Viegas e Ferreira, a 6 de Julho de 2013. Cavaleiros do Norte
"achados" 38 anos depois, com leitão e espumante da Bairrada (à direita) na mesa
"achados" 38 anos depois, com leitão e espumante da Bairrada (à direita) na mesa
Portugal recebeu-o em 1975 e, pouco depois, embrenhou-se e lutas revolucionárias, que o levaram a tribunais e penitenciárias. Lutou por um Portugal diferente do Portugal que ele mesmo sentia. E fê-lo, com as suas convicções, sem trair os seus ideais, mesmo quando traído por quem foi menos forte e desassamiu a revolução que queriam fazer.
Não é dessa revolução, porém, que venho falar.
É do nosso encontro de hoje.
Fomos contemporâneos da Escola Industrial e Comercial de Águeda e dos Cavaleiros do Norte. Sem, porém, nunca nos acharmos pelo chão do Uíge angolano. Ou em Luanda. Em Novembro de 1990, cruzámo-nos na solenidade austera de um tribunal, onde, sem eu o identificar, dele fiz notícia que correu jornais deste país - respondendo ele por acções em nome das Brigadas Revolucionárias.
O Uíge que nunca nos achou nos anos de 1974 e 1975, aproximou-nos em princípios de 2013 - depois de ele por lá ter passado e fotografado sítios por onde fizemos a nossa jornada africana: o Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Vista Alegre, Ponte do Dange, Carmona, o Songo.
O abraço ficou prometido para hoje e hoje se consumou. Foi emotivo, recapitulou tempos de escola e de tropa, do Portugal que fomos e (não) somos!
Os Cavaleiros do Norte tem destas coisas: aproximam, fazem comunhão, identificam e fazem história. E memória.
- FERREIRA. Carlos Alberto Pereira Tavares Ferreira, 1º. cabo
mecânico de armamento ligeiro, da 1ª. CCAV. 8423. Natural de
Albergaria-a-Velha e residente no Maputo (Moçambique), onde
é empresário da área de segurança.