Melo Antunes, Rosa Coutinho, Agostinho Neto, Holden Roberto, Jonas Savimbi,
Mário Soares e Almeida Santos na Cimeira do Alvor, em Janeiro de 1975 (em cima).
A estrada do café, em Dezembro de 2012, em foto de Carlos Ferreira (em baixo)
Mário Soares e Almeida Santos na Cimeira do Alvor, em Janeiro de 1975 (em cima).
A estrada do café, em Dezembro de 2012, em foto de Carlos Ferreira (em baixo)
Os dias do Quitexe continuavam calmos, aos 12 de Janeiro de 1975 - um domingo. Desde o 7 anterior, os Cavaleiros do Norte tinham deixado de «executar a escolta à estrada do café», serviço que, lembra-se no Livro da Unidade, «era assaz desgastante para o pessoal e viaturas» e, por outro lado, «não conduzia a qualquer finalidade prática».
Em Portugal, no Alvor, continuava a cimeira, curiosamente denominada Conferência Geral sobre Angola. O primeiro comunicado dava conta que «houve reuniões entre todos os participantes nas conversações, que, a vários níveis e diversas formas, foram abordados preliminarmente, alguns aspectos relacionados com as matérias de fundo».
O clima que rodeava as conversações era de «cordial e franca cooperação, na procura de soluções inerentes à descolonização de Angola». Rosa Coutinho, por sua vez, garantia que a cimeira era «apenas a base de entendimento para acordos fulcrais concretos». O que mais enfatizou o Alto-Comissário foi «a honestidade de processos usada por Portugal» no processo de descolonização, honestidade «reconhecida pelos três movimentos».
«Não julgo que alguma vez, na história da descolonização, tenha sido possível, ao país colonizador, ganhar a confiança dos seus interlocutores, em termos que lhe permitiram fazer um conferência como esta, o seu próprio território», disse Rosa Coutinho, a 11 de Janeiro de 1975.