Quitexe, Dezembro de 1974. Reconhecem-se o Luís Costa, do pelotão de Morteiros (segundo atrás, da esquerda para a direita), o Belo (de óculos, sentado e a olhar par baixo) e o Capitão (à direita) de pé - os três de farda nº. 2. Em baixo, Graciano, Lopes e Flora, da 3ª. CCAV. 8423.
A 2 de Dezembro de 1974, o capitão José Paulo Falcão esteve em Carmona, no Comando de Sector do Uíge, onde reuniu com comandantes de outras unidades. Estes contactos, refere o Livro da Unidade, eram«necessários mais do que nunca, dada a constante evolução dos acontecimentos». Lá voltou nos dias 4, 7 e 9 de Dezembro.
José Paulo Falcão comandava interinamente o BCAV. 8423 e o dispositivo estava a sofrer alterações: a 1ª. CCAV. 8423 já tinha saído de Zalala (para Vista Alegre e Ponte do Dange), a 3ª. CCAV. 8423 ia abandonar Santa Isabel (para o Quitexe) e o Pelotão de Morteiros 4281 ia sair do Quitexe para Carmona.
O MPLA, em Lisboa, na Voz do Operário e na «Semana da Solidariedade para com os povos das colónias e da República da Guiné-Bissau», organizada pelo CIDAC, lembrou o 1 de Dezembro como Dia do Pioneiro, evocando Augusto Ngangula, de 12 anos, que teria sido morto pelo exército português naquela data de 1968.
A Ordem de Serviço nº. 13/69 do MPLA, de 3 de Março de 1969, dizia que «o Comité Executivo honra postumamente o pioneiro Augusto Ngangula, que foi torturado até à morte no dia 1 de Dezembro de 1968, quando ia da sua aldeia para uma das escolas do MPLA».
«Descoberto por soldados portugueses, que o tentaram forçar, com ameaças de morte, a indicar-lhes não só a sua escola, como a localização de uma das bases do MPLA», refere a OS que «preferiu morrer a revelar ao inimigo a localização».
Foi isto recordado em Lisboa, ontem se fizerem 39 anos, na Voz do Operário.