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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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1 599 - A noite de Natal dos Cavaleiros de Vista Alegre

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A noite de Natal dos Cavaleiros do Norte de Zalala, mas em Vista Alegre, já lá vão mais de 38 anos. Mesa farta, como se vê. E boa disposição.
Lembrar os nomes é que é o caraças! Começando ali pela esquerda, lá atrás, a sorrir, quem será? Não imagino. Depois, mais sério, quiçá nostálgico, está o Santinhos, do bar dos soldados. De gargalo no ar e de bigodinho fino, está o Queirós, a abrir a boca de felicidade, para ficar no retrato.
O bigodaças de óculos, vejam só, é o da fotografia ali abaixo (destacada, à esquerda): o 1º. cabo Carlos Ferreira, que por Zalala, Vista Alegre, Quitexe e Carmona passou em Dezembro de 2012 e nos enriqueceu com dezenas de fotografias da actualidade uíjana. Aqui as temos vindo a publicar.
O Barreto é o de bigode farfalhudo, à esquerda do Ferreira. Depois, o 1º. cabo Dorindo (outro de bigode). E quem será este aqui em pose de galã e mão dobrada no queixo?  Será o electricista? E aqueles dois, lá atrás, à direita, a olhar para o fotografo?! Pois, sei lá, nem com a ajuda do Ferreira - que tamb+em nos enviou esta imagem.
A festa, vale a pena lembrar, teve direito a vinho (coisa rara nos nossos dias da jornada angolana) e bolo-rei - que o Queirós e o Rodrigues, «meio amalucadamente», foram buscar a Luanda, à Intendência Militar, tendo de ir e vir à  boleia de civis, por não haver transporte militar. Soube às mil maravilhas!

1 600 - A estrada do café, de Luanda a Carmona...

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A estrada do café, em Dezembro de 2012, em imagens de Carlos Ferreira. Quantas vezes por ali passámos, nos «desenfianços»  do Quitexe a Carmona - onde buscávamos os prazeres e gostos que só uma cidade proporciona.
A estrada do café, de Luanda a Carmona, julgo que 280 quilómetros (mais um menos um), era rodeada de matas em extensos troços e por lá se viam muitos vendedores ambulantes - como os da foto de baixo. A este nível, parece não ter mudado muita coisa.
A imagem de cima mostra que a estrada está(va) a ser asfaltada, em Dezembro de 2012, tendo o Carlos Ferreira a sugestiva ideia e cuidado de captar a «fronteira» entre o antigo e o novo piso. E nem faltam os camiões, de que nos lembramos carregados de café e madeira. Como neste caso, como aqui se vê.

1 601 - Piri e Úcua, por onde passaram os Cavaleiros do Norte

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Úcua e Piri, terras por onde andaram os Cavaleiros do Norte

Os Cavaleiros do Norte, por muito tempo, tiveram como missão patrulhar a chamada estrada do café, no troço que ia até ao Quibaxe - já muito perto do Caxito e com Luanda já muito por perto, depois do Cacuaco. Na linha do café, ficavam, depois do Quitexe, Aldeia Viçosa, Ponte do Dange, Piri e Úcua, entre outras localidades. 
Tal missão coube principalmente à CCAÇ. 4145, uma companhia independente associada ao BCAV. 8423 e estacionada em Vista Alegre (e Destacamento de Ponte do Dange), assim como à 2ª. CCAV. 8423, do comando do capitão miliciano Cruz.
Memória pouco agradável, de 1 de Julho de 1974, é a do acidente que, entre outros militares feridos, «atirou» o (furriel) Freitas Ferreira para o hospital e, mais tarde, até à sua passagem de atirador para amanuense. 
O (meu) PELREC também passou por Úcua, numa dessas patrulhas e numa tarde de domingo (de data indeterminada), depois de incidentes que envolveram a tropa portuguesa.
Carlos Ferreira, o companheiro de Zalala que por lá passou em Dezembro de 2012, mandou-nos estas imagens, que nos refrescam a memória para sítios que foram (são) sítios da nossa jornada africana.
Ver AQUI e AQUI

1 602 - O Gaiteiro, notícias frescas...

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O Gaiteiro, assinalado a vermelho, na equipa de futebol do parque-auto do 
Quitexe, em 1974 (em cima). Em Junho de 2013 (em baixo)


O Gaiteiro, lembram-se?! Dava o nome com a  cara e o feitio e era um dos condutores da CCS, sem medos que o inibissem de galgar as picadas uíjanas, ao volante fosse de um «burro de mato», fosse, já por outros caminhos, de alguma berliet.
O Gaiteiro é rapaz da palavra solta e bem alta. Onde ele está, dá-se por ele! Assim o reachámos a 2 de Junho do ano passado, no encontro de Paredes, e, assim de repente, ocorre-me que, no de 2009 (em, Águeda), já decorria o almoço quando me telefonou a dar-me notícia do seu espanto por estar a malta na panqueca e ele não saber de nada. Só soube pelo Vasquinho, salvo erro e mesmo na hora, porque acidentalmente se encontraram.  
O Gaiteiro, já depois de Junho de 2012, teve de haver-se com problemas da saúde. «Estar arrumado, não estou, mas vi-me da cor da abelha...", disse ela, à fala com o blogue.
Da cor da abelha, passe a  expressão, porque a próstata resolveu incomodá-lo e a bexiga cedeu aos caprichos de um câncer. Sacana!! Mas derrotou-se o Gaiteiro?! Não, nããããããõooooo..., nem pensar. «Tiraram-me tudo, a bexiga, a próstata, tudo... Fiquei limpo!».
Foi assim, sem tirar nem pôr, que o Gaiteiro sacramentou a doença e se ficou a tratamentos regeneradores, que continuou. 
«Estou fixe!!!...», diz ele. 
Que melhor notícia podia a gente ter, ó Gaiteiro?!
- GAITEIRO. Américo Manuel da Costa Nunes Gaiteiro, soldado condutor da CCS. Foi 27 anos funcionário da Petrogal e, aposentado, reside no Porto.

1 603 - É lá possível esquecer o Brejo?!...

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O Letras, o Louro e o Costa (de pé) e o Brejo (sentado), no RC4, em 1974

O Neves foi «cavaleiro» da recruta na Escola Prática de Santarém e, ao ler o blogue, deu de caras com o Brejo. O grande companheiro Brejo! Quem não se lembra dele?!
«Ao ler este post não pude deixar de recordar outros tempos e como, afinal, o mundo é bem pequeno. Também eu pertenci ao 2º. turno de 1973, no Destacamento da Escola Prática de Cavalaria, e pertenci ao 4º. pelotão, o do aspirante Santos e cujo comandante de Esquadrão era o tenente Coimbra», recorda o Neves, que voltaria a ser nosso contemporâneo no BC12, em Carmona.
«Lembro perfeitamente o inesquecível Brejo, figura carismática do nosso pelotão, e dos sermões do aspirante Santos sobre o seu atavio. Fico a saber também por este blogue que sem o saber somos vizinhos, pois também eu resido na Cruz de Pau», dá conta o Neves, que esteve no BC12 de Novembro de 1973 a Abril de 75, na Secção de Informações e Operações e, posteriormente, na secretaria. da CCS e comissão liquidatária da unidade.
Recorda-se, «ainda que vagamente», da nossa chegada a Carmona (a 2 de Março), de onde saiu em Abril de 1975, quando foi colocado em Nova Lisboa, no Laboratório Militar e até Agosto de 75, mês em que seguiu para Luanda, regressando ao "puto" em 28 Agosto de 1975.
O Neves lembra a recruta de Santarém: «Como esquecer as aulas de ginástica na terraplanagem na Escola, as instruções nocturnas com passagem obrigatória pelo célebre vale da m..... Ou a caminhada até Vale de Cavalos, para a semana de campo?!».
Mas «a tudo resistimos e cá estamos para recordar e contar aos vindouros», diz o Neves.
É verdade, meu caro. E já lá vão vão 38 para 39 anos!!!


1 604 - O Liceu de Carmona, ontem e hoje...

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O Ferreira (que é Pereira em Moçambique, onde faz pela vida, em área ligada à segurança) mandou-nos uma mão-cheia de fotos de Carmona e, hoje, postamos uma do Liceu Salazar (a de cima) - assim se chamava no tempo em que por lá jornadeámos.
O edifício, como se vê, ainda hoje é moderno. Imagine-se a modernidade de 1974 e 1975!! A imagem de baixo será a mais aproximada desse tempo, do que consegui recolher e penitencio-me de aqui não poder citar o nome do autor.
Quanto ao arruamento, centenas de vezes passámos por ali ao lado, a caminho do BC12, e foi por aqui, na zona de um capinzal, que fomos alvejados por desconhecidos - ao alvorecer de 1 de Junho de 1975. Seria por militares da FNLA? Seriam do MPLA? Nunca soubemos, nem agora importa. Eram as forças que se combatiam, com as forças armadas portuguesas pelo meio, em missão de segurança e apoio à comunidade civil.

1 605 - O 1º. Luzia e os furriéis Monteiro e o Viegas

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A imagem que aqui trago hoje é do bar de sargentos do Quitexe, reunindo duas gerações de Cavaleiros do Norte: o 1º. sargento Luzia, ao centro, e os furriéis milicianos Monteiro (à esquerda) e Viegas (à direita).Um trio que nem sempre esteve alinhado. Isto é: nem sempre pensou e agiu da mesma maneira.
Aos dias de hoje, 38 para 39 anos depois, será interessante lembrar o que faz este gente.
O 1º. sargento José Claudino Fernandes Luzia, aos 79 anos, vive na Reboleira, Amadora, vivendo os prazeres da vida, reformado desde 1987. É pai do (falecido em 2004, aos 40 anos) guarda-redes Luzia, internacional de andebol, atleta do Sporting e com um filho que joga no Benfica. Tem mais duas filhas: uma advogada e outra funcionária de um ATL, na Reboleira. Duas netas, estão a concluir cursos de médicas dentistas.
O Monteiro, aposentado dos Transportes Colectivos do Porto, fará 61 anos a 4 de Agosto e vive em Paredes, no conforto da sua paixão de 40 anos pela sua Fernanda Queirós, a Nani - mãe das suas duas filhas e avó dos seus dois netos, o Bernardo e o Alexandre
Eu, por aqui, no activo (o Estado não me deixa aposentar, aos 42 anos de contribuinte da segurança social), ligado à comunicação, à banca e ao associativismo social. Áreas em que sinto muito bem, embora credor do Estado que me enganou. Dois filhos, um casal: a mais velha (quadro da doença do sono) e o mais novo (das tecnologias de informação).


1 606 - O feriado da FNLA e o exército de Angola

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A 15 de Março de 1975, em Carmona, comemorou-se o feriado nacional da FNLA e, pela primeira vez, actuaram as forças mistas, em missões de segurança aos locais onde decorreram, dentro da cidade.
«Foi uma experiência que desde logo se mostrou proveitosa, que teve a maior receptividade por parte das forças militares dos movimentos e que, d aparte dos nossos soldados, foi bem compreendida e aceite, com verta expectativa inicial, mas sem problemas de execução», refere o Livro da Unidade. 
A imagem, de menos boa qualidade, mostra um grupo desses militares angolanos, na parada do BC12, numa fase já mais avançada e quando recebia instrução dos Cavaleiros do Norte. 
A de formação militar e tiro coube ao alferes miliciano Garcia, que eu e o Neto assessorávamos, como furriéis milicianos (como ele, das Operações Especiais, os Rangers), nomeadamente na carreira de tiro - em instrução que teve momentos algo caricatos, pois disparar e acertar nos alvos, a 60, ou 70, ou 80, ou 100 metros, não era coisa vulgar para aqueles que seriam (e não foram) o futuro exército de Angola. 
- FNLA. Frente Nacional de Libertação de Angola, presidida por Holden Roberto e sucessora da UPA (União dos Povos de Angola). 

1 607 - Os Cavaleiros do Norte e o 16 de Março de 74...

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Marcelo Caetano, a falar da Revolta das Caldas, de 16 de Março de 1974 (em cima). 
Capa do Diário de Notícias, a noticiar o acontecimento (em baixo)

A 16 de Março de 1974, hoje se fazem 39 anos, aconteceu a Revolta das Caldas. Era sábado e nós, os futuros Cavaleiros do Norte, tínhamos acabado (na véspera) a escola de recruta de atiradores, com a realização dos  exercícios finais, na Mata do Soares.
Já mobilizados para Angola saímos de Santa Margarida para começar, a 18 de Março, a gozar a chamada licença das normas e depois da inspecção de instrução operacional - feira pelo então coronel tirocinado Lobado Faria, ao tempo inspector da Região Militar de Tomar.
A Revolta das Caldas, assim seria denominada, envolveu uma coluna de cerca de 200 militares do Regimento de Infantaria 5, que marcharam sobre Lisboa, a pensar que estava em marcha um golpe que derrubaria o Governo de Marcelo Caetano. Assim não aconteceu e foram detidos - nomeadamente os oficiais do RI5 que faziam parte do movimento que viria a resultar no 25 de Abril - casos de Virgílio Varela, Fortunato Freitas, Ivo Garcia, Silva Carvalho e outros. 
Os futuros Cavaleiros do Norte entravam em férias de pré-embarque para Angola, cuja data só viria a ser conhecida a 22 de Abril.

1 608 - Cavaleiros do Norte com mais 2 companhias

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A CCAÇ. 4741/72, no momento de receber o estandarte, nos Açores. 
O crachá, em baixo (à direita) e o estandarte da BCAç. 4911 (à esquerda)


O Batalhão de Cavalaria 8423 ficou, a 17 de Março de 1975 - hoje se fazem 38 anos!!! -, com mais duas companhias na sua dependência operacional: a CCAÇ. 4741 (do Negage) e a CCAÇ. 4911 (de Sanza Pombo).
Os «caçadores" do Negage eram na sua maioria oriundos dos Açores, onde tiveram formação na Ilha Terceira. Partiram para Angola em 1972 e, sucessivamente, jornadearam por Santa Cruz, Quicua, Mococola e Sanza Pombo.
O comando era do capitão miliciano Carlos Miguel e o quadro de oficiais era completado com os alferes milicianos Fernandes (já falecido), Gomes, Ferrão e Rui Casais. Os quadros, incluindo furriéis milicianos e especialistas, eram do continente.
Foto de Carlos Marques, ex-furriel miliciano da CCAÇ. 4742. 
Tinha o lema «Os Intocáveis - Paz pelas armas»
   

1 609 - O Buraquinho a comer abacaxi na cubata da Paulina

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O Buraquinho, à esquerda, com um cacho de bananas na mão - que divide com o Moreira (o Penafiel)

O Buraquinho era (é) homem de muitas estórias. Davam um livro!! Desde quando, na noite de S. Silvestre de 1974, «falcatruou» a corrida para a ganhar, encurtando passos dentro de uma viatura e depois cortando por uma das transversais da estrada do café para a rua de baixo. A vitória seria do Spínola, que a morte nos viria a «roubar» em Julho de 1975, vítima de acidente.

Notável foi, também, a sua fuga para Lisboa, contada por ele, no encontro de Ferreira do Zêzere, e a forma como, já dentro do avião militar, no aeroporto de Luanda, resolver saltar, já sem... escadas, para a pista.
Agora, o Buraquinho, como homem lendário da nossa épica jornada africana, vem-nos contar de como foi «apanhado» pelo Monteiro e pelo sargento dos morteiros, na sanzala Kadilongue - aí pela meia noite e meia hora de uma noite quitexana.
Pois bem, cá vai, na palavra escrita do Buraquinho:
«Eles iam a passar a ronda e passaram pela sanzala, batendo à porta da cubata onde vivia a Paulina. Eu estava a essa hora com a Paulina, a comer abacaxi, e fiquei aterrorizado, porque não sabia quem poderia ser. Pensei no pior das hipóteses».
Então, conta o Buraquinho, a Paulina também assustada, perguntou: «Quem é?».
O Buraquinho, de abacaxi na mão e as pernas a tremer, ouviu uma voz e reconheceu o Monteiro: «Fiquei tranquilo». 
A Paulina abriu a porta e lá estavam os dois. Continua o Buraquinho:
«Então, pergunta-me o Monteiro, ó Buraquinho, aqui a estas horas?»
Respondeu-lhe ele que «são coisas da vida», coisas da vida aquilo de estar na cubata da Paulina a comer abacaxi.
O Monteiro, que, não esqueçamos,  andava a rondar, aconselhou-o a ser prudente, não fosse o abacaxi estar estragado, sei lá: «Vê lá se ganhas juízo, porque estás sujeito a trazer a cabeça debaixo dos braços...».
O Buraquinho, segundo ele agora diz, apanhou «um grande susto» e, fosse por isso ou porque já tinha acabado de comer o abacaxi, a verdade é se foi embora, no jipe dos militares.

1 610 - E porque hoje é Dia do Pai!!!

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Cavaleiros do Norte em 2009, pais reunidos no Encontro de Águeda.
Assinalado, está Mosteias, que já era pai há 38 anos 
Clicar na imagem, para a ampliar

E no meio de tanta podridão e miséria, ainda podemos celebrar o Dia do Pai. Este é  mais um ano em que esta data passa sem que o meu esteja fisicamente presente.
Dedico o dia de hoje aos homens que, por vários motivos,  fizeram parte da minha vida e são pais, biológicos ou  adoptivos, mas do coração. Pais-progenitores, pais-avós, pais-tios, pais-amigos…

Pegadas

«Anda mais devagarinho, papá»,
Disse uma criança pequenina.
«Estou a seguir as tuas passadas
E não quero cair.
Às vezes os teus passos são muito rápidos,
Às vezes são difíceis de ver;
Por isso, anda mais devagarinho, papá,
Porque me estás a guiar.
Um dia, quando eu já for crescido,
Tu és aquilo que eu quero ser;
Então terei uma criança
Que me vai querer seguir.
E eu vou querer guiar direitinho,
E saber que estava certo;
Por isso, anda mais devagarinho, Papá
Porque eu tenho que te seguir».

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Seremos sempre  exemplo se valioso for o nosso testemunho de vida
Abraços do camarada e amigo,
José A. Monteiro

1 611 - O cavaleiro Marcos que foi ao Rocha...

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Restaurante Rocha, no Quitexe, na estrada do cafe. (em cima). Viegas, 
Marcos e Dionísio, três pelrec´s da CCS dos Cavaleiros do Norte (em baixo)


O Marcos foi valente atirador de cavalaria do PELREC! Dos que poderiam torcer, mas nunca vergavam! Dos que nunca recuavam, fosse ao que fosse. Com ele (e o Almeida) fizemos PM, em Carmona, e não havia o quê, ou quem lhe obstruísse o cumprimento de qualquer tarefa. Como antes, no Quitexe, quando atravessávamos a noite, galgando as picadas e trilhos do Uíge angolano, olhando e vencendo as sombras do medo de uma qualquer escolta, patrulha ou operação militares.
Uma noite, no Quitexe, o Marcos «amandou-se» no Rocha, com cucas atrás de cucas - ou eram nocais?!, ou skóis?, ou n´golas??!! -, com o Dionísio, o António, o Florêncio, o Botelho, o Hipólito!!! Tudo brava gente do nosso pelrec. A noite ia já alta e bem regada, com os nossos tropas a afogar saudades dos seus chãos natais, da família, das namoradas, das mulheres e dos filhos. E já era pai, o Marcos! Pai do Paulo Alexandre!
A coisa azedou, quando apareceu o oficial de dia, cujo nome não vem agora ao caso. Nem era da CCS! Então,  RDM para aqui, RDM para acolá, complicou-se a situação e de tal modo que achou o bom do António «galopar» até ao nosso quarto (meu e do Neto), para que lá fossemos. Acudir!!! 
Recorda o Marcos:
«Eu estava embirrado, era reguila, não queria obedecer ao alferes, que eu achava que não tinha razão para o que me izia e fazia, mas lá me convenceste! Lembras-te-me que já era pai, olha lá a tua vida...», contou-me o Marcos, esta tarde.
Fez-se luz, na memória, rebobinada pela narrativa do Marcos. Foi assim, tal e qual!
Mas não se livrou ele da participação, nem nós convencemos o alferes a esquecer o caso. O Marcos «apanhou» 20 dias, agravados para 30, no Comando de Sector do Uíge!
«Nem posso ver esse tipo!... E o comandante nem me quis ouvir», disse-me hoje, magoado pela exigência disciplinar de um oficial, miliciano como nós e que, agora, mora pelos lados de Lisboa.
- MARCOS. João Manuel Lopes Marcos, soldado atirador de cavalaria, da CCS do BCAV. 8423. Carpinteiro, em situação de pré-reforma e morador no Pego (Abrantes).
- ALMEIDA. Joaquim Figueiredo de Almeida, 1º. cabo atirador de cavalaria, faleceu a 28 de Fevereiro de 1009, vítima de doença, em Penamacor, sua terra natal.
- FLORÊNCIO. Augusto Florêncio, soldado atirador de cavalaria. Mora em Sardoal.
- ANTÓNIO. Francisco Fernando Maria António, soldado atirador de cavalaria. Motorista aposentado, residente em Abrançalhas (Abrantes).
- DIONÍSIO. Dionísio Cândido Marques Baptista, soldado atirador de cavalaria. residente no Seixal.
- BOTELHO. Jorge António Pinto Botelho, soldado atirador de cavalaria.
- PM. Polícia Militar. 
- HIPÓLITO. Augusto de Sousa Hipólito, soldado atirador de cavalaria. Reside e trabalha em Reims (França).
- ROCHA. Restaurante do Quitexe, muito frequentado por militares.
  

1 612 - O especialista da Força Aérea que queria wiskyie

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Cruz e Viegas, de férias nos arredores de Nova Lisboa

Os dias dos fins de Março de 1975 aproximavam-se do fim e, para nós - eu e o Cruz - começava o tempo de aligeirar as maletas com que, flauteando a vida, nos iríamos pôr de viajantes em férias. A uma semaninha da partida, meus amigos, parecia que o tempo não passava mais. Por Carmona, já tínhamos que contar, das bocas dos civis, que não toleravam muito bem a tropa e a insultavam. Mas, o que fazer?
De Luanda, chegou-me correio do amigo Alberto, que era 1º. cabo especialista da Força Aérea e meu anterior companheiro de escola, em Águeda. Das mesmas turmas, no então Curso Geral do Comércio. «Isto por aqui não vai bem, há m... todos os dias e as noites não são sossegadas», escrevia-me ele, em aerograma do dia 17 de Março - ao outro dia recebido em Carmona.
O Alberto, preocupado com as «macas» de Luanda (a guerra, entre os movimentos de libertação), estava. Estava, sim semhor!!! Mas o «bate-estradas» (assim chamávamos aos aerogramas) preocupava-se mais com «duas garrafitas de wiskyie» que ele pretendia que eu lhe levasse, caso as recebesse em Carmona. E repare-se no preciosismo: «(...) para pagar, não de borla, se não, não quero».
Os quadros dos Cavaleiros do Norte, como qualquer unidade em zona 100% operacional, tinham direito a comprar esse tipo de bebidas, a preços muito acessíveis. «Vê lá o que podes fazer...», concluía, como se pode ler na imagem do aerograma. 
O que pude fazer, foi levá-las. E do bom!!

1 613 - O Lino das terras do Fundão...

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O Lino, o Belo e o Gordo, no aeroporto de Carmona, em 1975

A vida tem destas coincidências: há precisamente dois anos, a 22 de Março de 2011, aqui evoquei o Lino, que jornadeou por Santa Isabel, depois pelo Quitexe e Carmona, como Cavaleiro do Norte da 3ª. CCAV. 8423.
Hoje mesmo, vejam só, depois de algumas buscas e deambulações, “achei-o” no seu Fundão natal. E está finíssimo da silva: “O mesmo chanfrado daquele tempo, ainda julgo que tenho 30 anos...”, disse-me ele, em palavra larga, altíssonante e a gargalhar. E o chanfrado dele nada tem de depreciativo.

E então, perguntam vocemecês, o que é feito do Lino? 
O Lino está de farta saúde, para dar e vender, depois dos altos e baixos que a vida lhe deu. Trabalha na área das madeiras, teve uma frota de 12 camiões de transportes internacionais (agora fica-se pelos dois) e vive de mesa cheia, no calor e afecto da mulher que, por amor, em 1974 foi mãe do seu primeiro rebento. Tem «um casal e duas netinhas...».
Aqui, ao falar da mulher, vem à memória a viagem que, quatros ou cinco meses depois de chegar a Angola e a Santa Isabel, teve de fazer de volta, para a levar ao altar.«Vim para casar, o capitão Fernandes arranjou-me umas férias e vim, ainda hoje é a minha mulher...»
Deixou-a grávida, o Lino, peregrino de amores jovens e arrebatados, e honrou a paixão que os levou ao «pecado» do amor!
Por lá, entretanto, por Santa Isabel, o Lino fez o milagre da multiplicação das peças-auto e recuperou viaturas atrás de viaturas. «Eram 23 e só quatro estavam operacionais, mas pus aquilo tudo a andar...», recordou-nos ele, sempre com o seu gargalhar alto. E nesse gargalhar se lhe notando alegria, e prazer, e felicidade por recordar a verdura daqueles nossos tempos.
Voltado ao Fundão, em Setembro de 1975, cresceu-lhe a família, os tombos da vida levaram-o 13 anos para Espanha e de lá voltou há 8! Já lhe faleceram os pais e dois irmãos mais velhos. Trabalha com o filho, de 35 anos, e adivinham-se-lhe os olhos a chorar de alegria, quando nos fala da mulher, da família e dos amigos. E da tropa!!
«Malta fixe, pá... Já morreu o Guedes!!! O capitão era um gajo porreiro...», disse o Lino, alvoraçando a voz, sempre que outros nomes lhe vinham à memória: o Gordo, o Belo, o Fernandes, o Flora, o Querido..., tantos outros!
Um grande abraço, ó Lino!
- LINO. José Rodrigues Lino, furriel miliciano 
mecânico-auto, natural e residente no Fundão.
O FURRIEL LINO DE SANTA ISABEL,ver AQUI
texto escrito há exactamente dois anos.

1 614 - O Lito andou pelo Quitexe e terras do Uíge...

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A minha pequenina aldeia de 721 moradores teve vários combatentes que passaram pelas terras do Uíge, onde se guarneceram os Cavaleiros do Norte. Hoje, fiquei a saber de mais três: o Lito (na foto, à esquerda), o Manuel Horácio e o Manuel Gomes. Porventura, outros estiveram.
O Lito, com o Neca Taipeiro, foram os primeiros a marchar para a «Angola é nossa» que se proclamava em 1961. E para lá partiram, no navio «Moçambique», em Junho desse ano. Nele voltaram, em Novembro de 1963 - depois de 28 meses em que, em batalhões separados, galgaram trilhos e desbravaram matas, combateram cara a cara com o inimigo e tempos atrás de tempos não tiveram colchão para descansar o corpo.
«Levámos tudo às costas, chegávamos e tínhamos de armar o acampamento, depois de dias e noites de operações que nos levavam pelas matas fora», contou-me o Lito, esta tarde, ali na frente da igreja onde fomos baptizados, ele 13 anos antes de mim.
O Lito empolga-se a falar da sua comissão e não deixa de soltar um e outros ais de emoção (e comoção), quando lhe vêm à memória combates e emboscadas, patrulhamentos e operações que o levaram por sítios tão diferentes como o Quitexe, o Piri, Vista Alegre (onde começaram um cemitério militar), Ponte do Dange, Negage, Camabatela (onde dormiu numa igreja) e Zemba. É de Zemba que fala com memória mais detalhada, por lá ter passado as maiores amarguras e medos dos 28 meses de missão. Tempos duros, que fizeram «mais de 25 mortos»à CCAÇ. 192, formada em Tomar e comandada pelo capitão Sentieiro. Era do Batalhão de Caçadores 186, comandado pelo tenente-coronel Pessanha.
O Lito, aos 73 anos, lembra-se do furriel Mata Reis, do seu pelotão, «quase todos alentejanos e algarvios», e não esquece, como poderia?!,«o António da Mourisca», aqui vizinho de Águeda. «Tínhamos um pacto. Se eu morresse lá, ele trazia as minhas coisas. Se morresse ele, trazia eu as dele. Não morreu lá e veio a falecer cá, de doença ruim...». E do soldado 59, «um grande amigo», que era de Figueiró dos Vinhos, mas de quem já não se lembra o nome.
O Lito não sonharia que, sendo um dos dois primeiros conterrâneos (com o Neca) a jornadear no chão do Uíge, viria a ter-me como um dos militares do último batalhão português naquelas terras. Nem eu, até à tarde de hoje!
- LITO. Aníbal Gomes dos Reis, soldado atirador 
de infantaria, da CCaç. 192, do BCAÇ. 186. 
Aposentado e residente em Ois da Ribeira (Águeda).
NECA TAIPEIRO,
ver AQUI

1 615 - Três imagens de Carmona (Uíge) de hoje...

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O Carlos Ferreira esteve em Carmona, cidade que desde a independência se chama Uíge (capital da província do mesmo nome) e mandou-nos uma mão-cheia de fotos. Algumas, já aqui as publicámos. Hoje, deixamos mais três. A de cima, é de uma das avenidas. A do meio, é de um arruamento a norte, A de baixo, é de uam zona nova. Todas elas do dia 19 de Dezembro de 2012.
Obrigado, ó Carlos Ferreira. 



1 616 - Memórias poéticas do Quitexe

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A casa dos Garcias, no Quitexe. A secretaria da CCS do BCAV. 8423 era o edifício à esquerda. Na foro de baixo, o mesmo edifício, em fase recente, vendo-se ainda o da secretaria. Em baixo, Alfredo Garcia, quitexano de coração e autor dos dois poemas





O 15 de Março de 1961 foi marcante na vida do Quitexe que nós conhecemos 13 anos depois. 
Alfredo Baeta Garcia, quitexense por devoção, e por lá foi nosso contemporâneo,  faleceu a13 de Setembro de 2012, com a bonita idade de 90 anos, e deixou memórias em poesia.
 


À memória do ignorado capataz 

de tonga que sofreu e morreu a 

defender nem ele sabia o quê

Os olhos estão baços e abertos
E os restos do corpo descobertos,
Lacerados na beira da picada
Sem ninguém a gemer loas amigas.
Começa o banquete das formigas
No sangue que correu da catanada
Fica ali algum tempo esquecido
Quando o encontram, parte já comido.
Ninguém sabe ao certo onde nasceu
E se ainda lá tem mãe ou não
Que lhe reze à noite uma oração
Sem o saber, que ele já morreu.
O que o levou ali foi o destino
Que já trazia em si desde menino,
Nem pátria, nem dever, nem devoção,
Tão pouco o que houvera de ser seu.
Mesmo a vida que um dia Deus lhe deu
Foi p’ra cumprir a humana solidão.
Apanhou toda a chuva e mais o sol
Sem nunca ter o nome em qualquer rol,
Não foi soldado nem marcava o ponto,
Não tem cruz nem sequer campa rasa,
Beija-o o sol c’o seu calor de brasa
E os mais que não estavam lá por conto.
Podia até ter sido uma ambição
O que o levasse àquela condição
E se foi diluindo na descrença
Até ficar apenas a saudade
A durar o que fosse a sua idade
Com morte acidental ou de doença.
Morrer desta maneira, à catanada
Não são coisas da vida, não é nada,
É ser peão num jogo com batota
Em que uns fazem de heróis da festa
De que afinal de contas nada resta
Nem a história deles toma nota.
Não há cruzes na beira dos caminhos
Nem memórias nos vivos dos mesquinhos
Anónimos sem fama e sem lamento
Que deram o que tinham, mas por nada
Como maldita sorte, desgraçada,
Mais o antecipado esquecimento.
Estar entre a vida austera e as misérias
Sem sábados, domingos e sem férias,
É ter vida pior que contratado,
O primeiro na forma em fila longa
O último à noite a vir da tonga
Em chuva e suor agasalhado.
Nas noites tropicais daquelas matas,
No meio do capim onde há cubatas,
Nos caminhos direitos e nos tortos,
A natureza inteira, insubmissa
Reza eternamente a sua missa
Por todos quantos lá ficaram mortos 



À memória dos que pereceram 


na picada e na pide

      Conjuntura
Sem soba ninguém decide,
Desapareceu, foi na Pide.
Sem branco não anda nada,
O seu fim foi na picada.
Segura bem a Gê Três,
Olha o capim mais a estrada
P’ra não ser a tua vez
E o teu fim ser na picada.
Não se vê, não está presente
O que era o nosso Cid?
Por se fazer saliente,
Desapareceu, foi na Pide.
No muxito apura a vista,
Que em qualquer curva apertada
Pode estar um terrorista
E o teu fim ser na picada.
Mãe preta de todos nós
E razão da nossa lide,
Não se ouve a sua voz.
Desapareceu, foi na Pide.
Já a salvo no terreiro,
Ouves ainda a rajada.
Lá se foi um companheiro,
O seu fim foi na picada
O Bom Deus do nosso povo
Que era filho de David,
Pregado na cruz de novo,
Desapareceu, foi na Pide.
Igual a sorte marcada
Aos dois ligados pl’envide,
Foi ter fim na picada
Ou desaparecer na Pide.
Alfredo Baeta Garcia



- NOTA: Gentileza de João Garcia, 

sobrinho do autor

1 617 - Santa Isabel vai «galopar» para Arganil

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Fernandes, Cardoso, Querido, militar da FNLA e Rocha (CCS), 
em cima. Carvalho, Monteiro (CCS) e Belo, Cavaleiros do Norte no Quitexe (1975)
Cardoso e Lopes na fazenda Santa Isabel (1974)

Os Cavaleiros do Norte de Santa Isabel vão confraternizar a 8 de Junho, com mordomia do Cardoso - que por lá furrielou em transmissões e, por cá, fez vida como funcionário público, na administração fiscal. Mora em Coimbra, mas tem interesses familiares em Arganil (de onde e natural) e é aos ares e sabores da sua terra que leva os companheiros da jornada africana. 
Cavaleiros de Santa Isabel, vem à memória, desde logo, o capitão Fernandes, agora engenheiro aposentado e a morar em Torres Novas. E os alferes Simões (Caldas da Raínha), Pedrosa (Marrazes de Leiria) e Rodrigues (recém-aposentado do Instituto de Metereologia, em Lisboa). E os furriéis Ribeiro (aposentado da EDP, em Vila Real), Flora (aposentado da Caixa Geral de Depósitos, em Odivelas), Fernandes (professor em Braga), Carvalho (aposentado da PSP, no Entroncamento), Lino (empresário no Fundão), Graciano (em Lamego, nos vinhos do Porto), Gordo (funcionários da Câmara de Alter do Chão), Lopes (que morará em Lisboa), Belo (aposentado das Finanças, em Retaxo - Castelo Branco), Rabiça (professor aposentado, em Vila Real), Querido (lá por Odivelas), o Cardoso (o mordomo) e o Reino (aposentado da GNR, em Sabugal).
Dois outros, já desta vida se partiram, ambos por doença: o Guedes (a 16 de Abril de 1998) e o Capitão (a 5 de Janeiro de 2010). Assim como o 1º. cabo Manuel Quaresma da Silva, de Cacia, em Aveiro (a 6 de Abril de 2004). Lá por Angola, faleceram Manuel Barreiros, por doença (em Agosto de 1975)  e o Jorge Grácio, o Spínola, vítima de acidente (a 2 de Julho do mesmo ano).
O Cardoso pode ser contactado pelo telefone 939 90 88 07 ou pelo email joaocardoso56@gmail.com.
Ver AQUI

1 618 - Patrulhamentos mistos na cidade de Carmona

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A cidade do Uíge (antiga Carmona) nos dias de hoje 

26 (para 27) de Março de 1975, iniciaram-se em Carmona os patrulhamentos mistos, que tantas dores de cabeça nos iriam dar. Ensaiavam-se então - e já lá vão 38 anos! - «os primeiros passos de actividades operacionais em Exército integrado, com os movimentos emancipalistas, a seu pedido».
Luanda, ao tempo, fervia em labaredas revolucionárias e em Lisboa, tomava de posse o IV Governo Provisório, chefiado por Vasco Gonçalves e composto por elementos do PS, PPD, PCP, MDP/CDE, ex-MES, militares e independentes.
Na véspera, e por decisão do Conselho da Revolução, o general António de Spínola foi expulso das Forças Armadas, na sequência do 11 de Março. Apenas seria reintegrado em 1978 e elevado a marechal em 1981.
O Governo, em Luanda e face à instabilidade que se vivia na cidade, determinou, a 25 de Março, a realização de patrulhas mistas pela FAP/FALA (UNITA) durante o dia e à noite só pelas FA. E o regresso aos quartéis das forças do FNA e MPLA. Também o recolher obrigatório das 21 às 6 horas), que se iria manter nos dias 26, 27 e 28, com apelo à calma e pedidos de imediata entrega pelos civis As medidas procuraram evitar a culpabilização de um dos movimentos, remetendo-a para elementos marginais, de modo a não desencadear mais violência, assim como a entrega de armas se ficou pelos civis, não mencionando o poder popular como era pretendido pelos responsáveis da FNLA (...)
A 26 de Março, a população, de todas as etnias e cores, dá indícios de pânico e nos confrontos entre movimentos, são usadas pistolas e espingarda, mas também morteiros, bazucas e até canhões sem recuo. A tropa portuguesa esqueceu o«momento revolucionário» que se vivia e empenhou-se em tentarem controlar uma situação de guerrilha urbana, altamente complexa e sem inimigo directo.
O Livro da Unidade dá conta que, em Carmona, se verificava «um deteriorar da situação, nomeadamente nos distritos de Salazar e Luanda». Era neste ambiente que eu e o Cruz nos preparámos para entrar em férias.
Hoje, em Carmona - que é Uige, capital da província do mesmo nome, a Polícia Nacional denunciou «supostos grupo de marginais, que ameaçam realizar assaltos à mão armada nas lojas da cidade, durante a quadra festiva». É coincidência, obviamente, mas meçam-se os graus de insegurança, separados por 38 anos.
Notícia e foto, da

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