Os Cavaleiros do Norte da CCS em Ferreira do Zêzere, a
29 de Maio de 2010 (em cima). Em baixo, António Casal da Fonseca
ANTÓNIO CASAL DA F0NSECA
Texto
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Por muito que as curvas e contra-curvas da vida nos atraiçoem, que outras prioridades prementes nos aflijam e depauperem o nosso estado físico ou emocional, desde que nos mantenhamos de pé, continuará a existir em nós um estranho fôlego que nos alimenta o corpo e a alma.
Por muito que as curvas e contra-curvas da vida nos atraiçoem, que outras prioridades prementes nos aflijam e depauperem o nosso estado físico ou emocional, desde que nos mantenhamos de pé, continuará a existir em nós um estranho fôlego que nos alimenta o corpo e a alma.
Os encontros anuais de antigos combatentes da guerra colonial são um hino à nossa juventude, a tudo o que de bom e mau acarretou para nós, num período tão especial da nossa vida.
São, também, um hino às meninas de então, que hoje são o nosso suporte de vida, embora por vezes não o reconheçamos, e orgulhosamente nos acompanham, algumas fazendo questão de ter filhos e netos no evento. É bom sentir que a família está presente, adoça-nos e retempera-nos.
Sinto, também, que é um hino aos nossos pais que, alimentados pelo amor, mantinham viva a esperança de que a guerra terminasse antes de ver os filhos nas fileiras. Hoje, já pais e avós, temos a noção do sofrimento por que passaram, das noites não dormidas e das lágrimas caladas.
Os encontros de ex-combatentes são um misto de sentimentos muito profundos, de coisas que não se explicam mas, e porque, nos ultrapassam. Como, por exemplo, chorar a morte de um camarada 39 anos depois! Que sentimento nos invadirá passados tantos anos?!
Algo de muito forte se passou naquele período da nossa vida, mas que os nossos 21/22 anos não nos deixaram ter a percepção certa.
Os encontros dos ex-combatentes são verdadeiros hinos, mas também uma luta constante pelo respeito pela nossa vida e pela nossa História!!
ANTÓNIO CASAL DA FONSECA
1º. cabo de transmissões da CCS
BCAÇ. 3879, no Quitexe