Viana, em Angola . A estação dos Correios (foto pós-75) Luanda, 14 Agosto de 1975. Vamos em meados o mês e cada dia é riscado no calendário dos Cavaleiros do Norte. Sabe-se que a partida (o regresso a nossas casas) será no princípio de Setembro. Os três furriéis «rangers» da CCS - o Monteiro, o Neto e eu (Viegas) - estão «aquartelados» na casa de Manuel Cruz, um empresário de Águeda, com fábrica na zona industrial de Viana. Dali partem, para o Grafanil, para os serviços de ordem. Ou para Luanda, beijar a cidade e os sítios de lazer e dos prazeres que se chamam ao desejo de jovens dos 22 para 23 anos. Por essa altura, foi conhecida uma beldade de Viana, na Estação dos Correios - ver AQUI - que muitos sonhos e desejos suscitou ao trio. Outras histórias. Luanda vivia de incertezas, numa calma regularmente perturbada. Faltava a gasolina e era vulgar encontrar intermináveis bichas nas bombas, para se comprarem 10 litros. Bichas, viam-se também às portas dos bancos, para levantar dinheiro - o que se tornou mais difícil a partir do momento em que o ministro das Finanças, Syr Mingas, decretou condicionamentos. A 14 de Agosto, a UNITA não tinha um único elemento em Luanda e a FNLA apenas tinha dois representantes: Samuel Abrigada e Graça Tavares. O MPLA teria sido convidado a abandonar a capital, para ali criar uma zona de paz e melhor se poderem receber os refugiados de todo o território angolano, mas o movimento de Agostinho Neto opôs-se a tal, alegando que FNLA e UNITA dominavam outras cidades e tal não lhes era exigido. Lobito, Benguela e Nova Lisboa eram cenário de duros combates. A FNLA e a UNITA, juntas, obrigaram as FAPLA´s a refigiarem-se nos quartéis portugueses, no Lobito. Em Nova Lisboa, é o contrário: domina o MPLA. O mesmo MPLA que, em Benguela, expulsa a UNITA. Assim ia Angola! |
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1 762 - Luanda, meados de Agosto de 1975
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