hoje de há 38 anos, a chegada de Agostinho Neto. Não chegaria, mas, sim, um outro dirigente do MPLA, cujo nome não conseguimos saber. E murmurava-se também que seria Viana do Castelo o local da realização da Cimeira dos três movimentos de libertação com o Governo Português, marcada para o dia 10 seguinte. Porém, segundo o Diário de Lisnoa desse dia, nem o Comando da Região Militar Norte, nem o Governador Civil da cidade minhota e muito menos o comandante do RC9, ali aquartelado, confirmaram tal decisão. Sabia-se, isso sim, que o coronel Eurico Corvacho, chefe do Estado Maior da Região Militar Norte,  lá se deslocara na véspera.
A praia de Ofir, ali perto, era outro local sugerido, mas a cimeira, como sabemos, viria a realizar-se no Alvor, no Algarve.

1 912 - Cimeira do Alvor e dias uíjanos...

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Cândido Pires (à civil), António José Cruz, José Pires, Armindo Reino, Grenha Lopes, Norberto Morais e Agostinho Belo.  E António Lopes (em baixo, sentado), Cavaleiros do Norte à porta da casa dos Furriéis, no Quitexe, em Janeiro de 1975. Em baixo, Diário de Lisboa de 8 de Janeiro do mesmo ano


Os dias uíjanos dos Cavaleiros do Norte iam na paz dos deuses, nos primeiros dias de Janeiro de 1975, entre serviços internos e patrulhamentos na estrada do café, ou escoltas. Basta olhar para o ar descontraído dos furriéis da imagem.
De Luanda, o meu amigo Alberto Ferreira ia dando novidades e, quando era o caso, andava-me O Província de Angola para a Caixa Postal 12, nos Correios do Quitexe. Mau sinal era, quando mo enviava: sinal de problemas na capital angolana.
Por estes dias de 1975, todavia, dava-me conta, em carta dactilografada, das suas preocupações relativamente à evolução política portuguesa: «Aquilo está a virar para o comunismo vermelho», escrevia ele. Era cabo especialista da Força Aérea e, mais tarde, já licenciado em Economia, foi quadro da segurança social e da administração fiscal, com passagem pela política local: vereador do PSD e do CDS, neste caso como candidato a presidente da Câmara de Águeda.  
O Diário de Lisboa de 8 de Janeiro, em caixa alta e primeira página, titulava «Cimeira Angolana na Penina (Alvor». A delegação portuguesa seria presidida pelo major Melo Antunes e incluía Rosa Coutinho, o Alto Comissário: também o tenente-coronel Gonçalves Ribeiro (Secretário de Estado da Administração Interna). Os três movimentos angolanos representavam-se com delegações lideradas por Agostinho Neto (MPLA), Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi - que chegariam ao aeroporto de Faro no dia 9, véspera da Cimeira.
Previa-seque fosse dominada pela apetecida questão da formação do Governo de Transição e pela necessária decisão a tomar sobre o destino a dar às forças armada dos três movimentos e aos cerca de 30 000 homens (angolanos) que integravam o Exército Português.
Outro tema dominante seria o calendário eleitoral, começando pela Assembleia Constituinte que, depois, proclamaria a independência de Angola. 
A complexidade dos problemas a resolver aconselhava ponderação sobre os resultados da cimeira, dadas as divergências entre os três movimentos: «Será mais prudente considerar que será mais um passo, a que se seguirão outros encontros, entre o Governo Português e os três movimentos», lê-se no Diário de Lisboa de faz hoje 38 anos.

1 913 - Delegados do MFA dos Cavaleiros do Norte

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Cruz e Viegas, furriéis da CCS dos Cavaleiros do Norte, na avenida (rua de baixo) 
do Quitexe (em cima). Primeira página do Diário de Lisboa de 9 de Janeiro de 1975  

Aos nove dias de Janeiro de 1975, expectava-se sobre a chegada a  Portugal dos presidentes da UNITA, FNLA e MPLA, para a cimeira com o Governo Português. 
«Ainda não chegou a Faro qualquer dos presidentes dos três movimentos», titulava o Diário de Lisboa de faz hoje 38 anos. O título principal era outro: «Cimeira angolana começa amanhã - o general Costa Gomes preside à a sessão inaugural». 
Estas situações, valha a verdade e ao tempo, eram marginais ao quotidiano do Quitexe - onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. do Batalhão de Cavalaria 8423, os Cavaleiros do Norte. Por lá, o Cruz tinha sido eleito representante da classe de sargentos na Comissão do MFA, com a maioria dos votos. Eu mesmo, segundo votado, não passei dos 2 ou 3 (se bem me lembro!), tendo ele uns 8 ou 9. Não votaram o sargento ajudante Machado e os 1º.s sargentos Luzia, Barata e Aires - não me perguntem porquê. Nem o Monteiro, o Bento e o Fonseca, os três de férias em Portugal. Este, o Fonseca, não mais voltou!
A eleição resultava da procura, da parte do MFA, de«incrementar a sua acção de democratização». A 9 de Janeiro de 1975, estivemos em Carmona numa«reunião de trabalho no Comando de Sector, no âmbito deste Movimento» - o MFA.

1 914 - A Cimeira angolana da Penina do Alvor algarvio

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Agostinho Neto, Holden Roberto e Jonas Savimbi, no Hotel da Penina, no Alvor, 
Algarve (foto da net),. Título do Diário de Lisboa de há 39 anos, 10 de Janeiro de 1975 (em baixo)

Algarve, Janeiro de 1975, dia 10! Os presidentes dos três movimentos emancipalistas de Angola chegam ao hotel da Penina, no Alvor, para a histórica cimeira com o Governo português, que caminhará para a independência da então (ainda) colónia. O encontro foi aberto por Costa Gomes, Presidente da República de Portugal, e a delegação portuguesa incluía os ministros Melo Antunes, Almeida Santos e Mário Soares. E também dois membros do Governo Provisório de Angola: o brigadeiro Silva Cardoso e o tenente-coronel Gonçalves Ribeiro. E três elementos da Comissão de Descolonização: major Metelo, tenente coronel Passos Ramos e o  diplomata Fernando Reino.
Previa-se que a cimeira durasse 5 dias e de Luanda chegavam boas indicações, quanto ao desafogo financeiro público. Alberto Ramalheira, Secretário de Estado do Desenvolvimento Económico do Governo Provisório, anunciava 6,5 milhões de contos de investimentos, com receitas próprias do Estado, principalmente resultantes do petróleo.
E os Cavaleiros do Norte? 
Ao Quitexe e à CCS, chegou o 1º. cabo radiotelegrafista Joaquim F. N. Pexim. A Vista Alegre e à 1ª. CCAV. 8423, o soldado atirador Fernando M. D. Sousa.

1 915 - Cavaleiros do Norte com poucas notícias do Alvor

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Agostinho Neto (MPLA), Presidente Costa Gomes (Portugal), Holden 
Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi (UNITA) na Cimeira do Alvor, há 39 anos (em cima). 
Diário de Lisboa de 11 de Janeiro de 1975 (em baixo)

A Cimeira do Alvor começou a 10 de Janeiro de 1975 e, no dia seguinte, a imprensa portuguesa dela dava conta. O Diário de Lisboa titulava que o MFA era o quarto movimento de libertação (de Angola).
Os trabalhos inter-movimentos tinham começado às 22 horas, prolongando-se pela madrugada de 11 de Janeiro, essencialmente concentrados no desenvolvimento do pré-acordo de Mombaça, no Quénia. Mas com obstáculos: as naturais diferenças entre MPLA, FNLA e UNITA, que a delegação portuguesa procurou conciliar de forma firme, como relata o jornal.

Um pormenor ressaltou: a não inclusão de Rosa Coutinho na Cimeira. Era, recordemos, o Alto-Comissário em Angola. Seria por pressão da FNLA, que o considerava pró-MPLA?  O próprio Rosa Coutinho, porém, explicou que não participou precisamente por... ser o Alto-Comissário. Questão principal das negociações era a distribuição das pastas ministeriais. 
Ao Quitexe, a Aldeia Viçosa, a Vista Alegre, pousos dos Cavaleiros do Norte, poucos (ou nenhuns) ecos chegavam da Cimeira. Os meios de comunicação não eram como hoje, as notícia demoravam tempo a chegar - a não ser as que chegavam dos jornais de Luanda, ou pela onda média da Emissora Nacional (a actual RDP).
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