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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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1 859 - Os dias do Quitexe e de Luanda, há 39 anos!

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Flora (3ª. CCAV,), Costa (Morteiros), Belo (3ª.), Bento (CCS) e Abrantes (destacado), furriéis milicianos do Quitexe, há 39 anos


Iam as coisas tranquilas pelo Uíge, e pelo Quitexe da nossa eterna saudade, há 39 anos, e basta olhar para as caras de sorriso e felicidade dos milicianos da foto.
Ao tempo, registavam-se mais ou menos intervenções de aproximação da FNLA e menos do MPLA, na zona de acção dos Cavaleiros do Norte, mas em Luanda eram menos pacíficas as relações.
Heendrick Vaal Neto, chefe de delegação da FNLA declarava ao jornal «Comércio» que o seu movimento «não está disposto, eternamente, a esperar pela constituição de uma frente comum, entre os movimentos de libertação, com vista à formação de um governo de coligação provisório» e criticou o MPLA pela cisão que opunha Agostinho Neto a Daniel Chipenda (foto), o que equivalia «a pôr em causa a legitimidade» de Neto. 
Daniel Chipenda, antigo jogador da Académica de Coimbra e do Benfica, respondia com o anúncio da instalação de uma sede em Luanda e delegações em Nova Lisboa, Lobito, Sá da Bandeira, Silva Porto e Luso. 
O jornal «Comércio», nesta data, dava conta de «chegada a Luanda de mais um contingente de militares da FNLA», para, e citamos, «intervir nas tarefas de repressão à onda de crimes e violência». O MPLA, pelo seu lado, mostrou-se «favorável à constituição de uma força armada do diferentes movimentos de libertação para colaborar com as Forças Armadas (portuguesas) em tais tarefas».
O MPLA, aliás, segundo o Diário de Lisboa, «foi o único movimento que respondeu à Junta Governativa quando esta pediu aos movimentos que indicassem militantes seus para formarem milícias que velassem pala ordem nos musseques».
A Emissora Oficial de Angola, a 16 de Novembro de 1974, entrou de greve, protestando «o carácter altamente reaccionário da imprensa luandense», citando, expressamente, o jornal A Província de Angola (actual Jornal de Angola). O Sindicato dos Jornalistas apelava à constituição de «uma comissão de emergência de jornalistas» com o fim de, «em diálogo sereno, se discutirem as bases de uma coordenação do exercício da acção informativa, a fim de evitar atritos».
Estes pormenores, à distância de 39 anos, parecem coisas insignificantes. Mas, à altura, ninguém adivinharia a história que se iria fazer em Angola.

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