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Caçadores da 4145/72, a de Vista Alegre. Dias, furriéis milicianos Freitas e Cerqueira, capitão Corte Real, 1º. sargento Sobreira e furriel miliciano Ramos |
![]() A entrada de Vista Alegre, na Estrada do Café e do lado de Luanda, no dia 24 de Setembro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas da CCS do BCAV. 8423 |
Arrumavam as quitangas para o adeus definitivo à mítica «mais rude escola de guerra», onde jornadeavam, sob o comando do capitão miliciano Davide Castro Dias, desde 7 o dia de Junho de 1974.
Vista Alegre, justamente nesse dia, recebia a Companhia de Caçadores 4145/74, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, um oficial do Grupo das Caldas (16 de Março), que pouco tempo lá esteve. Ia substituir a CCAÇ. 4145/72 e, segundo o que leio no livro «História da Unidade», «saiu do Subsector a 20 de Novembro».
Vista Alegre, justamente nesse dia, recebia a Companhia de Caçadores 4145/74, comandada pelo capitão Gabriel Gomes, um oficial do Grupo das Caldas (16 de Março), que pouco tempo lá esteve. Ia substituir a CCAÇ. 4145/72 e, segundo o que leio no livro «História da Unidade», «saiu do Subsector a 20 de Novembro».
Apenas um dia em Vista Alegre? Parece que assim foi, não estamos certos.
A CCAÇ. 4145/72, a companhia independente dos nossos companheiros de Vista Alegre, era comandada pelo capitão Raúl Alberto Sousa Corte Real. Mobilizada pelo RI1, da Amadora, partiu para Angola em Março de 1973 e de lá regressou em Dezembro de 1974.
A CCAÇ. 4145/72, a companhia independente dos nossos companheiros de Vista Alegre, era comandada pelo capitão Raúl Alberto Sousa Corte Real. Mobilizada pelo RI1, da Amadora, partiu para Angola em Março de 1973 e de lá regressou em Dezembro de 1974.
combatentes angolanos
Adão Moreira, o alferes miliciano «mais velho», comandou-a durante os períodos de doença e férias do capitão Raúl Corte Real e, neste dia de há 46 anos, já estava em Luanda.
«Fui mais cedo, com cerca de 50 homens da incorporação angolana, para processar a desmobilização deles», disse o antigo oficial miliciano de Vista Alegre - que por lá jornadeou com os também alferes Rosa (que comandou o 1º. pelotão), Fonseca (o 3º.) e Aguiar (o 4º.).
A CCAÇ. 4145/72, já agora, incluía o alferes miliciano Rosa, de Setúbal (como Adão Moreira), que substituiu o alferes Dias (despromovido a furriel) e é aposentado das Finanças. Fonseca, é advogado em Lisboa. Aguiar, provavelmente também residente na capital, substituiu alferes Damas - que conseguiu a desmobilização, ainda em Portugal.
Frente comum para
a descolonização !
O mesmo dia 19 de Novembro de 1974, mas em Luanda, foi tempo de se esperar a chegada de Melo Antunes para, segundo a imprensa do dia, «criar uma frente comum, para acelerar, de forma pacífica, o processo de descolonização».
As diferenças entre os três movimentos/partidos acentuavam-se e a FNLA, «dona» das terras uíjanas por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte e, ao tempo, já com «dezenas de de homens armados em Luanda», era acusada de não ter perdido«as características tribalistas e racistas que se reconheciam na UPA, de que é originária».
O MPLA, a braços com dissidências internas - de que eram exemplo a Revolta do Leste (ou Facção Chipenda) e a Revolta Activa, de Pinto de Andrade - assumia-se politicamente e em comissões de bairro, nos musseques luandinos. A imprensa do dia dava conta que «tem contribuído para uma acentuada melhoria da situação na capital angolana».
entre Maio e Agosto de 75
A UNITA aguardava «a chegada de um contingente armado (...), para colaborar na segurança da delegação» e Wilson Santos (o chefe da dita), em conferência de imprensa num luxuoso hotel da cidade, «sugeria a possibilidade de eleições entre Maio e Agosto» de 1975.
Melo Antunes era esperado em Luanda mas, nesse mesmo 19 de Novembro de 1974, estava em Argel, a negociar com Agostinho Neto.
Negociavam o quê? A formação de um governo de transição, com os três movimentos. Mas havia diferenças. Por exemplo, o MPLA negava-se a colaborar com a UNITA, que acusava de «cumplicidade com o exército colonialista português». Muito menos com a FUA, que Agostinho Neto considerava «um movimento representativo dos sectores mais reacionários da população branca de Angola».
A norte, o BCAV. 8423 jornadeava pelo Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel riscava dias no calendário, fazendo contas para o regresso. Que só aconteceria em Setembrode 1975.