Palácio do Governador, em Luanda. Os incidentes
do Bairro do Saneamento foram há 35 anos
O dia era de sábado e, no Grafanil, foi formado um grupo de combate que foi «acudir» as NT chegadas nas vésperas, de Lisboa, muito revolucionárias (à moda do tempo) e que nos tinham apelidado de tropa colonialista e fascista. Era o seu baptismo de fogo e deram-se mal com a «empreitada», inadvertindo-se em perigosas posições na linha de fogo, no «violento tiroteio, com armas ligeiras e pesadas» que rompeu na madrugada, «à medida que se generalizava uma ofensiva desencadeada pelo MPLA, com a intenção de desalojar os últimos militares e políticos da FNLA». Estes, instalados no luxuoso Bairro do Saneamento - por detrás do Palácio do Governo e com belíssima vista para as praias. Os tropas, na Fortaleza de S. Pedro da Barra.
Os Cavaleiros do Norte acudiram quem nos apelidou do que quis e, ao saber-se do socorro do nosso grupo de combate, já no Grafanil, tal foi razão para a nossa «retaliação» psicológica junto dos socorridos. «Com que então, somos fascistas e colonialistas?!... E precisaram de nós para se safarem?!».
A brutal «estreia» desse batalhão levou a que, chegada de Lisboa a última companhia, realizasse um plenário, exigindo o imediato regresso a Portugal. Era o que faltava! Plenário, era termo que não entrava no nosso vocabulário e fomos espreitá-lo. Dele, recordo a veemência revolucionária, a efervescência emocional, as palavras de ordem gritadas, «coisas» que soavam estranhas aos nossos ouvidos.
Regressámos nós, a 8 de Setembro! Por lá ficaram eles, até quando não sei.