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1 644 - O Cavaleiro do Norte que deu armas ao MPLA - 1

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Carlos Ferreira, em Luanda, mês de Agosto de 1975.
Atrás, um cartaz com Jonas Malheiro Savimbi, líder  da UNITA

Carlos Ferreira faz vida por Maputo, onde está ligado à área de segurança. Há cerca de 38 anos, em Luanda, entregou armas ao MPLA. Foram 8 Starlings, do pequeno arsenal que levou de um fortim do pequeno destacamento militar que, pelo verão de 1975, se desactivava, entre Carmona e Songo. Mais 8 Starlking e 4 G3 semi-automáticas. Levou este material para Luanda, para entregar ao MPLA.
Carlos Ferreira nasceu em Albergaria-a-Velha, estudou em Águeda (fomos contemporâneos na «velha» EICA), politizou-se nos últimos anos de Marcelo Caetano e assumiu ir para Angola, para conhecer a guerra por dentro. Foi Cavaleiro do Norte, de Zalala.
Quando foi para Angola, tinha já alguns contactos com o PCP, no Porto.  Mas só após ter chegado a Portugal é que integrou as Brigadas Revolucionárias do PRP. Disto ninguém sabia, nem os seus companheiros. E muito menos os que, com ele, «roubaram» o velho Morris que os levou à prisão da fortaleza de Luanda. E ao julgamento dele, já em Tomar, depois de passar pelas celas de Custóias.
Carlos Ferreira assume, recuado no tempo de 1974 e 1975, como «um operário politicamente consciente, um fiel simpatizante do MPLA». E, por via disso, «um inimigo ferrenho do FNLA».
Mudaram-se as «armas e as bagagens» de Zalala para Vista Alegre e para o Songo, depois. E para Carmona, em cuja estrada ficava o destacamento português, com um fortim, que agora, depois de modificado, é um quartel de artilharia do exército de Angola.
Carlos Ferreira, confessadamente homem de ódio visceral ao FNLA, não pensou outra coisa: ajudar o MPLA. Arranjar armas. E estava na hora!
O fortim estava a recolher armamento disperso e dos civis, na altura. Estava cheio e Carlos Ferreira tinha muita movimentação área de material de guerra.Agiu conseguiu 12 pistolas metralhadoras Starling e 4 G3 semi-automáticas - que levou para Luanda, para entregar ao MPLA.
E como?
As armas, teve-as escondidas no móvel grande gira-discos, parte delas. Outra parte, noutro sítio que já não lembra, provavelmente numa caixa de madeira.Assim foram para Luanda, onde importava entregá-las ao MPLA.
O «cavaleiro» Ferreira tinha-as no Grafanil, tinha de as entregar, mas era preciso um transporte. 
Continua amanhã

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