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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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3 666 - Espectáculo em Carmona, PAIGC no Quitexe e «ressurreição» do Melo!

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Quinteto de alferes milicianos Cavaleiros do Norte, à porta da messe de oficiais do Quitexe: Pedrosa de
 Oliveira (Atirador de Cavalaria), Jaime Ribeiro (Sapador), António Albano Cruz (Mecânico-auto), António
 Manuel Garcia (Operações Especiais, os Rangers) e José Leonel Hermida (Transmissões)

António Carlos Letras (Operações Especiais, os Rangers) e
 António Chitas (Atirador de Cavalaria): dois furriéis
milicianos da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. em
 passeio às Quedas do Duque de Bragança (1975)

O Movimento das Forças Armadas (MFA) organizou «um espectáculo de soldados para soldados», a 8 de Fevereiro de 1975 e na cidade de Carmona. A iniciativa realizou-se nesse sábado à noite e «causou impacto positivo no estado psicológico das tropas», como sublinha o Livro da Unidade - se bem que pouca ideia tenhamos dele, assim como companheiros que hoje consultámos. 
Furriéis milicianos da 2ª. CCAV. 8423: Matos,
Guedes e Melo (que amanhã faz 65 anos) e
 Letras, Cruz e Gomes ( sentados)
A actividade incluiu-se nas que, da responsabilidade do oficial de acção psicológica, se vinham efectuando desde os finais de Janeiro e já tinham envolvido o espectáculo do dia 21, também em Carmona e no pavilhão gimnodesportivo do Clube Recreativo do Uíge (CRU) - para além de jogos de futebol e passeios turísticos às Quedas do Duque de Bragança, Malanje, Cacuso e Salazar. E até um jornal de parede.
As mudanças no modelo de actuação deviam-se, segundo o Livro da Unidade, à «saída do oficial de acção psicológica do BCAV. , por motivos disciplinares e a sua substituição», o que «fez melhorar os trabalhos inerentes àquela função». Falamos dos alferes miliciano José Leonel Hermida (Transmissões), substituído pelo também alferes miliciano António Manuel Garcia (Operações Especiais, os Rangers).
O dia, no Quitexe, foi tempo para um comício do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), «em colaboração com a FNLA». O Livro da Unidade tem este breve registo, apenas, e dele também não temos alguma memória. É até estranho, de alguma maneira, a realização de tal comício, apoiado pela FNLA, já que o PAIGC tinha relações próximas com o MPLA - do qual era politicamente mais cúmplice.
O furriel Melo em 1975,
na 2ª. CCAV. 8423

Furriel José Melo,
65 anos em Leiria!

O furriel miliciano Melo, da 2ª. Companhia de Cavalaria 8423, a de Aldeia Viçosa, festeja 65 anos no dia 9 de Fevereiro de 2017. Em 2011, foi dado como morto, devido a doença.
José Fernando Noro Dias de Melo foi atirador de Cavala-
ria, especializado na Escola Prática de Santarém e origi-
nário da Granja do Ulmeiro, em Soure. No final da comis-
são, regressou a Portugal - a 10 de Setembro de 1975.
O Melo em 2011
O Melo foi personagem de um momento invulgar deste blogue quando, a 29 de Junho de 2011, aqui noticiámos a sua morte. Afinal estava vivo. E está. A 22 de Junho do mesmo ano, demos conta da «ressurreição» e em Agosto visitámo-lo na sua casa de Leiria - onde nos emocionámos pela dita «ressurreição» e pelas memórias que desfiámos a nossa jornada de África em Angola, por terras do Uíge. 
Fez carreira profissional nas Brigadas de Trânsito da GNR e está aposentado, morando em Leiria - para onde vai o nosso abraço de parabéns, com o voto de que possa repetir a data por muitos e bons anos!
- «A morte do furriel Melo». - Ver AQUI
-«O Melo está vivo»- - Ver AQUI

3 667 - Jornal do BCAV. 8423 em Angola e eleições em Portugal

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Cavaleiros do Norte no refeitório. À direita e de frente, o Gaiteiro (que amanhã faz 65 anos), seguido do
 Serra, Malheiro (boina no ombro), Aurélio (Barbeiro), Serra Mendes (de óculos) e... Na segunda fila,
 Monteiro (Gasolinas, de bigode), Cabrita, Calçada, Coelho (sapador), NN e NN (de costas) e Florêncio
 (de bigode) e... Alguém ajuda a identificar os outros companheiros)

O atirador Alberto Ferreira e o 1º. cabo Rodolfo Tomás
(rádio-montador), o homem do correio de Carmona 

A edição de um jornal de parede foi uma das iniciativas do oficial de acção psicológica do Batalhão de Cavalaria 8423, pelo tempo de Fevereiro de 1975. «Teve a melhor adesão dos militares, seus únicos colaboradores, e a maior aceitação por sua parte», refere o Livro da Unidade.
Ao tempo e por razão da saída do alferes José Leonel Hermida, era o alferes António Manuel Garcia o responsável pela acção psicológica.
Jornal do BCAV. 8423
O tempo passa, já lá vão 42 anos!!!..., mas embora não sendo referida no documento de memória do BCAV. 8423, lembramos-nos da criação, por essa altura quitexana, de um pequeno estúdio fotográfico - no qual muitas fotos de militares foram reveladas (e, porventura, outras tantas estragadas). Não estamos certos, mas parece-nos que ficava nas traseiras da enfermaria. Muito provavelmente, a foto de abertura deste post foi lá revelada.
O jornal de parede do BCAV. 8423 incluía variada colaboração em prosa e verso, versando naturalmente questões relacionadas com a vida quotidiana do Batalhão. Apenas dispomos de um exemplar, o da comemoração do 1º. aniversário (que foi único) da chegada a Angola - cuja 1ª. página reproduzimos, aqui ao lado.


Carnaval no Quitexe 
e eleições em Portugal

O dia 9 de Fevereiro de 1975, há precisamente 42 anos, foi domingo de Carnaval, que pelo Quitexe pouco vimos, a não ser alguns sons que nos chegavam das sanzalas vizinhas: o Cazenza, Aldeia, Talambanza, as mais próximas. Mas sem curiosidade especial de nossa parte (o que já não aconteceria no dia 11, o dia de 3ª.-feira carnavalesca, dois dias depois, quando o PELREC regressava de uma escolta.
O domingo era mesmo domingo, para quem não estivesse de serviço, até se vestia a farda nº. 2 (a de saída e de festa), os mais crentes iam à missa do Padre Capela (na Igreja da Santa Mãe de Deus) e os mas abonados até dispensavam o rancho para irem almoçar ao Pacheco, ao Rocha ou ao Topete - restaurante da vila quitexana.
Era dia de correio, que chegava de Carmona ao fim da tarde, normalmente pelas mãos do 1º. cabo Rodolfo Tomás, e nesse dia chegaram notícias das eleições que se iriam realizar em Portugal. As primeiras, depois do 25 de Abril.
Partidos de há 42 anos, nas pri.
meiras eleições pós-25 de Abril
As eleições era um dos «pratos fortes» das vastas e fartas tertúlias da messe de sargentos (e noutros locais da guarnição, certamente), nalguns casos com posições muito extremadas, abundantemente discutidas e divididas entre as ideias que hoje se chamariam de direita e de esquerda, sem que na altura as identificássemos com a mínima clareza. 
O que eram PS, PCP, PPD (agora PSD) ou CDS para os militares da guarnição quitexana? Ou os já desaparecidos PDC, FSP, PCPT/MRPP, MDP/CDE ou MES, FEC/ML, LCI, UDP e AOC? Ou o PPM? 
Alguns deles nem chegariam ao acto eleitoral de 25 de Abril (só os da imagem) e, para a maioria de nós, pouco diziam e menos importavam. O que nos importava era a data de regresso a Portugal. 
Fazendo memória desse tempo de há 42 anos, recordamos os partidos que por essa altura se apresentavam a eleições:
- PS: Partido Socialista.
- PCP: Partido Comunista Português. 
- PPD: Partido Popular Democrático (actual PSD). 
- CDS: Centro Democrático Social. 
- PDC: Partido Democrata Cristão. 
- FSP: Frente Socialista Popular. 
- PCTP/MRPP: Partido Comunista dos Trabalhadores de Portugal/Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado. 
- MDP/CDE: Movimento Democrático Português/Comissão Democrática Eleitoral. 
- MES: Movimento da Esquerda Socialista. 
- FEC/ML: Frente Eleitoral de Comunistas (Marxistas-Leninistas). 
- LCI: Liga Comunista Internacionalista. 
- UDP: União Democrática Popular.
- AOC. Aliança Operária Camponesa. 
- PPM: Partido Popular Monárquico.
O que é que nos diziam estes partidos todos? Nada. Ou muito pouco. O nosso ponto de interesse estava centrado no regresso a Portugal, o que só viria a acontecer em Setembro desse ano de 1975.
O Gaiteiro em 74/75,
em cima, e actualmen-
te (em baixo)

Gaiteiro e Verde,
65 anos de vida!

O 10 de Fevereiro de 1975 foi dia dos então muito celebrados e viçosos 23 anos de dois Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423: o condutor Gaiteiro e o atirador de Cavalaria Verde. A brincar, a brincar, já lá vão 42 anos!

Américo Manuel da Costa Nunes Gaiteiro, da CCS (a do Quite-
xe), é natural de Perafita, em Matosinhos, e lá regressou a 8 de Setembro de 1975. Trabalhou na PETROGAL (em Matosinhos) e está aposentado, tratando-se de doenças da idade (a «nos-
sa» amiga próstata e a indispensável bexiga...) - que lhe tem dado algumas preocupações, mas não lhe tiraram a irreverên-
cia e a boa disposição. Faz regulares revisões médicas e diz ele que «está tudo sem problemas...». Mora em Rio Tinto.
O Verde em 2014
Joaquim Henrique Ferreira Pereira Verde, da 2ª. CCAV. 8423 (a de Aldeia Viçosa), é originário do Casal da Cortiça, na freguesia de Barreira, em Leiria. Atirador de Cavalaria, está agora aposentado, depois de uma longa carreira profissional na área da serração de mármores e mora no Vale Gracioso, em Azóia, também em Leiria. Está de boa saúde e... recomenda-se.
Amanhã, ambos - o Gaiteiro e o Verde!... -comemoram 65 anos! Para ambos vai o nosso abraço de parabéns!

3 668 - Futeboladas no Quitexe e a 1ª. divisão nacional de Portugal!

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Equipa de futebol do Parque-Auto da CCS do Quitexe. De pé, Teixeira (estofador), Malheiro. Frangãos
 (Cuba, que amanhã faz 65 anos), Marques (Carpinteiro), Pereira (condutor), Gaiteiro e Teixeira (pin-
tor). Em baixo. Monteiro (Gasolinas), Pereira (mecânico), Celestino, Gomes (condutor), Mendes (ba-
 te-chapas) e Miguel (condutor). Mas que grande equipa, a da «ferrugem»!

Futebol no Quitexe: Lopes (furriel enfermeiro), Gomes,
 Grácio, Mosteias, NN e NN (quem é?). Em baixo, Monteiro
 (furriel), NN, Teixeira (estofador). Miguel (furriel) e Bote-
lho. Em baixo, resultados, classificação e calendário


A segunda feira de carnaval de 1975, a 10 de Fevereiro, não foi muito diferente dos outros dias da jornada africana dos Cavaleiros do Norte, por terras do Uíge angolano: serviços internos, uma escolta ou outra (a militares ou civis) e farta discussão sobre a jornada futebolística da véspera.
O futebol era, fora das obrigações milita-
res e operacionais, uma das mais apete-
cidas ocupações do tempo, lá pelo Qui-
texe. «Impulsionou-se a prática de jogos desportivos», refere o Livro da Unidade. 
Eram habituais e renhidos os despiques do campo da vila, opondo pelotões e sub-unidades, que se rivalizavam quase excessivamente, e também até realizando animadas jogatanas entre militares e civis.

Benfica na frente
da 1ª. divisão

O campeonato nacional da 1ª. divisão de futebol ia na 21ª. de 30 jornadas da época 1974/75, realizada na véspera, com Benfica (34) a liderar, com mais dois pontos que o FC do Porto (32). Ao tempo, a vitória valia dois pontos, um o empate e zero a derrota. 
As discussões eram acesas, entre os mais apaixonados adeptos, prevalecendo (pelo número) mais os dos encarnados e do Sporting, menos os dos portuenses. 
Os relatos eram por lá ouvidos através da onda curta da Emissora Nacional (a actual RDP), mas nem sempre com a melhor qualidade de som, o que dificultava o rigor da informação. Nessa jornada de 9 de Fevereiro de 1975, o Benfica recebeu e goleou (5-1) o Boavista e o FC do Porto (2-0) o(a) Académico(a) de Coimbra. Outros resultados: União de Tomar-Oriental, 3-0; Leixões-Sp. Espinho, 1-0; Farense-CUF, 1-0; Atlético-Sporting, 1-3; V-Setúbal-Belenenses, 0-0; V. Guimarães-Olhanense, 4-0.
Comandava o Benfica (34 pontos), seguido do FC Porto (32), Sporting (31) e V. Guimarães (28), Boavista (25), Farense e Belenenses (22), Leixões (20), U. Tomar e V. Setúbal (18), CUF (17), Atlético (16), Oriental (14), Académico(a) e Sp. Espinho (13) e Olhanense (11). 
A jornada seguinte incluía um emocionante FC do Porto-Benfica, que os encarnados venceriam (3-0) de forma concludente.
O 1º. cabo José Frangãos, o Cuba, na actualidade
 (em cima) e em 1974/75 (em baixo)

Frangãos, o Cuba, 
65 anos em... Cuba 

José das Dores Caeiro dos Frangãos é nome que pouco dirá a muitos Cavaleiros do Norte. Era (e é) o Cuba, por ser desta alentejana terra de Portugal.
O Cuba foi 1º. cabo mecânico da CCS e, regressado a casa e à sua Cuba natal, continuou as suas actividades mecânicas e futebolísticas, neste caso como atleta e como treinador do clube da terra. 
«Agora já não dá para essas coisas...», disse-nos ele, que há dois anos andou a «chatear-se» com um tumor nos intestinos, combatendo-o e derrotando-o na medicina.
«Andei 6 meses em tratamento, fui operado e recebi quimioterapia, acho que tenho a situação controlada, é isso que os médicos me dizem», explicou o Cuba - ou o José das Dores Caeiro dos Frangãos. 
Está, pois, aí para as curvas e domingo próximo, dia 12 de Fevereiro de 2017, festeja 65 anos. Parabéns, ó Cuba! Grande abraço! 

3 669 - Tragédia em Carmona; 17 mortos e 60 feridos no futebol!|

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O Estádio 4 de Janeiro na tarde de hoje (jornal Público). Em baixo, a
entrada do Estádio, quase igual à do tempo dos Cavaleiros do Norte, em 1975

A (nossa) cidade de Carmona, actual Uíge, está hoje de luto, devido à morte de 17 pessoas, ao alegadamente forçarem a entrada no Estádio Municipal 4 de Janeiro, para assistirem ao jogo Santa Rita de Cássia-Recreativo do Líbolo - da primeira jornada do GIRABOLA 2017 e a notícia da Lusa, citada pelo jornal PÚBLICO, dá conta, ainda, de mais de 60 feridos - 5 deles em estado grave.
O Santa Rita de Cássia é o clube da cidade do Uíge (Carmona), fundado há pouco mais de um ano e logo subiu à 1ª. divisão de Angola. O jogo assinalou a sua estreia no escalão maior do futebol angolano.
A mesma fonte indicou que o trágico acidente terá provocado a morte de vários adeptos, incluindo crianças, quando pretendiam entrar no campo, derrubaram o portão e foram pisadas. Os feridos foram transportados para o Hospital Provincial de Uíge.
O Estádio Municipal 4 de Janeiro é bem conhecido dos Cavaleiros do Norte, do tempo da nossa jornada africana do Uíge angolano. Entre outras situações, recordo o comício de Daniel Chipenda, em Junho de 1975, que naquele campo (então de terra batida) foi espaço para milhares de angolanos ouvirem aquele dirigente - ao tempo, na FNLA.
Era o campo de jogos do Clube Recreativo do Uíge (CRU), um dos mais populares da cidade e da província uíjana. Muito próximo do famoso «Diamante Negro».
- Notícia e foto do jornal Público
- Ver notícia da Televisão 
Popular de Angola, AQUI
- Notícia do jornal A Bola

3 670 - O Quitexe e o dia de Carnaval de 1975

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Cavaleiros do Norte da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423, de várias
 especialidades e pelotões, em pose na parada do Quitexe
Carnaval de 1973 (foto do site da CCAÇ. 3413)

A terça-feira de Carnaval de 1975, a 11 de Fevereiro (hoje se fazem 42 anos!...) foi tempo para, no regresso de uma escolta a uma fazenda dos arredores do Quitexe, conhecermos ao vivo as tradições locais, muito diferentes dos entrudos que realizavam nas nossas aldeias - ... as aldeias, vilas ou cidades de origem, em Portugal, dos Cavaleiros do Norte. 
Idem mas de 1972, na Mamarrosa

Danças e saracoteios
muito sensuais

De memória, pareço estar a ouvir o som de batuques e cantares em língua ininteligível (para nós), com os mais velhos sentados e a esfumaçar, espreitando os mais novos, que dançavam e cantavam, mascarados de forma simples, outros de rostos pintados, com (elas) de saias da palha e a saracotearem-se de forma muito sensual, sempre de sorriso rasgado, que encahiava os nossos olhos e a alma de desejos.
A viagem de regresso ao Quitexe vinha a decorrer normalmente  - era mais uma, de muitas escoltas... - e lembro-me de termos ficado surpreendidos e desconfiados quando, à distância, começámos a ouvir os sons de tambores e gritos, sem que logo os identificássemos. Tal, levou-nos a apurar os sentidos, para o que viesse e desse. É que, circular nas poeirentas e perigosas picadas d´África não era coisa para descuidos e era importante seguir de olhos bem abertos, atentos da tudo, a querer ver o que não queríamos ver, ao longe e de lado, de todos os lados, sempre em concentração máxima!
O Quitexe e a sanzala do Canzenza assi-
 naladas neste mapa de João Garcia

Batuque e danças
volupiosas

Os tempos que se viviam eram já de descompressão do estado de guerra que se se sentira desde 1961, mas nunca fiando!
«Aquilo é o carnaval, pá...», disse o (furriel) Francisco Neto, às tantas, adivinhando o que, entretanto, cada vez mais localizávamos na sanzala do Canzenza, mesmo às portas da vila quitexana. E se confirmou.
Encerrada a escolta e armas guardadas, foi tempo de alguns de nós darem uma saltada para ver e ouvir - ao vivo e a cores... - o batuque e as danças volupiosas das mulheres mais jovens, de seios nus e encenando cios que, valha a verdade, «provocavam» a imaginação e o desejo da rapaziada militar - pouco familiarizada com tais aparatos.
A maioria dos «entrudos» usava máscaras muito rudimentares, outros as caras pintadas em cores mais ou menos berrantes, todos sempre aos saltos, cantando (ou gritando) e dançando, elas bomboleando os corpos com a singularidade de deusas.
Ao tempo, fiz um registo em cassete, algo rudimentar e que ainda tenho, mas, infelizmente, inaudível. 
- A foto de carnaval é da CCAÇ. 3413 (1973)

3 671 - Vida calma pelos lados do BCAV. 8423 e dissidentes do MPLA!

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala. De pé, Almiro Brasil, furriel João Dias (que amanhã
faz 65 anos, em Tomar), alferes Lains dos Santos, furriel Évora Soares, 1º. cabo Carlos Carvalho e
 António Agra (Famalicão). Em baixo, Carlos Costa (TRMS) e Fernando Silva 
Edifício da Zona Militar Norte (ZMN) e Comando do
 Sector do Uíge (CSU) em Carmona, entidades militares
 de que dependeu o BCAV. 8423




A Quarta-Feira de Cinzas de 1975, dia 12 de Fevereiro de 1975, foi passada na na serenidades dos deuses, pelas bandas do Uíge angolano, onde jornadeavam as 4 companhias do Batalhão de Cavalaria 8423 (BCAV. 8423). A CCS e a 3ª. CCAV. pelo Quitexe, a 2ª. CAVC. por Aldeia Viçosa e a 1ª. CCAV. por Vista Alegre e Ponte do Dange.
A nível de Angola e no geral, havia porém, diligências em curso, no sentido de a Revolta do Leste, liderada pro Daniel Chipenda, se aliar à UNITA e, para o efeito, decorreria em Ninda uma reunião entre dirigentes das duas parte. «Conversações directas», relatava o Diário de Lisboa desse dia, lembrando que Chipenda liderava uma ala secessionista do MPLA (a outra era a de Pinto de Andrade) e que as conversações seriam do conhecimento de Agostinho Neto, com vista à sua integração de Revolta do Leste no processo de descolonização e independência de Angola. 
A conciliação nas fileiras do MPLA era «tida como possível nos próximos dias» e, de resto, reportava o DL, «saudada como um factos positivo na etapa final que levará Angola à independência no próximo dia 11 de Novembro». Da parte da Revolta Activa, a «outra facção que discorda da orientação do presidente Agostinho Neto», sabia-se que os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade e Gentil Viana estavam em Luanda desde o dia 4 de Fevereiro.
Ministro Vasco Vieira
de Almeida

Subornos do Zaire 
e Vieira de Almeida

Vasco Vieira de Almeida, o ministro da Economia do Governo de Transição de Angola, chegara na véspera a Luanda, ido de Lisboa, e tinha posse marcada para a tarde de 12 de Fevereiro de 1975.
Era um dos quatro ministros portugueses e o único não empossado, o que aconteceu às 17 horas e no palácio do Governador, numa cerimónia presidida pelo Alto Comissário António da Silva Cardoso.
O MPLA, nesta data e em comunicado, denunciou «o recrutamento de regedores e sobas da região de Icola e Bengo», para se «deslocarem a Kinshasa, afim de contactarem certas entidades políticas».
«Este facto denuncia mais um jogo do imperialismo e do neo-colonialismo e é um dos mais ignóbeis actos de corrupção», acusava o Comité de Acção de Ibolo e Bendo, apelando «a todos os militantes e simpatizantes do MPLA para não se deixarem levar por estas manobras», já que, concluía, «toda a política, contactos e negócios devem ser feitos aqui, no país».

João Dias em An-
gola (em cima) e em
foto recente

Os 65 anos do furriel
João Dias (TRMS)

O furriel miliciano Dias, das Transmissões de Zalala, comemora 65 anos a 13 de Fevereiro de 2017, em Tomar!
João Custódio Dias, de nome completo, voltou a Portugal a 9 de Setembro de 1975, com toda a 1ª. CCAV. 8423, que era comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias - e que também se aquartelou em Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Voltou a Portugal e a Penas Ruivas, na freguesia de Seiça, em Vila Nova de Ourém.
Ingressou na Polícia Judiciária (PJ) e nela fez carreira profissional, até à sua aposentação como Inspector-Chefe -  aposentação que goza em Tomar, cidade que tomou como sua. É para lá que vai o nosso abraço de parabéns!

3 672 - Extinção do Comando de Sector e o povo no... poder!

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PELREC num momento de saída do Quitexe. De pé, 1º. cabo Almeida (falecido a 28/Fev./09, em Penamacor,
de doença), Messejana (f. 27/Nov./09, em Lisboa, de doença), Neves, 1º. cabo Soares, António, Florêncio,
Marcos, 1º. cabo Pinto, Raul Caixarias (que hoje faz 65 anos) e 1º. cabo Florindo (enfermeiro). Em baixo,
 1º. cabo Vicente (F. a 21/Jan./97, em Vila Moreira, Alcanena), furriel Viegas, Francisco, Leal (f. 08/Jun./07,
de doença e em Pombal), 1º. cabo Oliveira (TRMS) e Hipólito, Aurélio (Barbeiro), Madaleno e furriel Neto
O furriel miliciano Américo Rodrigues,
 da 1ª. CCAV. 8423, nas traseiras do edifício
 da ZMN. em Carmona (1975)


O dia 13 de Fevereiro de 1975, pelos lados uíjanos de Angola, ficou especialmente marcado pela extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU), de que directamente dependia o Batalhão de Cavalaria 8423.
«A actividade militar do BCAV. teve duas mudanças distintas, pois que, dada a extinção do Comando do Sector do Uúge (CSU), em 13 de Fevereiro de 1975, nessa data passou à dependência da ZMN», - a Zona Militar Norte -, relata o Livro da Unidade dos Cavaleiros do Norte.
O mesmo Livro da Unidade - que citamos - acrescenta também que o BCAV. 8423, o dos Cavaleiros do Norte (e como na data própria assinalámos), «a partir de 7 de Fevereiro deixou de executar a escolta à Estrada do Café», que era um serviço «assaz desgastante para o pessoal e as viaturas e que não conduzia a qualquer finalidade prática».
Notícia do Diário de Lisboa de 13/02/1975

Democracia só com
o povo no poder!

A quinta-feira de há 42 anos foi tempo para, ao Quitexe - assim como a Aldeia Viçosa e Vista Alegre/Ponte do Dange - e pela imprensa de Luanda e de Lisboa, chegarem notícias da conferência da Agostinho Neto, presidente do MPLA, nomeadamente afirmando que «para nós, como o povo no poder, é que pode haver democracia». 
«Se assim não for, será como no tempo do colonialismo», acrescentou Neto, frisando que «o povo angolano que lutou de armas na mão durante 14 anos, não vai consentir agora alguma opressão».
O presidente revelou estar a tratar da integração dos dissidentes da Revolta Activa (Gentil Viana e os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade já estavam em Luanda desde o dia 3, mas, segundo o Diário de Lisboa desse dia, «atacou frontalmente a existência no país do Grupo Chipenda que, dispondo de uma força armada, pode ser, na sua opinião, um fonte de conflitos armados».
Agostinho Neto sublinhou na conferência de imprensa, esperar que o Governo de Transição «encontre rapidamente uma solução para o problema, que está a inquietar todos os angolanos amante da paz e da concórdia».

O Raúl Caixaria a festejar 65 anos,
 a 3 de Fevereiro de 2017, com a
sua Alzira. A 17, festeja o registo!

Os 65 anos do
Raúl Caixarias

O Caixaria faz 65 anos a 14 de Fevereiro de 2017. Mas a verdade, curiosamente, é que nasceu a 3 de Fevereiro de 1952! Como assim?
Raúl Henriques Caixaria foi atirador de Cavalaria do PELREC da CCS dos Cavaleiros do Norte e com a CCS regressou à sua Sarge natal, em Torres Vedras. A 8 de Setembro de 1975. Por lá fez vida, na Rua do Brejo, constituiu família (com a sua Alzira e o filho Jorge) e é avô, agora já reformado. 
Caixaria em 1975
O Raúl Caixaria é um dos singulares casos de Cavaleiros do Norte com dois dias de nascimento, um deles a 14 de Fevereiro, curiosamente o dia dos namorados (quando foi oficialmente registado, em 1952), e outro a 3 do mesmo mês - o dia em que efectivamente nasceu. Assim era, muitas vezes e por aquele tempo de 1952, com  muitas famílias que, por uma razão ou outra, atrasavam o registo e depois davam outra data de nascimento. Há 65 anos!!! Parabéns e muitos mais duplos anos!!!

3 673 - Emblema e guião do BCAV. 8423 e 20 mortos em Luanda

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Oficiais milicianos da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, no encontro
 de 2016, em Ferreira do Zêzere: alferes milicianos Honório Campos
 (médico), Mário Simões (autor do emblema do BCAV. 8423), Carlos
Silva e Pedrosa de Oliveira e capitão José Paulo Fernandes


O alferes Simões, autor do emblema
do BCAV. 8423, em imagem da 1974
O emblema e guião do Batalhão de Cavalaria 8423 foi apresentado a 11 de Fevereiro de 1974, no Destacamento do RC4 onde a unidade se preparava para a jornada africana de Angola e pelo comandante Almeida e Brito, «servindo o lema «Pergunta ao Inimigo Quem Somos, pertença das tradições do RC4», como se lê no Livro de Unidade.
O desenho final foi do então futuro alferes miliciano Mário Simões, da 3ª. CCAV. 8423: «O comandante deu-me umas dicas, esbocei o emblema e aperfeiçoei-o, até à forma final», recordou ele, que da vida civil levava experiência no ramo das artes gráficas e, naturalmente, queda para o desenho.
Emblema do BCAV. 8423
O dia era segunda-feira e a criação do emblema (e do guião) enquadrava-se no desejo de «desde início instituir espírito de corpo ao BCAV., de modo a que se constituísse num todo coeso, disciplinado e disciplinador», como se lê no Livro da Unidade, acrescentando que, dentro desse contexto, «se desejou a sua plena identificação com a unidade mobilizadora» - o Regimento de Cavalaria 4, aquartelado no Campo Militar de Santa Margarida e em cujo Destacamento estava o BCAV. 8423 em formação. 
O emblema do Batalhão era (é) em fundo preto (adoptado naturalmente pela CCS), enquanto as companhias operacionais optaram pelas cores vermelha (1ª. CCAV, a da Fazenda Zalala), azul (a 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa) e castanho (a 3ª. CCAV., a da Fazenda Santa Isabel).
Notícia do Diário de Lisboa de 14/02/1975


20 mortos entre
MPLA e Chipenda

A 14 de Fevereiro de 1975 - hoje se passam 42 anos... - chegaram ao Quitexe notícias de graves incidentes em Luanda, na véspera e entre forças do MPLA e da Facção Chipenda (a Revolta do Leste), de que resultaram, segundo a imprensa, «pelo menos 20 mortos e muitos mais feridos».
Os incidentes começaram quando, e citamos o Diário de Lisboa, «forças do MPLA cercaram a delegação do grupo de Chipenda». Cercaram porque chegara ao conhecimento do MPLA que «reforços em homens e material estavam a chegar, vindos de um país vizinho, para aumentar o potencial bélico deste grupo ilegal».
A acção do MPLA, ainda segundo o DL,«não tinha como objectivo a confrontação armada, mas apenas levar o Governo de Transição a tomar medidas para neutralizar ou dissolver a Facção Chipenda». Porém, ainda segundo o DL, «os homens desta facção abriram fogo contra os militares do MPLA, estabelecendo tiroteio que se arrastou até ao princípio da manhã de ontem» - dia 13 de Fevereiro de 1975. 
«Tropas portuguesa guardam agora as instalações semi-destruídas da Facção Chipenda e a vida regressou à normalidade», precisava o jornal, acrescentando que «fora dos musseques não se registaram incidentes e nem as tropas portuguesas nem as forças da FNLA ou da UNITA estiveram envolvidas no tiroteio».
O mesmo dia foi tempo de«notícias recebidas do Luso», todavia não confirmadas, dando conta de um ataque da Facção Chipenda a um hospital do MPLA, de que terá resultado a morte de 5 enfermeiros. Não foi possível confirmar oficialmente o incidente.

Emblema da 1ª CCAV.

Cozinheiro Martinho
festeja 65 anos

A 15 de Fevereiro de 1975, fez 23 anos o soldado cozinheiro Martinho, da 1ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Zalala!
Júlio Manuel Tavares Martinho, de seu nome completo, é de Felgueira Velha, povoação da freguesia de Seixo de Beira, em Oliveira do Hospital. Lá regressou, depois da comissão militar em Angola e por terras do Uíge - na Fazenda Zalala, em Vista Alegre e Ponte do Dange, no Songo e em Carmona (na ZMN), antes do Campo Militar do Grafanil, nos arredores de Luanda - de onde saiu a 9 de Setembro de 1975, em voo dos TAM para Lisboa.
A 15 de Fevereiro de 2017 (amanhã) fará 65 anos!

3 674 - Patrulhamentos e escoltas no Uíge, incidentes em Luanda!

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Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a da fazenda Santa Isabel. O terceiro a contar da esquerda
 (segundo do lado direito) é o atirador de Cavalaria João Lino Oliveira da Silva, que faria 65 anos a
 16 de Fevereiro de 2017 mas faleceu, de acidente de viação, a 10 de Março de 1983. Estava casado
 há três meses. RIP! Quem identifica os outros três companheiros?

O alferes José Alberto Almeida, oficial de reabaste-
cimentos, numa fazenda dos arredores do Quitexe.
Neste caso, para compra de produtos alimentares

Os dias de Fevereiro de 1975 iam passando, riscados no calendário da jornada africana dos Cavaleiros do Norte, sem grandes alterações nas suas rotinas: serviços internos, curtos patrulhamentos e escoltas.
«A actividade operacional manteve as características anteriores, com muitas visitas a fazendas e povos, o que levava a percorrer a rede estradal à nossa responsabilidade com elevada frequência», regista o Livro da Unidade. Actividade operacional que, recordemos, desde o dia 13 estava dependente da Zona Militar Norte (ZMN), por extinção do Comando do Sector do Uíge (CSU).
A ZMN, em Carmona (Uíge) em 2015, agora
ao serviço das Forças Armadas de Angola

Os incidentes
de Luanda

As principais atenções, a meados do mês de Fevereiro (dia 15) estavam viradas para os acontecimentos de Luanda, onde forças da Revolta do Leste (a Facção Chipenda) e do MPLA se envolveram em tiroteio - quando estas se aproximaram da delegação «chipenda» - e morreram pelo menos 20 pessoas e ainda maior número de feridos.
«Forças militares mistas, constituídas pelo Exército Português e forças do MPLA, da FNLA e da UNITA, continuam a ocupar as instalações o Grupo Chipenda», relatava o Diário de Lisboa de 15 de Fevereiro de 1975, um sábado, enquanto «forças da FNLA e da UNITA guardam o Hospital de S. Paulo, onde se encontra os feridos, entre os quais sete partidários de Chipenda». Quanto a este, desconhecia-se o paradeiro, admitindo-se que «teria já abandonado Angola».
Daniel Chipenda tinha entrado dois meses antes pela fronteira leste, com cerca de 3000 homens armados, e os seus partidários ocupavam várias instalações em Luanda. Um informador militar português, entretanto e segundo o Diário de Lisboa, «desmentiu notícias postas a circular em Luanda, de que as forças de Chipenda teriam atacado um hospital do MPLA no Luso».
João Lino Oliveira da
 Silva, atirador da 3ª. CCAV.
 8423, a de Santa Isabel.
 RIP!!!

João Lino e José Leal,
23 anos em Angola!

A 16 de Fevereiro de 1975, pelos menos dois Cavaleiros do Norte festejaram 23 anos: o 1º. cabo enfermeiro José Leal e o atirador João Lino.
José Manuel do Couto Leal era da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e originário de S. Mamede de Infesta (da Rua da Fonte). Lá regressou a 9 de Setembro de 1975. Actualmente, já reformado, reside em Vila Nova de Gaia, onde amanhã festejará 65 anos. Parabéns!
João Lino Oliveira da Silva era da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, e dos Casais dos Ciprestes, em Alcanhões, Santarém. Ali regressou a 11 de Setembro de 1975. Casou e passou a morar em S. Vicente de Paul, trabalhando numa empresa de tubos PVC (a Ipetex) e depois por conta própria, como mecânico de veículos de duas rodas. A 10 de Março de 1983, apenas 3 meses depois de ter casado, faleceu vítima de um acidente num cruzamento em S. Pedro, Portela das Padeiras, na estrada entre Santarém e Rio Maior, atropelado por um camião. 
Hoje o recordamos com saudade, na véspera do dia em que faria 65 anos! RIP!!!

3 675 - Agostinho Neto em Cabinda e o socialismo em Angola

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Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel e todos furriéis
milicianos: Fernandes (sentado),  Guedes (falecido a 16/04/1998, de doença),
Querido e Belo (que amanhã faz 65 anos no Retaxo, em Castelo Branco)

Quitexe, em 1974, à porta do bar e messe: os furriéis Fer-
 nando Pires, que amanhã faz 65 anos, e Costa (ambos dos
 Morteiros), Graciano, Fernandes (de bigode), Carvalho
 (bigode e boina) e Rocha (bigode) e 1º. sargento Marchã (de
 pé e a despejar um copo sobre o Fernandes). Depois, Cardoso
 (de bigode), Grenha Lopes, Flora (boca tapada pelo Fernan-
des) e Viegas (mão esquerda no ar). Depois, Abrantes (de
 cachimbo), Rabiço, Reino (tapado pela mão do Bento)
 e Bento. à frente do Bento, o Ribeiro  
O dia 16 de Fevereiro de 1975, um do-
mingo, não foi diferente dos que se somavam à comissão do BCAV. 8423, por terras do Uíge. Por essa altura, porém, chegou à 2ª. CCAV. 8423, o alferes miliciano Manuel Meneses Alves. Atirador, viera transferido da CCS do BCAÇ. 4519/73, que operou em Cabinda e Luanda. Foi ele quem, a 13 de Abril de 1975 e em Carmona, corajosa-mente, «actuou de forma rápida, decidida e enérgica», pondo termo a uma manifestação não autorizada, «onde se verificou confronto entre elementos de dois movimentos emancipalistas, com uso de armas de fogo, na via público».
Alferes Manuel Meneses Alves
O determinação do pequeno núcleo de tropas que comandava «não deixou dúvidas», conseguiu «a detenção de dois dos elementos em confronto» e abortou a manifestação. Por tal, foi louvado, em ordem de serviço (nº. 90).
Manuel Meneses Alves regressou a Leiria e foi empresário do sector das carnes, falecendo a 15 de Maio de 2013, vítima de doença cancerosa.

Neto em Cabinda e 
socialismo em Angola

O  presidente Agostinho Neto presidiu a 15 de Fevereiro de 1975 a um comício do MPLA em Cabinda, enclave considerado no Acordo do Alvor como «parte integrante de Angola», numa altura em que «a calma regressa definitivamente a esta capital, após os recontros registados entre guerrilheiros do MPLA e elementos da Facção Chipenda». Por esta capital, conclua-se que a de Angola.
O chefe da Delegação da UNITA em Luanda, por sua vez, declarou em Paris que o seu movimento quer«edificar uma sociedade socialista para a Angola independente». Acrescentou Wilson Santos que «não queremos um socialismo inspirado em países como a China, o Senegal ou o Congo», mas também que «não toleraremos um governo controlado por uma minoria negra ou branca»
Furriel Agostinho Belo

Furriéis Belo e Pires,
23 anos em Angola!

O dia 17 de Fevereiro de 1975, por terras do norte de Angola, foi data do 23º. aniversário de dois furriéis milicianos: o vagomestre Agostinho Belo e o  «morteiro» Fernando Pires.
Furriel Fernando Pires
Agostinho Pires Belo era da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel mas ao tempo já aquartelada no Quitexe. Regressou a Portugal a 11 de Setembro de 1975, ao Retaxo, em Castelo Branco, fez carreira profissional na função pública (Finanças) e goza agora a sua reforma na terra natal.
Fernando Freitas Reimão Pires pertenceu ao Pelotão de Morteiros 4281 e, nesta data, já estava em Carmona - ido do Quitexe. Regressou ao Porto em Julho de 1975 e seguiu carreira militar na GNR, atingindo o posto de sargento mor e com várias missões no estrangeiro. Aposentado, mora em S. Domingos de Rana, em Cascais.
Ambos fazem 65 anos amanhã. Para eles vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no voto de muitos mais e felizes anos!

3 676 - Exercicios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423

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Cavaleiros do Norte de Zalala, da 2ª. CCAV. 8423: Santos e furriéis
milicianos Jorge Barreto (enfermeiro, que se apresentou no RC4 há
 43 anos) e José António Nascimento (vagomestre)


O comandante Almeida e Brito ladeado pelo capitão
José Manuel Cruz (à esquerda) e pelo alferes João
 Machado, ambos milicianos  da 2ª. CCAV. 8423,
a de Aldeia Viçosa do Uíge angolano
Os exercícios finais da Escola de Recrutas do Batalhão de Cavalaria 8423 começaram a 18 de Fevereiro de 1974 e terminaram quatro dias depois (a 22) na Mata do Soares. Amanhã, precisamente,  se fazem 43 anos!
Os também chamados exercícios de campo, segundo a Ordem de Serviço nº. 4, do RC4, de 6 de Março de 1974, envol-
veram já os quadros não especialistas - os futuros atiradores de Cavalaria, ao tempo integrantes de três Esquadrões de Instrução (4º., 5º. e 6º.), que seriam as futuras 1ª. CCAV., 1ª. CCAV. e 3ª. CCAV..
A entrada actual (interior) do RC4
O comandante era o tenente coronel Carlos José Saraiva de Lima Almeida e Brito e, da futura CCS, participaram também o major José Luís Jordão Ornelas Monteiro (que não seguiria para Angola, por ter sido «desviado» para a Guiné, pelo MFA e nas vésperas do embarque), o capitão José Paulo Montenegro Mendonça Falcão (adjunto e oficial de operações) e quatro milicianos de Operações Especiais (os Rangers): o aspirante e futuro alferes António Manuel Garcia, o 1º. sargento José Claudino Fernandes (que viria a ser o chefe da secretaria) e os futuros furriéis José Celestino Pinheiro Morais Viegas, José Francisco Rodrigues Neto e José Augusto Guedes Monteiro. Trio de Zés!!!
Cap. Castro Dias

As 3 Companhias
operacionais

As três companhias operacionais do BCAV. 8423, nestes exer-
cícios finais de Santa Margarida, tiveram participação dos seguintes quadros, todos milicianos, menos os 1ºs. sargentos: 
- 1ª. CCAV. 8423 (ex-4º. EI), a de Zalala:  tenente e futuro capitão Davide de Oliveira Castro Dias, aspirantes e futuros alferes José Manuel Lains dos Santos, Carlos Jorge da Costa Sampaio e Mário Jorge de Sousa Correia de Sousa (OE) - não participou Pedro Marques da Silva -, 1º. sargento Alexandre Joaquim Fialho Panasco e futuros furriéis Américo Joaquim S. Rodrigues, Fernando M. Mota Viana, Plácido Jorge O. G. Queiroz, Victor Moreira G. Costa, Jorge António Eanes Barata, Manuel Moreira Pinto (OE), João Matias Mota Aldeagas e José dos Santos Louro.
Cap. José M. Cruz
- 1ª. CCAV. 8423 (ex-5º. EI), a de Aldeia Viçosa: tenente e futuro capitão José Manuel Romeira Pinto Cruz, aspirantes e futuros alferes João Francisco Pereira Machado (OE), João Carlos Lopes Periquito, Domingos Carvalho de Sousa e Jorge Manuel Jesus de Capela, 1º. sargento Fernando Mendes Pereira Norte e futuros furriéis António Carlos Dias Letras (OE), António Oliveira Cruz, José Maria Freitas Ferreira, João António Piteira Brejo, José Fernando Noro Dias Melo, Rafael António Pimenta Ramalho, José Manuel Cerqueira da Costa, José Silva Gomes e António Artur César Monteiro Guedes.
Cap. José P. Fernandes
- 3ª. CCAV. 8423 (ex-6º. EI), a de Santa Isabel: tenente e futuro capitão José Paulo Oliveira Fernandes, aspirantes e futuros alferes Augusto Rodrigues (OE), Mário Simões, Pedrosa de Oliveira e Carlos Silva, 1º. sargento Francisco António G. Marchã e futuros furriéis Delmiro Ribeiro, António Flora e António Fernandes, Alcides Ricardo, José F. Carvalho, Graciano Silva e António Gordo, Grenha Lopes, Luís Capitão (falecido a 05/01/2010, de doença), Victor Guedes (falecido a 16/04/1998, de doença) e José Querido.
O dia, por coincidência, foi o da apresentação de um dos primeiros futuros furriéis milicianos especialistas dos Cavaleiros do Norte: o enfermeiro Jorge Manuel Mesquita Barreto, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala.
Manuel Oliveira,
condutor de
Aldeia Viçosa

Condutor Oliveira,
65 anos em Penafiel!

O condutor Oliveira, da 2ª. CCAV. 8423, festejou 23 anos a 18 de Fevereiro de 1975, em Aldeia Viçosa, Angola, onde estava aquartelada a 2ª. CCAV. 8423.
Manuel Joaquim Martins de Oliveira é originário do lugar de Serra, de Canelas, em Penafiel. E lá voltou a 10 de Setembro de 1975, depois fazendo vida como motorista de longo curso. Infelizmente, foi vítima de um AVC em 2000 e por isso se reformou em 2001.
Vice em Canelas e para lá vai o nosso abraço de parabéns pelos 65 anos que amanhã comemora! Que o faça por muitos e bons anos!

3 677 - A Escola de Recrutas do BCAV.8423 e as Comissões de Bairro do MPLA!

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Grupo de Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, todos
identificados. A 9 de Dezembro de 1974, quando o 1º. cabo José Maria
 Beato, radiotelegrafista fez 22 anos! Neste dia, até tocava viola!
A igreja do Campo Militar de Santa Margarida
da Coutada, dedicada a Santa Margarida
A segunda-feira de 18 de Fevereiro de 1974 foi início dos exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423! 
A preparação vinha de há seis semanas, ora no Destacamento do RC4 ou pelas matas até S. Miguel de Rio Torto e gal-
gando trilhos e montes, por Portela e Malpique, Pereira ou Vale do Mestre e outros pequenos lugares, a Quinta da Custódia, Ervedeira e Vale Pequeno, pela conhecida Mata do Soares.
Mapa da zona de Santa Margarida da Coutada
«Completou, deste modo, a primeira parte da sua instrução, a chamada instrução especial», nota o Livro de Unidade.
É desse tempo uma visita à Capela do Campo Militar, dedicada a Santa Margarida e inaugurada em Agosto de 1959, pelo Bispo D. Agostinho Joaquim de Moura, de Portalegre e Castelo Branco. A razão da ida, já não lembramos, mas o templo tinha (tem) três naves, com Santa Margarida no altar principal. As duas naves laterais têm três imagens, cada: Nossa Senhora do Rosário, S. Teotónio e S. João de Brito (numa, a da esquerda), Sagrado Coração de Jesus, Santo António e Beato Numa Álvares Pereira (noutra, a da direita).
É um belíssimo templo, assumindo-se como «marca coordenadora, uma presença destacada do sagrado na imensidão do espaço castrense», como se lê no site oficial da Junta de Freguesia de Santa Margarida da Coutada.
Ngola Kabangu


Dissolução imediata
das Comissões de Bairro

Um ano depois, precisamente e a uma terça-feira, a FNLA pediu ao Governo de Transição de Angola «a dissolução imediata das chamadas comissões bairro» do MPLA. 
Ngola Kabangu, ministro do Interior do dito GTA, foi quem tal disse numa conferência de imprensa concedida na nova delegação do movimento de Holden Roberto na Estrada de Catete, onde esteve acompanhado por Samuel Abrigada e Hendrick Vaal-Neto, ambos do Bureau Político e, respectivamente, Ministro da Saúde e Secretário de Estado da Informação.
«A FNLA continuará a rejeitar todo e qualquer acto susceptível de provocar uma guerra fratricida», disse Ngola Kabangu, acrescentando que «não permitirá a instalação de um clima de insegurança e anarquia no país».
Agostinho Neto chegou de Cabinda (onde presidiu a um comício) e comentou, já em Luanda, que «o MPLA não permitirá que um grupo de indivíduos ou qualquer grupo político domine a vida política do país, sem  a participação do povo angolano». E exortou«todos os militantes a irem em frente no combate contra o inimigo principal do povo angolano», precisando que era «o imperialismo e os seus agentes».
O pai António e mãe de Alfredo Coelho (Buraquinho),
 à frente. Atrás, o genro e filha Flor, Alfredo Buraquinho,
esposa e filho Rodrigo Viegas

  
Os 90 anos do Pai do

Alfredo Buraquinho

A família do Cavaleiro do Norte Alfredo Rodrigo Ferreira Coelho  (o 1º. cabo Buraquinho da CCS) esteve em festa pelos 90 anos de seu pai, António Coelho, nascido a 7 de Fevereiro de 1927 e assinalados na Igreja  de S. Tiago de Custóias, onde é sacristão e sineiro desde 1964. 
Lembrança dos Acólitos de Custóias
Foi ele quem assistiu a celebração do nosso Encontro de Custóias, a 4 de Junho de 2016.
Os acólitos da Paróquia homenagearam António Coelho, com a permissa do padre António Loureiro e no decorrer da missa dominical de 12 de Fevereiro: «Ao longo de todos estes anos, serviu e continua  a servir a nossa comunidade paroquial, com a sua simplicidade, o seu sorriso estampado no rosto, uma palavra de paz, sempre pronto a ajudar e a contar-nos algumas das suas aventuras dos tempos em que era mais novo», disse o representante dos Acólitos sublinhando que «criou 8 filhos num tempo em que havia muitas dificuldades a todos os níveis».
«Por tudo isto e muito mais, deixa-nos um grande exemplo da vida, como um verdadeiro cristão, sempre bem disposto, sem se queixar das dificuldades, preocupado em cumprir as suas tarefas, pela humildade e forma discreta de servir o altar», rematou o representante do Grupo de Acólitos de S. Tiago de Custóias, que (ver imagem) lhe entregou «uma pequena lembrança, com respeito, admiração e estima».

3 678 - Comandante na ZMN a preparar rotação para Carmona!

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Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, num momento bem descon-
 traído: Fernando Jesus Costa Coelho, Rogério Silvestre Raposo (que amanhã
 faz 65 anos),  José Pereira Costa Aires e 1º. cabo Carlos Alberto P. Tavares Ferreira
O 1º. cabo Jorge Manuel Silva e Rogério Sil-
vestre Raposo nas Quedas Duque de Bragança 

Aos 19 dias de Fevereiro de 1975, o comandante Almeida e Brito deslocou-se uma vez mais ao comando da Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona, desta feita para «ultimar aspectos da rendição do BC12» - o futuro quartel do BCAV. 8423.
Ao tempo, e face a essa «rotação do BCAV e das suas subunidades» e também porque «estas estavam a braços com grandes problemas no respeitante às suas cargas», o comandante «não realizou as visitas que, do antecedente, se verificavam, deixando assim liberdade de actuação» as respectivos comandos. 
O BC12 em Carmona (1974/75)
Ao tempo, as escoltas ao tenente-coronel e comandante Almeida e Brito eram invariavelmente asseguradas pelo PELREC ou pelo Pelotão de Sapadores e os seus homens, nestas deslocações à cidade, aproveitavam para fruir dos lazeres e prazeres que ofereciam e que não existiam pelo Quitexe. Deixavam as armas na arrecadação da ZMN e só voltavam para as levantar na hora do regresso à vila onde se aquartelava o comando e a CCS dos Cavaleiros do Norte. Por este tempo de 1975, também a 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel - que lá tinha chegado a 10 de Dezembro de 1974. 

Neto no Congo e Chipenda
fora de Luanda

O dia, uma quarta-feira, não foi abundante em notícias sobre a actualidade angolana. No entanto, soube-se Agostinho Neto, presidente do MPLA, seguiu para Brazaville e Ponta Negra, após a visita de dois dias a Cabinda e passagem por Luanda. Ir-se-ia avistar com dirigentes da República do Congo.
A véspera (dia 18), todavia, fora tempo para se saber que Lúcio Lara, chefe da delegação do MPLA em Luanda, acusara Daniel Chipenda de se «vender aos interesses estrangeiros» e de «lançar a instabilidade no nosso país»
«Os elementos da Facção Chipenda são veteranos da guerra contra o colonialismo português», salientou Lúcio Lara, exortando-os a «lutar patrioticamente por uma Angola melhor, mas sem armas, ou pelo menos sem armas que ameacem o nosso povo».
Raposo em 1974/75
Soube-se também que, reportava o Diário de Lisboa, «os partidários armados de Chipenda tinham sido expulsos de Luanda na quinta-feira passada pelas forças do MPLA, que invadiram os escritórios que ocupavam na capital». Quinta-feira, dia 13 de Fevereiro de 1975.

Raposo de Zalala,
65 anos em Angola!
Raposo em 2017

Rogério Raposo, Cavaleiro do Norte de Zalala, está em festa dos 65 anos, a 20 de Fevereiro de 2017.
Rogério Silvestre Raposo foi soldado de transmissões de infan-
taria da 1ª. CCAV. 8423 - a da «mais rude escola de guerra» - e depois de Vista Ale-gre/Ponte do Dange, Songo e Carmona. Voltou a Angola e lá trabalha há mais de 20 anos, para uma em-
presa portuguesa localizada em Viana, nos arredores de Luanda - depois do Campo Militar do Grafanil, na Estrada de Catete. Divide-se entre Angola (já foi a Zalala...) e Sintra, onde tem a residência de Portugal.
Há precisamente 42 anos, por lá festejou os seus verdes e saudosos 23 - já então pai de Ana, que deixou bebé antes da partida para a jornada africana do Uíge angolano. Os gémeos Marisa e Ludjero viriam a enriquecer o seu núcleo familiar. Hoje, na véspera dos seus maduros 65 anos, aqui lhe deixamos o nosso abraço de parabéns!
- «O Raposo de Zalala que voltou
a Angola» - Ver AQUI

3 679 - Serenidade em terras uíjanas, comandante em Carmona!

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Cavaleiros do Norte no Quitexe: 1º.s cabos Soares, Oliveira e Pais, furriel Rocha, 1º. cabo Estrela (bra-
ços cruzados), Silva, alferes Hermida (de bigode), Zambujo (idem), furriel Pires (TRMS), Felicíssimo
 (1ª. CCAV.), 1º. cabo Mendes, Soares, 1º. cabo Pires (Fecho-eclair?, de mão no queixo) e NN. À frente, 
NN, Costa, 1º. cabo Salgueiro, furriel Cruz e 1º. cabo Tomás.Quem identifica os NN?

Cavaleiros do Norte do PELREC: Ferreira, 1º. cabo Vi-
cente (falecido a 21/01/1997, de doença) e Francisco
 (atrás), Marcos (tapado), furriéis Neto e Monteiro (à
 civil), 1º. cabo Almeida (f. a 28/02/2009, de doença) e
 Caixarias cortado). À frente, Aurélio (Barbeiro, de
cerveja na mão) e Leal (f. a 18/06/2007, de doença)



O comandante Carlos Almeida e Brito voltou à Zona Militar Norte (ZMN), na cidade de Carmona, no dia 20 de Fevereiro de 1975, de novo para «ultimar os aspectos da rendição do BC12», para onde se iria deslocar a guarnição do BCAV. 8423.
Os tempos quitexanos de há 42 anos continuavam muito serenos, sem incidentes especiais, entre o bom companheirismo dos Cavaleiros do Norte da CCS (comandada pelo capitão António Martins de Oliveira, do SGE) e da 3ª. CCAV. 8423 (a do capitão miliciano José Paulo de Oliveira Fernandes), que a 10 de Dezembro tinha rodado da Fazenda Santa Isabel - a uns 40 quilómetros.
Cavaleiros do Norte de Zalala, da 1ª. 
CCAV. 8423: João (Cigano) e Neves (Bo-
linhas), em cima; Raposo e furriel Louro
O mesmo acontecia com as guarnições de Aldeia Viçosa (a da 2ª. CCAV. do capitão miliciano José Manuel Cruz) e Vista Alegre e Ponte do Dange (da 1ª. CCAV., do capitão miliciano Davide Castro Dias). E, sempre, quando se encontravam umas com as outras. Era, evidentemente, a consequência da formação cultural e social dos Cavaleiros do Norte e também, vale a pena, pelo «espírito de corpo (...) coeso, disciplinado e disciplinador» fomentado no período de formação do BCAV., um ano antes, precisamente, no destacamento do RC4 do Campo Militar de Santa Margarida.

Eleições em Portugal
para a Constituinte

A quinta-feira desse 20 de Fevereiro de há exactamente 42 anos também não foi de grandes novidades, a nível da Angola que se preparava para ser independente - para além dos já repetidos incidentes entre a gente armada dos três movimentos. Um pouco por todo o território.
De Portugal, chegavam nomes dos primeiros candidatos às eleições para a Assembleia Constituinte, nomeadamente os do (já extinto) MDP/CDE. Com algumas curiosidades, como a do futebolista Artur Jorge, mais tarde treinador do FC Porto, Benfica e selecção nacional (em 14º. lugar, por Lisboa), e do cantor Manuel Freire (por Aveiro). E as de Pereira de Moura, José Tengarrinha e Alice Vieira (por Lisboa).


Instrução especial
em Santa Margarida

Um ano antes, Fevereiro de 1974 e pelas bandas do Campo Militar de Santa Margarida (como acima se fala), continuavam os exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423, também sem grandes alterações.
Os exercícios, entre os dias 18 e 22 de Fevereiro de 1974, correspondiam à chamada «instrução especial», a primeira do plano de preparação operacional dos futuros atiradores de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte. Que eram a esmagadora maioria da guarnição que se preparava para a jornada africana de Angola. Ainda faltavam os especialistas. Começariam a chegar nas semanas seguintes e a consolidar o «espírito de corpo» do BCAV. 8423.

3 680 - Os incidentes no estádio do Uíge, 17 mortos e 57 feridos

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Imagens dos incidentes que, a 10 de Fevereiro de 1975, provocaram 17 mortos e 58 feridos no Estádio
 4 de Janeiro, no Uíge (antiga Carmona), no jogo Santa Rita de Cássia-Recreativo do Líbolo (0-1) do Girabola


A Federação Angolana de Futebol (FAF) concluiu que falhas no plano de segurança. no exterior de um estádio de futebol, no Uíge, levaram ao incidente que provocou 17 mortos e 58 feridos no jogo de estreia do Girabola 2017.
«O cordão de segurança da área exterior ao recinto da realização do jogo não obedeceu aos parâmetros normais e, corolariamente, não forma observadas as distâncias necessárias para garantir o acesso ao estádio, permitindo-se, assim, que populares com e sem bilhete válidos para assistir ao jogo estivessem muito próximos da entrada em referência», lê-se no comunicado do conselho da direcção da FAF, com as conclusões do inquérito ao incidente, enviado esta segunda-feira à Lusa.
O Santa Rita de Cássia é um clube de Uíge (a cidade de Carmona, do tempo da administração portuguesa e presença dos Cavaleiros do Norte edo BCAV. 8423), fundado em 2015 e que, nesse jogo, se estreava no Girabola - o campeonato nacional angolano da 1ª. divisão de futebol. 
- Foto e mais texto, AQUI
- Jornalista detido, AQUI

3 681 - Calma no Quitexe uíjano à espera de rodar para o BC12

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Patrulha-auto nas matas do Uíge, em 1974. Aqui, um grupo de combate da
CCAÇ. 209, a da Fazenda do Liberato, principalmente formada por naturais
 ou residente angolanos, mas com quadros europeus. Foto Nogueira da Costa

Soares, Branco e Delgado (que faleceu a
 22/02/2010), três Cavaleiros do Norte
da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa
A sexta-feira de 21 de Fevereiro de 1975 foi tempo de, pelo Quitexe e através da Emissora Oficial de Angola, se ouvir um apelo da FNLA e da UNITA ao Grupo de Daniel Chipenda«con-
vidando-o a abandonar a sua existência como grupo armado, o que poderá levar a uma lutar fratricida». Para, resumidamente, «se integrar num dos movimentos de libertação».
O mesmo comunicado exigia «a imediata demis-
são do Governador de Moçâmedes», acusando-o de «deliberado parcialismo em favor do MPLA, em detrimento dos outros movimentos» - não por acaso, justamente a FNLA e a UNITA -, para além de«incapacidade manifestada em manter a tranquilidade e a paz na área do distrito».
Furriéis milicianos da 1ª. CCAV. 8423 a de
 Zalala: José Nascimento e Manuel Dias (fale-
cido  20/10/2011, em Lisboa e de doença)
 

Calma no Uíge, à 
espera do BC12

O Uíge, com capital em Carmona, continuava calmo e com os Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 expectantes quanto ao seu futuro próximo - sabendo já que iriam rodar para a capital provincial e para o quartel do então pré-extinto Batalhão de Caçadores 12 (o BC12). Quando iriam para a cidade?, era a grande questão.
Agostinho Neto, presidente do MPLA e em declarações ao Diário de Luanda, comentou a sua visita a Brazzaville, nomeadamente afirmando que«os Chefes de Estado africanos, de uma maneira geral, estão preocupados com a situação em Angola». E isto porque, sublinhou Agostinho Neto, «não se vê muito nem como Angola irá passar da fase da transição para a independência e como será resolvido o problema de Cabinda».
Agostinho Neto (MPLA)

Terras do café
do sul d´Angola

Agostinho Neto avistara-se com o presidente Marien N´Gouabi e, ao Diário de Luanda, comentou também as suas preocupações quando ao«problema das terras», nomeadamente sublinhando que se tornava «imperiosa a imediata distribuição de terras, sobretudo nas zona de cultura de café do sul de Angola». Pelas bandas de Gabela, eram proprietários de fazendas quatro conterrâneos do autor deste blogue: Mário Neves, Rafael Polido/Cecília Neves e Clemente Pinheiro (familiares) e Anacleto Cunha Melo (conterrâneo). Não ficaram sem as suas fazendas por essa altura, mas tiveram de as abandonar por volta de Julho/Agosto de 1975, quando a guerra fratricida dos movimentos por lá semeou sangue e lutos. E tiveram de fugir!
Abílio Delgado, 1º. ca-
bo atirador, em 1975

A morte do 1º. cabo
Abílio Delgado

O 1º. cabo Delgado faleceu há 7 anos, que se evocam amanhã, dia 22 de Fevereiro de 2017.
Abílio da Fonseca Delgado era do Casal da Charneca, freguesia de Évora, concelho de Alcobaça, e lá voltou a 10 de Setembro de 1975, no final da sua comissão em Angola - onde serviu como atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa.
Casou, teve três filhas (a mais nova actualmente com 32 anos) e por lá fez vida como empresário, gerindo uma exploração de coelhos. Uma embolia cerebral fê-lo perder a vida, aos 58 anos - a 22 de Fevereiro de 2010. Hoje, véspera dos 7 anos do seu passamento, aqui o evocamos cm saudade. RIP!!! 

3 682 - O final da recruta dos futuros Cavaleiros do Norte

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Cavaleiros do Norte da CCS na caserna do PELREC, no Quitexe. Atrás, Florêncio, Messejana, Marcos
(de cigarro na boca), 1º. cabos Cordeiro e Soares. NN, 1º. cabo Vicente (tronco nu, falecido a 21/01/1997,
de doença e em Vila Moreira, Alcanede), NN, Francisco (cigarro na boca e cerveja na mão) e 1º. cabo Al-
 meida (cigarro na boca, f. a 28/02/2009, de doença e em Penamacor). À frente, 1º. cabos Almeida (cozinhei-
ro) e Silvestre, NN, Madaleno, furriel Neto e Aurélio (o Barbeiro, que amanhã faz 65 anos em Ferreira do Zêzere) 





O dia 22 de Fevereiro de 1974 pelos lados do Destacamento do RC4, em Santa Margarida, foi o último dos exercícios finais da Escola de Recrutas do BCAV. 8423 - os futuros Cavaleiros do Norte do Uíge angolano.
A recruta começara informalmente a 7 de Janeiro desse ano, dia dos «primeiros contactos entre oficiais, sargentos e praças».
«Poderá dizer-se que a apresentação foi informal, tendo propriamente começado os contactos formais às 9 horas de 8 de Janeiro, numa reunião de trabalho em que estiveram presentes os quadros do BCAV., tendo esta sido precedida de uma palestra a todo o pessoal, na qual foram expressos os princípios e hábitos de vida que teriam de nortear a vida do BCAV., durante o tempo em que, como unidade constituída, vivesse no RC4 e na RMA», lê-se no Livro da Unidade.
Os exercícios finais tinham começado no dia 18 anterior e decorreram na chamada Mata do Soares, na área envolvente do Campo Militar de Santa Margarida. O BCAV. 8423 «completou deste modo a primeira arte da sua instrução, a chamada instrução especial», refere o Livro da Unidade, acrescentando que «após um ligeiro interregno», que correspondeu a uns dias de férias, «começaram os especialistas a apresentar-se» a partir de 4 de Março desse ano de 1974. 

Facção de Chipenda
integra-se na FNLA

Um ano depois e ao 9º. mês da nossa jornada africana de Angola, a grande novidade chegava de Kinshasa, onde Daniel Chipenda anunciou que os seus homens - os da Revolta do Leste, dissidente do MPLA - iam «fundir-se com as forças da FNLA». E acrescentou que «a partir desta data, colocamos as nossas tropas sob o alto comando do estado maior general da FNLA, com a condição de os nossos oficiais continuarem a comandar as nossas unidades».
Chipenda tinha sido oficialmente expulso do MPLA e comandava na ordem dos 3000 homens armados. A partir desta data, reportava o Diário de Lisboa, «passa a ser representante do movimento de Holden Roberto no governo de Transição». Representante, pois, da FNLA.
O MPLA reagiu em comunicado e anunciou a rendição, na Frente Leste, de vários comandantes de Daniel Chipenda, nomeadamente Luhelo, Karchukutchuku, Ácido e Muhongo Nabanka, que «até esta data se encontravam integrados nas tropas imperialistas de Daniel Chipenda».
«Renderam-se na área do Cazombo e estão em processo de reintegração nas FAPLA», acrescentava o comunicado do Estado maior das FAPLA, o braço armado do MPLA, frisando ainda que«estas rendições seguem-se às dos comandantes Mafuta, Cow-boy, Pela Virianga e Bala Direita que, com as suas tropas, se tinham rendido às FAPLA em Janeiro».


Aurélio Júnior, o Barbeiro,
65 anos em Pias do Zêzere

O Barbeiro da CCS está amanhã em festa dos 65 anos, que comemora em Pias, no concelho de Ferreira do Zêzere.
Aurélio da Conceição Godinho Júnior - em fotos de 1974/75 e 2015 (em baixo) - foi atirador de Cavalaria do PELREC, mas, no Quitexe e depois em Carmona, «acumulava» com as funções de barbeiro. Daí, ser popularizado como... Barbeiro. Ainda hoje. 
Regressou à sua Pias natal, ao lugar do Telheiro, a 8 de Setembro de 1975, e ali casou, foi pai, enviuvou e voltou a casar, governando a vida como pequeno empresário do sector dos electrodomésticos, electricidade e energias alternativas, entre outras actividades que o tornaram gente maior entre as suas gentes ferreirenses. 
É um grande entusiasta dos encontros da CCS (co-organizou o de 2010) e amanhã, dia 23 de Fevereiro de 2017, assoprará as velas da bonita idade de 65 anos. Parabéns para ele!

3 683 - Atiradores do BCAV. de férias, chegada de novos Cavaleiros...

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A entrada do quartel da 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel
 Cruz, na Estrada do café, entre Luanda e Carmona. Em pose, está o Cava-
leiro do Norte António Joaquim da Rocha Soares, de Valbom, em Gondomar

Alferes milicianos Jaime Ribeiro, Augusto Rodrigues
 e José Alberto Almeida na messe de oficias do Quitexe
A 23 de Fevereiro de 1974, um sábado para domingo e pouco depois das 11 horas de noite, apresentaram-se no RC4 vários militares para as várias companhias operacionais dos futuros Cavaleiros do Norte. Iam de férias os atiradores que tinham acabado a recruta e começavam a chegar outros, estes todos oriundos do RI 11, de Setúbal, por «terem sido nomeados para servir o ultramar, com destino ao BCAV. 8423».
Vilaça da Silva, um dos
 Cavaleiros do Norte que
 se apresentou há 43 anos
Todos eles eram apontadores de morteiros e para as seguintes companhias operacionais:
- 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, comandada pelo capitão miliciano Davide Castro Dias: Manuel de Almeida Novo (1º. cabo, que era natural de Calde, em Viseu), José António Tavares de Sousa (de Pedras Novas, em Leça da Palmeira, de Matosinhos) e Manuel Joaquim Vilaça da Silva (da Barroca, em Ouriz, concelho de Vila Nova de Famalicão).
- 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz: Adelino Augusto Ferreira do Couto (de Lousada, em Vila Nova de Famalicão) e António Manuel Magalhães Macedo (de Cimo de Vila, em Penafiel).
- 3ª. CCAV. 8423, a  de Santa Isabel, comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes: José Agostinho da Silva Ferreira (1º. cabo, de Vila Chã, freguesia de Santo Estevão de Briteiros,  concelho de Guimarães), Fernando da Silva Oliveira (de Sub-Estrada, em Nespereira, também em Guimarães) e António Moreira de Carvalho (do lugar de Teixogueira, freguesia de Milagres, em Leiria).
O monumento que evoca os mortos de Odivelas
 na guerra colonial. Entre eles, sublinhado, o Cava-
leiro do Norte Joaquim Manuel Duarte Henri-
ques, da 1ª. CCAV. 8432, a de Zalala 

Morte de Henriques,
Cavaleiro de Zalala

O mesmo dia e hora foi tempo de apresentação do 1º. cabo Aurélio P. Oliveira, chegado do 2º. GCAM. Não se sabe a que companhia se destinava e o seu nome não aparece nas listagens de nenhuma. Provavelmente, não seguiu para Angola.
A véspera registara a apresentação, às 19 horas, do soldado Joaquim Manuel Duarte Henriques «por ter terminado a pena que lhe foi imposta». Era atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, e viria a falecer em Angola, vítima de doença, a 21 de Setembro de 1974.
Doente em Zalala, foi então evacuado para a enfermaria do Quitexe e, tanto quanto se supõe, passou pelo Negage, antes de ser levado para o Hospital Militar de Luanda - onde faleceu. 
O corpo foi trasladado para o cemitério de Odivelas, a sua terra natal, e o seu nome está em memória no monumento. Era filho de João Pedro Henriques e Delfina da Conceição Duarte. RIP!!!

Notícia do Diário de Lisboa de 24/02/1975

Mais mortos
em Angola

Um ano depois, o 23 de Fevereiro de 1975 foi um  domingo e dia de,. ao fim da tarde, «registarem-se novos incidentes em N´Dalatando (antiga Salazar)».«Elementos pertencentes ao MPLA cercaram a Delegação da FNLA, gritando slogans como «Abaixo a FNLA imperialista!» e disparando contra os membros da FNLA», relatava o Diário de Lisboa de 24 de Fevereiro, precisando que «verificou-se a morte de dois civis, um negro e um branco, e dois feridos».
Nova Lisboa foi palco de novos combates entre elementos da Facção Chipenda e o MPLA, com um morto. O MPLA e a FNLA, em comunicados separados, condenaram os incidentes e as Forças Armadas Portuguesas anunciaram «medidas firmes para evitar a repetição dos incidentes».

3 684 - Apresentação do alferes Cruz, acusações do MPLA a Chipenda

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Os milicianos furriel Manuel Machado e alferes António Albano Cruz
num das muitas saídas do Quitexe para manutenção de armas e
 equipamentos de transporte das subunidades do BCAV. 8423


Os alferes milicianos António Garcia e António
 Cruz na Fazenda Vamba, numa das muitas saídas do
 Cavaleiros do Norte, sob escolta do PELREC
O futuro alferes miliciano Cruz apresentou-se no RC4 e no BCAV. 8423 a 24 de Fevereiro de 1974 - há precisamente 43 anos!
António Albano Araújo de Sousa Cruz, ao tempo morador em Aldoar, no Porto, era (e é) natural de Santo Tirso, onde reside. Apresentou-se nesse dia de há 43 anos, oriundo da Companhia Divisionária de Material Militar (CDMM), no Entroncamento. 
Ordem de Serviço nº. 50 do RC4, com a
 apresentação do alferes António Cruz
O então aspirante a oficial miliciano era licenciado em engenharia mecânica e recém-casado - com a médica dra. Margarida Cruz, que o acompanhou na jornada angolana do Uíge e foi professora na escola do Quitexe.
Tinha feito a sua formação e especialização militar na Escola Prática de Serviço de Material (EPSM), em Sacavém, e apresentou-se no Regimento de Cavalaria nº. 4, em Santa Margarida, às 19 horas desse domingo, «por ter sido nomeado para servir no ultramar, com destino à CCS do BCAV. 8423». 
Poucos futuros Cavaleiros do Norte por lá encontrou, a não ser alguns quadros profissionais e uns poucos especialistas, já que o grosso do militares (praças) tinha acabado de entrar de férias, após «a chamada instrução especial». Só voltariam ao Destacamento do RC4 no dia 4 de Março seguinte.

Facção Chipenda e o MPLA

Um ano depois, o Estado Maior das FAPLA, o exército do MPLA, através de comunicado, comentou a integração de Daniel Chipenda na FNLA.
«As forças imperialistas postas ao serviço do sr Daniel Chipenda não eram o resultado de uma revolta e muito menos constituíam uma «dissidência» no seio do MPLA. Pelo contrário - provam-nos os factos agora -  estas forças constituíram sempre um coro estranho imposto pelo imperialismo no seio do seu movimento, para criar confusão política e praticar actos de diversão militar», sublinhava o comunicado do MPLA, afirmando as FAPLA como «prontas a ripostar com a necessária violência revolucionária, a todas as agressões políticas ou militares, visando roubar o povo angolano das conquistas realizadas durante a luta armada de libertação de Angola».
Emblema da 2ª. CCAV. 8423

Os 23 anos do 1º. cabo
Balha da 2ª. CCAV.

O 1º. cabo Balha fez 23 anos a 24 de Fevereiro de 1975, quando jornadeava pelo norte de Angola.
Fernando Balha Ferreira, de seu nome completo, foi um discreto e eficiente atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, sendo recebido em festa na sua terra natal, em Cabecinhas, na freguesia da Lamorosa, concelho de Coruche. 
Fixou-se ali por perto, na povoação de Salgueiro, por ali fez vida profissional e familiar e comemora faz hoje 65 anos. Dia 24 de Fevereiro de 2017. Parabéns!

3 685 - Cavaleiros no RC4 e a (não) demissão do Governo!

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Dois Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, ambos atiradores
de Cavalaria: Manuel Barroso e Alberto Pimenta, que hoje faz 65 anos!




O dia 25 de Fevereiro de 1974 foi tempo de apresentação de mais um novo Cavaleiro do Norte, em Santa Margarida e no RC4, «por ter sido nomeado para servir no ultramar e com destino à 3ª. CCAV. 8423/74»: o soldado Ângelo Simões Teixeira, de transmissões (foto ao lado, já em Zalala), e transferido do Regimento de Infantaria 1, na Carregueira.
O Teixeira era (e é) de Amoreira Cimeira, na freguesia de Portela do Fogo, do concelho de Portela da Serra. Actualmente (foto de baixo e à civil), mora em Alverca do Ribatejo, onde é comerciante na área do calçado, dono dos armazéns SITEX e também com algumas lojas do sector abertas naquela região.

A (não) demissão no Governo de Angola

A 25 de Fevereiro de 1975, o Diário de Lisboa dava conta que Cornélio Caley, Secretário de Estado do Trabalho de Angola, por parte do MPLA, iria ser «demitido por se ter descoberto que mantinha relações secretas com a UNITA». Mas a Casa de Angola em Lisboa enviou um desmentido ao jornal, informando que«por motivos de saúde, pediu a sua demissão do cargo, no qual será substituído pelo camarada Aires de Almeida Machado».
«Este facto foi distorcido por algumas agências noticiosas, resultando daí uma notícia cujo conteúdo é falso», inserindo-se, sublinhava, «numa campanha mais ampla, movida pelo imperialismo e demais forças reaccionárias, no sentido de denegrir a imagem nacional e internacional do MPLA, que, no prosseguimento da sua linha de acção, continua a ser o inimigo número um do imperialismo internacional e seus agentes internos».
A Casa de Angola acrescentava que «o maior desmentido material a tal notícia situa-se no facto de o camarada Cornélio Caley ter dado e continuar a dar, desde a sua filiação no MPLA, as mais abnegadas provas de militância revolucionária no seio da organização».

Os 65 anos do Alberto
Barbas de Zalala!!!

O atirador de Cavalaria Alberto Pimenta fez 23 anos no dia 25 de Fevereiro de 1975, estava ele por Vista Alegre. Hoje, festeja 65! Já se passaram mais 42!!!
Alberto Abel Alves Pimenta é do Mindelo, em Vila do Conde, e lá voltou a 9 de Setembro de 1975, finda a comissão em Angola. Por Angola começou a deixar crescer a barba (foto deste post, em cima), que nunca mais cortou e é hoje (ver a foto do lado) a sua imagem de marca. É mecânico profissional e participante habitual e activo dos vários encontros de confraternização dos Cavaleiros do Norte de Zalala!
Parabéns!
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