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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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4 949 - Amazona matriarca dos Cavaleiro do Norte festejou 99 anos!

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A matriarca do blogue Cavaleiro do Norte chegou aos 99 anos a 20 de Janeiro de 2020. Hoje, reuniu-se
 quase toda a família directa para para festejar e apagar as 99 velas. Três netos não puderam estar !

Os meus amigos, todos!!!..., mas mesmo todos..., vão desculpar-me mas hoje só aqui venho para vos falar de Maria Dulce Pinheiro Estima, nascida a 20 de Janeiro de 1921. Há 99 anos e mãe deste vosso amigo que, pela jornada africana do Uíge angolano, foi Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423.
O seu pai e meu avô materno foi Aniceto Fernandes Estima, combatente da 1º. grande guerra, regedor da freguesia e precocemente falecido quando ela, a mais velha de 4 irmãos, ainda não tinha 8 anos. Foi vítima da queda de uma parede da casa que construía.
As Abris de 1973, quando assentei praça para o serviço militar, estava viúva de meu pai, desde Agosto anterior, com duas filhas recém-casadas e um filho a ir para a guerra. 
Em 9 meses, uma família de 5 pessoas, ficou «reduzida» a ela - que por razões diferentes «perdera» 4 pessoas da sua gente mais íntima. 
Não se deixou abater e foi uma grande combatente da vida, sempre a dar exemplos para o amanhã de todos nós.
Quando nos vê juntos, logo suspeita de festa e pergunta sempre «quantos são»?». Quando são os comensais à sua volta. E sobre quem falta, logo pergunta por onde anda e o que fez.
Hoje, pois, foi dia de festejar os 99 anos da Senhora Minha Mãe, nascida a 20 de Janeiro de 1921, e desculpar-me-ão todos, mas mesmo todos, todos, todos..., todos os grande companheiros dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, mas não valem ao nada, nadinha mesmo, ao lado, ao pé, ao longe, onde quer que estejam, da guerreira Maria Dulce, a Senhora Minha Mãe!
Assoprou as velas dos 99 anos e fartou-se se rir as palmas que a festejaram!


4 950 - Comício da FNLA e MPLA em Aldeia Viçosa! Alvor em questão!

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Comício do MPLA e da FNLA em Aldeia Viçosa, a 26 de Janeiro de 1975. Há 45 anos!
Os movimentos angolanos não se entenderam, o que obrigou à intervenção da 
tropa portuguesa «em situação apaziguadora, que se conseguiu»
O transporte de militantes e combatentes para o comício
que há 45 anos se realizou em Aldeia Viçosa



O cada vez mais próximo final do mês de Janeiro de 1975, há precisamente 45 anos, fez chegar algumas preocupações ao Quitexe, a Aldeia Viçosa e Vista Aegre/Ponte do Dange e ao Uíge dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, onde, de acordo com o livro «História da Unidade» e numa zona de forte
O furriel António Guedes e Victor Antunes
Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa
influência da FNLA, «registavam-se situações 
de atrito» entre este movimento e o MPLA
O «HdU» regista que «a mais grave terá sido a 26 de Janeiro, aquando da abertura da Delegação da FNLA em Aldeia Viçosa, onde os movimentos pretenderam fazer um comício conjunto, mas no qual não conseguiram entendimento, o que deu origem à intervenção das NT, em situação apaziguadora, que se conseguiu». 
A paz que se negociara e festejara na Cimeira do Alvor, como se vê, não era bem assim. No terreno, as «coisas» complicavam-se.
Cavaleiros do Norte da
2ª. CCAV. 8423: o 1º. cabo
Ferreira e o furriel Matos
a 28/09/2019
Daniel Chipenda e
Agostinho Neto

A Facção Chipenda e
o Enclave de Cabinda

O presidente do MPLA, entretanto e em Dar-es-Salan, admitiu a hipótese de pedir a intervenção da Organização de Unidade Africana (OUA) para, afirmou, «resolver os problemas que Angola terá de enfrentar antes da independência». E o principal problema era o Enclave de Cabinda, onde a FLEC exigia a independência e, na versão de Agostinho Neto, «os governos vizinhos e grupos rebeldes espalham a confusão».
Outro problema era a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA liderada por Daniel Chipenda - que nesse dia, no Luso, deu uma conferência de imprensa, nela afirmando que «fui atacado por um autêntico agente do imperialismo e as Forças Armadas Portuguesas tentaram bloquear a minha entrada no país». 
As FAP, na verdade, as FAP tinham impedido uma outra conferência de imprensa e tentado evitar a entrada dos seus militares (de Chipenda) na cidade. Só desarmados. Mas «acabaram por entrar, após negociações com oficiais portugueses». 
Notícia do Diário de Lisboa, sobre a (possível)
intervenção de tropas da OUA em Angola
«Paralelamente, os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse o nosso povo, afim de lhe explicar a situação. A nossa Delegação está pronta a entrar em diálogo imediato com o Governo Português, com a UNITA e com a FNLA», disse Daniel Chipenda, que citamos do Diário de Lisboa, ameaçando que iria visitar outros centros urbanos angolanos «com ou sem autorização».

4 951 - Comandante em Carmona e Jonas Savimbi em Nova Lisboa

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, todos
milicianos: furriéis Victor Costa (que amanhã festeja 68 anos),
e Queirós, alferes Lains dos Santos e furriel Louro
Comandante C.
Almeida e Brito

Aos 28 dias de Janeiro de 1975, há 45 anos, Almeida e Brito voltou ao Comando de Sector do Uíge (CSU), em Carmona, por «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais». 
O comandante dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 já lá tinha estado nos dias 3 e 7, assim como no BC12, a nossa futura casa (a 23), na 1ª. CCAV. 8423, em Vista Alegre (a 5) e na 2ª. CCAV. 8423, em Aldeia Viçosa (a 23).
Os murmúrios quitexanos (e os destas duas subunidades) continuavam a apontar para «uma nova remodelação de dispositivo», com a indicação que os Cavaleiros do Norte iriam para Carmona, «dado que o BC12, que desde 1961 guarnecia a capital do distrito do Uíge, iria ser extinto». Tal movimento, refere o livro da «História da Unidade», «está esboçado, mas aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Algarve possa impôr».
Neste mesmo dia 28 de Janeiro de há 40 anos, soube-se que, na véspera e em Luanda, tinha sido feita a libertação de António Cardoso, sub-chefe de redacção da Emissora Oficial de Angola e que fora raptado pela FNLA, Entregue pela mesma FNLA no Comando da Região Militar de Angola.
Jonas Malheiro Savimbi, presidente da UNITA, na
chegada 
a Nova Lisboa, em foto do jornal «A Província
de Angola», actual ´Jornal de Angola»


Jonas Savimbi
em Nova Lisboa!


O jornal A Província de Angola - que se publicava em Luanda - dava conta, na sua primeira página da edição de 28 de Janeiro de 1975, que «o dr. Jonas Malheiro Savimbi «leader» da UNITA, chegou esta manhã à capital de Huambo» e que «mais de meio milhão de pessoas, no maior espectáculo que jamais nos foi dado ver, acolheu o «muata» Savimbi».
«Recepção entusiástica e colorida, caridosa, extremamente significativa, não apenas pelo número de pessoas que envolveu, como até pelos cartazes e pelas frases escritas por toda a parte onde houvesse um centímetro de parede branca», relatava o A Província de Angola.
Zalala´s em convívio anual, todos furriéis
milicianos: Louro, Costa (amanhã em festa
dos 68 anos), Dias, Pinto

Costa, furriel de Zalala,
68 anos em Queluz !

O furriel Miliciano Victor Moreira Gomes da Costa, da 1ª. CCAV. 8423, comemora 68 anos a 29 de Janeiro de 2020.
Cavaleiro do Norte atirador de Cavalaria, passou também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressando a Portugal e à Grande Lisboa no dia 9 de Setembro de 1975.
Aposentado e frequentador habitual dos vários encontros anuais dos «zalala´s», mora em Queluz, para onde vai o nosso forte abraço de parabéns!

4 952 - Os verdes anos de Cavaleiros do Norte! O Governo de Transição de Angola!

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Grupo de Transmissões, e outros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, na uíjana vila
 do Quitexe. Há 47/48 anos!
Manuel Vieira
Licínio Jordão

O mês de Janeiro de 1975 aproximava-se do fim e, no dia 30, quatro Cavaleiro do Norte festejaram anos: o furriel miliciano Victor Costa (de que já ontem aqui falámos), o 1º.  cabo Jordão e os soldados Vieira e Soares.
Manuel da Costa Vieira era clarim da CCS, no Quitexe, e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro desse 1975. Comemorou 23 anos e vive agora,  fazer 68, em Pinheiro, do município
Victor Costa
de Penafiel!
Américo Rocha Soares foi soldado atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e voltou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, a  Cabeça Santa, também em Penafiel. Sabemos que faleceu em data desconhecida de 2004. RIP!!!
Licínio da Silva Jordão foi 1º. cabo apontador de metralhadoras da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, ao lugar de Cipreste, freguesia do Louriçal, concelho de Pombal.
Vive agora em Marinha das Ondas, na Figueira da Foz, para onde vai o nosso abraço de parabéns. Mais novo, festeja 67 anos. Parabéns!
Governo de Transição de Angola

Posse do Governo de
Transição de Angola

O dia 30 de Janeiro de há 45 anos foi véspera da posse do Governo de Transição de Angola, em Luanda.
Luanda, expectando esse dia histórico, teve, porém, uma noite de algum sobressalto, já que, numa cadeia civil, houve um motim que implicou a intervenção das Forças Armadas Portuguesas, com tiros para o ar. Patrulhas da FNLA e do MPLA acorreram ao local e dois reclusos ficaram feridos e alguns outros conseguiram evadir-se, durante a insurreção. 
O motim reclamava uma amnistia, pela tomada de posse do Governo de Transição. A cidade, todavia e fora neste incidente, «estava calma», segundo relatava o Diário de Lisboa.

4 953 - Comandante Almeida e Brito 2 vezes no Quitexe. O Governo de Transição!

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O 1º. cabo João Monteiro, o Gasolinas, à esquerda. O soldado sapador Coelho, 
ao centro e seguido do Calçada. E quem são os outros Cavaleiros do Norte?
O então capitão Carlos Almeida e Brito,
oficial de Operações do BCAV. 1967, com
o comandante deste, o tenente-coronel
António Amaral e o capitão que
comandava a CCAÇ. 1306, em 1968

A 30 de Janeiro de 1974, pelo Quitexe, por Aldeia Viçosa e Vista Alegre, mai-la Ponte do Dange, faziam--se serviços de rotina, com as actividades dos Cavaleiros do Norte «muito limitadas, por grande falta de meios humanos».
Era bom de ver: a tropa dos grupos de mesclagem tinha sido desactivada e a guarnição ficou reduzida, daí resultando o natural «algum esforço para as tropas metropolitanas». Entraram, os mesclados, de «licença registada a partir de 1 de Dezembro» de 1974. O que, lê-se no livro «História da Unidade», «rapidamente se realizou com o decorrer do mês».
Por lá se iam passando os dias, também com vastas idas aos restaurantes do Quitexe - como se vê na imagem, onde se reconhece o malogrado José Gomes Coelho, sapador, que faleceu a 13 de Maio de 2007, vítima de doença. 
Almeida e Brito, já
tenente-coronel e
comandante do
BCAV. 8423

Almeida e Brito no Quitexe
como oficial de operações 

O comandante do BCAV. 8423 era o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, que já não era «maçarico» no Quitexe.
Oficial de Cavalaria de carreira e então como capitão, já por lá jornadeara em 1968, como responsável pelo sector de operações do BCAV. 1917, em regime de substituição.
A comissão desse tempo, e no Quitexe,  terminou a 17 de Dezembro desse mesmo ano de 1968.
Jornal «A Província de Angola»


A Cimeira do Alvor continuava, há 45 anos, a polarizar a atenção dos Cavaleiros do Norte, mas não sendo muitas as informações, militares, valia-me eu, muitas vezes, dos bons ofícios do meu saudoso amigo Alberto Ferreira, que era cabo especialista da Força Aérea, em Luanda. Foi por ele que, faz hoje 45 anos, soube de alguns nomes do Governo de Transição, que me foi enviada em letra de imprensa, ou no jornal «Província de Angola» (o mais provável, por ser jornal matutino), ou o «Diário de Luanda» (vespertino). Ou ainda o «Comércio».
E quem era, então, os governantes da Transição? Pouco adiantava, para além de que Vasco Vieira de Almeida seria o Ministro da Economia e que os ministérios seria 12: três portugueses, três o MPLA, três da FNLA e três da UNITA. E que teria um Colégio Presidencial, com os três movimentos representados: Lopo do Nascimento (MPLA), Johnny Eduardo (FNLA) e Joseph N´dele (UNITA). 

4 954 - O Governo de Transição de Angola, em 1975, e a inspecção no RC4, em 1974!

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Governo de Transição de Angola tomou posse há 45 anos, hoje se completam! Foto do jornal
"A Província de Angola", de 1 de Fevereiro de 1975. 
Os elementos do Governo de Transição de Angola, em 
 foto da revista "Notícia", de 8 de Fevereiro de 1975.  
Clicar na imagem, para a ampliar



O Governo de Transição de Angola tomou posse há precisamente 45 anos, a 31 de Janeiro de 1975, no Palácio do Governador, em Luanda e numa cerimónia presidida por António Almeida Santos, ministro português da Coordenação Inter-Territorial.
Os 12 ministérios foram distribuídos, igualmente, pelo Governo Português e pelos três movimentos de libertação.
Almeida Santos
- MPLA: Manuel Rui (Informação),  Saidy Mingas (Planeamento e
Finanças) e Diógenes Boavida (Justiça). Secretários de Estado: Augusto Lopes Teixeira (Indústria e Energia), Conélio Kaley (Trabalho) e Henrique Santos (Interior). Colégio Presidencial: Lopo do Nascimento.
- FNLA: Ministros Kabaneu Sauhde (Interior), Samuel Abrigada (Assuntos Sociais) e Mateus Neto (Agricultura). Secretários de Estado: Graça Tavares (Comércio), Hendrick Vaal-Neto (Informação) e Baptista Nguvulu (Trabalho). Colégio Presidencial: Johnny Eduardo.
- UNITA: Ministros EduardoWanga (Educação), Augusto Dembo (Trabalho) e Jeremias Chitunda (Recursos Naturais). Secretários de Estado: Jaka Jamba (Informação) e João Waiken (Interior). Colégio Presidencial: José N´Dele.
Portugal estava representado pelo Alto Comissário Silva Cardoso e pelos ministros Vasco Vieira de Almeida (Economia), Alfredo Resende Oliveira (Obras Públicas) e Antunes Cunha (Comunicações e Transportes).
Os futuros furriéis milicianos Manuel Pinto
e Grenha Lopes no Campo Militar de Santa
Margarida, há 46 anos!

Inspecção ao BCAV. 8423
no RC4 de Santa Margarida

Um ano antes, precisamente, e no Campo Militar de Santa Margarida, o BCAV. 8423 foi inspeccionado, na sua fase de formação para a missão africana de Angola.
Os futuro Cavaleiros do Norte estavam instalados na Destacamento do RC4 e a inspecção foi realização pelo coronel de infantaria Paixão, da Inspecção Geral de Educação Física do Exército.
Tratou-se de uma inspecção normal da escola de recrutas que estava a decorrer e da visita nada há de especial para  assinalar. Preparavam-se bem os futuros combatentes de terras uíjanas de Angola.

4 495 - Redescobrindo Angola, 44 anos depois...! Reportagem no jornal «Sol»!

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As duas primeiras das seis páginas que o jornl «Sol» hoje publica, no suplemento BI, sobre a recente 
 viagem do furriel Viegas a Angola e a terras dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
Os furriéis Viegas e Neto junto ao
pequeno monumento do jardim do
Quitexe, em 1974/19755. Em baixo,
Viegas, no mesmo local e 44 anos
depois, em finais de 2019
«SOL», jornal semanário
de Portugal


O jornal «Sol», semanário nacional de Lisboa, publica na edição de hoje, dia 1 de Fevereiro de 2020 e no suplemento «B.I.», uma reportagem de 6 páginas sobre a recente viagem do furriel Viegas a Angola e a terras dos Cavaleiros do Norte, as da nossa jornada africana do Uíge.
Sugerimos que a leiam e aqui deixamos as duas primeiras páginas (em imagem) e alguns dos primeiros parágrafos:
O furriel Viegas o e o engº. Eugénio
Silva em finais de 2019

Redescobrindo Angola,
44 anos depois...
- Militar português dos tempos da descolonização foi rever os sítios onde nascia um país novo (Angola), num tempo de guerra sangrenta entre irmãos que combatiam pela independência

O cheiro de Luanda já me enche a alma quando, fora do aeroporto, faço memória do 30 de Maio de há 45 anos e ali pousei, então de farda vestida para servir as Forças Armadas Portuguesas na construção do País novo que ia nascer. 

Estava em Angola, em jornada de saudade e, ainda no avião da TAP, olhando a baía luandina, já redescobrira os aromas desta terra enorme, já reachara os seus cheiros, a sua grandeza.
O meu caminho era para o Uíge, por onde, em 1974/75, fiz a minha jornada Angolana de África e esperam-me o Mário Ribeiro e o João Nogueira - que iriam ser companheiros de um tempo de
18 dias a galgar o chão angolano e a reencontrar sítios onde, com orgulho, com garbo, muitos militares portugueses arriscaram a vida para garantir o processo de descolonização.
«Furriel Viegas?!», perguntou-me, ao lado, um angolano, o engenheiro Eugénio Silva, que fez vida na prospecção de petróleos e que nos trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975 morava em Carmona, a actual cidade do Uíge, e foi um dos milhares de cidadãos uíjanos que a tropa portuguesa recolheu nas ruas da cidade e refugiou no quartel, salvando-os da matança que foram os dramáticos combates que regaram a cidade de sangue e de mortes».
- NOTA: Ver as 6 páginas no jornal «Sol», na edição papel, de 01/02/2020

4 496 - Não «partiria» eu todo completo sem voltar a Angola!

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As segunda e terceira páginas das seis da reportagem da visita do furriel Viegas a Angola, 
no suplemento «B.I.» do jornal «Sol», semanário de Lisboa, a 1 de Fevereiro de 2020


Nogueira , Viegas e Mário na Angola de finais de 2019,
  para reviver os tempos que, há 44 para 45 anos,  fizeram
nascer um novo País. Angola!
Jornal SOL
A reportagem publicada pelo jornal «Sol», semanário nacional que se edita em Lisboa, no suplemento «B.I.», da edição de 1 de Fevereiro de 2020, evoca os meus dias de Angola, 44 anos depois do regresso 

A chegada a Luanda: Mário Ribeiro, engº. Eugénio Silva,
furriel Viegas, Nogueira e um amigo do engº. Eugénio
a Portugal, no já bem distante dia 8 de Setembro de 1975.
Dias que, agora, foram de farta emoção e grávidos de memórias, galgando milhares de quilómetros para sentir os cheiros da terra uíjana e «matar» a saudade de um tempo irrepetível e imortal da minha vida: o da jornada que, como militar, me levou ao norte, ao Quitexe e a Carmona - agora cidade do Uíge.
Me levou, também e como civil de férias militares, às huambanas Nova Lisboa, Silva Porto e Caala, à quanzana Gabela, às litorais Benguela, Catumbela e Lobito. E pela grande metrópole que já era Luanda, à sua baixa e locais de culto da tropa, à restinga e às praias, ir ao Mussúlo e contemplar a baía. E Viana, Catete, o Dondo, Quibala, Alto Hama, Cubal, Porto Amboim, Novo Redondo. De passagem e para o norte, o Cacuaco, o Piri, Úcua, Ponte do Dange, Vista Alegre e Aldeia Viçosa! Quantas terras mais?! Quantas gentes, tão diferentes e tão iguais!
A baía de Luanda vista da fortaleza

Não «partiria» completo 
sem voltar a Angola!

Foi isso há 44/45 anos, em 1974/75.
Agora, por Setembro e Outubro de 2019 adentro, deixei levedar o meu feliz e quase infantil entusiasmo, galgando as mesmas rotas, as mesmas estradas e caminhos, para reviver esses tempos que fizeram nascer um novo País. Angola!
Não sabia, quando parti de Lisboa para Luanda, mas soube quando voltei: não morreria completo, não partiria eu «todo» para o outro lado, se não tivesse voltado a Angola.
Fui e voltei feliz!
Quero aqui sublinhar a segurança que sempre senti, por Angola adentro, relaxado nos cuidados e garantia da condução, afabilidade e cortesia de Mário Rui da Silva Farinha Ribeiro - o Mário, o Márito, empresário no Lobito e cidadão maior de toda a Angola.
Os milhares de quilómetros que me levaram pela imensa Angola fora não teriam sido tão tranquilos, quanto felizes, se não fosse a competência, a disponibilidade e a segurança proporcionada pelo Márito, o Mário Rui Ribeiro que, do Lobito e da sua «TUDAOPNEU», mostra toda a Angola que conhecíamos e (re)descobrimos.

Obrigado, Márito!

4 497 - A morte do furriel Mosteias! O comandante em Carmona!

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As paginas 5 e 6 da reportagem sobre a viagem do furriel Viegas a Angola, 44 anos depois da jornada
uíjana e quando nascia o País Angola e publicada no suplemento «B.I.» do «Sol», semanário nacional de
 Lisboa, de 1 de Fevereiro de 2020
Os furriéis milicianos Viegas, Luis Mosteias (falecido há 7
 anos) e Francisco Neto, na messe do Bairro Montanha 
Pinto, na cidade de Carmona  (1975)


O furriel miliciano Luís Mosteias faleceu há dois anos, a 5 de Fevereiro de 2013. Não resistiu à violência de uma doença que, em finais de Dezembro anterior, o atirou para uma cama do Hospital do Litoral Alentejano. Foi um dos grandes e maiores Cavaleiros do Norte, um companheiro de sempre, um amigo imortal!
Soubemos da sua doença a 2 de Janeiro desse ano de 2013,
Os furriéis milicianos Mosteias e Viegas,
 à porta da secretaria da CCS do BCAV.
8423, na Avenida do Quitexe (1974)
quando lhe ligámos  para o abraço dos 61 anos - que (ele) fazia nesse dia! Já estava internado no Hospital do Litoral Alentejano e falou-nos da doença, diminuindo-lhe a gravidade e gracejando, até, com a forma como com ele lidavam os médicos.
Companheiros da jornada africana do Uíge Angolano testemunharam-lhe, nesse intervalo de tempo, toda a solidariedade que tanto merecia, encorajando-o para o combate que travava.
Faleceu há 7 anos, precisamente há 7 anos e derrotado pela grave doença que levou à hospitaliazação. Hoje, como nesse dia, deixamos aqui a palavra que define a imortalidade do Mosteias, entre os Cavaleiros do Norte: SAUDADE!!!
Eterna SAUDADE!!!
                                                      Comandante do BCAV. 8423 no BC 12 de Carmona                                              O comandante Almeida e Brito deslocou-se a Carmona n dia 5 de Fevereiro de 1975, numa altura em que os Cavaleiros do Norte cada vez mais expectavam sobre o futuro próximo.          O mês de Fevereiro de 1975, de resto e segundo o livro «História da Unidade». «caracterizou-se para o BCAV. pela incerteza do seu futuro destino, já que «iria ser considerado a fazer parte das tropas de intervenção determinado pelo acordo de Penina» - o do Alvor.
O comandante Almeida e Brito fez-se acompanhar pelo capitão José Paulo Falcão, que era o oficial-adjunto dos Cavaleiros do Norte.
- MOSTEIAS. Luís João Ramalho Mosteias, furriel 
miliciano sapador, da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423. 
Oriundo de Cabeção (Mora), com vida feita por Lisboa, 
Montijo (terra de afeição) e Vila Nova de Santo André. 
Faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, no Hospital do Litoral Alentejano.
RIP!!!
Ver AQUI
AQUI
AQUI


4 498 - As orações e cartas dos «zalalas» a Nossa Senhora de Fátima!...

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Os furriéis milicianos Joaquim Branco, o primeiro à direita, de pé, e Carlos Ribeiro, o primeiro, á
direita, sentado, ambos a 1ª. CCAÇ. 4211, a de Zalala e antecessores dos Cavaleiros do Norte na mítica
 mítica Fazenda de Zalala, a mais rude escola de guerra»
O furriel Joaquim Branco, mecânico-auto
da 1ª. CCAÇ. 4211, junto da imagem de
Nossa Senhora de Fátima de Zalala
As Portas de Zalala


A Fazenda de Zalala era sede de aquartelamento da tropa portuguesa, que de lá saiu a 8 de Novembro de 1974, quando a 1ª. CCAV. 8423 rodou para Vista Alegre e Ponte do Dange. Assim se fechou «a mais rude escola de guerra».
A 1ª. CCAV. 8423 lá tinha substituído, a 7 de Junho de 1974, a 1ª. CCAÇ.  4211. Foram desta, e entre muitos outros combatentes, os furriéis milicianos Joaquim Matos Branco. mecânico-auto, e Carlos Alberto Martins Ribeiro, atirador de Infantaria, ambos de Águeda e companheiros de banco de escola do Franciaco Neto e do Viegas, também furriéis milicianos mas de «Operações Especiais» (os Rangers) da CCS do BCAV. 8423, no Quitexe.
O Branco, há dias, foi entrevistado pela SIC, em programa de memórias da guerra colonial. nele se confessando ferveroso crente de Nossa Senhora de Fátima, que em imagem bem pequena, era ícone de fé da tropa na distante, perigosa e saudosa Zalala.
«Se eu recebesse alguma coisa pelas orações a Nossa Senhora, era um bálsamo, rezando-lhe, sentia-me em família, em companhia da família, mais seguro», disse ele, emocionado e grato pelas graças de que se disse «ter sentido» e como se, na sua jornada africana de Zalala, se sentisse «em casa».
«São coisas que não se explicam, acontecem», diz Joaquim Branco, agora nos seus corridos 69 anos e aposentado da função pública, evocando «os momentos de fé e oração» que na sua jornada africana do Uíge angolano se viviam junto da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
O furriel Joaquim Branco em 2020 (na SIC)

Rezar a Nossa
Senhora de Fátima!

A maioria dos «caçadores» da 4211 de Zalala era do norte, comandados pelo capitão miliciano Palma Nunes, e, recorda 
O capitão Castro Dias e o
 alferes João Machado,
do BCAV. 8423
Joaquim Branco, 
«rezavam a Nossa Senhora, junto à imagem, em grupos ou isolados, pedindo protecção».
E muitos escreviam cartas, cheias de fé e de louvor, dando e pedindo-Lhe graças! 
«Ficávamos mais aliviados e confiantes e havia quem escrevesse a Nossa Senhora cartas de conforto e de fé. Se hoje escrevesse a Nossa Senhora, eu diria..., eu diria para que foi o sacrifício, para que valeu o esforço da guerra colonial. De que valeu?», interrogou-se Joaquim Branco, no programa transmitido pela SIC.
A imagem de Nossa Senhora de Fátima a que se refere foi trazida de Zalala pelo capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias, comandante dos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e entregue a um sacerdote seu familiar. Estará algures, num altar de Portugal.

4 500 - Espectáculo para soldados e passeios às Quedas do Duque de Bragança

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Os furriéis milicianos Carlos Letras e António Chitas,da 2ª. CCAV. 8423, numa das viagens
 turísticas às quedas do Duque de Bragança
O furriel José Pires, TRMS da CCS do BCAV. 8423,
e a grandiosidade das Quedas do Duque de Bragança

O Movimento das Forças Armadas (MFA) organizou «um espectáculo de soldados para soldados», a 8 de Fevereiro de 1975 e na cidade de Carmona. 
A iniciativa realizou-se nesse sábado à noite e «causou impacto positivo no estado psicológico das tropas», como sublinha o livro «História da Unidade» - se bem que pouca ideia tenhamos dele, assim como companheiros que sobre ele falámos. 
A actividade incluiu-se nas que, da responsabilidade do oficial de acção psicológica, se vinham efectuando desde os finais de Janeiro e já tinham envolvido o espectáculo do dia 21, também em Carmona e no pavilhão gimnodesportivo do Clube Recreativo do Uíge (CRU) - para além de jogos de futebol e passeios turísticos às Quedas do Duque de Bragança, Malanje, Cacuso e Salazar. E até um jornal de parede.
As mudanças no modelo de actuação deviam-se, segundo o livro «HdU», à «saída do oficial de acção psicológica do BCAV. , por motivos disciplinares e a sua substituição», o que «fez melhorar os trabalhos inerentes àquela função». Falamos dos alferes miliciano José Leonel Hermida (Transmissões), substituído pelo também alferes miliciano António Manuel Garcia (de Operações Especiais, os Rangers).
O dia, no Quitexe, foi tempo para um comício do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), «em colaboração com a FNLA»
O livro «HdU» tem este breve registo, apenas, e dele também não temos alguma memória. É até estranho, de alguma maneira, a realização de tal comício, apoiado pela FNLA, já que o PAIGC tinha relações próximas com o MPLA - do qual era politicamente mais cúmplice.
Furriel mil. João
Domingos Peixoto
Albino Pires
1º. cabo

Cavaleiros do Norte 
em dias de 68 anos!

O dia 7 de Fevereiro de 2010 foi tempo dos 68ºs. aniversários de dois Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
Actualizamos a lista ontem iniciada e aqui noticiada:
- PEIXOTO: Furriel miliciano João Domingos Faria Taveira de Peixoto, que esteve adido à CCS, no Quitexe, em trânsito. Há de Carmona, rodou para Cabinda. Profissionalmente, foi professor do ensino secundário e, já aposentado, mora em Braga, a sua terra natal.
- PIRES: Albino Jorge de Oliveira Pires, 1º. cabo sapador da CCS. Natural de Folsosinho, em Seia (Serra da Estrela), está emigrado nos Estados Unidos onde, já aposentado, gere «a propriedade de uma jornalista milionária» e de onde e a Portugal vem duas vezes por ano.
Furriel João
Baldy Pereira
Manuel Qua-
resma, 1º. cabo

Cavaleiros do Norte
falecidos a 7 de Fevereiro

O dia 7 de Fevereiro, infelizmente, tem a ver com o falecimento, em anos diferentes, de três Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
- BALDY: João Manel Baldy Belém Pereira, furriel miliciano da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. Faria 68
M. Nunes,
o Amarante
anos mas faleceu de doença cancerosa a 26 de Novembro de 2017. Foi delegado de propaganda médica, residia na Amadora e a morte «levou-o» 5 meses depois de ter sido diagnosticada a doença.
- QUARESMA: Manuel Quaresma da Silva, 1º. cabo apontador de morteiros da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel. Faleceu neste dia de 2004, também de doença cancerosa. Nasceu a 13 de Dezembro de 1952 e vivia em Cacia, no município de Aveiro. 
- NUNES: Manuel Augusto Gomes, o Amarante, sapador de infantaria e Cavaleiro do Norte da CCS, faria 68 anos, mas, de doença, faleceu a 24 de Maio de 2000 - há quase 20 anos. Morava em Telões, município de Amarante, daí ser popularmente conhecido por Amarante.
RIP!!! RIP!!! RIP!!!

4 501 - O jornal do BCAV. 8423 e os anos e as dores do furriel Melo!

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As Amazonas do Norte da uijana, angolana e saudosa Aldeia Viçosa, «amores-perfeitos» dos
garbosos
combatentes da 2ª..CCAV. 8423, no encontro de 28 de Setembro de 2019, na Póvoa de Varzim
Cavaleiros do Norte no refeitório. À direita e de frente, o 
Gaiteiro (que amanhã faz 65 anos), seguido do Serra, Ma-
 lheiro (boina no ombro), Aurélio (Barbeiro), S. Mendes,
(de óculos) e...? Na segunda fila, Monteiro (Gasolinas, de
 bigode), Cabrita, Calçada, Coelho (sapador), NN e NN (de 
costas) e Florêncio (de bigode) e... Alguém ajuda
 a identificar os outros companheiros)


A edição de um jornal de parede foi uma das iniciativas do oficial de acção psicológica do Batalhão de Cavalaria 8423, pelo tempo de Fevereiro de 1975. Há 45 anos!
«Teve a melhor adesão dos militares, seus únicos colaboradores, e a maior aceitação por sua parte», refere o livro «História da Unidade».
Ao tempo, e por razão da saída do alferes José Leonel Hermida, era
Jornal do BCAV. 8423
o alferes António Manuel Garcia o responsável pela acção psicológica dos Cavaleiros do Norte.
O tempo passa, já lá vão 45 anos!!!..., mas embora não sendo referida no documento de memória do BCAV. 8423, lembramos-nos da criação, por essa altura quitexana, de um pequeno estúdio fotográfico - no qual muitas fotos de militares foram reveladas (e, porventura, outras tantas estragadas...). Não estamos certos, mas parece-nos que ficava nas traseiras da enfermaria. Muitas das imagens que temos em arquivo pessoal lá foram reveladas. E tantas outras, para Portugal e família enviadas,a matar saudades!
O jornal de parede do BCAV. 8423 incluía variada colaboração em prosa e verso, abordando naturalmente questões relacionadas com a vida quotidiana dos Cavaleiros do Norte. Apenas dispomos de um exemplar, o da comemoração do 1º. aniversário (que foi único) da chegada a Angola - cuja 1ª. página aqui reproduzimos.
O furriel Melo em 1975,
na 2ª. CCAV. 8423
O Melo em 2011

As dores do furriel Melo,
que faz 68 anos em Leiria!

O furriel miliciano Melo, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja hoje 68 anos, dia 9 de Fevereiro de 2020. 
José Fernando Noro Dias de Melo foi atirador de Cavalaria, é originário da Granja do Ulmeiro, em Soure, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975. Em 2011, foi aqui dado como morto, devido a doença. Mas, final e felizmente, estava vivo. E está. A 22 de Junho do mesmo ano, demos conta da «ressurreição» e em Agosto visitámo-lo na sua casa de Leiria - onde nos emocionámos pela dita «ressurreição» e pelas memórias que desfiámos a nossa jornada de África em Angola, por terras do Uíge. 
Fez carreira profissional nas Brigadas de Trânsito (BT) da GNR e está aposentado, assumindo as dores da morte de um filho, que nos disse ter sido agredido com objecto contundente, na estrada, há 3 anos, tendo sido, segundo a sua versão, simulado um acidente de viação para absolver o(s) agressor(es). Com ele falámos há momentos, e aqui renovamos nosso abraço solidário e de parabéns pelos 68 anos que amanhã assinala.
- «A morte do furriel Melo». - Ver AQUI - «O Melo está vivo» - Ver AQUI


Catarino de Santa Isabel
faria hoje 68 anos !

O 1º. cabo Catarino, da 3ª. CCAV. 8423, faria hoje 68 anos. Faleceu a 1 de Novembro de 1983.
Joel Carlos Gonçalves Catarino era atirador de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte de Santa Isabel e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975, a Paivas, no município do Seixal, depois da sua jornada africana de Angola, que também o fez passar pelo Quitexe e por Carmona.
Não conhecemos o motivo do seu falecimento,  apenas que ocorreu a 1 de Novembro de 1983, já lá vão 47 anos e com 31 de idade.  Aqui o recordamos com saudade. RIP!!!

4 502 - A última Bandeira de Portugal na Fazenda de Zalala!

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A última Bandeira de Portugal da Fazenda de Zalala  arriada há mais de 45 anos e hoje em Águeda:
furriéis Ribeiro e Branco, da 1ª. CCAÇ. 4211, Davide Castro Dias, capitão e comandante da 1ª. CCAV.
8423, e furriel Viegas, da CCS do BCAV. 8423. Todos milicianos"
Os furriéis Ribeiro e Branco e o capitão Castro Dias
a desfiarem memórias num álbum de Angola


A última Bandeira de Portugal na Fazenda de Zalala foi arriada a 25 de Novembro de 1974, pelo comandante da 1ª. CCAV.  8423, o capitão miliciano Davide Castro Dias. Hoje, como se vê na imagem, esteve em Águeda.
O propósito foi reencontrar dois antigos combatentes de Zalala, antecessores dos Cavaleiros do Norte, os furriéis milicianos  Carlos Ribeiro e Joaquim Branco -ambos de Águeda, como o Viegas. Branco que há dias e sobre Zalala, foi reportado na SIC e falou da fé e das cartas a Nossa Senhora de Fátima, venerada na uíjana Fazenda Maria João, em Zalala, onde se aquartelavam os «caçadores» da 4211. Ver AQUI.
Hoje foi dia de fazer memórias desses tempos da jornada africana e Castro Dias foi portador da Bandeira de Portugal que, há pouco mais de 45 anos, arriou embrulhado num misto de emoções: o alívio do adeus a uma guerra que ia em 14 anos e o de estar a fazer história numa História de 500 anos de colonização.  
O Gaiteiro actual

Américo Gaiteiro 
em 1974/1975
Gaiteiro, condutor da
CCS, 68 anos de vida!

O condutor Gaiteiro, da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 10 de Fevereiro de 2020.
Américo Manuel da Costa Nunes Gaiteiro, dele se trata, é natural de Perafita, em Matosinhos, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Trabalhou na PETROGAL (em Matosinhos) e está aposentado, agora cuidando-se de doenças da idade, que lhe tem dado algumas preocupações, mas não lhe tiraram a irreverência e a boa disposição. Faz regulares revisões médicas e diz ele que «está tudo sem problemas...». Mora em Matosinhos e para lá e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
J. Verde em 2014

Verde de Aldeia Viçosa
é «maduro» de 68 anos! 

Joaquim Henrique Ferreira Pereira Verde, da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), comemora 68 anos a 10 de Fevereiro de 2020.
Naural do Casal da Cortiça, na freguesia de Barreira, em Leiria, e atirador de Cavalaria por terras de Angola, está aposentado, depois de uma longa carreira profissional na área da serração de mármores.-
Mora no Vale Gracioso, em Azóia, também em Leiria, e para ele vai o nosso abraço de parabéns!




4 503 - O emblema dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 desenhado pelo alferes Simões

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O capitão José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, no encontro de 28 de
Setembro de 2019, na Póvoa de Varzim. À esquerda, sentado e de camisa azul, reconhexe-se o furriel
miliciano Freitas Ferreira. À direita, de pé e também de azul (e gravata), o 1º. cabo José Maria Beato
Alferes Mário José Simões, autor
do emblema do BCAV. 8423
Emblema do  BCAV 8423
O emblema do BCAV. 8423 foi apresentado a 11 de Fevereiro de 1974, há 46 anos, «servindo o lema «PERGUNTAI AO INIMIGO QUEM SOMOS, pertença das tradições do Regimento de Cavalaria 4», como se lê no livro «História da Unidade».O objectivo era «desde o início instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que o mesmo se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador»
O livro «HdU» refere também que «começou a idealizar-se o futuro emblema braçal da Unidade, ao mesmo tempo que se  se desejou a sua plena identificação com a sua unidade mobilizadora» - o RC4.
O desenho foi do então aspirante a oficial miliciano Mário José Barros Simões (foto), da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel - que, ao tempo, estava ligado às artes gráficas. Foram-lhe dadas sugestões (naturalmente a partir do comandante Almeida e Brito) e Barros Simões desenhou aquele que, ainda hoje e para a eternidade, é o símbolo dos Cavaleiros do Norte.
O emblema, em fundo preto, como o que se vê na imagem, representava o BCAV. 8423. As companhias operacionais adoptaram as cores vermelha (a 1ª. CCAV., a de Zalala, do comando do capitão Castro Dias), azul (a 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, de José Manuel Cruz) e castanho (a 3ª. CCAV., a de Santa Isabel, de José Paulo Fernandes).
Foi isso há 46 anos. O tempo passa!!! Voa, voa, boa!!!... E nós cá estamos a lembrar a história e de(n)ela fazendo memórias!
Celestino Fernandes

Fernandes de Zalala, 

66 anos em Odivelas!

O atirador Fernandes, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 68 anos a 11 de Fevereiro de 2020.

Celestino Marques Fernandes integrou o 1º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes miliciano Mário Jorge de Sousa, dos Rangers, e
é natural de Borda da Ribeira, concelho de Vila de Rei. Lá voltou a 9 de Setembro de 1975 e actualmente mora(rá) em Odivelas, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
Sanfins da Castanheira em Chaves

Silva, cortador da CCS, 
faleceu já mais de 20 anos!

O soldado cortador Carlos Alberto Morais da Silva, da CCS dos Cavaleiros do Norte, faleceu «há mais de 20 anos».
Natural de Sanfins da Castanheira, freguesia de Chaves, lá voltou a 8 de Setembro de 1975 e por lá fez vida familiar e profissional, interrompida, segundo Fernando Ribeiro, um conterrâneo que tal nos informou, «há mais de 20 anos, ainda muito novo e deixando 3 filhos».
O tratamento a uma simples dor de garganta levou-o a reacção alérgica a um injectável, provocando-lhe a morte. Teria feito 68 anos a 12 de Janeiro de 2020. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

4 504 - A Facção de Daniel Chipenda reunida com Agostinho Neto!

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O pavilhão do Clube Recreativo do Uíge (CRU), a 25 de Setembro de 2019, aquando da visita do furriel
Viegas à cidade do Uíge, a Carmona do tempo colonial. A Carmona do tempo dos Cavaleiros do Norte
do Batalhão de Cavalaria 8423!
Daniel Chipenda (à esquerda) e Agostinho Neto (à direita)
com um jornalista argelino que, ao tempo, reportava
os acontecimentos de Angola

Ao dia 12 de Fevereiro de 1975, sabia-se por Angola que uma delegação da UNITA se deslocou a Ninda (no leste), onde Daniel Chipenda se aquartelava, na perspectiva de sanar as diferenças que tinha com o MPLA. 
Chipenda, antigo futebolista do Benfica e da Académica de Coimbra, liderava uma das facções dissidentes, depois de contestar a liderança de Agostinho Neto e ser expulso do movimento. Em Luanda, e já desde o dia 4 desse Fevereiro de há 45 amos, estavam Mário Andrade, Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Viana, da Revolta Activa - outra facção dissidente do MPLA, que também discordava da orientação de Agostinho Neto.
A conciliação entre as gentes do movimento, admitia-se na altura e segundo a imprensa, era tida como «possível nos próximos dias» e saudada pelos meios políticos luandenses como sendo «um factor positivo na etapa final que levará à independência de Angola, no próximo dia 11 de Novembro».
José Frangãos
o 1º. cabo Cuba
O Frangãos e
2018, em Cuba

Frangãos, o Cuba da 
CCS, 68 anos em... Cuba!

O 1º. cabo Frangãos, pela jornada angolana do Uíge angolano conhecido como Cuba, festeja 68 anos a 12 de Fevereiro de 2020.
José das Dores Caeiro dos Frangãos, é este o seu nome completo, foi especialistas de mecânica-auto da CCS do BCAV. 8423 e natural da alentejana Cuba, por isso Cuba lhe chamavam..., aonde regressou a 8 de Setembro de 1975. E por lá, o Caeiro.
A Cuba natal foi por onde fez (e faz) toda a sua vida pessoal e familiar, à mecânica continuando ligado e também ao futebol, como no Quitexe mas por cá como atleta e treinador. Também à música, e lá ainda vive, feliz, para lá indo o nosso abraço de parabéns!
Carlos Costa
o Mouraria

Costa de Aldeia Viçosa,
68 anos na Amadora !

O Costa, o Mouraria, Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 12 de Fevereiro de 2020.
Especialista de transmissões na uíjana e angolana Aldeia Viçosa, Carlos Alberto de Abreu Costa - é este o seu nome completo... -, voltou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, à sua casa residencial da Rua do Bem Formoso, na cidade de Lisboa.
Mora agora na vizinha Amadora, na Estrada da Circunvalação, para onde «transmitimos» as nossas felicitações. E muitos mais e bons anos venham!

4 965 - Comandante no Sector do Uíge! Os 68 anos de 3 «zalala´s»!

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, no Natal de 1974, em Vista Alegre: 1º. cabo
Hélio, Coelho (falecido em 2000), Almeida (de pé), Aires, 1º. cabo Lorenço, Costa (já falecido), Lago e
furriel João Dias - que hoje festeja 68  anos em Tomar!

O 1º. cabo Dorindo Santos
e o furriel João Dias
Almeida e Brito, tenente-
-coronel e comandante
do BCV 8423

Há 45 anos e por terras uíjanas de Angola, os dias de Fevereiro de 1975 iam sendo riscados do calendário, passando com a mínima tranquilidade e os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 assumiam-se por inteiro como actores do processo de descolonização que estava em curso.  
Ao tempo, cada vez mais se expectava sobre a provável (e muito desejada) rotação para Carmona - o que, na prática, significava um novo e decisivo passo para voltarmos a Portugal e às nossas casas, ao conforto e afecto das nossas famílias.
O comandante Almeida e Brito, nesse dia de há 44 anos, deslocou-se uma vez mais a Carmona, onde reuniu no comando do Comando do Sector do Uíge (CSU), não custando admitir que essa questão (a de o Cavaleiros do Norte rodarem para Carmona) terá sido analisada.
Outra esteve, seguramente, na mesa: a da extinção do dito Comando do Sector do Uíge, no âmbito do processo de descolonização de Angola.
O furriel João Dias, das TRMS,
e o atirador Canelas de Zalala


Dias, furriel TRMS, 1º. cabo 
Dorindo e soldado Canelas
de Zalala festejam 68 anos!

O 13 de Fevereiro de 2020 é dia de 68 anos de três Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, todos regressados a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975: o furriel miliciano Dias, o 1º. cabo Dorindo e o soldado Canelas. Na altura, não repararam na coincidência.
João Custódio Dias era especialista de Transmissões e regressou à sua natal Penas Ruivas, freguesia de Seiça, no concelho de (Vila Nova de) Ourém. Fez carreira profissional como inspector da Polícia Judiciária e, já aposentado, mora em Tomar, sendo muito habitual colaborador desta página de saudades do BCAV. 8423. Há 45 anos, em pequenas férias e também de serviço, passou o dia dos seus 23 anos em Luanda.
O 1º. cabo Dorindo dos Santos era especialista de mecânica-auto e voltou ao Soalhal, em Ílhavo, onde fez vida familiar e profissional, na Porcelanas da Vista Alegre. Está reformado e continua a viver em Ílhavo, onde foi fotografado com furriel João Dias, das transmissões (imagem a cima).
O soldado Orlando Canelas Martins, o Cabide, foi atirador de Cavalaria e vive em Santa Maria de Azóia.
Integrou o 4º. Grupo de Combate, o do alferes miliciano Lains dos Santos, e regressou aos Olivais Norte, em Lisboa. Foi operador de máquinas de terraplanagem e vive em Santa Maria de Azóia, no concelho de Loures.
Para os três, parabéns, parabéns, parabéns!

4 966 - Os dias do Quitexe na alma e bravura dos Cavaleiros da 3ª. CCAV. 8423!

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Uma das avionetas portuguesas que, há 45 anos, evacuou da pista do do Quitexe e para Luanda, os
feridos dos violentos combates entre a FNLA e a UNITA, que ocorreram na vila do Quitexe. As Forças  

Armadas Portuguesas, pelas terras do Uíge angolano, foram imparciais e solidárias. À esquerda,
 o 1º. cabo Deus e o soldado José Novo 
O alferes miliciano Carlos Silva,
Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423
Cavaleiros do Norte


Os dias do Quitexe, na realidade de 1975 e depois da saída da CCS para Carmona, não foram nada fáceis para os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, que lá tinham chegado a 10 de Dezembro de 1974, rodados da Fazenda Santa Isabel.
«Lembro-me dos patrulhamentos mistos das NT com as forças independentistas que, na altura, estavam em força no Quitexe, a FNLA e  a UNITA», recorda o alferes milíciano Carlos, Silva, acrescentando outra memória.A 
O alferes Caros Silva voltou a Angola, para se
casar com Belmira, seu amor de sempre, a
20 de Outubro de 1975
de Silva, acrescentando outra memória.A de 

«uma madrugada em que fomos acordados, por tiros e rebentamentos, porque militares da FNLA e UNITA se desentenderam e desencadearam violentos combates».Passados tantos anos, já lá vão 45 e na verdade, diz Carlos Silva,«recordo apenas alguns pormenores, porque passados tantos anos e porque não fiz registos torna-se um pouco difícil». 
No entanto, fresca está a memória desse dia, pela bravura e desprezo pela vida com que os Cavaleiros do Norte «pudessem intervir, a não ser acudir aos civis (que já eram poucos) que se refugiaram junto de nós e tentar tratar dos feridos». 
A evacuação dos feridos, a cargo das Forças Armadas Portuguesas, sempre generosas e sem medos, coube à 3ª. CCAV. 8433, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes, feitas de avioneta, a partir da precária pista do Quitexe.
«Recordo um comandante, penso que da  FNLA, com um tiro no peito, que quase deixava ver o coração, e um soldado da UNITA, também bastante ferido», lembra-se o alferes Carlos Silva, não esquecendo «as sedes destruídas e os  corpos mutilados e degolados» desses dias da descolonização de Angola, na vila do Quitexe.
O casal Caixarias

O Caixaria do Quitexe
faz 68 anos por 2 vezes!

O atirador de Cavalaria Raúl Henriques Caixaria, da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos por duas vezes: a do dia em que nasceu (3 de Fevereiro) e a do dia em que foi registado (dia 14 deste mês de 1952).
Cavaleiro do Norte do PELREC, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se ma sua natal terra de Sarge, em Torres Vedras, onde ainda vive agora já aposentado e rodeado de amores e afectos a sua Alzira.
Para lá, vai o nosso abraço de parabéns!

4 967 - Castro Dias: último comandante de Zalala, a mais rude escola de guerra!

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A última Bandeira de Portugal arriada na Fazenda Maria João, a de Zalala: os furriéis milicianos 
Ribeiro e Branco, da BCAÇ. 4211, e os Cavaleiros do Norte Castro Dias, capitão e comandante 
da 1ª. CCAV. 8423 (quem a arriou) e  o furriel Viegas, da CCS
Castro Dias, o comandante
da 1ª. CCAV. 8423
Zalala, a mais rude escola de guerra

O capitão miliciano Davide de Oliveira Castro Dias foi o comandante da 1ª. CCAV. 8423, a última unidade militar portuguesa da Fazenda Maria João, a de Zalala. E portador da Bandeira Portuguesa (a da imagem) que por ele mesmo ali foi arriada a 25 de Novembro de 1974.
Aqui deixamos, em discurso directo, as suas emoções desse histórico dia, o do fecho do quartel de Zalala no norte de Angola (...):
O tempo decorreu e, meses depois, chegou a altura de sair de Zalala, fechando o quartel. Tudo foi acertado com os civis e o comando e na altura da rotação levámos tudo. Caixotes e mais caixotes, documentos do comando, pertences pessoais, armamento, viaturas, móveis e todo o recheio do quartel.
Também recolhi uma imagem de Nossa Senhora de Fátima com cerca de 70 centímetros, com terços e algumas mensagens, que colocada num pedestal, pequeno altar, servia de local de culto, recolhimento, de colocação de ex-votos e pelo menos por uma vez, de missa com o padre do Quitexe. 
A imagem de Nossa Senhora de
Fátima da Fazenda de Zalala
Reportagem da SIC sobre Nossa
Senhora de Fátima de Zalala

Revi a imagem no nicho, há dias (Janeiro de 2020), numa reportagem que a SIC transmitiu sobre a correspondência enviada à Senhora de Fátima ao longo dos anos. Nessa reportagem, foi entrevistado um militar que tinha estado em Zalala, numa Companhia anterior, que eu fui render, e entre as várias fotos que mostrou, aparecia pintada, ao longo da parede dos terreiros de secagem do café, a célebre frase «Zalala a mais rude escola de guerra”. Numa outra foto que mostrou, por ele estava a imagem da Senhora de Fátima no seu pequeno altar de Zalala.
A imagem foi entregue, em 1975, no Arciprestado de uma cidade da Beira Alta onde o clérigo responsável era familiar da minha futura esposa. Presumo que ainda se mantém com as referências que cuidadosamente anexei à imagem.
Trouxe também a bandeira portuguesa que todos os dias era hasteada e retirada com respeito e ritual militar.
A Bandeira Portuguesa de Zalala, que significava a nossa ocupação de centenas de anos, a colonização. Foi, simbolicamente, a retirada de Portugal desta parcela do norte de Angola - a mais rude escola de guerra. Ainda hoje, quando relembro esse momento, sinto um friozinho nas costas.
Eu, o último capitão em Zalala, arriou-a do mastro com sentimentos miscigenados. Ainda a mantenho.
Senti, nesse momento, por um lado, o orgulho do fecho de 500 anos de colonialismo e a entrega do território aos seus legítimos proprietários e, por outro lado, o saudosismo e a tristeza inerente à entrega de terras que só com esforço, dedicação e sacrifício de muitos portugueses, produziram riqueza e a valorização dessas paragens.
Obviamente, riqueza extrema para uns poucos, intermédia para uns quantos, normalmente os pequenos fazendeiros, os seus encarregados e os comerciantes, os «brancos». Para todos os outros, a quase totalidade, que se deixavam seduzir por algum ilusório e passageiro bem-estar, ficava o pouco dinheiro ganho, a fuba e o peixe seco do contrato quase escravo. O rádio, a pilhas, os óculos escuros e por vezes a bicicleta, completavam a miragem.
DAVIDE CASTRO DIAS

Martinho de Zalala,
68 anos em Andorra!

O soldado cozinheiro Martinho, da 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Fazenda de Zalala, festeja 68 anos a 15 de Fevereiro de 2020.
Júlio Manuel Tavares Martinho, é este o seu nome completo, é natural de Felgueira Velha, freguesia de Seixo da Beira, do serrano município de Oliveira do Hospital, e lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Sabemos, por informação do (furriel miliciano) João Dias (TRMS) que está emigrado em Andorra e para lá «cozinhamos» o nosso abraço de parabéns!

4 968 - Cavaleiros do Norte em ZA de intensa politização dos movimentos!

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A praça principal do Quitexe, mesmo em frente à Administração do Concelho. Ao fundo, e a branco,
reconhece-se da Igreja de Santa Maria de Deus, onde, em 1974/75, sacerdotava o padre Albino
Capela, da Congregação dos Frades Capuchinhos Menores
A Igreja de Santa Maria de Deus do Quitexe e, do lado
direito, vários pavilhões que servem de escola e ocupam o
 espaço que era das casernas, oficinas, balneários, cozinha
 refeitório do BCAV. 8423. O edifício do Comando, antes
do imbondeiro, à direita, foi destruído

Os dias uíjanos dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 iam-se desarriscando do calendário e a tarde de 16 de Fevereiro de 1975, há 45 anos, foi tempo de, de ouvidos colados aos transistores de pilhas, ouvirmos o relato do FC do Porto-Benfica - que os encarnados venceram (3-0), com golos de Victor Martins,
Moínhos e Toni. 
A rua lateral do quartel (à esquerda, onde estão
 os pavilhões escolares), vista do lado da Igreja
Ao tempo, e jácom o Comando do Sector do Uíge extinto (no anterior dia 13), discutia-se a cada vez mais iminente (e desejadíssima), rotação do BCAV. 8423. Segundo o livro «História da Unidade», «agora com a pressa de uma rápida e imediata mudança para o BC12», na então cidade de Carmona - agora Uíge.
A mudança era do «agrado geral» para os militares e, na prática, mais um passo no caminho do regresso aos seus chãos natais, mas, para os Cavaleiros do Norte levedava-se a responsabilidade operacional «numa zona de intensa politização dos movimentos emancipalistas» - a FNLA, o mais influente na nossa ZA, o MPLA e a para nós quase desconhecida UNITA.
Mal imaginávamos o que iria acontecer nos trágicos primeiros 6 dias de Junho de 1975, já Carmona - para onde rodámos a 2 de Março. E nos antes e depois esses dias de duros e sangrentos combates dentro da cidade.
As operações militares pelas matas uíjanas, os suores de medos e os arrepios sentidos nos trilhos e picadas, as patrulhas e escoltas, eram um pequenino «nada» ao pé, que se comparasse nos dramáticos primeiros dias de Junho, na capital da província.
João Lino, Cavaleiro
 do Norte de Santa
 Isabel

Lino de Santa Isabel, a morte,
atropelado, 3 meses depois do casamento

O dia 16 de Fevereiro de 1975 foi também o dos 23 anos de João Lino Oliveira da Silva, soldado atirador de Cavalaria da 3ª. CCAV. 8423 - a da Fazenda Santa Isabel. 
O Lino, cumprida a nossa jornada africana do Uíge angolano, regressou a Torre do Bispo, em S. Vicente de Paul (Santarém), a 11 de Setembro de 1975. E por lá fez vida, como trabalhador de uma empresa de PVC, em Vila Chão de Ourique, perto do Cartaxo. Compunha o rendimento familiar numa oficina de reparação de motorizadas e ainda «acudia» a outros pequenos oficiais desta área. Tragicamente, a 14 de Março de 1983 - três meses após o seu casamento... -, foi atropelado por um camião, quando seguia de motorizada, em S. Pedro (Portela das Padeiras), no cruzamento de Santarém para Rio Maior. O camião passou-lhe por cima e teve morte imediata.
«Era um bom homem, um amigo!...», recordou-nos o sobrinho Pedro Silva, que ao tempo tinha 11 anos e dele tem «muito boas recordações».
Aqui o lembramos hoje, quando faria 68 anos, evocando o Cavaleiro do Norte sempre humilde, gentil e disponível, que honrou a farda e a Bandeira Portuguesa que nos levaram ao país (Angola) que nascia e onde orgulhosamente cumprimos um dever de honra! Com garbo e sem mácula! Até um destes dias, João Lino! RIP!

4 969 - A Facção de Daniel Chipenda entre a FNLA e o MPLA!

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Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel todos furriéis milicianos: José
Querido, Victor Guedes (falecido a 17/04/1998), António Fernandes, Agostinho Belo (de óculos e bigode,
que hoje festeja 68 anos no Retaxo, em Castelo Branco) e Ângelo Rabiço
Fernando Pires (que hoje faz 68 anos, em
Cascais) e Luís Costa, furriéis milicianos
 do Pelotão de Morteiros 4281
Noticia do Diário de Lisboa
de 17 de Fevereiro de 1975

Os tempos da jornada africana dos Cavaleiros do Norte pelo Uíge angolano, há 45 anos, eram de continuada expectativa sobre seu destino próximo: se para Luanda, se para Carmona - cidade capital do Uíge, onde ia ser extinto o BC12. 
A hora de voltar a casa, às nossas casas, aos nossos chãos e cheiros natais é que não havia mais de chegar. 
O problema da Facção Chipenda continuava por resolver, mas a UNITA, pela voz do secretário geral Miguel Nzau Puma, não punha objecções a que aderisse ao seu movimento, ou mesmo à FNLA de Holden Roberto.
Holden Roberto que, em Abidjan, capital da Costa do Marfim, afirmara na véspera que «tem sido bom o clima político que se respira em Angola». 
«Esperamos - acrescentou o presidente da FNLA - que o espírito que prevaleceu durante as conversações com os portugueses subsista, para que possamos chegar à independência sem demasiados conflitos e dificuldades».
Sobre as dissidências no MPLA, o líder da FNLA comentou que «deixaram de ser um problema de ordem interna para se transformarem num problema nacional».
«Nestas condições - disse Holden Roberto - tal problema deve ser resolvido de forma fraterna, portanto através do diálogo».
Sabemos hoje que as coisas não seriam, não foram bem assim! O tempo, ao tempo, era de esperança e confiança!
Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: António
 Flora, Luís Costa, Agostinho Belo, Francisco
Bento e Joaquim Abrantes, na messe e bar
de sargentos do Quitexe


Belo, furriel de Zalala,
67 anos no Retaxo !

O furriel miliciano Belo, da 3ª. CCAV. 8423, comemora 68 anos a 17 de Fevereiro de 2020.
Agostinho Pires Belo foi vagomestre e regressou a Portugal no dia 11 de Setembro de 1975 - depois de terminada a sua missão angolana, que, Uíge fora, o levou pea Fazenda Santa Isabel e também pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona. Fez carreira profissional como funcionário de Finanças e, já aposentado, mora no Retaxo, a sua terra natal, em Castelo Branco.
É para lá que vai o nosso forte e saudoso abraço de parabéns!
Fernando Pires
em 2019

Pires, furriel dos Morteiros, 67
anos em S. Domingos de Rana!

O furriel miliciano Fernando de Freitas Pires, do Pelotão de Morteiros 4281, festeja 6o anos a 17 de Fevereiro de 2020.
Natural do Porto e regressado a Portugal já «preso» d´amores pela sua «mais-que-tudo» de sempre (enamorados desde o Quitexe das nossas muitas saudades!!!...), foi profissional da GNR, nesta qualidade integrando em forças especializadas que, em várias e sucessivas missões - Bósnia e Timor, por exemplo, o levaram a vários teatros de guerra espalhados pelo mundo.
Sargento-mor aposentado, mora em S. Domingos de Rama, no município de Cascais, para onde vai o nosso abraço de parabéns! 
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