Carmona, nos tempos portugueses (foto da net). Em baixo, notícia da conquista do Caxito
Aqui, a escassos 50 quilómetros da capital, verificou-se, na tarde da véspera, a sua reconquista, pelas forças da FNLA. A vila, que era (e é) um importante nó rodoviário angolano, estava ocupada pelo MPLA desde 28 de Maio e as forças de Holden Roberto, entraram com carros blindados: dois estacionados no centro e quatro à vista.
A ocupação, segundo o Diário de Lisboa de 25 de Julho, «não significa, de maneira alguma, uma vitória militar decisiva» mas, sublinhava o jornal, «tem grande importância estratégia e moral para a FNLA, pois se trata da primeira vitória militar significativa, desde os incidentes do princípio do mês em Luanda».
Daniel Chipenda, em Carmona (afinal, continuava na capital do Uíge) e em declarações à AFP, afirmava que o ELNA «tinha recomeçado o avanço para a capital angolana, com o intuito não de negociar, mas de conquistar o poder».
«As nossas forças marcham sobre Luanda e esperamos que a sua entrada na capital se faça nos próximos dias», afirmou o secretário-geral adjunto da FNLA, afirmando-se «sem medo de «uma intervenção da aviação portuguesa» e reafirmando a presença de Holden Roberto «em território nacional angolano».
«Vamos para Luanda não para negociar, mas para dirigir», reafirmou Daniel Chipenda, que, a pergunta do jornalista da AFP, rejeitou a ideia de a FNLA criar uma Angola do Norte - por ser o norte a principal área de influência do movimento.
«Não queremos balcanizar o nosso país. A nossa capital não é Carmona nem S. Salvador. É Luanda», sublinhou Daniel Chipenda