Carmona, bairro Montanha Pinto. A Messe de Oficiais que se «transformou»
em Messe de Sargentos da CCS dos Cavaleiros do Norte,
de 2 de Março aos
primeiros dias de Agosto de 1975. Há 40 anos!
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A Zona Militar Norte (ZMN), em Carmona e em foto relativamente recente. tirada da net |
Há precisamente 40 anos, dia 16 de Julho de 1975, já os Cavaleiros do Norte sabiam da sua desejada saída para Luanda. Era «a melhor opção», segundo relata o comandante Almeida e Brito, no Livro da Unidade. «(...) Expôs-se o assunto ao QG/RMA, obtendo-se a certeza da rotação do BCAV. 8423 para Luanda, a partir de 3 de Agosto, esquematizando-se a montando-se uma operação para essa saída, que não se adivinhava fácil», historia o LU.
Em Luanda, sucediam-se os problemas. Na véspera, de manhã e segundo o Diário de Lisboa, «registaram-se graves incidentes, com as forças da ordem a abrir fogo sobre manifestantes negros», falando-se de inúmeros feridos e pelo menos 20 mortos. A tarde foi tempo para o funeral de 4 vítimas de incidentes nos musseques, funeral que envolveu 30 000 pessoas e decorreu sem problemas. Registou-se, até, um facto inédito: «Pela primeira vez, segundo observadores locais, as bandeiras dos dois movimentos de libertação rivais - MPLA e FNLA - esvoaçavam lado a lado, com os seus cartazes e os seus slogans».
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Notícia do Diário de Lisboa de 16 de Julho de 1975, sobre os incidentes em Luanda |
Era para esta Luanda que, em Carmona e por esse tempo de 1975, se preparava a retirada dos Cavaleiros do Norte. A guarnição continuava em«permanente situação de prevenção simples» - que já vinha desde o dia 12 e se prolongaria até 18 de Julho de 1975. Mas estava, no meio desta «picada» de problemas, a esfregar as mãos de contentamento. Aproximava-se cada vez mais o final da nossa jornada africana do Uíge angolano!