Cruz e Viegas, de férias nos arredores de Nova Lisboa
Os dias dos fins de Março de 1975 aproximavam-se do fim e, para nós - eu e o Cruz - começava o tempo de aligeirar as maletas com que, flauteando a vida, nos iríamos pôr de viajantes em férias. A uma semaninha da partida, meus amigos, parecia que o tempo não passava mais. Por Carmona, já tínhamos que contar, das bocas dos civis, que não toleravam muito bem a tropa e a insultavam. Mas, o que fazer?
De Luanda, chegou-me correio do amigo Alberto, que era 1º. cabo especialista da Força Aérea e meu anterior companheiro de escola, em Águeda. Das mesmas turmas, no então Curso Geral do Comércio. «Isto por aqui não vai bem, há m... todos os dias e as noites não são sossegadas», escrevia-me ele, em aerograma do dia 17 de Março - ao outro dia recebido em Carmona.
O Alberto, preocupado com as «macas» de Luanda (a guerra, entre os movimentos de libertação), estava. Estava, sim semhor!!! Mas o «bate-estradas» (assim chamávamos aos aerogramas) preocupava-se mais com «duas garrafitas de wiskyie» que ele pretendia que eu lhe levasse, caso as recebesse em Carmona. E repare-se no preciosismo: «(...) para pagar, não de borla, se não, não quero».
Os quadros dos Cavaleiros do Norte, como qualquer unidade em zona 100% operacional, tinham direito a comprar esse tipo de bebidas, a preços muito acessíveis. «Vê lá o que podes fazer...», concluía, como se pode ler na imagem do aerograma.
O que pude fazer, foi levá-las. E do bom!!