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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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4 970 - A Escola de Recrutas do BCAV. 8423! Chipenda acusado de se vender ao estrangeiro!

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Os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 voltaram ao RC4, a sua unidade mobilizadora
 e de instrução, no dia 3 de Junho de 2017 e lá realizaram o seu encontro anual
O condutor Vicente, o atirador Marco e os furriéis
 milicianos Viegas e Neto, a 28 de Março de 2017, na
entrada do RC4, em Santa Margarida

Os exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423, os futuros Cavaleiros do Norte, começaram a 18 e terminaram a 22 de Fevereiro de 1974.
O livro «História da Unidade» lembra que decorreram na chamada Mata do Soares, à volta do Campo Militar de Santa Margarida, e que o BCAV. «completou deste modo a primeira parte da instrução, a chamada instrução especial».
A estrutura orgânica já estava definida, sendo comandante do Batalhão o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria. O 1º. comandante era o major Ornelas Monteiro (que acabou por não seguir para Angola, «desviado» para a Guiné, pelo MFA) e os comandantes de companhia eram os capitães António Oliveira, do SGE (da CCS, a do Quitexe), e os milicianos Castro Dias (1ª. CCAV., a de Zalala), José Manuel Cruz (2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa) e José Paulo Fernandes (da 3ª. CCAV. 8434, a da Fazenda Santa Isabel).
Daniel Chipenda, dissidente do
 MPLA, e Holden Roberto,
presidente da FNLA

MPLA acusou Chipenda de se
vender aos interesses estrangeiros

Um ano depois e já em Angola, Lúcio Lara, o chefe da delegação do MPLA em Luanda, acusou o dissidente Daniel Chipenda de se «vender aos interesses estrangeiros» e de «lançar a instabilidade no nosso país». Salientou que os militares leais a Chipenda eram «veteranos da guerra contra o colonialismo português» e exortou-os «a lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas, ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Na mesma Luanda, Ngola Kabangu, ladeado por Samuel Abrigada (Ministro da Saúde) e Hendrick Vaal Neto (Secretário de Estado da Informação), todos da FNLA, pediu ao Governo a dissolução imediata das Comissões Populares de Bairro e testemunhava a rejeição do seu movimento «a qualquer acto susceptível de provocar uma guerra fratricida» e que «não permitirá  a instalação de um clima de insegurança e de anarquia no país».
Agostinho Neto, presidente do MPLA, regressado de Cabinda, a Lisboa, considerou o imperialismo como «o principal inimigo do povo». O imperialismo e «o seus agentes».
Manuel Oliveira

Oliveira de Aldeia Viçosa,
68 anos em Penafiel !

O soldado cozinheiro Manuel Joaquim Martins de Oliveira, da 2ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 18 de Fevereiro de 2020.
Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se no lugar de Serra, freguesia de Canelas, do  município de Penafiel, a partir de onde exerceu a sua actividade profissional como motorista de longo curso.
Um AVC sofrido em 2000, levou-o a antecipar a reforma, em 2001, e lá por Canelas continua a viver, sendo participante habitual dos encontros anuais dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa. O nosso abraço de parabéns!

4 971 - A mudança dos Cavaleiros do Norte para o BC12 de Carmona!

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV 8423. a de Zalala, homens das Transmissões: António Lago e Rogério
Raposo (que amanhã faz 68 anos) e António Lago e, em baixo, Carlitos, José Aires, 1ºs cabos Ângelo
 Lourenço e Hélio Cunha e Fernando Coelho
O BC 12 no tempo dos Cavaleiros do
Norte do BCAV. 8423, em 1975

O comandante Almeida e Brito esteve na Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona e a 19 de Fevereiro de 1975, há 45 anos, para «ultimar os aspectos da rendição do BC12»
Este tipo de reuniões de trabalho repetiu-se a 20, 25, 26, 27 e 28 - o que, na prática, antecipava a rotação dos Cavaleiros do Norte para a cidade de Carmona. Já não era para Luanda, o que nos desgostava por um lado e agradava por outro. Neste caso, porque era pacífica a situação no Uíge; naquele, porque a capital fervilhava de pequenos e grandes incidentes e não era raro surgirem  notícias de mortos e de muitos feridos.
O então tenente-coronel (e futuro general) Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito, normalmente, era acompanhado do capitão José Paulo Falcão - o oficial adjunto e de operações (que, de resto, já interinamente comandara o BCAV. 8423) - e estas reuniões de trabalho analisavam os pormenores processuais da rendição de pessoal do BC12.
Notícia do Diário de
Lisboa de 19/02/1975

Fascismo e colonialismo,
Agostinho Neto no Congo

A capital Luanda, a propósito e por este tempo de há 45 anos, é que continuava pouco pacífica. 
O Diário de Lisboa de 19 de Fevereiro dava conta da denúncia dos industriais pesqueiros, que pediam «uma maior repressão à banditagem que campeia no porto pesqueiro, o que está a provocar grandes prejuízos à indústria e a prejudicar o abastecimento de pescado à capital».
Agostinho Neto presidente do MPLA, por sua vez e depois de uma visita a Cabinda, partia para Brazaville e Ponta Negra, onde iria conferenciar com dirigentes da República do Congo. No enclave e durante um comício, recordou aos guerrilheiros do MPLA «o internacionalismo da luta travada, que fez das vitórias alcançadas por eles vitórias dos povos das outras ex-colónias portuguesas, visto serem os mesmos objectivos os que se pretendem alcançar e o mesmo inimigo a combater».
Citou o povo português, que «conseguiu expulsar o fascismo e o colonialismo» e que o povo de Angola «tendo-lhe sido reconhecido o direito à independência, não tem contradições especiais com o povo português».
Rogério Raposo
em 2019

Raposo de Zalala,
68 anos em Sintra!

O Cavaleiro do Norte Raposo, da 2ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 68 anos a 20 de Fevereiro de 2020.
Rogério Silvério Raposo foi especialista de transmissões e regressou a Portugal no dia 1 de Setembro de 1975, evacuado do Hospital Militar de Luanda.
«Tive problemas na pele, depois do rebentamento de um granada, ainda em Carmona», recordou este rádio-telegrafista, que nos anos 90 do século XX voltou a Angola e por lá fez vida profissional, até 2015. Trabalhava no sector das madeiras e recordou-nos que «uma vez, fui a Zalala, em serviço, mas nada estava igual».
Mora em Sintra e para ele vão os nossos parabéns!

4 972 - A família dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!

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O edifício do Quitexe, a azul, onde funcionou a enfermaria dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, agora
ocupado pela Polícia Nacional (PN) de Angola, assim como o edifício ao lado - a casa que era da Família
Rei. Imagem de 24 de Setembro de 2019, com o furriel Viegas
O comandante Caros Almeida e Brito e o capitão José
Paulo Falcão no encontro de Águeda, em 1995.
Ambos já falecidos. RIP! RIP!


O comandante Carlos Almeida e Brito, acompanhado do capitão José Paulo Falcão (oficial adjunto), voltou a Carmona a 20 de Fevereiro de 1975, há 45 anos, no âmbito das «reuniões de trabalho na ZMN». Lá estivera na véspera e lá voltou a 25, a 26, a 27 e a 28 do mesmo mês.
O murmúrio sobre a nossa rotação para a capital do Uíge era cada vez maior,  muito disso se falava por esse tempo, mas só a 26 se tornou oficial. 
O comandante Almeida e Brito, em Carmona, analisava, com as chefias da Zona Militar Norte (ZMN), a provável rodagem para o BC12, que estava em processo de extinção e viria a ser, meio ano depois (Agosto), a última guarnição portuguesa  no norte angolano - de onde saíram a 4 de Agosto para a épica coluna para Luanda.
Os futuros furriéis milicianos Queirós e
Costa em Santa Margarida, há 45 anos!

A Escola de Recrutas
em Santa Margarida!

Um ano antes, na Mata do Soares, arredores do Campo Militar de Santa Margarida, os futuros Cavaleiros do Norte continuavam os exercícios finais da Escola de Recrutas, com os futuros atiradores de cavalaria. Tinha começado a 18 (uma segunda-feira) e terminariam a 22 de Fevereiro (sexta). 
«Completou deste modo, o Batalhão de Cavalaria, a primeira parte da sua instrução, a chamada instrução especial», relata o livro «História da Unidade». 
Os especialistas só começaram a chegar a 4 de Março, completando os efectivos do Batalhão». Por especialistas, entendam-se escriturários, enfermeiros, sapadores, mecânicos (de viaturas e de armas), rádio-telegrafistas, condutores, cozinheiros e outros.
Formava-se, como ainda ontem aqui falávamos, a família dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!
António Clara Pereira, Francisco António
 e António Simões no encontro de 2017

Pereira da CCS
faleceu há 2 anos!

O soldado-mecânico António Clara Pereira, do parque-auto da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 2 anos, vítima de doença.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua casa da Carregueira, freguesia do município de Mação. Trabalhou muitos anos na exploração de petróleos e participou no encontro de 2017, no RC4, em Santa Margarida.
Um tumor no fígado roubou-lhe a vida a 21 de Fevereiro de 2018, aos (quase) 66 anos - nascido que foi a 18 de Agosto de 1952. Hoje o recordamos com saudade. RIP!

4 973 - A quase obsessiva expectativa de sair do Quitexe para Carmona

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O Bar do Rocha, na entrada do Quitexe, em plena Estrada do Café, que liga Luanda a Carmona, actual
 cidade do Uíge. A casa da direita, a verde, é a do antigo e emblemático Bar do Rocha, de tantas
recordações dos Cavaleiros do Norte. É agora uma das três farmácias da vila uíjana
O furriel Viegas, ladeado pelos 1ºs. cabos António Pais, à
 esquerda, e Emanuel Santos, no bar do Rocha, a ma-

riscar e a cervejar. Bons tempos, os de 1974/1975!


Os dias deste tempo de Fevereiro de 1975, há 45 anos, iam passando, e nós a riscá-los do calendário, expectando-se o que seria a nossa vida na cidade. Para onde acabaríamos por ir a 2 de Março seguinte. Embora, por esta data desse ano, ainda tal não se soubesse.
Não era despiciendo, mesmo nada desdenhável,  tal ponderar por parte dos expectantes Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. A maioria de nós era gente rural, sem hábitos urbanos, como seria viver numa cidade? E naqueles circunstâncias tão particulares? Não seria nada de especial, como se veio a ver.
Era assim, nesta quase obsessiva expectativa que, por estes dias de há 45 anos, já muitos de nós acomodávamos as malas e, nas fugidas à cidade,  procurávamos conhecer o BC12. Por lá já passarinháramos antes, em desenfianços mais ou menos «legais», procurando os prazeres do corpo e da alma. Ir para a cidade, seria bom! E era mais um passo na viagem do regresso a Portugal e às nossas casas.
Pelo Quitexe, como se vê na imagem, passavam-se bons dias, abancando ora no Pacheco, ora no Topete, ora no Rocha. Vida boa, sem preocupações operacionais e riscando dias do calendário. 

Os presidente Holden
Roberto, Agostinho Neto
e Jonas Savimbi

Revoltas Activa e do Leste,
as dissidências do MPLA !

A FNLA e a UNITA, por este altura e em Luanda, asssaz curiosamente, lançaram um apelo à Facção Chipenda, da Revolta do Leste, no sentido de «abandonar a sua existência como grupo armado, para se integrar num dos três movimentos». O outro era o MPLA, de que Daniel Chipenda era dissidente. 
O MPLA, recordemos, chegou a estar dividido em três facções praticamente autónomas:  a Revolta Activa, liderada por Mário de Andrade, e a Revolta do Leste, liderada por Daniel Chipenda, ambas opostas a Agostinho Neto, que na prática ara p líder  a Ala Presidencial, fiel a Agostinho Neto. Dupla cisão foi superada em 1974, por uma conferência de unificação realizada na Zâmbia, mas levou à expulsão ou saída espontânea de uma série de elementos, e deixou profundas marcas. Como as que Chipenda expunha há 45 anos.
Na mesma data, os mesmos FNLA e UNITA, em comunicado conjunto, exigiam a demissão do governador de Moçâmedes, acusando-o de «demasiado parcialismo, a favor do MPLA, em detrimento dos outros movimentos de libertação», para além de «incapacidade manifestada para manter a ordem a paz na área do distrito».
Abílio Delgado

Delgado de Aldeia Viçosa,
faleceu há 10 anos !

O 1º. cabo Delgado, 1º. cabo atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, faleceu há 10 anos, vítima de doença.
Abílio da Fonseca Delgado, de seu nome completo, foi bravo Cavaleiro do Norte de Aldeia Viçosa e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e à sua casa natal do Casal da Charneca, lugar da freguesia de Évora, no concelho de Alcobaça.
Foi empresário do sector da cunicultura e, pai de três filhas, ali faleceu, vítima de uma fatal embolia cerebral e a 22 de Fevereiro de 2010. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

4 974 - O último dia, há 46 anos, da Escola de Recrutas do BCAV. 8423

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Carlos Letras (2ª. CCAV.), José Louro e Vitor Costa (1ª) e João Brejo (2ª.) no bar de
 sargentos do RC4, há 46 anos,  tempo de recruta dos Cavaleiros do Norte. Em
 baixo, por onde andámos na semana de campo
Manuel Pinto, da 1ª. CCAV., e Grenha Lopes, da
 2ª. CCAV.,dois futuros furriéis milicianos do
  BCAV. 8423, há 46 anos, no Campo Militar
de Santa Margarida

O Campo Militar de
 Santa Margarida
Os exercícios finais da Escola de Recrutas do Batalhão de Cavalaria 8423 terminaram a 22 de Fevereiro de 1974, há 46 anos e com destino marcado para Angola.
O tempo, quase não parecendo, voou rápido e a juventude e sonhos dos nossos 21 para 22 anos de então voaram sem parar: somos agora (mais que) sexagenários, já caminho dos muito próximo 70 anos, com as dores e impertinências da idade e com alguns de nós já idos para o além! 
A Escola de Recrutas dividiu-se entre o Destacamento do RC4, onde se aquartelavam os praças, e a Mata do Soares, galgando-se pelas fronteiras de Malpique, Portela  e Vale do Mestre, S. Miguel de Rio Torto (já de Abrantes). Por lá andámos e por lá ajudámos a formar os jovens mancebos que, como nós, já esavam mobilizados para Angola.
O Batalhão de Cavalaria 8423 «completou, deste modo, a primeira parte da sua instrução, a chamada instrução operacional», lê-se no Livro da Unidade.

Daniel Chipenda e Mário P. Andrade

Revolta do Leste integrada
 na FNLA

Um ano depois e no Quitexe uijano, fazíamos vésperas da rotação para Carmona e num tempo em que Daniel Chipenda anunciou, em Kinshasa, que os homens da (sua» facção, a Revolta do Leste, se iriam agrupar na FNLA. Seriam 3000, armados, que continuavam sob ordens dos seus oficiais, mas passavam, todavia, a estar «sob o alto-comando do Estado-Maior General da FNLA».
O MPLA (que oficialmente tinha expulso Chipenda) reagiu com um comunicado, dando conta que «renderam-se ao Estado Maior da Frente Leste, no passado dia 16, os comandantes Luehele, Katchukuchucu, Ácido e Muhongo Nabanca, que até sta data se encontravam integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda»
As rendições teriam ocorrido na área de Cazombo e sucediam-se, dizia o comunicado do MPLA, às de outros comandantes da Facção Chipenda: Mafuta, Cow-Boy, Pela Virianga e Bala Direita (em Janeiro).
Aurélio em 2019
Aurélio em
1974/75

Aurélio, o Barbeiro, 68 
anos em Ferreira do Zêzere !

Aurélio da Conceição Godinho Júnior foi Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423 mas por lá foi imortalizado como o... Barbeiro. Ainda hoje! Festeja 68 anos a 23 de Fevereiro de 2020!
Atirador de Cavalaria e integrando o PELREC, fazia barbas e cabelos aos combatentes da CCS, sem alguma vez se furtar a qualquer operação, escolta ou patrulhamento que coubesse (e couberam muitos).
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua natal aldeia do Telheiro, freguesia de Pias, município de Ferreira do Zêzere, onde é empresário do sector dos electrodomésticos e instalações comerciais e industriais.
Para lá e para ele, daqui vai o nosso abraço de parabéns



4 975 - Atiradores de férias e apontadores de morteiros no RC4!

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A Administração Concelhia (Câmara Municipal) do Quitexe, um edifício do tempo colonial que se encontra
muito bem conservado. No jardim da vila e em imagem de 24 de Setembro de 2019 
Alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto Rodrigues
 e José Alberto Almeida na messe de oficias do Quitexe

A 23 de Fevereiro de 1974, um sábado para domingo de há 46 anos, apresentaram-se no RC4 vários militares para as várias companhias operacionais dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. 
Os atiradores de Cavalaria tinham ido de férias, tinham acabado a escola de recrutas no Destacamento do Regimento de Cavalaria nº. 4 (RC4) e pela Mata do Soares fora, e começavam a chegar outros mobilizados para as terras africanas de Angola - os especialistas.  
Os que há 46 anos se apresentaram, todos já depois das 11 horas da noite, rodavam do Regimento de Infantaria 11 (RI 11), de Setúbal, por «terem sido nomeados para servir o ultramar, com destino ao BCAV. 8423».
Os capitães José Paulo Fernandes e
José  Manuel Cruz com o comandante
 Bundula, da FNLA

Apontadores de morteiros
para 3 Companhias

No caso, eram todos apontadores de morteiros e para as seguintes companhias operacionais:
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias: Manuel de Almeida Novo (1º. cabo, que era natural de Calde, em Viseu), José António Tavares de Sousa (de Pedras Novas, em Leça da Palmeira, Matosinhos) e Manuel Joaquim Vilaça da Silva (da Barroca, em Ouriz, Vila Nova de Famalicão).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz: Adelino Augusto Ferreira do Couto (de Lousada, em Vila Nova de Famalicão) e António Manuel Magalhães Macedo (de Cimo de Vila, em Penafiel).
- 3ª. CCAV. 8423, a  de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes: José Agostinho da Silva Ferreira (1º. cabo, de Vila Chã, freguesia de Santo Estevão de Briteiros,  em Guimarães), Fernando da Silva Oliveira (de Sub-Estrada, em Nespereira, também Guimarães) e António Moreira de Carvalho (de Teixogueira, freguesia de Milagres, em Leiria).
O monumento que evoca os mortos de Odivelas
 na guerra colonial. Entre eles, sublinhado, o Cava-
leiro do Norte Joaquim Manuel Duarte Henri-
ques, da 1ª. CCAV. 8432, a de Zalala 

Morte de Henriques,
Cavaleiro de Zalala

A véspera registara a apresentação, às 19 horas, do soldado Joaquim Manuel Duarte Henriques «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e viria a falecer em Angola, vítima de doença, a 21 de Setembro de 1974.
Doente em Zalala, foi então evacuado para a enfermaria do Quitexe e terá passado pelo Negage, antes de ser evacuado para o Hospital Militar de Luanda - onde faleceu. 
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas e o seu nome está em memória no monumento. Era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!!
Notícia do Diário de Lisboa de 24/02/1975

Mais mortos
em Angola

Um ano depois, o 23 de Fevereiro de 1975 também foi um  domingo e dia de, ao fim da tarde, «novos incidentes em N´Dalatando (antiga Salazar)». Não tão longe, assim, do «nosso» Quitexe.
«Elementos do MPLA cercaram a Delegação da FNLA, gritando slogans como «Abaixo a FNLA imperialista!» e disparando contra os membros da FNLA», relatava o Diário de Lisboa de 24 de Fevereiro, registando «a morte de dois civis, um negro e um branco, e dois feridos».
Nova Lisboa também foi palco de novos combates entre elementos da Facção Chipenda e o MPLA, com um morto. O MPLA e a FNLA, em comunicados separados, condenaram os incidentes e as Forças Armadas Portuguesas anunciaram«medidas firmes para evitar a repetição dos incidentes».


4 976 - Rotação para Carmona dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!

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O furriel miliciano Viegas, Cavaleiro do Norte do PELREC da CCS do BCAV. 8423, e o condutor
Nogueira da Costa, da BCAÇ. 209/RI 21, da Fazenda do Liberato a caminho do Quitexe e de Carmona, a
24 de Setembro de 2019, no Cacuaco, Estrada do Café

Cavaleiros do Norte no Quitexe, em Dezembro de 1974 - todos
furriéis milicianos. Atrás, João Cardoso, José Fernando
 Carvalho, Francisco Bento, Luís Costa (?, dos Morteiros) e 
António Fernandes. À frente, Nelson Rocha, Viegas, Norberto
 Morais, José Pires, José Carlos Fonseca e António Flora. 
Mais à frente e de boina na mão, Delmiro Ribeiro

Aos dias 24 de Fevereiro de 1975, há 4 anos, levedava pelo uíjano Quitexe a expectativa dos Cavaleiros do Norte da CCS sobre a eventual rotação para Carmona (actual cidade do Uíge).
Valha a verdade, era cada vez maior, nas não nos chegavam notícias definitivas - sabendo-se, porém, que já era seguro que não iríamos para Luanda (onde nos desejava a Região Militar de Angola), mas para o BC12, em Carmona.
A esse tempo, a FNLA comprometeu-se a libertar um dirigente do MPLA, detido no decorrer dos incidentes na cidade de Dalatando, assim como, segundo o Diário de Lisboa, «a levantar os controlos do acesso a Dalatando». 
Dalatando (ou a Salazar do tempo colonial) era uma cidade relativamente perto do Quitexe e um dos destinos dos passeios militares que ao tempo de realizavam, nomeadamente ao fim de semana. Assim como a Malange, Cacuso e às Quedas do Duque de Bragança. Ficava a uns 200 quilómetros, distância que, em termos de Angola e em estradas de asfalto, como era o caso, era como ir ali e vir.
O casal Cruz: o alferes miliciano e a médica
Margarida, com o filho Ricardo, no Natal de
1974 e no Quitexe angolano



Alferes António Cruz
em Santa Margarida !

Um ano antes e no Campo Militar de Santa Margarida, apresentou-se o futuro alferes miliciano António Albano Cruz, num tempo em que Cavaleiros do Norte atiradores de Cavalaria gozavam férias, depois da instrução especial da Escola de Recrutas, no Destacamento do RC4, em Santa Margarida.
António Albano de Araújo Sousa Cruz rodava da Companhia Divisionária de Manutenção de Material (CDMM), aquartelada no Entroncamento, e viria a ser o comando do Parque-Auto do BCAV. 8423, que tantos e tão bons serviços viria a desempenhar na nossa jornada africana do Uíge Angolano.
Por curiosidade, registe-se que se apresentou às 19 horas e, em Angola se fez acompanhar da esposa, a dra. Margarida Cruz (médica), e do filho Ricardo.
Balha Ferreira

Balha de Aldeia Viçosa,
68 anos em Coruche !

O 1º. cabo Fernando Balha Ferreira, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 68 anos a 24 de Fevereiro de 2020.
Cavaleiro do Norte atirador de Cavalaria de especialidade militar, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar angolana, e fixou-se no lugar de Cabecinhas, freguesia de Lamarosa, em Coruche. Sabemos que ainda por lá vive, agora na Salgueira, e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

4 977 - Rodar para Luanda ou Carmona, o destino do BCAV. 8423!

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A entrada  da vila do Quitexe, do lado de Luanda e na Estrada do Café, vendo-se a placa rodoviária,
o furriel Viegas e o condutor Nogueira, do Liberato (de costas), a 24 de Setembro de 2019. Quem não
se lembra das palmeiras e dos cheiros da terra angolana do Uíge? 
Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala:
Manuel Barroso e Alberto Pimenta, que faleceu a 7
de Janeiro de 2020, de doença. RIP!

O dia 25 de Fevereiro de 1974 foi tempo de mais uma reunião do comandante do BCAV. 8423, em Carmona e na Zona Militar Norte (ZMN), para definir o futuro próximo dos Cavaleiros do Norte.
O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, ofiial de Cavalaria, fazia-se acompanhar, neste tipo de encontros de trabalho, pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto e de operações, também da Arma de Cavalaria, e neste dia de há 45 anos ainda subsistia a dúvida: ia o BCAV. 8433 para Luanda, onde o comando da Região Militar de Angola (RMA) o desejava para «responsabilidades operacionais», ou, pelo contrário, rodaria para a cidade de Carmona onde se ia extinguir o Batalhão de Caçadores nº. 12 (BC12)?
O diabo que escolhesse. E «escolheu» rodarmos para Carmona, ficando o imenso Uíge sob total responsabilidade militar, operacional, dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Um ano antes, tinha sido a apresentação, no campo Militar de Santa Margarida e no RC4, de Ângelo Simões Teixeira, soldado de transmissões e «por ter sido nomeado para servir no ultramar e com destino à 3ª. CCAV. 8423/74».
Rodava do Regimento de Infantaria 1 (RI1), na Carregueira, e viria a ser um dos Cavaleiros do Norte da Fazenda Santa Isabel.
Ângelo Teixeira
em 2019
Ângelo Teixeira
em 1974/1975

A (não) demissão no 
Governo de Angola

A 25 de Fevereiro de 1975, o Diário de Lisboa dava conta que Cornélio Caley, Secretário de Estado do Trabalho de Angola, por parte do MPLA, iria ser «demitido por se ter descoberto que mantinha relações secretas com a UNITA».
A Casa de Angola em Lisboa, porém, enviou um desmentido ao jornal, informando que «por motivos de saúde, pediu a sua demissão do cargo, no qual será substituído pelo camarada Aires de Almeida Machado».
«Este facto foi distorcido por algumas agências noticiosas, resultando daí uma notícia cujo conteúdo é falso», inserindo-se, sublinhava, «numa campanha mais ampla, movida pelo imperialismo e demais forças reaccionárias, no sentido de denegrir a imagem nacional e internacional do MPLA, que, no prosseguimento da sua linha de acção, continua a ser o inimigo número um do imperialismo internacional e seus agentes internos».
A Casa de Angola acrescentava que «o maior desmentido material a tal notícia situa-se no facto de o camarada Cornélio Caley ter dado e continuar a dar, desde a sua filiação no MPLA, as mais abnegadas provas de militância revolucionária no seio da organização».
Alberto Pimenta em Zalala (1974)
Alberto Pimenta,
o Barbas (2019)


Pimenta, o Barbas de 
Zalala, faria hoje 68 anos!

O atirador de Cavalaria Alberto Pimenta faria 28 anos no dia 25 de Fevereiro de 2020. Faleceu a 7 de Janeiro deste mesmo 2020! 
Alberto Abel Alves Pimenta é do Mindelo, em Vila do Conde, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975. Por Angola, e ainda em Zalala, começou a deixar crescer a barba, que nunca mais cortou e ficou a sua imagem de marca. Trabalhou como mecânico profissional (e empresário deste sector) e foi participante sempre activo dos encontros de confraternização dos Cavaleiros do Norte de Zalala! Vivia na Estrada Nova, na Póvoa do Varzim e hoje o recordamos com saudade! RIP!!!


4 978 - O dia de se saber da rotação do BCAV. para Carmona !

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Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. O furriel Viegas, do PELREC da CCS do BCAV. 8423, em frente
ao que resta da casa do comandante Almeida e Brito, mais de 44 anos depois da saída dos Cavaleiros
do Norte da vila quitexana
Aldeia Viçosa, a 24 de Setembro de 2019.  Ao fundo, a
 capela; à direita, parte das instalações da 2ª. CCAV. 8423


Aos dias 26 de Fevereiro de 1975, há 45 anos e finalmente, a reunião da Zona Militar Norte (ZMN)  definiu que os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 iam rodar para Carmona e para o (em extinção) BC12. Agora, e então, como sublinha o livro «História da Unidade», «com a pressa de uma rápida e imediata mudança» - o que se viria a concretizar no dia 2 de Março seguinte.
A mudança, ainda segundo o livro «HdU», foi do «agrado geral para a maioria dos militares», mas, contudo, frisava também, «traz ao BCAV. a responsabilidade de uma zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas, o que, forçosamente, virá a trazer-nos responsabilidades, honrosas por um lado, mas extremamente difíceis e complexas, por outro».
Mal nós imaginávamos, ao tempo, o que nos esperava na capital do Uíge - nomeadamente nos trágicos primeiros seis dias de Junho desse mesmo ano de 1975.
A Rua do Comércio, em Carmona, a actual cidade
 do Uíge. Imagem de 25 de Setembro de 2019, quando
por lá passou o furriel Viegas 

A cidade de Carmona
no dias do BCAV. 8423

A cidade de Carmona já nós conhecíamos muito bem - das muitas vezes que para lá tínhamos viajado, a troco das mais vulgares razões e atraídos pelos prazeres da vida, do desejo e da idade. 
Carmona era, para a maioria generalizada de todos nós, a primeira cidade que melhor conhecíamos. Quase todos, éramos gente da província do Portugal de 1973 e 1974.
A notícia da rodagem para a capital do Uíge, já mais ou menos esperada, foi recebida com tranquilidade - embora também com expectativa -, e os poucos dias que nos separavam da partida (2 de Março) foram vividos a preparar a saída, embrulhando malas e fazendo despedidas.
Pelo Quitexe, ainda iria ficar a 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes. Lá chegara, a 10 de Dezembro de 1974, deixando de vez a mítica fazenda uíjana, militarmente ocupada desde 1961 - ano do começo da guerra colonial.
O furriel Bento e o sapador
Albino Dias: dois regressos
em 2019, 44 anos depois!
A. Dias em
1974/1975

O adeus a Angola
do sapador Albino !

O soldado sapador Albino, da CCS, regressou a Portugal no dia 26 de Fevereiro de 1975, por razões de doença.
Albino Marques Dias, agora já aposentado da Câmara Municipal, é natural da freguesia de Loureiro, município de Oliveira de Azeméis, e sofria (e sofre) de epilepsia, doença que implicou o seu internamento em Angola e posterior evacuação para Lisboa.
Voltou ao convívio dos Cavaleiros do Norte da CCS 44 anos depois, no encontro de 2019 e em Penafiel, durante o qual se emocionou e do qual regressou felicíssimo à sua terra natal da oliveirense Loureiro.

4 979 - Os últimos aspectos a rendição do BC12 de Carmona

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Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. A secretaria da CCS e casa dos furriéis (telhado avermelhado escuro,
frente ao segundo e terceiro candeeiros, do lado direito). messe de oficiais (telhado cinzento e em bico)
e, mas ao fundo, a messe e bar de sargentos

O tenente João Mora, à esquerda e os furriéis milicianos
Neto e Viegas, na avenida do Quitexe (em 1974)


O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria e comandante do BCAV. 8423,  voltou a Carmona e à Zona Militar Norte (ZMN) no dia 27 de Fevereiro de 1975, uma vez mais para «ultimar os aspectos da rendição do BC12». Tal qual, de resto, acontecera a 19, 20, 25 e 26 (quando, de vez, foi definida a rotação) e depois, a 28.
Os Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe aquartelada desde o dia 6 de Junho de 1974, seriam os primeiros a rodar, seria a 2 de Março, e em Aldeia Viçosa, os companheiros da 2ª. CCAV. 8423 também preparavam malas para a rotação.
O Uíge, por esse tempo, estava minimamente sereno mas era tensa a situação em outros pontos de Angola. Já nem falando de Luanda, onde incidemntes eram ´pao-nosso-de-cada-dia», no Lobito registaram-se incidentes por causa da greve dos trabalhadores do porto, aparentemente fomentada pela UNITA - segundo a acusação do MPLA, que atribuiu ao movimento de Jonas Savimbi «a manobra divisionista destinada a criar o caos».
«Quem está interessado em fomentar as greves»?, questionava, por sua vez, o movimento de Agostinho Neto, apelando para «a vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo».
Tenente SGE João
Elóy Mora (1974)

Tenente João Eloy Mora
apresentou-se no RC4

O então alferes e futuro tenente Mora, do SGE, apresentou-se no RC4, em Santa Margarida, às 22,30 horas de 27 de Fevereiro de 1974, «por ter sido nomeado para servir no Ultramar, fazendo parte do BCAV. 8423 como adjunto da CCS».
João Eloy Borges da Cunha Mora, era este o seu nome completo, rodava dos Serviços Centrais do Exército, em Lisboa, e imortalizou-se na guarnição do Quitexe como o tenente Palinhas, assim carinhosamente tratado por sempre «exigir» que se lhe batesse a pala, em continência. Não o fizessem os subalternos, fá-lo-ia ele, dando o exemplo. Era natural do Pombal, onde nasceu a 30 de Junho de 1926. Faleceu a 21 de Abril de 1993, aos 67 anos, em Lisboa e de doença. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
Os furriéis milicianos José
A. Nascimento, José Lino e
Plácido Jorge Queirós

Furriel Nascimento

no BCAV. 8423!

O furriel miliciano Nascimento, vagomestre da 1ª. CCAV. 8423, apresentou-se no RC4 a 27 de Fevereiro de 1974, já lá vão 46 anos.
José António Moreira do Nascimento rodava do Regimento de Infantaria nº. 15 (RI 15), em Tomar, apresentando-se às 11 horas de noite no campo Militar de Santa Margarida e a caminho do seu destino angolano: a mítica Fazenda de Zalala. Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975,  à sua cidade do Porto natal, freguesia de Campanhã, e, actualmente e desde há muitos anos, está emigrado nos Estados Unidos.

4 980 - A rotação para Carmona, as eleições em Portugal!

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Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS do BCAV. 8423. De pé, os 1ºs. cabos Vicente (já falecido) e
Almeida (que faleceu há precisamente 11 anos, hoje se  passam), furriel Monteiro e 1º. cabo Vicente. Em
 baixo. Aurélio (Barbeiro), furriel Neto (que hoje festeja 68 anos) e os também já falecidos Leal e alferes Garcia
O lago (partido) do jardim do Quitexe, em frente à
administração e a 24 de Setembro de 2019


Aos dias dias 28 de Fevereiro de 1975, já lá vão 45 anos, o Quitexe acordou sem grandes alterações ao habitual das últimas semanas. Por lá jornadeavam a CCS (em vésperas de rodar para a Carmona) e a 3ª. CCAV. 8423, que a 10 de Dezembro de 1974 tinha chegado de Santa Isabel. 
O dia foi quente, tal como em Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange, por onde se aquartelavam os Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. e da 1ª. CCAV. 8423, respectivamente.
O comandante Almeida e Brito uma vez mais foi a reunião de trabalho na ZMN, em Carmona, ultimando a rotação da CCS e da 2ª. CCAV. 8423 para o BC12. 
Os serviços de ordem continuavam e levedava o entusiasmo da partida para a capital da província uíjana, para o BC12 - onde iríamos ocupar as instalações localizadas na estrada para o Songo. Confirmava-se, assim, a remodelação do dispositivo militar que se murmurava desde o princípio do ano - que indicava que o BCAV. 8423 «iria sediar-se em Carmona», dado que, conforme se lê no livro «História da Unidade», «o BC12, que desde 1961 guarnecera a capital do Uíge, iria ser extinto».


Eleições em Portugal
pata a Constituinte

O Portugal político, entretanto, preparava as primeiras eleições, para a Assembleia Constituinte, e conhecia-se o registo de mais dois partidos políticos: o Partido da Unidade Popular (PUP) e a Frente Socialistas Popular (FSP). Já se ia em 14 e até se anunciava o 15º.: o LCI (Liga Comunista Internacionalista). 
Apenas 7 viriam a eleger deputados: PS (115), PPD, actual PSD (81), PCP (30), CDS (16), MDP/CDE (5), UDP, agora integrado no Bloco de Esquerda (1) e a Associação Para a Defesa dos Interesses de Macau, a ADIM (1).
Além destes, concorreram o Movimento da Esquerda Socialista (MES), Frente Socialista Popular (FSP), Frente Eleitoral Comunista/Marxista Leninista (FEC/ML), Partido Popular Monárquico (PPM), Liga Comunista Internacionalista (LCI), Centro Democrático de Macau (CDM) e o Partido de Unidade Popular (PUP). Alguns deles rapidamente desapareceram do mapa político português.
Francisco e Ni Neto (2018)


Os 23 anos do
furriel Neto

O dia foi também o do 23º. aniversário do furriel miliciano Francisco Neto - comemorado com ementa da mão de Maria do Lázaro - a cozinheira e mulher de vida de Pacheco, dono do restaurante do mesmo nome, mesmo em frente à Casa dos Furriéis e Messe de Oficiais.
Era sexta-feira, partiríamos no domingo seguinte para Carmona  e a «comezaina» dos 23 de anos do Francisco Neto foi assim como que, também, a da nossa despedida da saudosa vila do Quitexe. Bem regada e melhor comida, já que D. Maria do Lázaro (que suponho ser de ascendência cabo-verdiana) tinha mãos de fada para a cozinha.
Mal sabia ele, ninguém sabia, que, um ano depois, precisamente, iria levar ao altar a sua Ni, namorada do tempo e mulher de toda a sua vida! Parabéns!


J. Almeida
em 1974/75
O furriel Viegas e a viúva
de Joaquim Almeida (2018)

A morte do 1º cabo
Joaquim Almeida !

O 1º. cabo Joaquim Figueiredo de Almeida, atirador de Cavalaria do PELREC da CCS, faleceu, de doença, a 28 de Fevereiro de 2009. Há 11 anos.
Natural de Pedrogão de S. Pedro, freguesia do município de Penamacor, lá voltou no dia 8 de Setembro de 1975, quando terminou a sua (e nossa) comissão militar por terras do norte de Angola. Esteve emigrado em França, antes e depois do serviço militar, e, já regressado à casa natal. foi vítima de doença cancerosa, aos 58 anos, feitos dois meses antes - nascido a 5 de Dezembro de 1950.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!  

4 981 - O bissexto dia 29 de Fevereiro que não houve no Quitexe de 1975

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Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS. De pé. o 1º. cabo Florindo (enfermeiro), Caixarias, 1º. cabo Pin-
to, Marcos, Florêncio, os já falecidos 1º. cabo Soares, soldados Neves e Messejana e 1º. cabo Almeida.
Em baixo, furriel Neto, Madaleno, Aurélio (Barbeiro), 1ºs. cabos Hipólito e Oliveira (transmissões), Leal
(já falecido), Francisco, furriel Viegas e 1º. cabo Vicente (já falecido). Todos, há 45 anos, preparados
para rodar do Quitexe para Carmona
Condutores da CCS: Manuel Alves, José Gomes, Manuel 
Brites, António Gonçalves e Vicente Alves. Em baixo, 
Miguel Ferreira, 1º. cabo João Monteiro (Gasolinas)
 e Delfim Serra

O ano de 1975, já lá vão 45!!!..., não foi bissexto, não teve, pois, o dia 29 de Fevereiro. Como hoje. Foi um dia a menos no nosso caminho para Carmona, depois para Luanda e para Portugal e os nossos chãos natalícios. Seria um sábado, que no caso foi 1 de Março desse ano, véspera da rotação para o BC12, unidade militar de Carmona, que ia ser extinta.
Um dia, pois e como se imagina, vivido com particular emoção pelos Cavaleiro do Norte da CCS, que faziam malas para o seu adeus á vila quitexana do norte de Angola.
A memória não falhará se aqui recordarmos a última tarde/noite do saudoso Quitexe, ja de malas feitas e em procissão pelos locais de culto da vila: o Pacheco, o Topete, o Rocha..., restaurantes e bares, um passagem pela Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, talvez a  última ida à caixa postal 12 dos Correios (era um saábado), o adeus a uma terra que foi chão de 9 meses da nossa jornada africana de Angola!
A Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe, no dia
da visita do furriel Viegas, a 24 de Setembro de 2019

A morte do Santos,
apontador de morteiros
de Zalala!

A data, dia 29 de Fevereiro de 37 anos depois, já em 2012, está associada ao falecimento do 1º. cabo Manuel Gonçalves dos Santos,  Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala.
Manuel Gonçalves dos 
Santos, 1º. cabo apontador 
 de morteiros de Zalala
Apontador de morteiros de especialidade militar, foi vítima de um acidente, em dia indeterminado, quando a 1ª. CCAV. 84232 estava aquartelada em Vista Alegre/Ponte do Dange.
Um grupo saiu para caça e a viatura em que seguia o 1º. cabo Santos capotou, tendo ficado debaixo dela, levando tempo até que fosse retirado, pelos serviços de socorro e devido ao difícil posicionamento. Acabou evacuado para Lisboa e, já civil, fixou-se em Ega, do município de Condeixa-a-Nova, e era o associado nº. 6967 da Associação de Deficientes das Forças Armadas, o que permite concluir que terá regressado com mazelas físicas. 
Vítima de doença, faleceu na sua terra natal (Ega) a 29 de Fevereiro de 2012, há precisamente 8 anos, e hoje o recordamos com saudade. RIP!

4 982 - O último dia da CCS dos Cavaleiro do Norte no Quitexe!

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Cavaleiros do Norte da CCS em confraternização de caserna. Da esquerda para a direita, alferes Gar-
cia, Florêncio (de barbas), Messejana, um angolano, 1º. cabo José Almeida (cozinheiro), alferes Ribeiro,
NN (de barbas), José Rebelo (que hoje festeja 68 anos), NN e 1º. cabo Marques (Carpinteiro
Os furriéis milicianos Farinhas, Neto e Viegas, todos
da CCS do BCAV. 8423, com Agostinho Papelino, o
(não) engraxador do Quitexe


Dia 1 de Março de 1975, véspera da saída dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 do Quitexe, rumo a Carmona! 
Era sábado e o dia da guarnição foi passado tranquilamente, em fecho de malas e passagens breves pelos vários  «templos» da vila: o Rocha, o Pacheco, o Topete, talvez outros..., para o adeus bem bebericado à vila-mártir de 1961, que nossa casa foi entre os dias 6 de Junho de 1974 e 2 de Março de 1975.
Passei depois, já noite bem dentro, pela Igreja da Mãe de Deus, pausadamente, passeando o adro que ia desde a parada militar e chegava ao templo e à residência do padre Albino Capela. Já era bem de noite, uma noite muito quente.., mas ainda assim muito nostálgica, espreitando o luar avermelhada que se estendia para além do horizonte, escondendo-se atrás da floresta, até onde os nossos olhos podiam ver. 
Fui chamado da vedação, e em grande alarido, por alguns «pelrec´s» que bebiam cervejas fresquíssimas, tiradas de uma pequena arca, alimentada a petróleo. E apareceu o Pepelino!!
Na caserna do PELREC, bebidas as cervejas, futurámos os dias seguintes e fui até ao quarto, onde o Neto já se entregava a Morfeu. Não sem, antes, passear vagarosamente pela Ruas de Cima (a Estrada do Café, de Luanda a Carmona) e de Baixo (a avenida). Uma espécie de adeus antecipado algumas horas.
Os alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto
Rodrigues e José Alberto Almeida na messe
de oficiais do Quitexe

Cavaleiros do Norte
apresentados no RC4

O BCAV. 8423 foi enriquecido a 1 de Março de 1974, há 46 anos e no RC4, com mais um grupo de especialistas.
Os atiradores de Cavalaria estavam em férias de norma e apresentaram-se os seguintes futuros quadros dos Cavaleiros do Norte:
- CCS: Alferes miliciano Jaime Ribeiro (sapador) e furriéis milicianos António Lopes (enfermeiro), José Carlos Fonseca (amanuense), Norberto Morais (mecânico-auto) e Luís Mosteias (sapador).
- 1ª. CCAV. 8423: Furriel miliciano Manuel Diinis Das (mecânico-auto).
- 2ª. CCAV. 8423: Amorim António Barrelas Martins (mecânico-auto).
- 3ª. CCAV. 8423: Ângelo Tuna Rabiço (enfermeiro).
Furriéis milicianos Mota Viana, Eusébio
Martins (já falecido) e Plácido Jorge Queirós

Mota Viana, furriel
de Zalala, 68 anos !

O furriel miliciano Mota Viana foi Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e comemora 68 anos a 1 de Março de 2020.
Fernando Manuel Mota Viana, de seu nome completo, era atirador de Cavalaria e deixou a mítica Fazenda de Zalala a 22 de Outubro de 1974,  rodando para Luvuei, no leste de Angola, onde passou a integrar a 1ª. CART do BART 6321. Regressado a Portugal e à sua natal cidade de Braga, fez vida profissional na área da orçamentação e desenho, agora já reformado, e sempre participante activo dos encontros dos «zalala´s». Parabéns!
Os cozinheiros Almeida, Rebelo
e Duarte, trio da CCS

Rebelo, cozinheiro da CCS,
68 anos em Odivelas !

O cozinheiro Rebelo, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 1 de Março de 2020.
José Joaquim Robalo Rebelo jornadeou pelo Quitexe e Carmona e é natural de Aranhas, do município de Penamacor, distrito de Castelo Branco, mas, profissionalmente, radicou-se na Grande Lisboa, em Odivelas, onde reside e é aposentado da INDEP (Indústrias Nacionais de Defesa - Empresa Pública).
Ligado à cultura popular e ao folclore, é dirigente Rancho Folclórico Camponeses de Odivelas e responsável pela funcionamento perm,permanente da sua sede. Para lá e para ele, o nosso abraço de parabéns!
João Rito

Rito de Aldeia Viçosa
faleceu há 4 anos !

João Jerónimo Rito, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, faleceu há 4 anos, dia 1 de Março de 2016. 
Atirador de Cavalaria, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, a Castelo Branco. Por lá vez a sua vida e, por ela fora, sofreu o luto da morte de um filho, aos 37 anos e vítima de acidente. Ele próprio sofreu um acidente que o incapacitou fisicamente, a 15 de Abril de 2015. Faleceu a 1 de Março de 2016, aos quase 64 anos (que faria a 20 de Abril seguinte). Hoje o recordamos com saudade! RIP!  

4 983 - O adeus ao Quitexe dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423!

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O Quitexe de 2019, a 24 de Setembro. O que resta do edifício do Comando do BCAV. 8423. O imbondeiro
 fica numa das entradas da parada, Ao fundo, vê-se um dos pavilhões de uma escola que funciona onde
eram os balneários da CCS. E também a Igreja de Santa Maria de Deus 
Os furriéis milicianos Joaquim Abrantes, Cândido Pires e
Viegas com um grupo de crianças, nos últimos dias do Quitexe 


A Companhia de Comando e Serviços (CCS) dos Cavaleiros do Norte do Batalhao de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423) deixou o Quitexe a 2 de Março de 1975. Há precisamente 45 anos e rodando para Carmona - a actual cidade do Uíge!
Foi o dia do adeus!
O momento desse dia foi quase nostálgico, seguramente muito emotivo, na altura deixando para trás uma terra que nos recebera em Junho anterior e da qual levavámos um coração já cheio de saudades! E pouco importa, agora, fazer memória dos momentos de desventura, de medos e de riscos que foram aos 9 meses em que, galgando os trilhos e as matas uíjanas, nas escoltas e nos patrulhamentos que são memória desse tempo, sempre arriscando a vida, nos entregámos à missão que a Angola nos levou. Nisso temos honra!
A azáfama começara nas vésperas deste dia de deus: a preparação da coluna militar, o carregamento de haveres, a mobilização de tarefas para que a rotação fosse feita tranquilamente. Tudo como devia ser. Por lá ainda iria ficar a 3ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte da Fazenda Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes - que de lá rodou, também para Carmona, a 8 de Julho de 1975. 
A entrada na vila do Quitexe, na Estrada do
Café, do lado de Luanda, com o famoso Posto
5. magem do dia 24 de Setembro de 2019

O último olhar
 sobre o Quitexe!

Recordo-me de, em cima de uma berliet e na avenida principal do Quitexe, olhar a vila, da igreja ao parque-auto, ao posto 5 que se via à entrada, as messes, à administração civil e às casas «militarizadas», os bares e restaurantes, e do olhar do Papélino, de quem ainda ontem aqui falei - o adolescente/criança engraxador que fazia as nossas delícias e tanto queria vir para Portugal. Escondeu-se de nós, atrás de uma enorme bananeira da xitaca, espreitando de olhos grandes por entre as folhas gigantes que tapavam os cachos. 
Alguns civis, olhavam-nos com alguma ironia, até com desdém, e rodavam outros avenida acima, avenida abaixo, buzinando e como que escarnecendo de nós. Ainda hoje penso que nem sonhavam o que seria o seu futuro próximo. A hora de marcha chegou e nesse momento senti que um dia voltaria ao Quitexe. E voltei! A 24 e 25 de Setembro de 2019! 
Jorge Capela, alferes
miliciano (1974)
Jorge Capela
em 2017

Capela, alferes de Aldeia
Viçosa, 68 anos em Oeiras

O alferes miliciano Capela, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 68 anos a 2 de Março de 2020.
Jorge Manuel de Jesus Capela, de seu nome completo, foi Cavaleiro do Norte atirador de Cavalaria, de especialidade, regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975 e fixou-se em Lisboa, na Rua Fernão de Magalhães - a sua residência de então.
Sobrinho-neto de Capela, guarda-redes internacional de futebol do Belenenses e de Portugal, faz vida profissional como técnico de contas e vive em Oeiras. Para lá e para ele, vai o nosso abraço de parabéns!
A. Florêncio
em 1974/75
A. Florêncio
em 2009

Florêncio, atirador do PELREC,
68 anos no Sardoal !

Augusto Florêncio foi atirador de Cavalaria da CCS do BCAV. 8423 e comemora 68 anos a 2 de Março de 2020.
Cavaleiro do Norte do PELREC, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana do Uige angolano, a Monte Cimeiro, lugar da freguesia de Santiago de Montelegre, no concelho do Sardoal. Fez vida como trabalhador da construção civil e, já aposentado, vive na vila do Sardoal, na Lúcio Serras Pereira, para onde mandamos o nosso abraço de parabéns! 

4 983 - Os Cavaleiros do Norte da CCS já aquartelados no BC12!

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O antigo BC 12, à saída de Carmona (actual Uíge) para  Songo e agora unidade das Forças Armadas
 de Angola. Imagem de 25 de Setembro de 2019, quando por la passou o furriel Viegas. A CCS do BCAV.
8423 lá se aquartelou a 2 de Março de 1975, há 45 anos
Furriéis milicianos Cruz, Cândido Pires, Mosteias
 e Neto na parada do BCAV. 8423, no Quitexe (1974)

A 3 de Março de 1975, há 45 anos e a uma segunda-feira, os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 acomodavam-se tranquilamente nas instalações do Batalhão de Caçadores 12 (o BC12), na cidade de Carmona (actual Uíge) e na estrada de saída para o Songo, bem melhores, muito melhores mesmo, que as que, na vila do Quitexe, tinham sido a sua «casa de todos os dias», desde 6 de Junho de 1974 - quando ali substituíram a CCS do BCAÇ. 4211.
Furriéis milicianos Luís Costa (Pelotão de
  Morteiros) e Joaquim Farinhas (Sapadores 
da CCS) na messe de Carmona
Os praças, então, passaram a ter casernas com muito mais qualidade e comodidade e os furriéis milicianos (e sargentos do quadro) ocuparam a até aí messe de oficiais do Bairro Montanha Pinto. Os oficiais sem família ocuparam outra messe, no centro da cidade. Os que lá tinham familiares, alugaram casas civis.
A coabitação, temporária, com a guarnição do BC 12 (unidade então em fase de extinção) foi absolutamente pacífica e rápida, de resto, e logo os quadros e praças dos Cavaleiros do Norte assumiram os serviços internos do aquartelamento. Era tudo novo para eles, mas tudo simultâneamente tranquilo. 
Os nove meses da jornada africana  do Uíge angolano já davam aos homens do BCAV. 8423 lastro de experiência e confiança muito fortes. O grande desafio para a esmagadora maioria deles era descobrir a cidade. O que é, como é uma cidade? Que «desafios» os esperavam? Muitos de nós, na verdade, nunca tínhamos estado numa cidade do rural Portugal daquele tempo de há 45 anos.
Fernando Grácio
1ºcabo
Joaquim Aires
1º. sargento

Apresentações no BCAV. 8423
no RC4 de Santa Margarida !

O BCAV. 8423, um ano antes, continuava em fase de apresentação de quadros, nomeadamente da classe de sargentos e 1ºs. cabos para a CCS, a 4 de Março, por terem «sido nomeados para servir no ultramar».
- Joaquim António do Aires. 1º. sargento mecânico-auto, às 08,00 horas e transferido do Regimento de Infantaria nº. 16 (RI 16), de Évora. Já falecido, em data desconhecida.
- Cândido Eduardo Lopes Pires, furriel miliciano sapador (foto em cima), às 14 horas e vindo do Batalhão de Caçadores nº. 3 (BC3), em Bragança. Era morador em Rua de Cabo Verde, no Montijo, e, actualmente, aposentado da Câmara Municipal de Niza, mora nesta vila alentejana.
- Joaquim Augusto Lóio Farinhas, furriel miliciano sapador (foto acima), às 01,00 horas e também do Batalhão de Caçadores nº. 3 (BC 3), em Bragança. Natural de Amarante, lá faleceu, vítima de doença, a 14 de Julho de 2005. RIP!
- João Almeida Rodrigues, 1º. cabo sapador, às 22 horas e ido do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa (RAAF), em Queluz. Do lugar da Bajouca, freguesia de Germunde, na Maia.
- Fernando Martinho Grácio, 1º. cabo sapador, às 22 horas e ido do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa (RAAF), em Queluz. Era (é e lá reside) do Casal dos Colares, freguesia de Amor, em Leiria.

4 985 - O dia oficial, há 46 anos!..., de formação do Batalhão de Cavalaria 8423

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Grupo de Cavaleiros do Norte do parque-auto da CCS do BCAV. 8423 na parada do Quitexe, vendo-se
ao fundo, do lado direito, a torre da Igreja de Santa Maria de Deus. O grupo era comandado pelo alferes
miliciano António Albano Cruz (ao centro, de boina e mãos mas ancas)
A messe de sargentos da CCS no Bairro Montanha Pinto,
em Carmona. No dia 25 de Setembro de 2019, dia da
passagem do furriel Viegas

A Ordem de Serviço nº. 73, do RC4 e de 28 de Março de 1974, deixa ler que «desde 4 de Março de 1974, seja formado o BCAV. 8423, com a seguinte composição: CCS, 1ª. CCAV., 2ª. CCAV. e 3ª. CCAV.». 
A curiosidade tem a ver com o primeiro parágrafo do livro «História da Unidade»: «Pode dizer-se que o BCAV. 8423 começou a existir cerca de Outubro/Novembro de 1973, com
A Ordem de Serviço nº. 73, do RC4, de 1974,
 regista a formação do BCAV. 8423 e a extinção
 dos respectivos Esquadrões de Instrução, 
quanto aos atiradores
a mobilização da maioria dos quadros e tendo como unidade mobilizadora o RC4»,  com destino a Angola.
Então, foi em Outubro/Novembro de 1973 ou 4 de Março de 1974?
Talvez as duas coisas e a mesma Ordem de Serviço (a 73), no artigo 9º., ajuda nesta conclusão, pois regista que «desde 4 de Março de 1974, sejam extintos os seguintes esquadrões de instrução: o 4º. EI, o 5º. EI e o 6º. EI». Que eram os esquadrões de instrução nos quais, desde 8 de Janeiro desse mesmo ano, vinha a ser (foi) ministrada na chamada Escola de Recrutas, de que eram formadores os futuros alferes milicianos e furriéis milicianos atirador de Cavalaria e de Operações Especiais (Rangers). A partir do Destacamento do RC4, para trás do edifício do Cinema, e também pela mítica Mata do Soares.
A ele voltaria todo o BCAV. 8423, nomeadamente quando se realizou o IAO (Instrução Altamente Operacional, ou Instrução de Aperfeiçoamento Operacional) - que antecipava a viagem para as frentes africanas de combate. Para Angola, no caso dos Cavaleiro do Norte.
Atiradores (aqui do PELREC)  regressaram
 ao RC4 a 4 de Março de 1974. Há 46 anos!

Atiradores de regresso e
 mais Cavaleiros do Norte

O dia 4 de Março de 1974, há precisamente 43 anos!, foi uma segunda-feira e data de regresso dos atiradores de Cavalaria que tinham acabado a Escola de Recrutas (em férias desde 22 de Fevereiro).
Foi também o de apresentação de mais uma «mão-cheia» futuros Cavaleiros do Norte, no RC4 e todos especialistas de diversas áreas, de passagem para o BCAV. 8423 e «por terem sido nomeados para servir no ultramar».
Apresentaram-se pelos menos 19: 7 na CCS (a futura companhia do Quitexe), 2 na 1ª. CCAV. 8423 (a de Zalala), 3 na 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa) e também 7 na 3ª. CCAV. 8423 (a da Fazenda Santa Isabel). 


1º. cabo Monteiro
1º. cabo Malheiro
CCS, a do Quitexe

- Victor Manuel Nogueira Florindo, 1º. cabo enfermeiro, às 10 horas e transferido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. É natural e residente na cidade do Cartaxo, onde tem (e gere) a Taberna da Carraxana.
- Porfírio Tomás Malheiro de Jesus, 1º. cabo de reparação e manutenção de material, às 19 horas e transferido da CD. Natural e residente em Foral, Santo Tirso.
- Silvério Teixeira Cardoso, 1º. cabo sapador de infantaria, às 10 horas e transferido do Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa (RAAF), em Queluz. Natural da Feira da Lomba, freguesia de Cerva, concelho de Ribeira de Pena.
- João Fernando Carvalho Dias Monteiro, 1º. cabo (Gasolinas), às 22 horas, ido do 2º. GC. De Braz Oleiro, Águas Santas, Maia.
António Pereira
f. a 21/02/2018
- Carlos Alberto Morais da Silva, soldado cortador, vindo do 2º. GC, às 22 horas. É de Sanfins da Castanheira, em Chaves.
- José António da Silva Costa, soldado de transmissões, transferido do Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro (BSCF), no Entroncamento e às 22 horas. É do Porto.
- António Clara Pereira, soldado mecânico-auto, ido da CD. Natural da freguesia da Carregueira, concelho de Mação, onde faleceu a 21 de Fevereiro de 2018, vítima de doença cancerosa.


Ad. Barros
1ª. CCAV. 8423, 
a de Zalala

- César Armando Araújo da Silva Rocha, 1º. cabo padeiro, ido do 2º. GC. Natural do Bairro do Cerco do Porto, em Campanhã, na cidade do Porto. Morou em S. Pedro da Cova e sabemos, por  informação do furriel João Dias, que faleceu em data desconhecida do ano 2000, aos 48 anos. RIP!!!
- Adérito dos Santos Reis Barros, soldado atirador de Cavalaria, ido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Natural da Sobreira, freguesia de Canidelo, concelho de Murça, sabemos que faleceu 2 de Julho de 2012, aos 60 anos. Não conhecemos a razão. RIP!!!
Eduardo Tomé

2ª. CCAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa

- Rui Alberto Pacheco dos Santos,  soldado padeiro, transferido do 2º. GC. Não terá seguido para Angola, pois o seu nome não consta das listas oficiais conhecidas.
- José dos Santos Barbosa, soldado condutor e rodado da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Mora na freguesis e vila de Fânzeres, do município de Gondomar.
- Eduardo Pedro Tomé, soldado condutor e ido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, às 10 horas. Natural e morador em Alvarinhos, em S. João das Lamas, concelho de Sintra.

3ª. CCAV. 8423, a
de Santa Isabel
Henrique Ramos

- 1º. cabo Desidério António Bexiga Bolrinha, 1º. cabo padeiro, ido do 2º. GC e às 22 horas. De Olivais Norte, em Lisboa.
- Domingos Meira Rodrigues Ferreira, soldado condutor, ido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Da Cova, freguesia da Meadela, em Viana do Castelo.
- Manuel Reis Rocha, soldado condutor, transferido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. Natural de Arneiros de Fora, em Maiorca, Figueira da Foz.
- Henrique Ferreira Ramos, soldado condutor, transferido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém e às 10 horas. Dos Silveirinhos, em S. Pedro da Cova.
- Victor Manuel Gouveia Jacinto, soldado condutor, ido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. De Fazendas de Almeirim, em Almeirim.
- Manuel Augusto Marques Mendes, soldado condutor, ido da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém. De Comarca de Cima, em Avelar.
- Ricardo da Conceição Botelho, soldado de transmissões e transferido do Batalhão de Sapadores dos Caminhos de Ferro (BSCF), aquartelado no Entroncamento. Natural de Afonseira, no concelho do Montijo.

4 986 - BCAV 8423 com mais Cavaleiros do Norte no RC4 de Santa Margarida!

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Grupo de Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe: 1º. cabo José Gomes, NN e Soares (atrás). Zambujo,
 1º cabo Salgueiro e José Costa (?), ao meio; 1º. cabo Mendes, Jerónimo (?), Moreira, 1ºs. cabos Alfredo

 Coelho (Buraquinho) e Luís Oliveira. Este e Raposo apresentaram-se no BCAV. 8423 a 5 de Março de 1974

Cavaleiros do Norte em Luanda, nas vésperas do regresso 
a Portugal, em Setembro de 1975 e todos 1ºs. cabos: João
 Estrela, António Carlos Medeiros (que hoje faria 68 anos
 e faleceu a 10/04/2003, de doença, no Porto), Miguel Teixei-
ra, Damião Viana e Vasco Vieira (Vasquinho)  
BCAV. 8423


O RC4, no Campo Militar de Santa Margarida e a 5 de Março de 1974, há 46 anos, recebeu mais um alargado grupo de militares do Batalhão de Cavalaria 8423.
Os futuros Cavaleiros do Norte tinham como destino próximo o então denominado Estado de Angola, faltava
Os condutores Delfim Serra, Joaquim Celestino
e José Gomes com o furriel Morais (de óculos 
na cabeça), em Mortágua (no encontro de 
2015). Atrás, o 1º. cabo Malheiro
saber a data do embarque, mas preparavam-se convenientemente e fortaleciam o espírito de grupo.
«No campo da mentalização, em todas as semanas de instrução, além das matérias naturais e normais, foi sempre distribuído, a todos os militares, um documento versando precisamente essa mentalização», sublinha o Livro da Unidade, na sua página 3, frisando também que era o comandante Almeida e Brito «o responsável pela sua elaboração e estando os mesmos orientados para o período de instrução em curso».
As praxes não faltavam, para quem chegava de novo (os maçaricos) - os especialistas que se juntavam aos atiradores de Cavalaria «saídos» da Escola de Recrutas e, por esse tempo de há 43 anos, já verdadeiros «veteranos de guerra», depois de uma instrução de 6 semanas - dividida pelo Destacamento do RC4 e pelas míticas Matas do Soares. Quem não se lembra desses tempos?!
A 5 de Março de 1974, uma terça-feira, chegaram mais «nomeados para servir no ultramar e no BCAV. 8423. Estes, companhia a companhia:
Vicente e Esgueira, condutores
da CCS do BCAV. 8423

CCS, companhia
do Quitexe

- Jorge Manuel Raposo Salgueiro, 1º. cabo de trans-missões (operador de mensagens), transferido da Escola Prática de Transmissões (EPT), no Porto. É de Sacavém, concelho de Loures.
- Luís Alberto Fernandes de Oliveira, 1º. cabo de transmissões, transferido do Batalhão de Caçadores nº. 6 (BC6),  em Castelo Branco. Natural e residente em Vila Real.
Américo Gaiteiro
- Américo Manuel da Costa Nunes Gaiteiro, soldado condutor, ido do Batalhão de Engenharia nº. 3 (BE3), em Santa Margarida. Natural de Perafita, no concelho de Matosinhos.
- Miguel da Cruz Ferreira, soldado condutor e igualmente transferido do Batalhão de Engenharia nº. 3 (BE3), no Campo Militar de Santa Margarida. Natural de Sande, freguesia da Lomba, em Gondomar.
Delfim Serra
- Joaquim Celestino Gomes da Silva, soldado condutor, ido do Batalhão de Engenharia nº. 3 (BE3), em Santa Margarida. Natural do Freixieiro, em Perafita, concelho de Matosinhos.
- Delfim de Sousa Serra, soldado condutor, também ido do BE3. Da Rua das Mimosas, em S. Pedro da Cova, em Gondomar.
- Vicente José Alves, soldado condutor. ido do Batalhão de Engenharia nº. 3 (BE3), em Santa Margarida. Natural de Cucados, freguesia e concelho de Vila de Rei, mora agora em
1º. cabo Luís Oliveira
 Estevais, deste mesmo município.

1ª. CCAV. 8423, a
de Zalala

- Luís Artur Vasques Matos, 1º. cabo escriturário, do 1º. Esqua-drão de Instrução do RC4 (no dia 4). Era residente na Rua de José Falcão, freguesia de Arroios, em Lisboa, ande regressou a 9 de Setembro de 1975.
- Afonso Figueira da Silva, soldado atirador, ido do Regimento de Cavalaria nº. 3 (RC3), de Estremoz. Era residente no Largo Gomes Freire, no Montijo, aonde regressou a 9 de Setembro de 1975. 
Alberto Marques

2ª. CCAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa

- Alberto Joaquim de Oliveira Marques, 1º. cabo operador-cripto, às 2,30 horas, transferido do Batalhãpo de Reconhecimento das Trnasmissões (BRT), na Trafaria. É de Mafamude, em Vila Nova de Gaia, e la voltou a 10 de Setembro de 1975.
Floro Teixeira


3ª. CCAV. 8423, a

de Santa Isabel

- Floro Gomes Teixeira, 1º. cabo enfermeiro,  às 10 horas, transferido do Regimento de Serviços de Saúde (RSS), em Coimbra. Da Quinta das Laranjeiras, no Laranjeiro, em Almada.
- Duarte Francisco Ferreira Ramalho Gomes, às 22 horas e ido do  Regimento de Artilharia Anti-Aérea Fixa (RAAF), em Queluz (no dia 4). Do Casal da Portela, freguesia de Dois Portos, em Torres Vedras.
- Joaquim Fernandes Carvalho, soldado condutor. ido do BE3, em Espinho. De Sobre a Igreja, em Amares.
- José da Costa Moura, soldado condutor. ido do BE3, em Espinho. De Mondim da Beira, Outeiro de Tarouca, em Tarouca.
1º. cabo António
Carlos Medeiros

1º. cabo Medeiros
faria 65 anos

O 1º. cabo António Carlos Fernandes Medeiros, operador-cripto da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, no Quitexe e em Carmona, faria hoje 68 anos.
Natural da freguesia do Bonfim, na cidade do Porto, lá regressou a 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana de Angola. Faleceu, vítima de doença, a 10 de Abril de 2003.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!  
R. Manteigas

Manteigas, clarim de Zalala,
68 anos em Idanha-a-Nova

O 1º. cabo clarim Rodrigo António do Carmo Manteigas, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 5 de Março de 2020.
Cavaleiro do Norte de Zalala, chegou mais tarde a Angola, já em Julho de 1974, e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, quando terminou a sua comissão militar por terras uíjanas.
Regressou a Salvaterra do Estremo, em Idanha-a-Nova, e, profissionalmente, fez carreira na GNR. Já aposentado, mora na sua terra natal, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
O furriel Viegas e o engº. Eugénio Silva, em
Luanda e a 28 de Setembro de 2019

Eugénio Silva, uíjano de
Carmona, 64 anos em Luanda!

O engº. Eugénio Silva, uíjano de Carmona e agora aposentado da Sonangol, faz hoje 64 anos na sua Luanda da nossa saudade.
Estudante em Carmona, foi testemunha real da epopeica reacção dos Cavaleiros do Norte que, na cidade e onde foi preciso, não deram palmo às investidas dos combatentes da MPLA e da FNLA, que lá de digladiavam, trocando o diálogo e a compreensão e tolerância pelas armas e o sangue com que regaram o chão da cidade com o sangue de muitos angolanos. Milhares!!
O então jovem estudante Eugénio Silva foi um dos milhares de civis acolhidos na parada do BC12 e tivemos a alegria de o encontrar  e abraçar a 22 e 28 de Setembro de 2019, na sua Angola de sempre e da nossa saudade.
Recentemente sujeito a uma cirurgia médica, já está em plana forma e daqui o saudamos pelos seus 64 anos, embrulhando o abraço no desejo de que se repita a data por muitos e bons anos, numa Angola em crescente desenvolvimento, progresso e paz!  

4 987 - BCAV. 8423 com mais especialistas no Campo de Santa Margarida!

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Condutores da CCS: José Gomes e Canhoto
 Pereira (atrás.  Delfim Serra, António Picote
 e António Gonçalves. Apresentaram-se há
 46 anos no RC4, em Santa Margarida
J. M. Santos
A. Cabrita


O dia 6 de Março de 1974, há 46 anos, foi tempo de apresentação de mais um grupo de futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, no RC4, aquartelado Campo Militar de Santa Margarida. Todos especialistas e para as seguintes Companhias:

CCS, a do Quitexe

- José Miguel Santos, soldado cozinheiro e ro-
dado do Batalhão de Engenharia nº. 3 (BE3), mesmo ao lado do RC4, no Campo Militar de  Santa Margarida. É natural de Orvalho, em Oleiros, e mora no Fundão.
Cozinheiros da CCS: Almeida.
José Rebelo e Joaquim Duarte
- Joaquim da Ressurreição Duarte, soldado 
cozinheiro, também rodado do BE3. É natural de Almaceda, concelho de Castelo Branco.
- António Santana Cabrita, soldado básico, que rodava do Batalhão de Reconhecimento de Transmissões (BRT), na Trafaria. É natural do algarvio Alvor, apo-
sentado da pesca, e morador em Cascais.
E os soldados condutores, todos rodados do BE3:
- Manuel Gomes Alves, natural da freguesia histórica de Castelo Novo, no concelho do Fundão.
- José António de Sousa Gomes, natural e residente em Gueifães, do concelho da Maia.
- Alípio Canhoto Pereira, natural e residente em Colmeal da Torre, freguesia do concelho de Belmonte. Irmão do já falecido José, atirador da 3ª. CCAV. 8423.
- António do Rosário Picote, de Á-dos-Negros, freguesia de Óbidos.
- António dos Santos Gonçalves, de Quintais de Baixo, em Penude, Lamego.
O 1º. cabo Ângelo Lourenço
 e o soldado José Aires 

1ª. CCAV. 8423, a de Zalala

- Abel José Faria Felicíssimo, 1º. cabo operador-cripto, rodando do Batalhão de Reconhecimento de Transmissões (BRT), na Trafaria. É de Barrosinhas, freguesia de S. Tiago, em Alcácer do Sal.
- Ângelo Pereira Lourenço, também 1º. cabo operador-cripto e igualmente rodado do Batalhão de Reconhecimento de Transmissões (BRT), na Trafaria, em além-Tejo. Mora em Odivelas.
- José António Gomes de Almeida, soldado de transmissões, que igualmente chegava do BRT, da Trafaria. É de Sesimbra.
- José Pereira da Costa Aires, soldado de transmissões, que também chegava do BRT, da Trafaria. É natural da Baixa da Banheira, no concelho da Moita.
Manuel Oliveira

2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa

- José Norberto dos Santos Moreira, soldado cozinheiro, oriundo do Regimento de Artilharia Ligeira nº. 4 (RAL 4), em Leiria. É de Serro Ventoso, em Porto de Mós.
- Manuel Joaquim Martins de Oliveira, soldado auxiliar de cozinha, também em rodagem do RAL 4, de Leiria. É de natural do lugar de Serra, da freguesia de Canelas, no concelho de Penafiel.
- José Patrina da Silva Vieira, rodado da Escola Prática de Infantaria (EPI), em Mafra. É do lugar de Espessande, da freguesia de Dume, concelho de Braga.
Arlindo Novo

3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel

- Avelino Oliveira da Silva S. Simão, 1º. cabo auxiliar de enfer-
magem e oriundo do BE3, de Santa Margarida - mesmo ao lado do RC4. É de Fânzeres, em Rio Tinto, concelho de Gondomar. 
- Arlindo Gonçalves Parente Novo, soldado condutor auto-rodas e também oriundo do BE3. É natural da aldeia de Ribeira de Âncora, da freguesia de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha.
O livro da 4ª. classe
das aulas do Quitexe

Aulas regimentais
da 3ª. CCAV. 8423

A ordem de serviço nº. 71, do RC4 e de há precisamente 45 anos, dá conta que vários militares da 1ª. CCAV. 8423, a futuramente da Fazenda de Zalala, passaram a frequentar as aulas regimentais de Santa Margarida.
Os seguintes e para a 2ª. classe da então instrução primária:
- João Inácio Rodrigues Gonçalves, futuro soldado atirador de Cavalaria, que era natural da Moita do Ribatejo, distrito de Setúbal.
- João Pereira da Silva, futuro atirador de Cavalaria, de Assento, em Vila Verde.
- Bernardino Fernando Carlos Alcobia, atirador de Cavalaria que passou para a 3ª. CCAV. 8423. Morava em Santa Engrácia,  Lisboa (Quinta do Bacalhau).
- Raúl Rosa da Graça, atirador de Cavalaria que passou para a 3ª. CCAV. 8423. Era (é) natural do Barreiro e residente na Rua Mouzinho de Albuquerque.
- Adriano Ferreira de Sousa, cuja situação se desconhece.

4 988 - O BCAV. 8423 em instrução e com mais especialistas!

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Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa em encontro solidário com Alexandre, a 25 de Outubro de 
2015: o 1º. cabo José Freire, António Soares, capitão José Manuel Cruz, clarim Alexandre
 Oliveira (que faria hoje 68 anos e faleceu em Julho de 2019) e 1º. cabo rádio-telegrafista José Maria Beato

O 1º. cabo Coelho (Buraquinho) e o enfermeiro
Moreira, nas traseiras da enfermaria do Quitexe!

A instrução operacional do BCAV. 8423 continuava no Campo Militar de Santa Margarida, a 7 de Março de 1974, há 46 anos e a partir do Destacamento do RC4.
O dia, em termos de notícias militares das várias frentes ultramarinas de combate, teve as da morte de dois combatentes em Angola: o furriel miliciano António dos Reis Morais, natural de Barcos (na Covilhã), de acidente de viação; e, «em combate», o 1º. cabo Samuel da Silva de Faria Quinta, da Ribeira Brava, na Madeira. E, no mesmo dia, na Guiné e segundo o Serviço de Informação Pública das Forças Armadas, também o soldado Bacar Demba.
1º. cabo J. Almeida
O Destacamento do RC4, por sua vez, continuava a receber novos futuros combatentes do BCAV. 8423, que se juntavam aos atiradores de Cavalaria e aos diversos especialistas que se iam apresentando. 

CCS, a Companhia
do Quitexe

- Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho, 1º. cabo analista e depurador de águas, às 16 horas e transferido do Regimento de Infantaria nº. 16 (RI 16), de Évora. Natural e residente na freguesia de Custóias, concelho de Matosinhos.
A. Soares (1974)
- Joaquim Figueiredo de Almeida, 1º. cabo atirador de Cavalaria (do PELREC), transferido de um Esquadrão do RC4 e a 28 de Fevereiro de 1974. Natural de Pedrógão de S. Pedro, no concelho de Penamacor, e falecido, de doença, a 28 de Fevereiro de 2009. Há 8 anos! RIP!!!
- António do Couto Soares, soldado de transmissões, às 19,30 horas e vindo do Regimento de Artilharia nº. 1 (RAL 1), de Lisboa. Natural de Brunhais, concelho de Póvoa do Lanhoso.
J. Barreto em 2017
  
1ª. CCAV. 8423, a
Fazenda de Zalala

- Jorge Manuel Mesquita Barreto, furriel miliciano enfermeiro, ido do Regimento de Serviço de Saúde (RSS); em Coimbra, e às 11 horas (de 28 de Fevereiro de 1974. Natural de Mira e agora residente em Baguim do Monte (Gondomar).
- José António Martins Timóteo, soldado atirador de Cavalaria, às 22 horas de 4 de Março, vindo do Regimento de Cavalaria nº. 3 (RC 3), em Estremoz. Natural da Ribeira de Arronches, freguesia de Reguengo, em  Portalegre.
Mário Araújo

2ª. CCAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa

- Mário Novais de Carvalho Araújo,  1º. cabo operador-cripto, às 22 horas e vindo do Batalhão de Reconhecimento de Transmissões (BRT), da Ajuda, em Lisboa. Natural de S. Rosendo, no concelho de Santo Tirso.
Furriel A. Reino

3ª. CCAV. 8423, a da
Fazenda Santa Isabel


- Armindo Henriques Reino, furriel miliciano de Operações Especiais (Rangers), transferido de um Esquadrão do RC4 e no dia 1 de Março de 1974. Natural e residente na Aldeia do Bispo, concelho do Sabugal. É aposentado da GNR.
- Fernando da Conceição Pereira, soldado de transmissões, às 23 horas e transferido do Regimento de Artilharia nº. 1 (RAL 1), em Lisboa.
Alexandre Oliveira e os furriéis Amorim
Martins e Mário Matos (de garrafão na
mão) em tempos da uíjana Aldeia Viçosa
Alexandre Oliveira
clarim (2019)

Os 65 anos do clarim 

Alexandre Oliveira

O clarim Oliveira, da 2ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa, faria 68 anos a 8 de Março de 2017. Faleceu a 19 de Julho de 2019.
Alexandre dos Santos Oliveira era natural da Mata, freguesia de Lever, em Vila Nova de Gaia, e lá regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975. O Oliveira já desde Junho de 2015 sofria de uma doença degenerativa, depois de uma leucemia e uma anemia, «combatendo-as» corajosamente, entre o hospital e a sua residência do Seixo Alvo, no Olival, em Vila Nova de Gaia. Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

4 989 - Passeio às Quedas do Duque de Bragança, uma deserção e 2 prisões!

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Os Cavaleiros do Norte da CCS, reunidos a 3 de Junho de 2017 no RC4,  formaram na
parada,  às ordens do tenente-coronel Celso Braz, comandante 
do Grupo de Carros de
Combate (GCC), o antigo Regimento de Cavalaria 4 - 
o «nosso» RC4! Para lhes
 entregar diplomas do 25 de Abril de 1974!
Cavaleiros de Zalala em excursão a Malanje e Quedas do Duque de
 Bragança. De pé, Almiro Brasil, João Dias (furriel), Lains dos Santos 
(alferes), Évora Soares (furriel), Carlos Carvalho (1º. cabo enfer-
meiro) e Agra (Famalicão). Em baixo, Carlos Costa (TRMS) 
e Fernando Silva (Mamarracho)

A 8 de Março de 1975, um grupo de Ca-
valeiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 - a de Zalala, ao tempo já em Vista Alegre e Ponte do Dange - excursionou a Ma-
lanje e Quedas do Duque de Bragança.
A iniciativa incluía-se no programa de acção psicológica desenvolvido pelo BCAV. 8423, desde Fevereiro, e em cuja rota por vezes se incluía o Cacuso e Salazar (agora N´Dalatando). 
Luciano Gomes, Ezequiel Silvestre e Victor Vieira 
(o Sa-cristão, que se apresentou no BCAV. 8423 há 
precisamente 43 anos), 1ºs. cabos da CCS 
O dia foi também o da chegada a Lisboa de dois dos 12 jornalistas expulsos de Angola, por ordem da Comissão Nacional de Defesa, que era presidida pelo Alto Comissário Silva Cardoso.
Os jornalistas expulsos eram João Fernandes e Sousa Oliveira (ou Penteado dos Reis, não se sabia ao certo), respectivamente director e redactor da revista «Notícia», entretanto suspensa e que se editava em Luanda. 
A Associação de Jornalistas de Angola (o sindicato local da classe), e os jornais «O Comércio» e «A Província de Angola» (ambos diários) discordaram da «deportação sem
Notícia do Diário de Lisboa 
de 8 de Março de 1975
culpa formada».Ao contrário, 47 jornalistas apoiavam a decisão, assim como a revista ABC, que denunciou «a posição reaccionária assumida pelo Sindicato dos Jornalistas». A Emissora Oficial de Angola também concordou com a decisão da Comissão Nacional de Defesa.
António Soares


Um desertor e duas
prisões do BCAV 8423

A 8 de Março de 1974, um ano antes, o soldado atirador de Cavalaria António Joaquim Faria Bacelar de Brito, da 3ª. CCAV. 8423 «passa(ou) à situação de  desertor». 
A Ordem de Serviço nº. 60, de 13 de Março desse msmo ano, dá conta que «se encontrava na situação de ausência ilegítima sem licença desde 28 de Fevereiro de 1974».
Não sabemos o que se passou, entretanto, mas a verdade é que Bacelar de Brito embarcou para Angola a 5 de Junho de 1974 e de lá regressou a 11 de Setembro de 1975 - à Avenida 24 de Julho, no Pátio da Torrinha, em Lisboa.
O mesmo dia 8 de Março de 1974 foi tempo para a entrada na prisão do Campo Militar de dois soldados da 2ª. CCAV. 8423, para «cumprir 10 dias de prisão disciplinar agravada»: Carlos C. Dias (que não seguiu para Angola, não sabemos a razão) e António Martins Soares, atirador de Cavalaria (que seguiu).
Victor Vieira, 1º. cabo, 
o Sacristão, em 2016 e com 
a esposa e o neto

Cavaleiros do Norte

do BCAV. 8423

Os primeiros dias de Março de 1974 foram tempo de outras apresentações no Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423), de futuros Cavaleiros do Norte transferidos de várias unidades do país, «por terem sido nomeados para o ultramar», de várias especialidades e para as 4 companhias. 
O futuro, ninguém o sabia, mas trazia-lhes pela frente a jornada africana do Uíge angolano.
Coelho e Borges, Cavaleiro do
Norte de Zalala (em 2014)

CCS, a do Quitexe

- Victor Manuel da Cunha Vieira, 1º. cabo auxiliar de serviços religiosos (sacristão), ido do RI 6, em Évora. Natural e residente na Vidigueira.


1ª. CCAV. 8423, a de Zalala
Celestino Eira

Transferidos do BC 3, a 1 de Março e todos atiradores de Cavalaria:
- Mário Ventura Soares da Costa, ee Vale de Figueira,  S. João da Talha, Loures.
- José Borges Martins, de Braçais, freguesia de Arega, em Figueiró dos Vinhos.
Cavaleiros de Zalala: Fião
 (de pé), Almeida e Tarciso
- Celestino Baptista Marques da Eira, de Vila de Rei.
- Carlos Manuel Delgado Correia, residente na Vivenda Vinagre, freguesia de S. Salvador, em Santarém.

A 26 de Fevereiro, 
do RI 16 e todos
condutores:
- José Alves Rocha, natural de Vila Chã, em Arcozelo, Vila Nova de Gaia.
- Altino Gomes Fião, residente no Bairro de S. José, na freguesia e concelho de Ovar.
Também desta CCAV. 8423 (mas sem destino conhecido, depois da comissão em Angola), também se apresentaram os condutores Tarciso Manuel da Costa Rebelo, Jaime Galvão Fernandes, António Martins Lopes, Joaquim Carlos da Costa Silva, Orlando Marques de Oliveira, José Fernandes dos Santos Romão e Mário Pereira de Almeida. Alguém sabe deles?
José Nunes, Cavaleiro de Aldeia Viçosa

2ª. CVAV. 8423, a
de Aldeia Viçosa, todos condutores:

- António Tenreiro Abrantes, natural de Vila Cortez da Serra, em Gouveia.
- José Manuel Vieira Rodrigues, de S. Marcos da Serra, em Portimão.
- Samuel Pereira de Oliveira, natural da freguesia de Gueifães, concelho da Maia.
Aniano Tomás em 74/75
- Fernando Augusto da Silva Ferreira.
- António D. Oliveira (origem e situação desconhecida).
- Joaquim José Batanete Palma, natural da freguesia de Pardais, concelho de Vila Viçosa.
- José Correia Magro, de Rosmaninhal, em Idanha-a-Nova.
- João da Silva Oliveira, de Penela, na Póvoa do Varzim.
- José Nunes, de Maceira Liz, em Leiria.
- Aniano Mesquita Tomás, da Ventosa, na Mealhada.
Todos eles eram condutores e transferidos do RI 16,

Chambelo de Santa Isanel,
68 anos em Sintra!

O Chambelo, condutor da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 68 anos a 8 de Março de 2020.
António Joaquim Pestana Chambelo, de seu nome completo, morava na Penha Longa, no Linhó, concelho de Sintra, e lá regressou a 11 de Setembro de 1975, no final da comissão militar em Angola. Continua a morar em Sintra, mas agora nas Escadinhas de Alba Longa, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

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