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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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4 929 - A morte de Alberto Pimenta, o Barbas de Zalala!

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O Alberto Pimenta, ainda sem barbas, que começou a deixar crescer ainda em Zalala - fazenda e
quartel do Uíge angolano que se vê em fundo. Deixou crescer e nunca mais cortou. Faleceu na noite de
6 para 7 de Janeiro de 2020, no Hospital de Vila do Conde. RIP!!!  
O Manuel Barroso e o Alberto Pimenta,
o Barbas de Zalala, em 1974
Alberto Pimenta
Barbas de Zalala


O soldado Alberto Pimenta, o Barbas de Zalala, faleceu a  noite de hoje, vítima de doença e no Hospital de Vila do Conde. O funeral está marcado para a próxima 5ª. feira, em hora a anunciar.
Alberto Abel Alves Pimenta foi atirador de Cavalaria, com »ajuda» à oficina-auto coordenada pelo furriel João Dias, e Cavaleiro do Norte de Zalala, de Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona, regressando a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da sua jornada africana do uíjano norte de Angola. Ao seu natal  Mindelo, lugar da freguesia de Árvore, em Vila do Conde.
Trabalhou na área da restauração automóvel, com oficina própria - a Auto-Reparadora, da Rua do Alto das Póvoas, no Terroso, Póvoa do Varzim - e era conviva indispensável dos encontros da 1ª. CCAV. 8423. De resto, incontornável. com a sua longa barba, que por Zalala começou a crescer e o acompanhou por toda a vida!
Os furriéis Mota Viana e Rodrigues (falecido a 30 de
 Agosto de 2018), o Agra, Alberto Pimenta (o Barbas de
Zalala) e o furriel Queirós, em Vila do Conde (2014)

A oficina
e a doença 

Aposentado e já sem a responsabilidade da gestão da oficina, gozava tranquilamente os prazeres da família e da vida quando, a 15 de Dezembro de 2018, deu entrada no Hospital da Póvoa do Varzim, com problemas nos órgãos internos, e, no dia seguinte, foi transferido para o da Vila do Conde, internado em medicina interna.
Vários órgãos internos entraram em falência e o «nosso» Barbas de Zalala não resistiu, falecendo esta noite, deixando viúva e Adelaide Couto e também enlutados os filhos Alberto e, mais novos, os gémeos Jacinto (que está emigrado em França) e Hélder (morador em Vila do Conde).
«Zalala dizia-lhe muito», disse Orquídea Costa.
O filho Alberto, o mais velho, lamentou-se: «Acabou por perder esta última batalha!».
O funeral vai realizar-se na 5ª.-feira, em honra que aqui diremos, oportunamente.
Alberto Pimenta, o Barbas de
Zalala, já no Songo e em 1975 

O bom companheiro,
o militar sem medos!

O blogue «Cavaleiros do Norte» e toda a família dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 lembram, com emoção, o bom companheiro da jornada africana do Uíge angolano que foi o Alberto Pimenta, o Barbas de Zalala!
Lembram o combatente disciplinado e cumpridor, zeloso e dedicado, sem medos, o militar garboso!
Lembram o camarada de excelência e o homem bom e sempre disponível que se partilhou com os Cavaleiros do Norte, em tempo de comunhão de um tempo em que a Pátria nos exigiu o sacrifício da partida para as frentes de combate.
Até um destes dias, Alberto Pimenta! 
Vamos encontrar-nos e achar-te de Barbas e a sorrir quando nos abraçarmos. RIP!!!

4 930 - Cavaleiros do Norte em Carmona e reuniões para a Cimeira de Angola!

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Comando da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando de Sector do Uíge (CSU) em Carmona
 (1974/75). Onde, há 45 anos, o comandante Carlos Almeida e Brito e o capitão José Paulo Falcão
participaram num reunião para «estabelecimento de contactos operacionais»

A Estrada do Café, na saída de Carmona para o Quitexe.
Aqui passaram, há 45 anos, o comandante Almeida e Brito
 e o capitão José P. Falcão, para uma reunião na ZMN/CSU
BCAV. 8423

O comandante Carlos Almeida e Brito, tenente-coronel de Cavalaria, voltou a Carmona a 7 de Janeiro de 1975, reunindo  no Comando de Sector do Uíge (CSU), na Zona Militar Norte (ZMN), para «estabelecimento de contactos operacionais». 
Já lá estivera no dia 3 e lá voltaria a 28
O comandante Almeida e Brito e o capitão
José Paulo Falcão no encontro de Águeda,
 em 1995. Ambos já falecidos
do mesmo mês - assim como ao BC 12, o nosso futuro quartel, mas no dia 18 -,
normalmente fazendo-se acompanhar do oficial adjunto do BCAV. 8423, o capitão de Cavalaria José Paulo Falcão - oficial adjunto do BCAV. 8423.

Os dias de Angola,
há 45 anos !

Os dias passavam e aproximava-se a Cimeira que viria a ser do Alvor - marcada para o dia 10 -, mas, a 7 de Janeiro, ainda se admitia que poderia ser em Ofir, perto de Viana do Castelo. 
A esta cidade foi o coronel Eurico Corvacho, para reunir com o Governador Civil e o comandante do BC9, que ali estava aquartelado. Corvacho era o Chefe de Estado Maior da Região Militar do Norte.
Agostinho Neto, presidente do MPLA, que tinha chegada a Lisboa prevista para este dia, afinal não chegou. Jonas Savimbi, presidente da UNITA, avistou-se com Leopold Senghor, presidente do Senegal, em Dakar. Em Serpa Pinto, capital da província de Cuando Cubango, no sul de Anogla, foi anunciada a saída de 60 elementos da chamada Revolta do Leste - a Facção Chipenda -, que terão aderido ao MPLA, «após negociações com o delegado local do movimento de Agostinho Neto».
Assim iam os nossos dias de Angola, há precisamente 45 anos!
Henrique Esgueira

Esgueira, condutor,
67 anos na Amadora!

O condutor Esgueira, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 7 de Janeiro de 2019.
Henriques Nunes Esgueira, de seu nome completo, nasceu neste dia, em Figueira Redonda, lugar da freguesia de Serra, em Tomar, mas apenas foi registado a 12 de Março seguinte. Faz anos por duas vezes!
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, á sua etra natal, mas vive há muitos anos na Amaora, onde é empresário do sector da construçãpo civil.
Para lé e para ele vão os nossos parabéns !

4 931 - Funeral de Pimenta, o Barbas de Zalala, a 9 de Janeiro de 2020! RIP!!!

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Cavaleiros do Norte no almoço de Natal, a 17 de Novembro de 2016, no Porto. De pé, Alberto Pimenta (o
 Barbas de Zalala), Horácio Carneiro, Casimiro, Agra (meio tapado), Alves (Pig-Bó), Carvalho, furriel
Dias, capitão Castro Dias,  Leirinha, Coelho (Buraquinho da CCS), Pinto, Celestino (condutor da CCS)
e Maia (padeiro). À frente, furriel Rodrigues (falecido a 30/08/2018), Leal, Raul, Vilaça, furriéis
Mota Viana, Queirós e Barreto, depois NN e Ciclista
O Alberto Pimenta, em Zalala e em 1974, com a águia
serpenteia apanhada numa viagem a Carmona

O funeral de Alberto Pimenta, o Barbas de Zalala, está marcado para as 10,30 horas de 9 de Janeiro de 2020, a próxima quinta-feira, em Amorim, na Póvoa do Varzim.
Alberto Abel Alves Pimenta nasceu a 25 de Fevereiro de 1952 (iria fazer 68 anos), foi Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e cumpriu a sua jornada africana de Angola por terras do Uíge - na mítica Fazenda Zalala, em Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona.
Alberto Pimenta, barbas de 45
anos, de Zalala à Póvoa do Varzim
A viagem para Angola foi a 1 de Junho de 1974, chegando a Zalala no dia 7 seguinte. Ali esteve até 25 de Novembro, rodando para Vista Alegre e Destacamento da Ponte do Dange. Daqui, a 24 de Abril de 1975, rodou a subunidade para o Songo, onde esteve até 6 de Junho, quando se aquartelou nas instalações da Zona Militar Norte (ZMN), na cidade de Carmona, actual Uíge.
Regressou a Portugal no dia 11 de Setembro e geriu a sua oficina de reparação automóvel, até à reforma - que agora gozava, entre um e outro biscates.
O corpo ficará em câmara ardente a partir das 14,30 horas de amanhã, dia 8 de Janeiro de 2019, na casa mortuária da Igreja da Paróquia de Amorim, na Póvoa do Varzim (estrada para Barcelos), realizando-se o funeral peças 10,30 horas de quinta-feira (dia 9).
O blogue «Cavaleiros do Norte», em nome pessoal e de toda a guarnição do BCAV. 8423, expressa à viúva Adelaide Couto e aos filhos Alberto, Jacinto e Hélder a sua mais sentida solidariedade, neste seu momento de dor e luto!
Até daqui a pouco, caro Alberto! 
Tu, garboso Cavaleiro do Norte e tudo o que és, e as tuas «zalalianas» barbas, ficam na nossa memória.
Para sempre!!! RIP!!!  

4 932 - O primeiro dia, há 45 anos, dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV . 8423!

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A avenida do Quitexe, ou Rua de Baixo, em imagem de 24 de Setembro de 2019. A segunda casa,
do lado direito, era a do Comando e secretaria da CCS do BCAV. 8423 e Casa dos Furriéis. A seguir,
 a Messe de Oficiais e, mais ao fundo, o bar e Messe de Sargentos 
Cavaleiros do Norte do PELREC no RC4, a 17 de Março de
 2017: o condutor Vicente, o atirador Marcos e os furriéis
milicianos Viegas e Neto, de Operações Especiais (Rangers) 

A apresentação  dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foi a 8 de Janeiro de 1974, há precisamente 45 anos e no Regimento de Cavalaria 2, no Campo Militar de Santa Margarida.
Ao tempo, decorreu uma reunião de trabalho no Destacamento do RC4 «em que estiveram presentes os quadros do BCAV.», tendo sido, de acordo com o livro «História a Unidade», «precedida de uma palestra a todo o pessoal».
Palestra em que o comandante Almeida e Brito «expressou os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV. durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na Região Militar de Angola».
«Poderá dizer-se que foi uma apresentação informal», reporta o HdU, precisando que «o encontro da maioria do pessoal do futuro Batalhão - oficiais, sargentos e praças - só se deu no dia 7 de Janeiro» de 1974. 
Não parece, mas já lá vão 45 anos! Todos éramos jovens e cheios de sonhos para o futuro, com uma guerra pelo meio. E era Angola o nosso destino!


 
  
A cimeira do Alvor
no Portugal de 1975

Um ano depois, exactamente, soube-se que a cimeira dos três movimentos angolanos com o Governo de Portugal não seria em Ofir, mas no Alvor, Algarve, no Hotel Penina. «Em avião especial, partirão hoje de Luanda para Faro, onde deverão chegar amanhã, às 9,30 horas, membros das delegações do MPLA e da UNITA», relatava o Diário de Lisboa de 8 de Janeiro de 1975 - que citamos. 
O avião faria (fez) escala em Lusaka, «afim de embarcarem outros dirigentes destes dois movimentos».
Wilson Santos, Jorge Valentim Vakulukuta (da UNITA), Albertino Almeida, Maria  do Carmo Medina e Diógenes Boavida (MPLA) eram alguns dos que viajam para Portugal nessa aeronave, também com «equipas de juristas». O Secretário de Estado da Administração Interna de Angola também viajaria, previa o DL. Era o tenente-coronel Gonçalves Ribeiro.
A delegação da FNLA, liderada por Holden Roberto, partiria de Libreville (Gabão), para Portugal, via Túnis, «ao que se julga(va), a bordo do avião pessoal de Mobutu, o presidente do Zaire». Em Libreville também se encontrava Jonas Savimbi, presidente da UNITA, e o DL admitia que viajasse para Portugal com Holden Roberto, no mesmo avião.
Idalmiro Vargas

Idalmiro de Zalala,
68 anos nos Açores!

O soldado condutor Manuel Idalmiro Vargas, da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 8 de Janeiro de 2019.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala, voltou a Angola pelo menos por 4 vezes, em negócios, e continua a viver na sua ilha açoriana do Pico, onde tem um posto de gasolina e armazéns de venda de tudo e mais alguma coisa. 
Não se dispensa dos encontros anuais da 1ª. CCAV. 8423 e voa para o continente para recordar, recarregar e multiplicar memórias, fazendo-se sempre acompanhar por familiares. Parabéns, Açoreano!!!, e muitos mais anos de vida!

4 933 - A Comissão da MFA dos Cavaleiros do Norte! A cimeira angolana!

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Avenida do Quitexe, na direcção de Camabatela e a 24 de Setembro de 2019. À esquerda, parte do que
resta do edifício do Comando, notando-se uma corda de roupa a seca. à direita, de vermelho, está
o condutor Nogueira da CCAÇ. 209/RI 29, a da Fazenda do Liberato . Quanto ao alcatrão, é como se vê...
O BC 12, que foi aquartelamento dos Cavaleiros do Norte
do BCAV. 8423 é agora Quartel General (QG) da Zona
ZMilitar Norte (ZMN) das Forças Armadas de Angola


O comandante Almeida e Brito reuniu,  a 9 de Janeiro de 1975, com os Cavaleiros do Norte eleitos para a Comissão do MFA / Angola.
O objectivo era «obter da sua actividade o melhor rendimento» e já dois dias antes (a 7) estivera com os comissários em uma outra reunião no Comando do Sector do Uíge (CSU), em Carmona.
O dia, uma quinta-feira, era véspera da cimeira entre os três movimentos de libertação de Angola e o Governo Português. Seria no Alvor, no Hotel Penina - entretanto esvaziado de todos os clientes lá instalados, mudados para outras unidades hoteleiras.
Ao Alvor, ainda não tinham chegado qualquer dos líderes dos três movimentos, mas sabia-se que a cimeira seria inaugurada pelo Presidente da República, General Costa Gomes, e que a delegação portuguesa, anunciava o Diário de Lisboa, seria chefiada pelo major Melo Antunes, ministro sem pasta - com os ministros Mário Soares (Negócios Estrangeiros) e Almeida Santos (Coordenação Interterritorial), para além do almirante Rosa Coutinho (Alto Comissário) e o Secretário de Estado da Administração Interna de Angola (o coronel Gonçalves Ribeiro).
Notícia do Diário de Lisboa de 9 de Janeiro
 de 1975, sobre a cimeira angolana

Portugal a receber
a cimeira angolana

A 9 de Janeiro de 1975, ainda nenhum dos três líderes emancipalistas tinha chegado a Portugal e eram esperados em Faro. 
O Estado Português tinha destacado três diplomatas para receber os presidentes dos três movimentos: Miguel Sanches Baena seria o anfitrião da UNITA, Silveira Carvalho da FNLA e António Valente do MPLA. Assegurariam, enquanto elementos do protocolo de Estado, «os contactos com cada uma das delegações».
As entradas no Hotel Penina (onde, por coincidência, trabalhava, ao tempo, a namorada e futura mulher do Cabrita, soldado da CCS dos Cavaleiros do Norte), estavam «rigorosamente condicionadas a cartões timbrados pelo Estado Maior General das Forças Armadas»
As vias de acesso ao aeroporto de Faro tinham segurança garantida das Forças Armadas (Infantaria 4, de Faro), PSP e GNR. A PSP, comandada pelo chefe de Esquadra Viegas, guardava o aeroporto. Há 45 anos!
Os furriéis milicianos Luís
Capitão e João Cardoso

Furriel Luís Capitão
faria hoje 68 anos!

O furriel miliciano Luís Ribeiro Capitão, da 3ª. CCAV. 8423, faria hoje 68 anos. Faleceu em 2010, há 10 anos!
Cavaleiro do Norte com a especialidade de atirador de Cavalaria, da Fazenda Santa Isabel, regressou a Portugal no doa 11 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua natal terra da Mata Norte, em Caxarias, freguesia de Urqueira, em (Vila Nova de) Ourém, onde nasceu a 9 de Janeiro de 1952.
Profissionalemte, foi maquinista da CP e faleceu de doença e hoje aqui o recordamos, com saudade. Foi um bom compahheiro da jornada africana do Uíge angolano. RIP!!

4 934 - O primeiro dia da Cimeira do Alvor, entre movimentos e Portugal!

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A Cimeira do Alvor, iniciada a 10 de Janeiro de 1975, há 45 anos. Da esquerda para a direita, os ministros
Almeida Santos e Mário Soares, os presidentes Jonas Savimbi (da UNITA) e Holden Roberto (FNLA),
Costa Gomes (Presidente da República de Portugal), Agostinho Neto (presidente do MPLA) e Rosa
 Coutinho (Alto Comissão de Portugal em Angola)
A primeira página do jornal «A Província de Angola»,
actual «Jornal de Angola», de 11 de Janeiro de 1975 e
sobre a Cimeira do Alvor

A Cimeira do Alvor, no algarvio Hotel Penina, começou há precisamente 45 anos, rodeada de expectativas. por cá e por lá, pelas uíjanas terras de Angola, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423.
«A Cimeira de Penina, que iria definir os termos da negociação de independência de Angola, polarizou todas as atenções, já que previamente, na de Mombaça, parecia, pela primeira vez, ter-se conseguido uma comunhão de interesses de todos os movimentos». É assim que o Livro da Unidade se refere à Cimeira do Alvor.
Luanda, a metropolitana capital de Angola, recebia mensagens do MPLA e da UNITA, ambas distribuídas sobre a cidade por um avião da Força Aérea Portuguesa (FAP).
O jardim do Quitexe, com a Administração
 ao fundo. Imagem de 24 de Setembro de 2019

Mensagens de MPLA,
FNLA e UNITA 

O Movimento de Agostinho Neto referia que «após dezenas de anos de luta heróica, todo o povo angolano, vive com  fervor o momento em que se desenha cada vez mais nítido o destino que é nosso, com alegria, a caminho de Portugal, a delegação do MPLA saúda tido o povo e reafirma sua confiança inabalável da vitória certa". A mensagem era assinada por Agostinho Neto.
A da UNITA: «A delegação da UNITA, dirigida pelo seu presidente dr. Jonas Savimbi, saúda todos os compatriotas e pede o o apoio maciço à sua missão histórica para a formação do Governo de Transição e a independência total de Angola. Neste momento, recomendamos uma vigilância total para que os objectivos fundamentais da nossa luta sejam plenamente atingidos». A mensagem  terminava com o grito «Wacha Angola. Unidos venceremos».
A FNLA, na mesma data, recebia apoio da Tunísia, em cuja capital o Presidente Holden Roberto foi recebido pelo Presidente Bourguiba, na passagem a caminho de Faro. Analisaram «a situação de Angola e as próximas negociações com Portugal», a formação de quadros (...) para dirigir o país como convém».
O Quitexe desse tempo de há 45 anos, muito expectante longe destas emoções, continuava a sua jornada, com fartas futeboladas pelo meio. Ora entre pelotões, ora entre companhias, ora com a população civil. Há 45 anos!!! 
Fernando Grácio e o furriel
Viegas, em 2013 (Amor)
F.  Grácio
em 1974/75

Grácio, 1º cabo sapador.
66 anos em Amor de Leiria!

O 1º. cabo Grácio, sapador de CCS do BCAV. 8423, festeja 66 anos a 11 de Janeiro de 2020.
Fernando Martinho Grácio -é este o seu nome completo - era o «caçula» dos Cavaleiros do Norte do Quitexe, então com mimosos 20 anos, e acumulou funções de sapador do pelotão do alferes Jaime Ribeiro com as de quarteleiro do depósito de géneros. E de guarda-redes de futebol.
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fixou-se na sua natal terra de Amor, em Leiria, onde ainda vive entre os seus trabalhos de construção civil e agricultura.
Para lé vai o nosso abraço de parabéns!

4 935 - O segundo dia da Cimeira do Alvor, os Cavaleiros do Norte no Uíge!

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Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. A casa onde se «aquartelou» a maior parte dos furriéis  milicianos
da CCS dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Do lado esquerdo, vê-se a esquina da casa que foi
depósito de géneros e Messe de Oficiais
Grupo de Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de
 Santa Isabel, em momento de ócio. O 1º. cabo  Fernando 
Martins Simões (falecido a 17/08/1998,  por enforcamento, 
em Penacova) é o segundo, de pé. Quem ajuda 
a identificar os restantes?
Almeida Santos, Rosa Cou-
tinho e Costa Gomes na Ci-
 meira do Alvor, há 45 anos

Aos 12 de Janeiro de 1975, há 45 anos, um sábado como hoje e segundo dia da Cimeira do Alvor, um comunicado oficial dava conta de «progressos substanciais».
A nota divulgada pelos jornais e por estes chegada ao Uíge angolano, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, dava conta que, na Cimeira, se tinha«atingido acordo em relação a vários pontos fundamentais, nomeadamente no que se refere ao estabelecimento das estruturas governamentais de Angola».
O então general Francisco Costa Gomes, o Presidente da República Portuguesa, confirmou, em declarações à imprensa, que «a independência ocorrerá este ano» e indicou mesmo uma data possível, ainda que sem quaisquer certezaa: 11 de Novembro de 1975. Data que se viria a confirmar.
O ministro António Almeida Santos, da Coordenação Inter-Territorial, por sua vez e a meio da tarde, falara em «três ou quatro pontos quentes» da Cimeira, nomeadamente os problemas da Constituição Angolana, chefia do Governo Provisório e organização das Forças Armadas, com combatentes dos três movimentos de libertação - que, do ponto de vista português, teriam colaboração e comando... português. 
Furriéis Rodrigues (falecido a 30/08/2018)
 e Pinto, dois Cavaleiros do Norte de
Zalala, em pose artística

Portugal e movimentos
com posições diferentes

Um dos pontos que vinha a diferenciar as posições portuguesa e do MPLA, da FNLA e da UNITA era precisamente as permanência das forças armadas portuguesas em território angolano. Defendiam os movimentos angolanos que deveriam sair 4 meses antes da independência, contra a posição portuguesa: a de permanecerem até ao dia da independência.
Outro ponto que afastava as posições era «o da formação do governo»: pretendiam os movimentos 5 pastas ministeriais para cada um e duas para Portugal. Queria a delegação portuguesa que os movimentos se ficassem por quatro, cada um. 
As guarnições portuguesas dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, ao tempo, embora muito expectantes quanto ao desenrolar da Cimeira, continuavam o se dia-a-dia: serviços de ordem escoltas e patrulhamentos nas estradas de alcatrão. E muita expectativa sobre o desenvolvimento da cimeira. 
«O que é que irá dar?...», era a interrogação corrente. 
Alberto Pimenta, o
Barbas de Zalala

Pimenta, o Barbas de
Zalala, Missa do 7º. Dia !

A missa sufrágio, a de 7º. dia, pela morte de Alberto Abel Alves Pimenta, o Barbas de Zalala, está marcada para as 19 horas de terça-feira, dia 13 de Janeiro de 2020.
Atirador de Cavalaria, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda de Zalala, faleceu aos 67 anos e a 7 de Janeiro de 2020, vítima de doença e depois de internamentos nos Hospitais da Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Deixou viuva Adelaide Veloso Coutos e os fillhos Alberto Carlos, Jacinto Filipe e Hélder Bruno do Couto Pimenta. 
A cerimónia religiosa vai realizar-se na Igreja Matriz de Amorim. RIP!!!


Morais, cortador da CCS,
faria 68 anos em Chaves|

O soldado cortador Morais, da CCS do BCAV. 8423, a do Quitexe, faria 68 anos a 12 de Fevereiro de 2019. Faleceu, em data desconhecida, mas há mais de 20 anos!
Carlos Alberto Morais da Silva, é este o nome completo, nasceu em Sanfins da Castanheira, freguesia do município de Chaves, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975,  no final da sua comissão militar em Angola. 
O pouco que sabemos dele, via Junta de Freguesia de Sanfins da Castanheira, é que trabalhou na construção civil, teve 3 filhos (ausentes em França) e que faleceu na sequência de uma reacção alérgica a um medicamento injectável.
Hoje o recordamos com saudade! RIP!!!

4 936 - A Cimeira de Angola no Alvor, o SPM do BCAV. 8423

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A placa de entrada da vila do Quitexe, no Uíge angolano, do lado de Luanda e na Estrada do Café, a 24
de Setembro de 2019. O piso, no geral, está em bom estado e mantem a largura do tempo colonial
Pavilhões escolares na antiga parada do BCAV. 8423,
no Quitexe. A sapata de cimento poderá ser de uma das
casernas dos Cavaleiros do Norte da CCS

Notícia do Diário de Lisboa
O jornal «A Província de Angola» editava-se em Luanda, era matutino e, na prática, o único diário que chegava ao Quitexe. Também se publicavam o «Comércio» e o «Diário de Luanda», pelo menos.
Há 45 anos, o «A Província de Angola» foi o primeiro jornal a que tivemos acesso, no Quitexe e já a 12 de Janeiro de 1975, sobre o que se passava no Alvor, entre as Delegações de Portugal e dos três movimentos de libertação de Angola - o MPLA, a FNLA e a UNITA.
O Jornal de Angola, que lhe sucedeu, dos acontecimentos deu conta na passagem dos 40 anos dessa histórica data e é isso que hoje, com a devida vénia e situando-os a 11 de Janeiro de 1975, disso damos conta: 
«A 200 metros do Hotel Penina não se pode circular. Cães ferozes, comandos, pára-quedistas, polícias, guardas-republicanos, exercem uma vigilância estreita que tem derrotado todas as tentativas de perfuração dos elementos da imprensa.
Cavaleiros do Norte do Quitexe: 1º. cabo Al- 
meida (cozinheiro), Lajes (do bar) e furriel
 Flora. Na segunda linha, furriéis Costa, 
Reino e Carvalho. Na terceira, Bento e José
 Carlos Fonseca - o responsável pelo SPM

A Cimeira recordada
pelo «Jornal de Angola»

Há 45 anos, o «A Província de Angola» foi o primeiro jornal a que tivemos acesso, no Quitexe e já a 12 de Janeiro de 1975, sobre o que se passava no Alvor, entre as Delegações de Portugal e dos três movimentos de libertação de Angola - MPLA, FNLA e UNITA.
O «Jornal de Angola», que lhe sucedeu, dos acontecimentos deu conta na passagem dos 40 anos (há 5) dessa histórica data e é isso que hoje, com a devida vénia e situando-os a 11 de Janeiro de 1975, disso damos conta: 
«A 200 metros do Hotel Penina não se pode circular. Cães ferozes, comandos, pára-quedistas, polícias, guardas-republicanos, exercem vigilância estreita, que tem derrotado todas as tentativas de perfuração dos elementos da imprensa. O almirante Rosa Coutinho esteve esta tarde no Hotel D. João II, onde funciona a sala de imprensa. A personalidade mais em evidência nas negociações, do lado português, é o major Melo Antunes, cuja forte personalidade parece dominar, realmente, (...), isto sem quebra de prestígio para Mário Soares e Almeida Santos. 
Os pontos cruciais neste momento das negociações são a constituição do Governo Provisório e a forma de funcionamento do Conselho de Ministros. O funcionamento do dia a dia dos serviços é da competência do respectivo ministro, mas a decisão política das decisões é do Gabinete, funcionando como órgão colegial. Assim se evitam os atritos entre os Movimentos de Libertação, responsabilizando-se colectivamente todos e cada um.
O outro ponto básico que demora mais tempo a resolver é, sem dúvida, o da constituição e comando das Forças Armadas da nova Angola. Savimbi já disse que concorda com um comando unificado, mas salvaguarda a segurança dos seus companheiros de luta. A opinião dos outros dirigentes é igualmente significativa: Exército Unificado no comando, mas salvaguarda dos seus militantes, da sua individualidade de guerrilheiros e membros dos movimentos».
Os presidentes Jonas Savimbi (da UNITA), Agos-
tinho Neto (MPLA) e Holden Roberto (FNLA)
 num momento certamente muito optimista em
 relação ao processo de independência de Angola

As delegações
da Cimeira do Alvor 

A lista oficial das Delegações participantes da Cimeira de Penina foi divulgada na tarde de 12 de Janeiro de 1975.
Há 45 as e as seguintes:
- Portugal: Ministros Melo Antunes (de Estado), Almeida Santos (Coordenação Inter-Territorial) e Mário Soares (Negócios Estrangeiros), brigadeiro Silva Cardoso, tenente-coronel Passos Ramos, majores Pezarat Correia, Gonçalves da Costa e José Pimentel, Fernando Reino, Sá Machado, António Cordeiro, Corucho de Almeida e Rui Machete.
-  Alto Comissário: Rosa Coutinho, conselheiros Brito de Figueiredo, Amílcar Martins, António Castilho, Salvação Barreto, Edmundo Gonçalves, Sindicato, Américo Silva, José Nunes Pedro, Cardoso e Cunha e Morais Sarmento.
- MPLA: Agostinho Neto, Diógenes Boavida, Afonso Van Dúnem (Mbinda), Lúcio Lara, Paulo Jorge, Lopo do Nascimento, Carlos Rocha, Joaquim Kapango, Saydi Mingas, Pascoal Costa, Albertino Almeida, Maria do Carmo Medina, Mateus Van Dúnem, Maria Mambo Café, Rui Carvalho, Rui Moreira, Miguel Whekeni, Armando Ginapo, Jacob Caetano (Monstro Imortal), César Augusto Kiluanji e Filipe Costa.
- UNITA: Jonas Savimbi, Jorge Sangumba, Rony C. Fernandes, José N´Dele, Marques Karumba, Jorge Valentim, Eliseu Chimbili, Fernando Wilson, Rubon Chitacumbili, Fernando Wilson, Rubom Chitacumbi, O. Goundiam, Jean-Paul Jouzinho, Waldemar Chindondo, Samuel Lumumba, Francisco Bole-Pole, M. Doringui, Fernando Jambiri, António Vakulukuta e Lucas Tukongelgni».
O jornal, citando um despacho da ANI, não fazia referência à Delegação da FNLA, por razões que desconhecemos.
Alberto Ferreira e Rodolfo Tomás, o homem do
 SPM, fotografados no bar dos praças Quitexe

Cavaleiros do Norte
com todas as calmas

A Cimeira do Alvor decorria no algarvio Hotel Penina e os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, na Angola uíjana, continuavam nas suas expectantes calmas.
Os furriéis milicianos Francisco Bento, José Augusto Monteiro e o José Carlos Fonseca vieram de férias a Portugal e delas não voltou este - que por lá era amanuense, prestando serviço no Comando do Batalhão. Em particular, era responsável pelo Serviço Postal Militar (SPM), com o 1º. cabo Rodolfo Tomaz a viajar quase diariamente (menos à segunda-feira) para Carmona, para levar e trazer correio do Portugal Europeu.
Quantos sonhos transportaram aquelas malas, que se enchiam de aerogramas (os bate-estradas), com apaixonados recados de amor, ou íntimos conselhos de familiares, ou o «diz-que-diz-que» dos amigos. Assim era, naquele tempo.
- Cimeira do Alvor no Jornal 
de Angola Ver AQUI

4 937 - O dia da independência de Angola na Cimeira do Alvor!

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O furriel Viegas, da CCS dos Cavaleiros do Norte do  BCAV. 8423, e o condutor Nogueira, da CCAÇ. 209/RI 21,
da Fazenda do Liberato, a caminho do Quitexe e de Carmona, a 24 de Setembro de 2019 e

 45 anos depois do regresso de Angola
O Clube do Quitexe, na Estrada do Café e dentro da vila
que foi sede do BCAV. 8423, a 24 de Setembro de 2019



O dia 13 de Janeiro de 1975, uma segunda-feira como hoje, foi tempo de se saber, confirmando anterior informação, que o dia 11 de Novembro seria o da independência de Angola, acordado na Cimeira do Alvor. 
O comunicado oficial fora do final da noite anterior e sublinhava «os avanços substanciais» e admitia mesmo «uma solução mais rápida do que aquelas previstas ainda esta manhã», como noticiava o Diário de Lisboa.
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelo Uíge angolano, continuavam muito expectantes mas de alguma maneira também distantes. 
Os mais esclarecidos, politicamente falando, digamos que seriam o Manuel Machado e o Luís Mosteias (falecido a 5 de Fevereiro de 2013,de doença) - que coincidiam na área, mas não totalmente nas razões. Eram populares os bitaites do Cândido Pires e quer o Francisco Neto, quer eu (Viegas), gostávamos de apimentar os inquietos debates com «bocas» e sátiras, tornando quase  intermináveis as diárias discussões do bar e messe de sargentos.
Notícia do Diário de
 Lisboa sobre a inde-
pendência de Angola

Movimentos de Angola
a uma só voz !

A Cimeira do Alvor continuava e era dada como certa a saída do almirante Rosa Coutinho (após a formação do Governo Provisório) e indicavam-se três nomes como possíveis futuros Alto-Comissários: o então brigadeiro Silva Cardoso, o tenente-coronel Gonçalves Ribeiro e o major Pezarat Correia.
Mário Soares, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, fez declarações sobre os três movimentos, referindo que falavam agora (então) «a uma só voz». mas foi desmentido por Paulo Jorge, do MPLA: «Isso é o que diz o Ministro do Negócios Estrangeiros de Portugal e não o que diz o MPLA. Essa é a opinião do dr. Soares».
Saidy Mingas, também do MPLA e sobre o processo de descolonização, comentou no Alvor que «uma descolonização reaccionária levaria ao neocolonialismo». Acrescentou que «o neocolonialismo em Angola significará a guerra». Assim ia o processo de independência de Angola, há 45 anos.
Alferes Carlos
João Sampaio

Sampaio, alferes de Zalala,
68 anos na Costa da Caparica!

O alferes miliciano Sampaio, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 15 de Janeiro de 2019.
Cavaleiro do Norte da mítica Fazenda de Zalala - e depois de Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona -, foi comandante do 2º. Grupo de Combate e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, no final da jornada angolana do Uíge, fixando-se na Avenida 5 de Outubro, em Lisboa - onde já residia.
Sabemos que mora, actualmente, na Costa da Caparica, em Almada, e para lá vai o nosso abraço de parabéns!

4 938 - O Governo de Transição e as Forças Armadas de Angola!

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Quitexe, a vila uíjana do norte de Angola que foi sede dos Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423. E
 mais tarde, também da 3ª. CCAV. Imagem da estrada do Café, no centro da localidade, vendo-se a
bomba de gasolina. Imagem do dia 24 de Setembro de 2019
Parada do Quitexe. De pé, 1º.s cabos Soares, Oliveira e Pais,
furriel Rocha, 1º. cabo Estrela (de braço no ombro e que ama-
nhã faz 69 anos), Silva, alferes Hermida (de bigode), Zambujo
(idem), furriel Pires (braços cruzados),  Felicíssimo (1ª. CCAV.)
1º. cabo Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-Eclair, de mão 
no queixo) e Wilson. Em baixo, Jorge Silva (3ª. CCAV.), 
Costa, 1º. cabo Salgueiro (?), furriel 
Cruz e 1º. cabo Tomás


Os dias de Janeiro de 1975 iam sendo riscados do calendário, um a um, e pelo Algarve português continuava a Cimeira do Alvor. 
A 14, uma terça-feira, hoje se fazem 45 anos, ficou a saber-se que o Governo de Transição de Angola seria formado até ao dia 31 desse Janeiro. E que o acordo entre Portugal e os três movimentos de libertação seria assinado no dia seguinte, às 20 horas.
Que boas notícias chegaram ao Quitexe, a Aldeia Viçosa e a Vista Alegre/Ponte do Dange, terras uíjanas de Angola por onde  jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!!! Mesmo muito boas!
«Pode dizer-se que o acordo está praticamente concluído, tendo voltado as quatro delegações a reunir esta manhã, para ultimarem a redacção dos últimos pontos do protocolo, os quais. segundo algumas fontes, se referem à atribuição das pastas ministeriais», reportava o Diário de Lisboa de 14 de Janeiro de 1975, que citamos.
Capa do Diário de Lisboa
de 14 de Janeiro de 1975

Governo de Transição
e Forças Armadas

A constituição do Governo de Transição de Angola tinha avançado para uma formação diferente das até aí propostas e discutidas. 
«Compreenderá três vice-primeiros ministros, um por cada movimento, além do Alto-Comissário, de nomeação Portuguesa», reportava o Diário de Lisboa. E este já não seria Rosa Coutinho, o Almirante Vermelho, mas antes o brigadeiro Silva Cardoso. 
Admitia-se, há 45 anos, que os vice-1º.s ministros fossem Lúcio Lara (indicado pelo MPLA), Johny Eduardo (pela FNLA e sobrinho do presidente Holden Roberto) e António Vakulukuta (pela UNITA). 
Portugal teria (expectava-se) as pastas ministeriais da Economia e da Informação, enquanto cada um dos três movimentos teriam cinco ministérios. Não iria ser bem assim.
O futuro Exército de Angola teria 36 000 homens: 18 000 de Portugal e 6 000 de cada movimento. Os portugueses, porém, iriam gradualmente abandonando Angola até à data de independência: 11 de Novembro de 1975. 
O Alto-Comissário Português acumularia com o Comando-Chefe das Forças Armadas, «não sendo de excluir a formação de comissões militares mistas, a exemplo do que tinha acontecido em Moçambique».
Os 1º.s cabos Felicíssino
e João Estrela, que amanhã
festeja 69 anos


Estrela, 1º. cabo da CCS,
67 anos na Amadora !

O 1º. cabo Estrela, da CCS do BCAV. 8423, festeja 69 anos a 15 de Janeiro de 1975.
João Francisco Lavadinho Estrela, alentejano de Campo Maior e Cavaleiro do Norte operador-cripto de especialidade militar, regressou a Portugal no doa 8 de Setembro de 1975. A Lisboa e à Rua dos Amenos, em Benfica. Vive actualmente na Mina de Água, em S. Braz da Amadora, onde, profissionalmente, é consultor imobiliário da Remax-Prime. 
É para lá, e para ele, que vai o nosso de parabéns! E que mais e bons anos se sigam!

4 939 - Comandante no Sector do Uíge e a Cimeira do Alvor 1 975!

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A vila do Quitexe,a avenida ou Rua de Baixo. À esquerda, a casa de Madame Van der Schaff (a rôxo)
 e o restaurante Pacheco, que ficavam em frente à Secretaria e Casa dos Furriéis da CCS dos

Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423. Imagem de 24 de Setembro de 2019

Delegação Portuguesa na Cimeira do Alvor. À frente,
NN, NN, Almeida Santos (de óculos), Rosa Coutinho, 

Presidente Costa Gomes, Melo Antunes e outros

O tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, comandante do Batalhão de Cavalaria 8423, recebeu no Quitexe o comandante Comando do Sector do Uíge (CSU) - que se fez acompanhar de oficiais do seu Estado Maior.
A reunião foi a 15 de Janeiro de 1975, há 45 anos, e envolveu os comandantes de todas as unidades do CSU, naturalmente para analisar e decidir questões operacionais, numa altura em que, no Alvor português do Algarve, se fechava a cimeira do Governo Português com os três movimentos de libertação. A assinatura do protocolo do acordo estava prevista para as 20 horas desse já distante dia 15 de Janeiro de 1975, uma terça-feira.
O Governo de Angola seria, segundo o Diário de Lisboa, «dirigido por um Conselho Presidencial, com três vice-primeiros ministros», um de cada movimento. E já se sugeriam três nomes: Jorge Valentim (pela UNITA), Johny Eduardo (da FNLA) e Lúcio Lara (MPLA).
A primeira página do Diário de
 Lisboa  de 15 de Janeiro de 1975
 titulava o acordo  do Alvor

Governo de Angola
há 45 anos !

O Presidente da República de Angola, ainda segundo o mesmo acordo, seria eleito pela Assembleia Constituinte e tomaria posse no dia da independência - 11 de Novembro. 
As novas informações davam conta que o Governo de Transição de Angola, para além dos três vice-primeiros ministros, teria 12 ministros: três de Portugal e três de cada um dos três movimentos de libertação. Portugal assumiria as pastas da Economia, Obras Públicas e Transportes e Comunicações. 
O Alto Comissário (que seria Silva Cardoso), entre outras tarefas, responsabilizar-se-ia pela Defesa e Segurança Pública. Os movimentos, entre outras, teriam as da Informação (MPLA), Administração Interna (FNLA) e Trabalho (UNITA). Cada um dos ministros dos movimentos teria dois Secretários de Estado - um da cada um dos outros dois movimentos.
Os Cavaleiros do Norte, lá pelas bandas do Uíge, continuavam expectantes e a cumprir, escrupulosamente, as tarefas que a jornada angolana lhes exigiam. E, em tempos livres, faziam do pelado do Quitexe o campo das suas futeboladas. 

Marques, 1º. cabo carpinteiro
da CCS, faria hoje 68 anos !

O 1º. cabo Marques, da CCS do BCAV. 8423, faria 68 anos a 15 de Janeiro de 2019. Faleceu a 1 de Novembro de 2011.
Carpinteiro de especialidade militar e por este nome popularizado por Angola, Manuel Augusto da Silva Marques regressou a Portugal e a Esmoriz, em Ovar, no dia 8 de Setembro de 1975. 
Por lá fez a sua vida familiar e profissional, falecendo de morte súbita quando, 1 de Novembro de há 9 anos e depois das cerimónias religiosas do dia, regressava a casa, com a esposa, e caiu fulminado, no momento em que procurava abrir a porta.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

4 940 - Assinatura do Acordo do Alvor! O comandante Craveiro Lopes!

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O discurso final do Presidente da República, Costa Gomes na Cimeira do Alvor, há
 precisamente 45 anos: «A partir de agora, vós e os vossos movimentos estão colocados
perante um desafio duplo (...)», disse o general
Francisco Craveiro Lopes, Presidente da Repú-
blica, e o filho, João Carlos Craveiro Lopes, que,
 a 16 de Janeiro de 1974, era coronel e tomou
posse como comandante do RC4

O BCAV 8423 teve «a primeira aparição pública, como unidade constituída», a 16 de Janeiro de 1974, há 46 anos, quando participou na cerimónia de posse do novo comandante do RC4, o coronel Craveiro Lopes, que era filho do marechal do mesmo nome, antigo Presidente da República.
Oficial de Cavalaria, já desde 26 de Dezembro de 1973 que era comandante do RC4 e foi substituído a 6 de Maio de 1974, pelo coronel Luís Maria de Sousa Campeão Gouveia. Revelou-se um comandante exigente, áspero até algumas vezes, e muito disciplinador. Uma vez, um grupo de 1ºs. cabos milicianos do BCAV. 8423 deslocava-se do Destacamento para o RC4 quando, vendo-o na porta d´armas, desviaram-se para o lado da capela, passando frente ao cinema, para não terem de lhe fazer continência - «coisa» muito habitual nesse tempo. A falta «baldava-se» para não se ter de bater paladas aos quadros superiores. 
Coronel Craveiro Lopes, coman-
dante do RC4, há 46 anos
O coronel e comandante reparou nisso e mandou-os chamar por um dos homens do reforço e passou-lhes «sermão e missa cantada», lembrando-lhes, muito austero e severo, os deveres militares a cumprir.
O BCAV. 8423, na cerimónia de posse do novo comandante, apresentou-se garboso na formatura e com garbo desfilou ante o novo comandante e oficiais do Regimento. A força dos futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, julgamos saber, era comandada pelo (futuro) alferes miliciano António Manuel Garcia, de Operações Especiais (os Rangers). 
Os oficiais mais destacados e já então colocados no BCAV. 8423 não eram muitos (o comandante e pouco mais) e estavam numa tribuna, perto do coronel Craveiro Lopes e de outros oficiais do Regimento de Cavalaria nº. 4 (o RC4, a nossa unidade mobilizadora) e da Região Militar de Tomar.
Primeira página do Diário de 
Lisboa de 16 de Janeiro de 1975, 
com a notícia da Cimeira
 do Alvor

O Acordo do Alvor e
a esperança d´Angola!

Um ano depois, a 15 de Janeiro de 1975, Portugal e os três movimentos de libertação assinaram o histórico acordo do Alvor, que abria portas para a independência de Angola.
«A partir de agora, vós e os vossos movimentos, estão colocados perante um desafio duplo. É a esperança de todos os angolanos a exigir que homens e partidos, apesar das diferenças sociais, filosóficas e políticas, saibam encontrar soluções angolanas autênticas, baseadas na capacidade de diálogo, no espírito de cooperação e na boa vontade de servir o vosso país», disse o Presidente Costa Gomes, no encerramento e dirigindo-se aos dirigentes do MPLA, da FNLA e da UNITA que participaram na Cimeira do Alvor.
O presidente do MPLA interveio em nome dos três movimentos de libertação: «Aqui, as pretensões dos colonialistas ficaram enterradas para sempre», disse Agostinho Neto, acrescentando que «afastado o obstáculo do colonialismo, nem o povo português nem o povo angolano desejarão recuar na sua transformação progressiva, para uma nova definição do homem na sociedade».
«A dinâmica da vida - acrescentou o presidente do MPLA - só nos pode conduzir a um destino. O destino do progresso. Se recuarmos, o processo em Portugal e em Angola, este importante acordo, hoje selado, pelo estabelecimento das relações justas entre os nossos povos, romper-se-á inevitavelmente».
O dia confirmou que o almirante Rosa Coutinho deixava o Alto Comissariado e seria substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso. Jonas Savimbi, presidente da UNITA e na véspera, voou nos Transportes Aéreos de Angola (TAAG) para Luanda e Agostinho Neto para Lisboa e depois para o Porto (num avião da Força Aérea Portuguesa). Holden Robert, presidente da FNLA, seguiu para Kinshasa, a capital do Zaire de Mobutu.


Ferreira, apontador 
de morteiros médios,
em festa dos 68 anos!

O 1º. cabo Ferreira, apontador de morteiros médios da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, festeja 68 anos a 17 de Janeiro de 2020.
José Agostinho da Silva Ferreira, de seu nome completo, é natural de Vila Chã, da minhota freguesia de Santo Estevão de Briteiros, município de Guimarães, e lá voltou a 11 de Setembro de 1975, quando os Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423 regressaram a Portugal.
Lá reside e para lá vai o nosso abraço de parabéns, pelos 68 anos que amanhã celebrará em família. Parabéns!

4 941 - Incêndio na arrecadação da CCS do BCAV. 8423 na vila do Quitexe

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O incêndio na arrecadação de material do  BCAV. 8423, na vila do Quitexe, foi há preci-
samente 45 anos. A  imagem mostra as labaredas por cima do telhado do edifício - que
 ficava na Estrada do Café, entre Carmona e Luanda

Os bens dos militares foram retirados do edifício e coloca-
dos na berma da Estrada do café. À direita, vê-se o capitão
 António Oliveira, comandante da CCS do,BCAV. 8423

Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, há precisamente 45 anos, continuavam expectantes quanto a tudo o que se soubesse da Cimeira do Alvor
O dia 17 de Janeiro de 1975, uma sexta-feira, foi marcado no Quitexe pelo incêndio na arrecadação de material de guerra da CCS - no mesmo edifício onde se hospedavam alguns oficiais milicianos. Foi um deles, o alferes Garcia, a dar o alarme e rapidamente se combateram as chamas - o que não evitou elevados prejuízos.
O incêndio terá tido origem num curto-circuito e pregou um enorme susto à guarnição, até porque nos primeiros momentos boa gente admitiu que fosse um acto de sabotagem. Não era e a pronta intervenção da tropa evitou males bem piores, assim como a salvação dos pertences dos militares ali hospedados.
Os três bombeiros que acudiram o incêndio
do Quitexe, há 45 anos e com uma bomba
manual de muito pouca água
 

Ardeu a casa de oficiais
e arrecadação de material

O estouro de algumas munições, devido ao calor das chamas, e o medo de que granadas e outros materiais de guerra (mais poderosos) rebentassem provocou algum pânico e as aflições foram muitas. Chegou a supor-se o pior. 
«Ardeu completamente uma das casas onde o BCAV. tinha a arrecadação de material de aquartelamento da CCS e os quartos dos oficiais», relata o livro «História da Unidade», citando «avultados prejuízos materiais».
A guarnição dos cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, ali aquartelada, sublinha o mesmo HdU, «teve a maior dedicação (...) mas não houve possibilidade de evitar a destruição total do imóvel, por falta de meios adequados para apagar o incêndio, inclusive a própria água».
Foram  chamados os bombeiros, que compareceram (eram três!!!...) com uma bomba manual e de pouca água, o que suscitou até alguma chacota da comunidade militar, que se sorriu da «aparatosa» intervenção. 
Os bombeiros apresentaram-se, imagine-se, até de gravata, como se vê na imagem. - Ver AQUI
Furriel Nelson
Rocha e Luciana

O amor de sempre 
do furriel Rocha !

O furriel miliciano Rocha, da CCS do BCAV. 8423, marca hoje os 41 anos de casamento com Luciana, seu amor de sempre!
O discreto e eficiente Nelson dos Remédios da Silva Rocha, Cavaleiro do Norte especializado em transmissões, regressou a Portugal a 8 de Setembro de 1975 e, por afinidade de familiares próximos, deixou (e quis) cair-se de amores que, há precisamente 41 anos o levaram ao altar, dando o braço  a Luciana e fazendo juras de eterno amor - que sabemos sempre viçoso, multiplicado e são.
Parabéns, ó Rocha! Cuide dele, D. Luciana!  Cuide bem e com amorÉ boa gente!!
O 1º. cabo Coelho, o
Buraquinho, com a
então namorada

Coelho, o 1º. cabo Buraquinho,
festeja 68 anos em Custóias !

O 1º. cabo Coelho, depurador de águas da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 17 de Janeiro de 2020.
Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho, é este o seu nome completo, imortalizou-se na sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano com o epíteto de Buraquinho - poucos conhecerão o seu nome de baptismo - e regressou a Portugal de braço dado com a sua então «mais-que-tudo» e futura, e actual, esposa e mãe do seu casal de filhos.
Trabalhou em várias áreas profissionais, também na restauração, e, agora já aposentado, mora na sua Custóias natal, para onde, e para ele, o nosso abraço de parabéns! 

4 942 - Cavaleiros do Norte do Quitexe em encontro de Custóias!

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Cavaleiros do Norte da CCS em Custóias, a 18 de Janeiro de 2020: Joaquim Moreira e Albertino Neves
(maqueiros), 1ºs. cabos Miguel Teixeira, Domingos Teixeira e Vasco Vieira (Vasquinho), furriel Viegas,
1º. cabo Alfredo Coelho (Buraquinho, alferes António Cruz, 1º cabo Porfírio Malheiro e José Gomes. À
frente, António Calçada e Américo Gaiteiro
A «formatura» dos «CCS´s» na «parada»
 do restaurante S. Tiago em Custóias, com
algumas das suas Amazonas do Norte
Alferes António Cruz e, à
esquerda, António Calçada

Uma dúzia de Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 achou-se hoje nu almoço em Custóias, para confraternizar e fazer memórias da nossa jornada africana do Uíge angolano. 
A «ordem de operações» foi do alferes miliciano António Albano Cruz, oficial comandante do Parque-Auto, com acção no terreno do 1º. cabo Alfredo Coelho, o imortal Buraquinho, que fez «emboscar» a malta no restaurante S. Tiago, de boa gente no atendimento e apetitosa ementa para sossegar estômagos.
A primeira grande boa memória, foi a notícia do condutor Joaquim Celestino, que continua internado no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, mas a reagir muito bem e a recuperar das fragilidades de saúde que para lá o «atiraram». 
Memórias foram muitas; desde o destemor do comandante Almeida e Brito à humildade do soldado «básico» António Cabrita, o quadro de oficiais, sargentos e praças da pirâmide humana que formou a CCS do BCAV. 8423, com muitas «cenas» à mistura. Algumas, por exemplo, do inesquecível tenente Mora (o Palinhas), os momentos de tragédia dos dias 1 a 6 de Junho de 1975 - os dos fratricidas combates que, em Carmona, opuseram combatentes da FNLA e do MPLA. Ou o dia da revolta da CCAÇ. 2019/RI 21, a da Fazenda do Liberato.
Alfredo Coelho (Buraquinho),
 Joaquim Moreira e a Amazona
 do condutor Gomes 
O anfitrião Alfredo Coelho botou faladura para explicar a «operação» ordenada pelo alferes Cruz e não esqueceu a imortalidade de alguns do momentos de bravura, em várias «acções de voluntários à força», nomeadamente na madrugada/manhã de 1 de Junho de 1975.
António Albano Cruz deu força à razão destes encontros: «Fomentar a amizade do grupo, ampliá-la para além do almoço anual».

Comandante Almeida
e Brito em Carmona !

O tenente-coronel Almeida e Brito esteve em Carmona no dia 18 de Janeiro de 1975, para reunião no Comando de Sector do Uíge.
O comandante do BCAV. 8423, acompanhado pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto, esteve na capital da província em função, de acordo como livro «História da Unidade», da «necessidade de estabelecimento de contactos operacionais».
Furriéis milicianos de Santa Isa-
bel: Flora, Belo, Fernandes (em
festa de 68 anos) e Ricardo

Fernandes, furriel de
Santa Isabel, 68 anos!

O furriel miliciano António da Costa Fernandes, da 3ª. CCAV. 8423, festeja 68 anos a 19 de Janeiro de 2020.
Cavaleiro do Norte da Fazenda Santa Isabel e atirador de Cavalaria de especialidade militar, também jornadeou pelo Quitexe e Carmona e regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975, à sua Lomar natal, em Braga.
Profissionalmente, fez carreira como professor e, já aposentado, reside Braga, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

4 943 - O Alvor de 1975 e Custóias de 2020 na vida da CCS do BCAV. 8423

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Quinteto de 1ºs cabos da CCS do BCAV. 8423, em Luanda: os escriturários Vasco Vieira (Vasquinho),
 Damião Viana (que hoje festeja 68 anos) e Miguel Teixeira e os operadores-cripto António Medeiros (já
 falecido) e João Estrela

Cavaleiros do Norte da CCS, ontem em Custóias e todos
1ºs. cabos: os escriturários Miguel Teixeira e Vasco Vieira
 (Vasquinho), o estofador Domingos Teixeira e o
mecânico e «caçula» Porfírio Malheiro
Os Cavaleiros do Norte que ontem se «almoçaram» de saudades por Custóias - a dúzia de ontem e os de todas as 4 companhias do BCAV. 8423 - continuavam, há 45 anos, expectantes quanto aos efeitos práticos da Cimeira do Alvor que, curiosamente e por esse tempo, nós mais conhecíamos por Cimeira de Penina, por ser no hotel deste nome que se realizou.
Os Cavaleiros do Norte que ontem se «almoçaram» de saudades por Custóias - a dúzia de ontem e os de todas as 4 companhas do BCAV. 8423 -continuavam, há 45 anos, expectantes quanto aos efeitos práticos da Cimeira do Alvor - que, curiosamente e por esse tempo, nós mais conhecíamos por Cimeira de Penina, por ser no hotel deste nome que se realizou.
Os murmúrios sobre a rotação do BCAV. 8423 para Carmona - a cidade capital do Uíge e que fica a uns 40 quilómetros do Quitexe - continuavam e dela se falava no dia-a-dia, mas nada de concreto se sabia. Se bem que o Pelotão de Morteiros 4281 já para lá tivesse rodado, começando a 20 de Dezembro de 1974 e concluindo a mudança no dia 4 de Janeiro de 1975. Mas era apenas uma das subunidades do BCAV. 8423, mais antiga até na sua missão de soberania por terras de Angola.
O casal Conceição e António Calçada (sapador) e
o condutor-auto Américo Gaiteiro

Missa a Igreja da
Mãe de Deus do Quitexe

O dia 19 de Janeiro de 1975 foi um  domingo, como hoje, e alguns Cavaleiros do Norte, os mais crentes,  participaram na celebração da missa da Igreja da Mãe de Deus do Quitexe, onde sacerdotava o padre Albino Capela, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. 
Ainda ontem se falou dele, evocando a sua missão comungada com os Cavaleiros do Norte pelas terras do Uíge angolano e o alferes António Cruz lembrou, até, que foi ele quem baptizou um dos seus dois filhos.
António Albino Vieira Martins Capela, é este seu nome completo, regressou a Portugal e «com muita pena», disse ao blogue, abandonou a Ordem e o sacerdócio, licenciou-se em Humanidades na Universidade Católica, exerceu o professorado em Barcelos, casou e é pai de um casal, também avô e frequentador habitual dos encontros da CCS.
No Quitexe e com ele, também em missão, estava a sua irmã de sangue, a Irmã Maria Augusta Vieira Martins, da Congregação da Imaculada Conceição e Santo António, que continuou em Angola depois da independência e faleceu a 2 de Junho de 2006, quando estava de férias em Portugal, em Lisboa e de doença.
Damião Viana
em 2020
Damião Viana
em 1975


Damião, 1º. cabo escriturário,
68 anos em Gondomar !

O 1º. cabo Damião Augusto das Neves Viana, da CCS do BCAV. 8423, festeja 68 anos a 19 de Janeiro 2020.
Escriturário de especialidade militar, regressou a Portugal e a Valbom, em Gondomar, no dia 8 de Setembro de 1975, no final da sua (e nossa) jornada africana de Angola - pelo uíjano norte.
Profissionalmente, trabalhou na área da ourivesaria e, agora já aposentado, reside em Fânzeres, também de Gondomar. É para lá, e para ele, que vai o abraço colectivo dos Cavaleiros do Norte da CCS, que ainda ontem dele falaram no almoço de Custóias! E um abraço embrulhado no desejo de que a intervenção cirúrgica do dia 29 lhe corra pelo melhor! Parabéns!

4 944 - As eleições que se souberam em Angola para a Constituinte Portuguesa!

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Cavaleiros do Norte no Quiotexe. Da esquerda para direita, Francisco e Madaleno, Ferreira (de garrafa 
na mão), 1º. cabo Almeida (falecido  28/02/2009, em Penamacor e de doença) e três sapadores. Depois, em 
círculo e a partir da esquerda, Botelho (de bigode), Aurélio e Florêncio (de bigode), Aurélio (Barbeiro
Messejana (f. a 27/11/2009, em Lisboa e de doença), 1º.s cabos Soares (f. em 2018) e Vicente (f. a 21/01/1997, 
de doença e em  Alcanede), Leal (f. a 18/06/2007, de doença e em Pombal), 1º. cabo  José Cordeiro (de
 bigode), Domingues e alferes António  Garcia (f. a 02/11/1979, de acidente). Sublinhado, o 1º. cabo 
Ezequiel Maria Silvestre, que hoje faz 68 anos, na Sobreda, em Almada. À direita dele, Marcos e NN
O alferes António Cruz e o furriel Viegas no encontro
de Custóias,a 18 de Janeiro de 2010


Há precisamente 45 anos e no Quitexe de 20 de Janeiro, também uma segunda-feira, de Portugal chegou a notícia de que o MFA assegurava a realização das primeiras eleições do pós-25 de Abril. 
O dia, por outras razões, era particularmente emotivo para mim: minha mãe fazia 54 anos (hoje, celebra 99!!!) e era a primeira vez que estava distante dela. Mais e mais grave: estava em cenário de guerra, o que lh´enlutava a alma, por muito que lhe dissesse, escrevendo regularmente, que estava tudo bem - no que ela não acreditava minimamente! 
«Isso é o que tu dizes!..., mas não é o quer por cá se conta!!!...», comentava ela, sempre que, de cá para lá e em aerogramas, m´enviava os seus recados e conselhos, dando troco às minhas notícias e mandando-me outras, do seu dia-a-dia, da família e da nossa aldeia natal. E do que, de mais trágico ou grave e perigosos, ia ouvindo sobre o que se passava em Angola. Outras vezes - e muitas, valha a verdade!!!!... - perguntando por familiares e conterrâneos que estavam radicados na imensa Angola e de lá, por isto ou aquilo, não davam sinal de vida.

Eleições em Abril,
para a Constituinte

As primeiras eleições e «a necessidade de uma legislação revolucionária» foram temas fortes que levaram o Conselho dos Vinte (o Conselho Superior da MFA) a reunir em Lisboa, confirmando que «assegurará a realização e a legitimidade das eleições para a Assembleia Constituinte, condenando as acções que, de qualquer modo, ponham em dúvida ou em causa a sua realização».
A Armada, por sua vez, reuniu 900 oficiais em plenário, na Escola Naval, e confirmou «confiança e apoio à Comissão Coordenadora do Programa do MFA, ao Conselho Superior da MFA e às Comissões Coordenadoras dos três ramos das Forças Armadas».
Ezequiel Maria Silvestre
em 1974 e por Angola

Ezequiel, 1º. cabo,
festeja 68 anos!

O 1º. cabo Ezequiel Maria Silvestre, da CCS do BCAV. 8423 festeja 68 anos a 20 de Janeiro de 2020.
Combatente do PELREC e tendo Reconhecimento e Informação como especialidade, regressou a Portugal e ao (seu) Laranjeiro, em Almada, no dia 8 de Setembro de 1975 no final da sua (e nossa) comissão militar por terras do norte de Angol.
Trabalhou na área da construção civil e, já aposentado e mais dedicado à família, vai fazendo «uns biscates» para para matar o tempo e mora na Sobreda, em Almada, para onde segue o nosso abraço de parabéns!

Orlando e Couchinho

em festas de 68 anos!

O 1º. cabo Couchinho e o condutor Oliveira, ambos Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festejam 68 anos a 20 de Janeiro de 2020.

António Manuel Couchinho foi atirador de Cavalaria e, ao tempo, morava em Idanha-a-Nova. Pouco mais dele sabemos, apenas que mora(rá) no Casal de S. Braz, na zona de Lisboa.     
Orlando Marques de Oliveira, outro Cavaleiro do Norte de Zalala, segundo o furriel João Dias, mora em Almeida.
Para ambos, os nossos parabéns!

4 945 - Remodelação do dispositivo militar do Uíge angolano!

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Cavaleiros do Norte há 45 anos e no Quitexe uíjano de Angola, furriéis milicianos: António
 Fernandes (tronco nu), Graciano Silva, um combatente da FNLA e Francisco Neto (de
 tronco nu, todos de pé), Nelson Rocha, José Querido e João Cardoso (em baixo)
Cavaleiros do Norte do PELREC. De pé, os 1ºs. cabos Jorge
 Vicente e Joaquim Almeida, furriel Monteiro (à civil) e
1º. cabo Hipólito. Em baixo, Aurélio (Barbeiro), furriel
 Neto, Leal e alferes Garcia.
Vicente, Almeida, Leal e Garcia já faleceram. RIP!!!

Aos dias 21 de Janeiro de 1975, há 45 anos e por terras do Uíge angolano, por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, levedavam murmúrios sobre «uma nova remodelação do dispositivo militar».
Não seria (e não foi) «coisa» nova, mas consequência da Cimeira do Alvor, o que, naturalmente, foi razão para as reuniões de trabalho do comandante Almeida e Brito, em Carmona (na ZMN e no BC12), em que participou o comandante Almeida e Brito.
O BC12, criado em 1961 - e que desde então guarnecia a capital da província do Uíge (Carmona) -, «iria ser extinto», como se lê no livro «História da Unidade, e expectava-se sobre a nossa rotação para lá, mas também para... Luanda! - onde os Cavaleiros do Norte eram desejados!
«O movimento está esboçado, mas aguarda ainda a sanção superior, resultante de alterações que a cimeira do Alvor possa impor», refere o HdU.
O Hospital / Delegação de Saúde do Quitexe
em imag de 24 de Setembro de 2019

Movimentos em acções
de politização

Ao tempo, os movimentos emancipalistas instalavam delegações nas principais localidades - casos de Quitexe, de Aldeia Viçosa e Vista Alegre - , desenvolvendo «actividades de politização», naturalmente procurando atrair a população para as suas ideias.
Em Lisboa, Agostinho Neto, presidente do MPLA, visitava o Hospital de Santa Maria onde, como médico, trabalhara em 1962, antes de entrar na clandestinidade. «Vou-me embora amanhã, mas vou em condições muito mais favoráveis que há 14 anos», comentou o dirigente angolano que, segundo o Diário de Lisboa de 20 de Janeiro de 1975, deixou Portugal no do seguinte. Hoje se passam 45 anos!
A expectativa (anunciada) era a de que estaria no dia 31 de Janeiro seguinte, em Luanda, para «a posse do Governo de Transição».
Jorge Vicente
1º. cabo da CCS

Vicente, 1º. cabo da CCS,
faleceu há 23 anos !

O 1º. cabo Vicente, da CCS do BCAV. 8423, faleceu, de doença, a 21 de Janeiro de 1997.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e combatente do PELREC, Jorge Luís Domingues Vicente, é este o seu nome completo, regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua natal terra de Vila Moreira, em Alcanede.
Problemas de coração, fragilizaram a sua saúde, do nosso convívio físico levando um bom companheiro da nossa jornada uíjana de Angola e que foi grade animador dos primeiros encntros anuais dos Cavaleiros do Norte.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

4 946 - Um recuo em Portugal, será um recuo para Angola!

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O que sobra do edifício do Comando do BCAV. 8423, no Quitexe. À direita, à esquerda da casa cor de
rosa, era a porta d´armas.  Dentro das paredes, vimos, a 24 de Setembro de 2019, um contentor no
 qual, supostamente, morará uma família. Vimos lá gente e repare-se na roupa no estendal
Quitexe, a porta d´armas e a  parada da CCS dos Cava-
leiros do Norte do BCAV. 8423, em 1974/75


O Comandante do Sector do Uíge (CSU) esteve no Quitexe a 22 de Janeiro de 1975, presidindo à reunião de comandantes das várias unidades do Sector. Esteve acompanhado de oficiais do seu Estado Maior. A então próxima rotação dos Cavaleiros do Norte foi, 
Notícia do Diário de Lisboa sobre
a situação política em Angola
seguramente, um dos temas do encontro.
A guarnição cumpria serviços de ordem e praticava desporto, principalmente futebol e no âmbito da acção psicológica. E fazia contas para a data do regresso - que só viria a acontecer em Setembro, embora as expectativas fossem outras, para datas bem mais próximas. 
Agostinho Neto foi recebido na Associação Portuguesa de Escritores, em Lisboa, afirmava acreditar que «depois da independência, haverá mais negros em Portugal e mais brancos em Angola».
«Vejo o começo duma nova situação em que, de facto, a liberdade se poderá materializar em cada um dos países nisso interessados, nas ex-colónias e em Portugal propriamente dito. Porém, não nos esqueçamos que teremos de bater firmemente a reacção e que só depois de a batermos firmemente poderemos aspirar a uma liberdade total. É, pois, necessário que os povos de Angola e Portugal se unam, porque unidos haveremos de trilhar o caminho da liberdade, obstando a que se reinstale o neocolonialismo. Um recuo em Portugal, será um recuo para Angola e um recuo em Angola, será um recuo para Portugal», disse Agostinho Neto.
Quinteto de Cavaleiros do Norte do PELREC:
1º. cabo Albino Ferreira, furriéis Viegas e
Neto e os soldados António e Florêncio

Albino, 1º. cabo da CCS,
faleceu quatro 4 anos !

O 1º. cabo Albino dos Anjos Ferreira foi atirador de Cavalaria do BCAV. 9423 e faleceu há 4 anos, a 23 de Janeiro de 2017.
Cavaleiro do Norte do PELREC da CCS, foi transferido para a 1ª. CCAV., a de Zalala, em Setembro de 1974 e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro, à sua natal casa da freguesia do Cardal, município de Ferreira do Zêzere, onde nasceu a 28 de Novembro de 1952. Mudou-se para a Grande Lisboa e trabalhou a área da construção civil e ramo« automóvel. Morador em Almargem do Bispo, foi vítima de doença grave, falecendo há 4 anos.
Hoje e aqui o recordamos com saudade! RIP!!!

4 947 - Comandante em Aldeia Viçosa para «contactos operacionais»

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Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: 1º. cabo António Ferreira, soldado
Joaquim Verde, furriel Mário Matos e soldados Adelino Santos e Leonel Sebastião no encontro de
 28 de Setembro de 2019
Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa a 28 de
Setembro de 2019: Samuel Oliveira,António Ve-
nâncio e João Oliveira

O comandante Almeida e Brito esteve em Aldeia Viçosa, a 23 de Janeiro de 1975, há 45 anos, acompanhado pelo capitão José Paulo Falcão (o oficial adjunto e de operações) para «estabelecimento de contactos operacionais» com a 2ª. CCAV. 84233 - aquartelada naquela vila e comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
Ao tempo, murmurava-se cada vez mais a possibilidade de mais uma rotação dos Cavaleiros do Norte. Tal, era resultado
Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa: furriéis
Guedes, Gomes, Martins (bigode), Letras e
Jesuíno. À frente, de ambos de cigarro na
boca, Sebastião e Oliveira (cozinheiro)


 das negociações da Cimeira do Alvor, sobre a independência de Angola, e não surpreenderia que a visita do (então) tenente-coronel Almeida e Brito se enquadrasse nesse âmbito.
Agostinho Neto, em Lisboa e na Associação Portuguesa de Escritores, disse «ser necessário que os povo de Angola e de Portugal se unam, porque unidos haveremos de trilhar o com caminho da liberdade, obstando a que se reinstale qualquer outro poder neocolonialista»
«Um recuo para Portugal será um recuo para Angola e um  recuo em Angola será um recuo para Portugal», afirmou Agostinho Neto, frisando também crer que «depois da independência vai haver mais negros em Portugal e mais bancos em Angola».
Um ano antes, precisamente - no dia 23 de Janeiro de 1974 e no Regimento de Cavalaria 4, em Santa Margarida - o BCAV. 8423 foi alvo de «inspecção normal de uma Escola de Recrutas», que esteve a cargo do coronel Magalhães Corrêa, da DAC. 
Mário Costa

Costa, clarim de Zalala, 
68 anos em Leiria !

O soldado clarim Mário Costa, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 68 anos a 23 de Janeiro de 2020.
Mário Ventura Soares da Costa foi Cavaleiro do Norte da subunidade do capitão miliciano Davide Castro Dias, também passou Por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona e regressou a Portugal no a 9 de Setembro de 1975 a Face de Figueira, em Sintra. Mora agora em Maceira Liz, arredores de Leiria, para onde vai o nosso abraço de parabéns!

4 948 - Cavaleiros expectantes, silêncios dos movimentos e êxodo dos colonos!

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Cavaleiros do Norte da 2ª. CCV. 8423, a de Aldeia Viçosa, 44 aos depois do regresso de Angola, a 28
 de Setembro de 2019: os 1ºs.  cabos José Maria Beato (rádio-telegrafista) e  Alberto Marques 
(operador-cripto) e o soldado condutor João Oliveira
Furriéis milicianos António Carlos Letras e Abel
Ribeiro Mourato, que hoje faz 68 anos!


Os dias de Janeiro de 1975 iam chegando ao fim e cada vez mais levedavam as expectativas dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, quanto ao futuro próximo de Angola. O que equivaleria ao que os «esperava» no resto da sua jornada africana do Uíge.
As várias guarnições do Batalhão de Cavalaria 8423 eram palcos de muitos murmúrios - e especulações... - sobre quem iria fazer parte do Governo de Transição, que era um dos grandes objectivos decorrentes do Acordo do Alvor e do processo de independência de Angola. O maior!
As poucas informações que chegavam à vila do Quitexe (sede do BCAV. 8423 e onde se aquartelavam a CCS e a 3ª. CCAV. 8423), a Aldeia Viçosa (localidade da 2ª. CCAV.) e a Vista Alegre e Ponte do Dange (1ª. CCAV., a que fora de Zalala) eram as veiculadas pela imprensa - fosse escrita, fosse falada (através da rádio, pois ainda por lá ainda não havia televisão...) e quase nada, ou nada mesmo adiantavam. 

Cavaleiros do Norte de Zalala: NN, Campos, alferes
 Santos, furriel Nascimento e Casimiro Martins (que
 hoje faz 68 anos). Em baixo, NN e Ruizinho


Silêncios dos movimentos
e êxodo dos colonos

A falar verdade e com rigor, confundiam, até, o mais prevenido e interessado ou politicamente esclarecido cidadão - fosse ele angolano ou fosse português, de qualquer cor ou credo religioso e/ou político, fosse civil ou militar, mais ou menos intelectual, ou social ou culturalmente evoluído.
«A vida política angolana centra-se, neste momento, nas tentativas de adivinhação no que respeita à futura constituição do Governo de Transição», lia-se no vespertino Diário de Lisboa desse dia.
A 24 de Janeiro desse ano, uma sexta-feira,  da parte do MPLA «nada de oficial ou com carácter de segurança transpirou». Vaal Neto, da FNLA, dava conta que os membros dos seu movimento «ainda não foram designados». Da UNITA, referia a imprensa do dia, «também nada se sabe». 
Por falar em imprensa, o MPLA era alvo de «acusações veladas», que apontavam no sentido de que «manipularia alguns desses órgãos». Mas, referia o Diário de Lisboa, «a verdade é que pelo menos três desses órgãos de informação fazem essa acusação, o que demonstra a sua oposição ao MPLA»
Ao tempo, esse tipo de acusações era muito normal - de movimentos para movimentos. Nota do dia era também para «o êxodo dos colonos», que, referia a imprensa, «continua, embora a um ritmo menos acelerado». E para «a falta de cerveja e de refrigerantes e uma contínua alta de preços».
Abel Mourato

Mourato de Aldeia Viçosa,

68 anos em Vila Viçosa!
  
O dia 24 de Janeiro de 2010 é dia festejar 69 anos o furriel Mourato  de dois Cavaleiros do Norte da 2ª. CAV. 8423.
Abel Maria Ribeiro Mourato foi vagomestre da dos Cavaleiros do Norte de Aldeia Viçosa. e regressou a Portugal e a Portalegre (a cidade de nascimento e residência, ao tempo) no dia 10 de Setembro de 1975. Fez carreira profissional na função pública - nas Finanças . e, já aposentado, mora em Vila Viçosa. Parabéns!
C. Martins

Casimiro de Zalala, 68
anos na Póvoa do Lanhoso

O soldado Casimiro da Silva Martins,  da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e comemora 68 anos a 24 de Janeiro de 2020.
Atirador de Cavalaria de especialidade, por lá foi também responsável pelo depósito de géneros e a 9 de Setembro de 1975 voltou à sua natal terra de Sobradelo da Goma, na Póvoa do Lanhoso. Agora já aposentado, lá continua a viver e para la vai o nosso voto de parabéns!


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