Quantcast
Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
Viewing all articles
Browse latest Browse all 4482

4 765 - Fome (?) e mortes em Carmona, 300 00 refugiados da Zaire!!

$
0
0

O tenente João Elói Mora, que nasceu ha 93 anos e faleceu a 21 de Abril de 2003, aqui na avenida do
Quitexe e em frente à Messe de Oficiais, com os furriéis miliciano Neto, Viegas e Monteiro, de Opera-
ções Especiais (os Rangers) e o 1º. cabo escriturário Miguel Teixeira 
Cavaleiros do Norte do PELREC da CCS do BCAV. 8423:
Alberto Ferreira, 1º. cabo João Pinto, Francisco
Madaleno e João Marcos

A reunião do comandante dos Cavalei-
ros do Norte do BCAV. 8423 com oficiais do Quartel General (QG) da Região Mi-
litar de Angola (RMA) para preparar a rotação dos Cavaleiros do Norte para Luanda continuou a 29 de Julho de 1975. Começara na véspera.
O objectivo, recordemos, era «obter os meios necessários à execução de tal operação», que, vale a pena relembrar, era comummente entendida como muito difícil. Como foi. Uma operação, citando o livro «História da Unidade» e aqui fazendo nós evidente pleonasmo gramatical, que «não se adivinhava fácil». 
Os tempo eram de muita intranquilidade, Carmona continuava muito expectan-
te quanto ao futuro próximo das suas gentes, principalmente as civis, sendo já certo que a última guarnição militar portuguesa ia abandonar a cidade e o distrito/província. A imprensa do dia, aliás, era catastrófica quanto à área onde os Cavaleiros do Norte ainda eram o garante da segurança de pessoas e bens. O Diário de Lisboa dessa terça-feira de há 44 anos dava conta que «40 pessoas morrem diariamente de fome no distrito».
«A escassez de alimentação tornou-se desesperada com a chegada de mais de 300 000 angolanos oriundos do Zaire, onde se refugiaram durante a guerra da independência», noticiava o Diário de Lisboa, precisando que «ao mesmo tempo, continuam a afluir ao distrito os refugiados da região de Luanda, onde mais de 300 pessoas foram mortas nos combates que opuseram, durante este mês, dois movimentos de libertação antagónicos». Chamando-os pelos nomes, o MPLA e a FNLA.
Soube-se da chegada de alguns refugiados, é verdade, alguns dos quais nós acompanhámos desde a fronteira do Zaire. Mas 300 000?
Notícia do Diário de Lisboa de 29/07/1975.
Fome em Carmona? Não nos lembramos!

Fome em Carmona?
Não nos lembramos !

A FNLA, achando-se dona e senhora do Uíge, tudo fazia para militarmente se impor, nesses tempos de há 44 anos. 
Avivando memórias, não é fácil esquecer os momentos de tensão que se viveram, então, nos principais acessos à cidade de Carmona e onde, a todo o custo e totais riscos, os Cava-
leiros do Norte impunham a ordem, todos os dias, evitando assaltos ao comum cidadão que circulasse nas estradas do Uíge.   
A FNLA queria impedir a saída ou entrada de cidadãos, a troco de serem ami-
gos ou inimigos. O mesmo fazia o MPLA noutros pontos. «As estradas de acesso ao Uíge, dominado pela FNLA, estão bloqueadas pelo MPLA. Por isso, os abastecimentos de urgência tem de ser feiro pelo ar», reportava o Diário de Lisboa. E, a memória não nos falha aqui, eram muitos os voos que de Luanda abasteciam Carmona. Ora aterrando no aeroporto civil da cidade, ora no aeró-
dromo militar do Negage - a uns 40 quilómetros da capital do Uíge.
Fome em Carmona, por esses tempos de há 44 anos, épicos tempos dos Cava-
leiros do Norte do BCAV. 8423, francamente não nos lembramos.
João Mora,
tenente da CCS

Tenente João Elói Mora
nasceu há 93 anos !

O tenente Mora, adjunto do comandante da CCS do BCAV. 8423, nasceu há 93 anos, em Pombal, no dia 30 de Julho de 1926. Faleceu a 21 de Abril de 2003.
Militar de carreira, João Elói Borges da Cunha Mora era ao tempo de há 45 anos morador em Lisboa, oficial do SGE e alferes quan-
do se apresentou no BCAV. 8423, ainda no RC4, em Santa Margarida. Foi pro-
movido a tenente com a mobilização para Angola e lá ficou imortalizado como Tenente Palinhas. Exigia a palada a todos os militares e, não a antecipando eles (como era do regulamento), batia-a ele, para que lha batessem.
Era casado com uma senhora de origem indiana, nossa contemporânea no Quitexe, e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 - e então conti-
nuando a sua carreira militar, cuja evolução desconhecemos por completo.
Hoje, quando faria 93 anos, o recordamos com saudade. RIP!

Viewing all articles
Browse latest Browse all 4482