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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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1 916 - Estrada do café e Conferência Geral sobre Angola

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Melo Antunes, Rosa Coutinho, Agostinho Neto, Holden  Roberto, Jonas Savimbi, 
Mário Soares e Almeida Santos na Cimeira do Alvor, em Janeiro de 1975 (em cima). 
A estrada do café, em Dezembro de 2012, em foto de Carlos Ferreira (em baixo)


Os dias do Quitexe continuavam calmos, aos 12 de Janeiro de 1975 - um domingo. Desde o 7 anterior, os Cavaleiros do Norte tinham deixado de «executar a escolta à estrada do café», serviço que, lembra-se no Livro da Unidade, «era assaz desgastante para o pessoal e viaturas» e, por outro lado, «não conduzia a qualquer finalidade prática».
Em Portugal, no Alvor, continuava a cimeira, curiosamente denominada Conferência Geral sobre Angola. O primeiro comunicado dava conta que «houve reuniões entre todos os participantes nas conversações, que, a vários níveis e diversas formas, foram abordados preliminarmente, alguns aspectos relacionados com as matérias de fundo».
O clima que rodeava as conversações era de «cordial e franca cooperação, na procura de soluções inerentes à descolonização de Angola». Rosa Coutinho, por sua vez, garantia que a cimeira era «apenas a base de entendimento para acordos fulcrais concretos». O que mais enfatizou o Alto-Comissário foi «a honestidade de processos usada por Portugal» no processo de descolonização, honestidade «reconhecida pelos três movimentos».
«Não julgo que alguma vez, na história da descolonização, tenha sido possível, ao país colonizador, ganhar a  confiança dos seus interlocutores, em termos que lhe permitiram fazer um conferência como esta, o seu próprio território», disse Rosa Coutinho, a 11 de Janeiro de 1975. 

1 916 - Apresentação de Cavaleiros e independência de Angola!

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Neto, Viegas, Matos e Monteiro, 1º.s cabos milicianos do BCAV. 8423, no RC4, 
em Santa Margarida, em 1974 (em cima). O comandante Almeida e Brito (em baixo)


Aos 13 dias de Janeiro de 1974, há 40 anos!!!, começaram a chegar a Santa Margarida, ao Regimento de Cavalaria º. 4, alguns dos futuros Cavaleiros do Norte - que ali se iam especializar como atiradores, já integrados (mais ou menos) nos seus futuros pelotões e companhias.
A 7, tinha-se realizado um primeiro encontro formal de oficiais, sargentos e alguns praças, no Destacamento do RC4, as nossas primeiras instalações operacionais - digamos assim! Foi uma apresentação informal! Mais formais, foram a partir de  8 e 9, os dois dias seguintes. Nestes, o tenente-coronel Almeida e Brito, o comandante, proferiu uma palestra a todo o pessoal, na qual «foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV, durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA».
Há pouco material fotográfico desse tempo e a foto deste post, muito da praxe por essa altura, é tirada nos carros de combate do RC4, que ficavam mesmo em frente ao pavilhão de quartos ocupados pelos futuros furriéis milicianos do Batalhão de Cavalaria 8423.
Foi isto há 40 anos!!! 
Como o tempo passa!
Um ano depois, já em Janeiro de 1975, mal nós imaginaríamos e no Alvor, MPLA, FNLA e UNITA marcavam para 11 de Novembro o dia da independência de Angola. Na altura, discutia-se a forma de governação e havia fartas dúvidas. A Comissão Coordenadora do MFA deslocou-se ao Hotel da Penina e avistou-se com as delegações angolanas. Foi Jonas Savimbi quem, em nome deles, saudou os MFA´s e, por estes, falou o tenente-coronal Franco Charais, incentivando-os à «unidade, para a construção de uma Angola grande».   

1 918 - Gente de Aldeia Viçosa e o Governo de Transiação

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Matos, Gomes (?) e Brejo, furriéis milicianos da 2ª. CCAV. 8423, de Aldeia 
Viçosa, em 1974. Capa do Diário de Lisboa de 14 de Janeiro de 1975 






A 2ª. CCAV. 8423 estava aquartelada em Aldeia Viçosa e era comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Alferes milicianos eram o Machado, Periquito, Carvalho e Capela. A classe de sargentos tinha o 1º. Norte e os furriéis milicianos Cruz, Ferreira, Martins, Mourato, Matos e Brejo, Melo, Letras, Ramalho, Costa e Gomes, Guedes, Rebelo e Chitas. Tudo boa gente e grandes militares.  
Angola estava nas páginas de todo o mundo, a 14 de Janeiro de 1975: «Governo de Transição antes do fim do mês». noticiava o Diário de Lisboa. Adiantava que devia estar formado até 31 de Janeiro e antecipava algumas pastas ministeriais: um Alto-Comissário de nomeação portuguesa e três vice-primeiros ministros, um de cada movimento. Poderiam ser, admitia-se, Lúcio Lara (do MPLA),  Johny Eduardo (sobrinho de Holden Roberto, da FNLA) e António Vakulukuta (da UNITA).
O governo teria outros ministros e dois de nomeação portuguesa: os da Economia e da Informação. Cada movimento teria cinco. Quando ao exército, teria 36 000 homens: 18 000 portugueses, em gradual diminuição, até à independência. E 6000 de cada um dos três movimentos. Forças Armadas chefiadas elo Alto-Comissário.
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1 919 - O Pires dos Morteiros, a descolonização de Angola...

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Fernando Pires, furriel de Armamento Pesado, do Pelotão de Morteiros 4281. 
Diário de Lisboa de 15 de Fevereiro de 1975, anunciando o acordo para a independência de Angola


O Pires dos Morteiros foi pai há 38 anos!!! Por fruto de uma arrebatada paixão, por um decisivo e definitivo amor, nascido e multiplicado no Quitexe!! Pela Nair!!! Lembram-se?!
O Pires era um dos três Pires que por lá aquartelavam - no já distante ano de 1974, há 40!!!. Eram os «nossos» dois, os da CCS do BCAV. 8423: o José, das transmissões (de Bragança), e o Cândido, sapador (do Montijo, agora em Niza). E era o Fernando, do Pelotão de Morteiros 4281. De lá saiu para Carmona (antes de nós) e para Luanda. Em Agosto de 1975 regressou a Portugal, no seu PELMOR 4281, casadinho de fresco e cheio de esperanças no futuro.
Um ano depois, estava na GNR, instituição na qual fez carreira profissional - de soldado a sargento-chefe. Desde a Escola do Carmo, em Lisboa, ao curso de sargento-chefe na Caldas da Raínha (o último) e à aposentação, em 2005. Pelo meio, esteve na Bela Vista (Porto), partiu um perna em Coimbra (já 1º. cabo), comandou o Posto Territorial de Santo Tirso, tirou o curso de sargentos, ganhou divisas de segundo e chegou às de primeiro. O curso de sargento-ajudante foi alcançado na Escola Prática de Queluz e, logo depois, comandou a Companhia do Beato, em Lisboa. Passou por Santa Bárbara, também na capital, antes de chegar às Caldas da Raínha, onde concluiu o curso de sargento-ajudante,  aposentando-se de seguida. Vive em S. Domingos de Rana, é pai da Raquel e avô de três netos. Vive feliz!
Esta festa natal e paternal do Pires foi em Janeiro de 1976. Há 38 anos!!! Um ano antes, precisamente, no Hotel Penina, no Alvaor algarvio, a cimeira angolana chegou ao fim e era anunciada a assinatura do acordo para as 20 horas. O brigadeiro Silva Cardoso ia ser o Alto-Comissário, com as pastas da Defesa e da Segurança Pública. Portugal teria três ministérios: Transportes e Comunicações, Obras Públicas e Economia. Cada um dos três movimentos teria (teve) três, sublinhando-se os da Informação (para o MPLA), da Administração Interna (FNLA) e do Trabalho (UNITA).
Assim ia o processo de descolonização de Angola e não é sem uma ponta de emoção que recordamos os passos de há 39 anos!
- PIRES. Fernando Freitas Reimão Pires, furriel miliciano 
de Armas Pesadas, do Pelotão de Morteiros 4281, adido à 
CCS do BCAV. 8423. Natural do Porto, vive em 
S. Domingos de Rana (Cascais).

1 920 - O BCAV. 8423 e o encerramento da Cimeira

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Regimento de Cavalaria de Santa Margarida (RC4), o mural de entrada (em cima). 
Capa do Diário de Lisboa, reportando o encerramento da Cimeira do Alvor, há 39 anos.



A 16 de Janeiro de 1974, em Santa Margarida, tomou posse o novo comandante do Regimento de Cavalaria nº. 4, a unidade mobilizadora dos futuros Cavaleiros do Norte. O BCAV. 8423 teve, nesse dia, «a sua primeira aparição pública, como unidade constituída».
Um ano depois, no Alvor, pouco depois da meia noite de 15 para 16, o Presidente da República Costa Gomes dava ênfase ao momento histórico do acordo assinado entre Portugal e os três movimentos de libertação de Angola - MPLA, FNLA e UNITA. A cerimónia começou pouco depois das 23 horas, com a leitura do acordo, feita «em voz firme, sem hesitação» pelo major Melo Antunes.
Agostinho Neto interveio, dizendo, em nome do MPLA, da FNLA e da UNITA, que «aqui, as pretensões dos colonialistas ficam enterradas para sempre». Afirmou também que «afastado o colonialismo, nem o povo angolano nem o povo português desejarão recuar».
O presidente Costa Gomes disse que ficou «encerrado um capítulo que forças retrogradas prolongaram injustamente».
O texto do acordo e  a reportagem da época pode ser lido AQUI, clicando da primeira página do DL, para as 167, 18 e 19.

1 921 - O incêndio do Quitexe, Neto e Savimbi

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A arrecadação de material de guerra do Quitexe, a arder (em cima). Haveres 
retirados a tempo. À direita, em baixo, vê-se o capitão António Oliveira


Aos 17 dias do mês de Janeiro de 1975, deflagrou um incêndio mo edifício onde o BCAV. 8423 tinha a arrecadação de material de guerra de aquartelamento e os quartos dos oficiais. 
Relata o Livro da Unidade, sobre o incêndio quitexano, que acabo de consultar, que«houve avultados prejuízos materiais» e que «não foi possível evitar a destruição total do imóvel, por falta de meio adequados para apagar o incêndio, inclusive água própria». 
Poderia ter sido uma tragédia!
Em Portugal e encerrada a Cimeira, Agostinho Neto, presidente do MPLA, viajou em avião da Força Aérea para o Porto, onde reuniu com estudantes angolanos. O mesmo fez em Coimbra, ainda voando em avião posto à sua disposição pelo Governo Português. Fazia-se acompanhar por Paulo Jorge, outro alto dirigente do MPLA.
Em Luanda, especulava-se sobre quem seria o novo Alto-Comissário - embora anunciado que seria Silva Cardoso, na Penina. O Diário de Luanda publicou uma edição especial sobre a cimeira e Luís Rodrigues, no jornal «A Província de Angola», interrogava-se sobre «o que dizer aos portugueses brancos residentes em Angola?», numa crónica enviada da Penina. E respondia, ele mesmo: «Pois bem, que olhem para as qualidade intrínsecas de bondade, de gentileza natural, de compreensão pela vida familiar dos seus irmãos africanos».
Jonas Savimbi manifestava satisfação com o acordo que, do seu ponto de vista, reflectia «o espírito de fraternidade que presidiu aos trabalhos e a defesa dos interesses do nosso povo».
Assim ia o processo de descolonização de Angola.

1 922 - Contactos no Uíge! Holden Roberto no Zaire

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Quartel do BC12, em Carmona, na estrada para o Songo (em cima). A parada (em baixo)

A 18 de Janeiro de 1975, o comandante Almeida e Brito esteve no BC12 em «contactos operacionais». Pela mesma razão, estivera no Comando de Sector do Uíge a 3 e 7 e estaria a 28. Assim como na 1º. CCAV. 8423, a de Zalala mas agira em Vista Alegre (no dia 5) e na 2ª. CCAV, a de Aldeia Viçosa. Refere o Livro da Unidade que «em muitos destes contactos esteve presente o oficial adjunto do BCAV.» - o capitão José Paulo Falcão
Holden Roberto, presidente da FNLA regressara ao Zaire e foi recebido triunfalmente, por militares e simpatizantes. «Foi o povo angolano que ganhou. Esta vitória é de todos», disse ele, falando à imprensa e frisando que «o acolhimento e a hospitalidade  das autoridades portuguesas contribuíram largamente para o êxito da reunião».

1 923 - Cavaleiros expectantes sobre a Cimeira do Alvor

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Costa Gomes no discurso de encerramento da Cimeira do Alvor, a 15 de Janeiro 
de 1975. O aniversariante Fernandes (à esquerda) e Viegas, na avenida do Quietexe

Os efeitos da Cimeira do Alvor também chegaram ao Quitexe, e ao nosso saudoso Uíge, mas sem muito pormenor e com algum atraso. O Livro da Unidade refere-se-lhe como sendo da Penina (nome do hotel do Alvor onde decorreu) e indica que «em reflexo desses resultados, começou a ser murmurada uma nova remodelação de dispositivo», através da qual, ainda segundo o livro de memórias dos Cavaleiros do Norte, «o BCAV. 8423 iria sediar-se em Carmona».
Holden Roberto, presidente da FNLA, já regressado ao Zaire, afirmava em Kinshasa, a 18 de Janeiro de 1975 e sobre os refugiados angolanos, que «têm direito a regressarem aos seus lares, a partir da posse do Governo de Transição»

«Há disposições já assentes. Vão ser criadas condições de acolhimento para os angolanos sem meios», disse Holden Roberto, também com opinião sobre os movimentos/partidos que não participaram na Cimeira do Alvor.
Segundo ele, a FNLA «sempre praticará a política da porta aberta» e, por isso mesmo, frisou, «receberemos os nossos irmãos, todos os que quiserem juntar-se-nos».
A 19 de Janeiro de 1975, hoje se fazem 39 anos, o Fernandes fez 23 e foi dia de ir ao Topete. Acredito que a foto (acima) seja desse dia, um domingo. Ele de farda nº. 1 e o Topete lá ao fim da da avenida. Este varandim à esquerda, era o da casa dos furriéis do Quitexe.
Quem também fez 23 anos neste dia foi o Viana, 1º. cabo escriturário. Festa duplicada, entre os Cavaleiros do Norte!
- FERNANDES. António da Costa Fernandes, furriel miliciano 
atirador de cavalaria, da 3ª. CCAV. 8423. É de Braga, onde é professor.
- VIANA. Damião Augusto Neves Viana, 1º. cabo escriturário, da 
CCS do BCAV. 8423.É de Fâmzees, Gondomar, onde mora.
- TOPETE. Restaurante ao fim da avenida do Quitexe, 
à esquerda da saída para Camabatela. 

1 914 - Dia de anos do Ezequiel e Agostinho Neto em Lisboa

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Parada do Quitexe (em cima). Agostinho Neto e Lúcio Lara (em baixo)





A 20 de Janeiro de 1975, o dia, pelo Quitexe, foi vivido e sentido com a expectativa natural de quem queria saber (muitas mais) notícias sobre o processo de descolonização.
O Silvestre, soldado de informações de infantaria e atirador de cavalaria, meu companheiro do PELREC, fazia 23 anos e beberam-se umas boas «cucas» na caserna do pelotão - em ambiente de festa e saudade.
Agostinho Neto, em Lisboa, visitou o Hospital de Santa Marta, onde tinha sido médico em 1962/61. Vestiu bata branca para passar por enfermarias e serviços, aplaudido por muitos doentes que o reconheceram. «Vou-me embora amanhã, mas vou em muito melhores condições que há 14 anos», disse o presidente do MPLA - que ao outro dia partiria para Luanda. Ainda visitou as sedes do PCP e do PS, sempre acompanhado por Lúcio Lara, Paulo Jorge, Iko Carreira e  Carlos Rocha.
Reforçou a ideia da «ligação entre os diversos movimentos de libertação, até que se dê a libertação dos respectivos países, de qualquer ideia de colonialismo ou neo-colonialismo, que espreitam abertura para se reinstalarem, como acontece a alguns dos maiores países africanos».
Também visitou a Casa de Angola, onde foi recebido por militantes do MPLA, do PAIGC, da FRELIMO e do MLSTP.
«É este o momento preciso para reafirmar as normas de uma luta ideológica, que sirva o povo, que sirva Angola, que sirva África, que, numa palavra, sirva o Mundo», disse Agostinho Neto, aqui acompanhado por Paulo Jorge, Dilowo, Iko Carreira, Maria do Carmo Medina, Maria Café e Lúcio Lara, do Comité Político e do Comité Central do MPLA.
- SILVESTRE. Ezequiel Maria Silvestre, 1º. cabo de reconhecimento de infantaria (atirador), do PELREC. Aposentado, mora na Amora.
- MPLA. Movimento Popular de Libertação de Angola.
- PAIGC. Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde.
- FRELIMO. Frente de Libertação de Moçambique.
- MLSTP. Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe.

1 915 - Lutos do Quitexe!!!

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Hipólito, Monteiro, Almeida e Vicente (atrás), Garcia, Leal, Neto e Aurélio, o Barbeiro (em baixo)


O Vicente faleceu há 17 anos, na sua terra de Vila Moreira, em Alcanena, a 21 de Janeiro de 1997. Foi um bravo Cavaleiro do Norte, 1º. cabo atirador do PELREC, sempre disponível e generoso, partilhante e amigo. Hoje mesmo, por coincidência do destino que me «traz» na procura de companheiros do Quitexe e do Uíge, soube da morte de mais três: o soldado cortador Silva, o sapador Nunes e o clarim Queijo.
A memória traz-me o rosto deste, de nome invulgar e que sempre retive: Gracindo da Purificação Queijo. Suponho que era trasmontano, mas faleceu em Samora Correia (Benavente), a 30 de Outubro de 2013. Há tão poucos dias!
Manuel Augusto Nunes, soldado sapador, faleceu a 24 de Maio de 2000, na sua terra de Estradinha, em Telões (Amarante). Dele, recordo a irreverência, por vezes excessiva.
Carlos Alberto Morais Silva, de Santo Tirso, voluntário, soldado cortador. Vivia na Rua das Baias, freguesia do Couto. Nasceu a 2 de Fevereiro de 1956 e faleceu a 12 de Janeiro de 1990.
A imagem deste post, com companheiros do PELREC, faz memória de saudade de outros companheiros que já partiram: o alferes Garcia (a 2 de Novembro de 1979, vítima de acidente, ao serviço da PJ), o 1º. cabo Joaquim Figueiredo de Almeida (a 28 de Fevereiro de 2009) e soldado Manuel Leal da Silva (a 18 de Junho de 2007), atiradores de cavalaria, ambos por doença.
Até um destes dias, amigos!

1 916 - Espectáculo do MFA e Agostinho Neto em Lisboa

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Pavilhão do Clube Recreativo do Uíge (em cima) 
e Agostinho Neto no aeroporto de Lisboa, há 39 anos



A 21 de Janeiro de 1975, Cavaleiros do Norte das quatro sub-unidades assistiram (uns) e participaram (uns) num espectáculo do MFA, em Carmona. No Pavilhão do Recreativo Clube do Uíge. Era uma terça-feira e sabe bem lembrar o entusiasmo que por esses dias (e vésperas) se viveu em volta da iniciativa, que quase encheu o pavilhão - envolvendo a população civil de Carmona.
A 22 de Janeiro de 1975, Agostinho Neto, presidente do MPLA, despediu-se de Portugal, onde tinha continuado, depois da Cimeira do Alvor. À despedida, no aeroporto, afirmou, segundo leio na Diário de Lisboa desse dia, ter verificado que "o Governo, as forças progressistas e o povo português, em geral, desejam, sinceramente, o estabelecimento de uma efectiva cooperação e amizade entre Angola e Portugal". E afirmou "desejar a todos os portugueses os maiores sucessos, uma caminhada irreversível para a democracia".
O presidente do MPLA referiu também que "o Acordo do Alvor corresponde aos interesses do povo angolano" e que "o entendimento entre os movimentos de libertação era indispensável para a constituição de um Governo de Transição", entendimento que, frisou, "o MPLA defenderá sempre".
Agostinho Neto, depois da Cimeira, estivera já com estudantes universitários angolanos do Porto, Coimbra e Lisboa, e, na capital, reuniu dirigentes de vários partidos portugueses. Na véspera (21 de Janeiro), almoçou com os ministros Melo Antunes e Mário Soares e foi recebido pelo 1º. Ministro, Vasco Gonçalves, em "ambiente de grande cordialidade". Ao fim da tarde, esteve na sede da Associação Portuguesa de Escritores.
Partiu, há 39 anos, para a Argélia, de onde seguiria para a Tanzânia e a Zâmbia, antes deLuanda, onde era previsto chegar a 31 de Janeiro, para "assistir à posse do Governo de Transição".

1 917 - Inspecção aos Cavaleiros do Norte, há 40 anos!

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Porta d´armas do RC4 (em 2012) e um radiotelegrafista, alferes Santos e os 
furriéis milicianos Queirós e Rodrigues, em Santa Margarida (1974)




Os Cavaleiros do Norte foram inspeccionados a 23 de Janeiro de 1974. Há 40 anos, hoje se completam!!!. Decorria a Escola de Recrutas, no Destacamento do Regimento de Cavalaria 4, em Santa Margarida, e foi uma inspecção normal, ao tempo feita pelo coronel de cavalaria Magalhães Corrêa, do DAC.
Um ano depois, no mesmo dia de 1975 e com os Cavaleiros do Norte no Uíge angolano, o comandante Almeida e Bruto deslocou-se a Aldeia Viçosa, onde se aquartelava a 2ª. Companhia de Cavalaria 8423, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz. Visita de trabalho, por «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais», e o mais certo é que fosse acompanhado pelo capitão José Paulo Falcão, o oficial adjunto - que exercia funções de 2º. comandante.
Agostinho Neto, na véspera e em Lisboa, de visita à Associação Portuguesa de Escritores, afirmou crer que «depois da independência, haverá mais negros em Portugal e mais brancos em Angola». Sobre a independência, precisamente, acrescentou que «um recuo em Portugal, será um recuo para Angola e um recuo para Angola, será um recuo para Portugal».

1 918 - Rotação dos Cavaleiros e carestia de vida...

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Aquartelamentos de Vista Alegre (1ª. CCAV.) e Aldeia Viçosa (2ª. CCAV., em baixo)


Aos 20 e tantos dias do distante Janeiro de 1975, pelas bandas do Quiexe, de Aldeia Viçosa e Vista Alegre, era cada vez maior o murmúrio sobre a remodelação que levaria (e levou) os Cavaleiros do Norte para  Carmona.
O destino parecia traçado: o BC12, unidade que guarnecia a capital do distrito do Uíge desde 1961, ia ser extinto e poderia ser e foi) o nosso destino. No entanto, como leio no Livro da Unidade, «nada de positivo ainda se concretizou sobre tal movimento». Aguardava-se «sanção superior, resultante das alterações que a Cimeira do Alvor possa impor».
Os dias políticos de Angola, há 39 anos, andavam à volta de quem seria (ou não) membro do Governo de Transição. A memória do Acordo do Alvor estava fresca mas, na capital, os representantes dos três movimentos nada adiantavam.
Vaal Neto, da FNLA, dizia que «nada está definido». A UNITA, nada dizia. O MPLA nada de oficial dava a conhecer.
A imprensa de Luanda, entretanto, preocupava-se com isso e outras coisas. Por exemplo, com a Lei de Imprensa e o eventual (futuro) controlo partidário dos órgãos de comunicação social. O MPLA era acusado de manipular alguns deles.
A 24 de Janeiro de 1975, três notas da capital angolana, retiradas do Diário de Lisboa desse dia: «O êxodo dos colonos continua (embora a um ritmo menos acelerado), a par e passo com a falta de cerveja e refrigerantes e uma contínua alta de preços».
Eram os passos que se davam, no processo de descolonização e independência de Angola.
- BC12. Batalhão de Cavalaria nº. 12, na 
saída de Carmona, para o Songo.

1 919 - Expectativas no Uíge e novo Alto-Comissário de Angola

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Tenente Luz, alferes Ribeiro, Hermida, Cruz e Honório (médico), atrás; tenente Mora (de óculos) e capitães Oliveira e Leal (médico), oficiais do Quitexe. O general Silva Cardoso, Alto-Comissário anunciado há 39 anos (em baixo)





Os dias do Quitexe iam sendo riscados no calendário, sem novidades especiais, mas todos marcados pela expectativa que levedava quanto ao dia do regresso. Sabemos hoje que ainda estava longe.
A imagem ali de cima, de menos boa qualidade, vem ao blogue por ser invulgar: reúne quase todos os oficiais do Quitexe. Todos vivos, menos o tenente Mora (falecido a 21 de Abril de 1993, com 67 anos) e o capitão Oliveira. Apenas faltam o comandante, tenente-coronel Almeida e Brito (falecido a 20 de Junho de 2003), o capitão Falcão (residente em Coimbra, em debilitado estado de saúde) e o alferes Almeida, 67 anos, cônsul de Marrocos no Algarve e empresário e morador em Albufeira
A 25 de Janeiro de 1975, hoje se fazem 39 anos, soube-se que, definitivamente, o  almirante Rosa Coutinho deixava de ser o Alto-Comissário em Angola. Regressava a Lisboa no dia seguinte e era acompanhado do comandante Correia Jesuíno (Secretário de Estado da Comunicação Social de Angola), capitão Armando da Fonseca Almeida (SE do Trabalho), majores Pezarat Correia (da Comissão Coordenadora do MFA/Angola) e José Emílio da Silva (da Junta Governativa) e comandante Eugénio Carvalheiro.
O brigadeiro Silva Cardoso tomaria posse no dia 28 (a 3ª.-feira seguinte), em Lisboa, e no mesmo dia partiria para Luanda. Fazia parte da Junta Governativa e participara na Cimeira do Alvor. Seria Alto-Comissário entre 28 de Janeiro e 2 de Agosto de 1975.
- LUZ. Acácio Carreira da Luz, então tenente e agora capitão aposentado. Tem 85 anos (a 28 de Março) e mora na Marinha Grande.
- RIBEIRO. Jaime Rodrigues Picão Ribeiro, alferes miliciano sapador. Engenheiro e professor, aposentado, 63 anos, mora no Tramagal.
- HERMIDA. José Leonel Pinto de Aragão Hermida, alferes miliciano de transmissões. Professor aposentado, reside na Figueira da Foz.
- CRUZ. António Albano Araújo de Sousa Cruz, alferes miliciano mecânico. Engenheiro aposentado, 68 anos, mora em Santo Tirso.
- HONÓRIO. António Honório de Campos, alferes miliciano médico. Aposentado, faz 70 anos a 16 de Abril de 2014 e mora em Coimbra.
- LEAL. Manuel Soares Cipriano Leal, capitão miliciano médico. Aposentado e a caminho dos 86 anos, mora em Fafe.

1 920 - Escaramuças em Aldeia Viçosa e Revolta de Chipenda

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Movimentos no comício de Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975. Daniel Chipenda, líder 
da Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA, que há 39 anos quis entrar na cidade do 
Luso (em baixo, o da esquerda). Foto de António Carlos Letras


Há 39 anos, em Aldeia Viçosa do Uíge angolano, houve abertura oficial de uma delegação da FNLA e, por acréscimo, este movimento e o MPLA quiseram fazer um comício conjunto. Mas a coisa deu para o torto.«Não conseguiram entendimento, o que deu origem a intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu», narra o Livro da Unidade.
Os movimentos emancipalistas, por este tempo, desenvolviam «actividades de politização» e, pelas áreas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre (respectivamente, as da 2ª. CCAV. e 3ª. CCAV. 8423), a influência dividia-se, o que, sublinha o Livro da Unidade,«tem dado aso a situações da atrito».
Bem mais complicada era a situação no Luso, onde, na véspera, tinham tentado entrar forças (armadas) da Revolta do Leste, a facção liderada por Daniel Chipenda, que tinha sido expulso do MPLA. O jornal «O Comércio», de Luanda, dava conta que 100 homens quiseram entrar na cidade, idos do aquartelamento de Ninda - onde Chipenda preparava um congresso. Estava determinado, segundo «O Comércio», «a não provocar um conflito armado», mas preocupava-se com a integração dos seus homens no futuro Exército de Angola, nos termos da Cimeira do Alvor.
As FA portuguesas e o MPLA tomaram posição para evitar a entrada das forças de Chipenda no Luso, o major Soares parlamentou com os comandantes Kalimanjaro e Rosa e as forças estariam cercadas. Outro oficial português propôs que entrassem na cidade... desarmados, mas os comandantes da Facção Chipenda não aceitaram. Só se o MPLA também fosse desarmado.
Kalimanjaro acabou por retirar as suas forças, para três quilómetros fora da cidade, no sentido de evitar incidentes. Próximas, segundo «O Comércio», estavam duas companhias portuguesas de paraquedistas e a FNLA, noutro ponto, também se preparava para evitar a entrada da Facção Chipenda na cidade.
O jornal de Luanda noticiava ainda que Chipenda tinha forças estacionadas em Nom, Binda e Ibungo.
Ver AQUI

1 921 - A morte do atirador João Messejana

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PELREC do BCAV. 8423. O Messejana é o terceiro, de pé, a contar da esquerda. Também já faleceram, o Almeida (1º. à esquerda, de pé), o alferes Garcia (primeiro do lado direito, de pé), o Vicente (primeiro da esquerda, em baixo) e o Leal (o quarto)


Ao blogue chegaram notícias de luto: a morte do Messejana, que foi soldado atirador de cavalaria, do PELREC. A 27 de Novembro de 2009.
O Messejana era do litoral alentejano, soldado atirador de cavalaria, rapaz de poucas falas, sempre muito introspecto, mas cumpridor e disciplinado. Dele não houve, alguma vez, alguma queixa, algum dedo apontado. Conheci-o bem, era do «meu» PELREC e, de Santa Margarida, no IAO, recordo uma hesitação dele, a galgar um arame de tropeçar imaginário. Que ele não via, ninguém via! E o descanso dele quando, depois de todo o pelotão passar, lhes foi dito que não existia. Irritou-se, protestou, mandou bocas, chamou nomes às mães de alguém? Não, aceitou a malandrice dos furriéis instrutores com um sorriso. Um sorriso quase cúmplice.
O Messejana voltou a Portugal e ingressou numa força policial. Em Lisboa. Dela saiu anos depois, por razões que não vem ao caso. Procurei-o, sabendo disso, com o Cruz, por sítios que eram as ruas dele. Não o encontrámos. Mais tarde me disse o Cruz que, achando-o na cidade, tinha amputado uma perna e vivia com dificuldades, ajudado pela mãe. Estávamos nos anos 90 e tal!
Nada mais soube dele! Nem o Cruz!
Hoje, soube que faleceu a 27 de Novembro de 2009. Tinha feito 57 anos a 13 de Setembro. Nascido de 1952. 
É um dos PELREC´s já falecidos: ele, o alferes Garcia, os 1ºs. cabos Almeida e Vicente e o soldado Leal. Aqui os evocamos com saudade.

1 922 - Os dias do pré-Governo de Transição.

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Aquartelanento do Quitexe, vista do lado da capela. A primeira cobertura era a da caserna do PELREC, a segunda dos sapadores e outros. O edifício branco era o do comando do Batalhão. Em baixo, Rosa Coutinho e Silva Cardoso



Os Cavaleiros do Norte, senhores e seguros de si, foram acautelando pelo chão uíjano a paz suficiente para que os movimentos de libertação de instalassem e passassem as suas mensagens políticas. Não era fácil e acumulavam-se desconfianças entre eles e, nalguns casos, contra as Forças Armadas Portuguesas - que mantinham a soberania da terra angolana, enquanto se preparava a posse do Governo de Transição, por este dia de 1975 prevista para 31 de Janeiro seguinte.  
A 27, Daniel Chipenda acabou por dar uma conferência de imprensa e acusou as autoridades portuguesas de tentarem impedir a sua entrada no país. «Fui atacado como um autentico agente do imperialismo e os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse com o nosso povo, a fim de lhe explicar a situação», disse Chipenda, que liderava a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA, que o excluiu do movimento
Luanda fervia.
Rosa Coutinho, que desempenhava as funções de Presidente da Junta Governativa e Alto-Comissário desde Novembro de 1974, regressou a Lisboa faz hoje 39 anos. Foi substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso
A Emissora Oficial de Angola (EOA) não quis divulgar um comunicado da FNLA e a FNLA assaltou a estação, a 25 de Janeiro de 1975. O comunicado fazia graves acusações ao Governo e à Junta Governativa e Hendrick Vaal Neto, à frente de uma força armada, irrompeu pela pela EOA, paralizando-a e destruindo algum material, para além de agredir o locutor de serviço.   
O comandante Correia Jesuíno, Secretário de Estado da Comunicação Social, fora o autor do impedimento e a 27 foi dado como desaparecido António Cardoso, locutor e militante do MPLA - supostamente raptado pela FNLA. FNLA que não rejeitou responsabilidades e identificou Cardoso como «não mais que um nó da vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara».A libertação foi exigida pelo MPLA
O ambiente em Luanda, como se repara, era tenso mas admitia-se que a libertação de Cardoso «poderia restabelecer a confiança».

1 923 - Murmúrios e agitadores nas vésperas do Governo de Transição

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Vila do Quitexe, entrada do lado de Luanda. O Bar do Rocha, à direita (foto da net)


Aos idos dias 29 de Janeiro de 1975, pelo Uíge angolano, murmurava-se sobre o Governo de Transição, que iria tomar posse a 31, mas sem informação muito actual. Ou (até) credível. 
O comandante Almeida e Brito, na véspera, esteve no Comando de Sector, em Carmona, mas, do que lá foi feito, dito ou resolvido, pouco soubemos na guarnição. O alferes Garcia era quem, mais próximo de nós, por vezes nos dava dicas (captadas na messe de oficiais), mas necessariamente com muito recato, mesmo sigiloso.  
A imprensa angolana dava conta de iminência de incidentes a 31 de Janeiro, dia da tomada de posse do Governo de Transição.«Agitadores a soldo não se sabe de quem», referia um despacho da ANI, indicando que «andam pelos subúrbios a incitar a população a fazer distúrbios no dia 31».
O MPLA, sobre tal e em comunicado, convidada os seus militantes a denunciar os agitadores e «a não se deixarem arrastar por manobras» que «prejudicassem o movimento». 
Jonas Savimbi, em Nova Lisboa, dava conta desses mesmos (ou outros) agitadores e denunciava o perigo de um golpe de Estado em Portugal. Um golpe que, em caso de vitória, poderia levar à denúncia do Acordo do Alvor. «Há inimigos da nossa independência que trabalham dia e noite», disse Jonas Savimbi.
A FNLA fazia chegar a Luanda os militantes que iriam integrar o Governo de Transição, sem se conhecerem os nomes.
- ANI. Agência Nacional de Informação.

1 924 - Os Cavaleiros nas vésperas do Governo de Transição

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João Monteiro, o Gasolinas, à esquerda. O Zé Coelho, ao centro. 
E quem são os outros Cavaleiros do Norte?

A 30 de Janeiro de 1974, pelo Quitexe, por Aldeia Viçosa e Vista Alegre, mai-la Ponte do Dange, faziam--se serviços de rotina, com as actividades dos Cavaleiros do Norte «muito limitadas, por grande falta de meios humanos».
Era bom de ver: a tropa de mesclagem tinha sido desactivada e a guarnição ficou reduzida, daí resultando o natural «algum esforço para as tropas metropolitanas». Entraram, os mesclados, de «licença registada a partir de 1 de Dezembro» de 1974. O que, lê-se no Livro da Unidade, «rapidamente se realizou com o decorrer do mês».
Por lá se iam passando os dias, também com vastas idas aos restaurantes do Quitexe - como se vê na imagem, onde se reconhece o malogrado José Gomes Coelho, sapador, que faleceu a 13 de Maio de 2007, vítima de doença. 
A Cimeira do Alvor polarizou a atenção dos Cavaleiros do Norte, mas não sendo muitas as informações, militares, vali-me eu, muitas vezes, dos bons ofícios do meu saudoso amigo Alberto Ferreira, que era cabo especialista da Força Aérea. Foi por ele que, faz hoje 29 anos, soube de alguns nomes do Governo de Transição, que me foi enviada em letra de imprensa, ou no Província de Angola (o mais provável, por ser jornal matutino), ou o Diário de Luanda (vespertino). Ou o Comércio.
E quem era, então, os governantes da Transição? Pouco adiantava, para além de que Vasco Vieira de Almeida seria o Ministro da Economia e que os ministérios seria 12 - três portugueses, três o MPLA, três da FNLA e três da UNITA. E que teria um Colégio Presidencial, com os três movimentos representados: Lopo do Nascimento (MPLA), Johnny Eduardo (FNLA) e Joseph  Ndele (UNITA). 
- COELHO. José Gomes Coelho, soldado sapador. 
Morava em Oldrões da Calçada, em Penafiel, onde 
faleceu a 13 de Maio de 2007. Ver AQUI

1 925 - O dia da posse do Governo de Transição de Angola

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Silva Cardoso, Alto Comissário e Presidente do Governo de Transição de Angola, no discurso da tomada de posse, a 31 de Janeiro de 1975. Lopo do Nascimento, à sua direita (de roupa clara), Johnny Eduardo e José Ndele (à sua esquerda). Imprensa do dia 31 de Janeiro de 1975 (em baixo)



Santa Margarida, 31 de Janeiro de 1974. O Batalhão de Cavalaria 8423 está em formação, no Destacamento do RC4, e é alvo de uma visita inspectiva do coronel Paixão, da Inspecção Geral de Educação Física do Exército.
Quitexe e Uíge, Angola, 31 de Janeiro de 1975! Um ano depois! Os Cavaleiros do Norte, à distância de 240 quilómetros, sabem da tomada de posse do Governo de Transição de Angola. E quem era quem?
O presidente era o brigadeiro Silva Cardoso, também Alto-Comissário. A parte portuguesa incluía os ministros Vasco Vieira de Almeida (Economia), Albino Antunes Cunha (Transportes e Comunicações) e Manuel Alfredo Resende Oliveira (Obras Públicas, Habitação e Urbanismo).
O Colégio Presidencial tinha representantes dos três movimentos: Lopo do Nascimento (MPLA), Johnny Eduardo (FNLA) e José Ndele (UNITA).
os ministros:

- MPLA: Manuel Rui (Informação), Saidy Mingas (Planeamento e Finanças) e Diógenes Boavida (Justiça). Os Secretários de Estado: Augusto Lopes Teixeira (Indústria e Energia), Cornélio Caley (Trabalho) e Henrique Santos (Interior).
- FNLA: Kabaneu Saúde (Interior), Samuel Abrigada (Assuntos Sociais) e Mateus Neto (Agricultura). Secretários de Estado: Graça Tavares (Comércio), Hendrick Vaal.Neto (informação) e Baptista Nguvulu (Trabalho). 
- UNITA: Eduardo Wange (Educação), António Dembo (Trabalho) e Jeremias Kalandula  Chitunda (Recursos Naturais). Secretários de Estado: Jaka Jamba (Informação), Manuel Teixeira Coelho (Pescas) e João Waiken (Interior).
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