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Channel: CAVALEIROS DO NORTE / BCAV. 8423!
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Almeida e Brito Dia da Cavalaria

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ALOCUÇÃO PROFERIDA PELO EXMº. MAJOR DE CAVALARIA ALMEIDA E BRITO
SOLDADOS:
Mais um ano – 71º. – se passa sobre a data histórica que levou 21 de Julho a ser considerado o “Dia da Cavalaria” e MOUSINHO DE ALBUQUERQUE o seu Patrono.
Certamente uma maioria de vós está recordado que no ano passado, nesta mesma vila do norte de ANGOLA, um outro Oficial Cavaleiro vos falou de MACONTENE e MOUSINHO, mas outros haverá que não ouviram esse resumo de epopeia.
São estes dois nomes – o da Batalha e do seu Herói – que nos fazem vibrar o dia de hoje, tal como alta madrugada desse mesmo dia de 1897, um punhado de outros soldados, portugueses como vós, alardeou valentia e fé para resolver o problema que se lhes apresentava, quando estavam cercados a 200 metros por hordas de guerreiros Vátuas, orientados pelas mãos de mercenários estrangeiros.
Embora correndo o risco de que vá repisar essa história narrativa, depois de com estas afirmações a ter relembrado aos que já a ouviram, que se passou então nesse dia 21 de Julho de 1897?
GAZA, região do Sul de MOÇAMBIQUE, estava sendo pacificada após a prisão do régulo GUNGUNHANA em CHAIMITE, mas havia ainda para vencer o seu mais aguerrido cabo de guerra, MAGUIGUANA.
Este, num alarde do seu valor, apoiado em numeroso gentio a que não faltava a ajuda estrangeira, aproveitando a passagem duma pequena força de 9 homens comandada pelo Alferes CHAMUSCA, emboscou-a e chacinou-a completamente. Para CHIBUTO, estabelecendo-se em reduto, sai GOMES DA COSTA com uma escassa centena de soldados angolanos, local donde se aventura a combater os revoltosos, que se haviam acoitado em MACONTENE, depois da acção que há pouco vos contei.
Eram poucos para os milhares de negros revoltados e após duro combate, quando escasseavam as munições, com alguns feridos e quando o esgotamento já estava bem marcado no seu corpo, a desproporção de forças existentes aconselhavam a sua recolha a CHIBUTO.
MOUSINHO arrancara já de LOURENÇOMARQUES com uma 1 companhia de Infantaria e um pelotão de Cavalaria, para se reunir ao quadrado de GOMES DA COSTA, aonde o encontrou, já regressado a CHIBUTO.
Reforçadas as tropas e retemperadas também do esforço que haviam feito, partem então nessa madrugada, deste mesmo dia de 1897, em direcção a MACONTENE.
Novamente lhes surgiram as mesmas dificuldades que GOMES DA COSTA já sentira face à desproporção das forças e, já com alguns feridos, novamente foram as tropas portuguesas cercadas por elevado número de penachos brancos, dos guerreiros negros que, com seus trajes de guerra, brandiam azagaias e espingardas. É essa a altura em que MOUSINHO DE ALBUQUERQUE, ancioso de mais uma vez marcar a posição da Cavalaria Portuguesa, a que muito se honrava de pertencer, sai do quadrado com o seu Estado Maior e logo que apanhou fora dele 20 dos seus cavaleiros de espada em riste e crinas dos cavalos ao vento, lança-se sobre os sitiantes.
Este exemplo acorrenta os soldados angolanos de GOMES DA COSTA e numa carga única, a cavalo e a pé, as tropas portuguesas embora em reduzido número, desbaratam o gentio, vencem o cerco e põem o inimigo em fuga desordenada.
Sente MAGUIGUANA o medo e foge. MOUSINHO com os seus valentes soldados não dorme e conhecedor da fuga, sabendo onde o negro se encontra, vai até ele e cerca-o a fim de acabar com o seu mito.
MAGUIGUANA mais uma vez tenta com os seus guerreiros vencer estes portugueses, fere VIEIRA DA ROCHA moço Alferes cavaleiro que a História cita, e um soldado africano, tentando novamente fugir.
Não teve porém desta vez a sorte do seu lado, pois que ficou na mira da carabina deste soldado que, embora ferido, certeiramente o abateu, dando-se em seguida a debandada do gentio.
Assim acabou esta campanha, assim se venceram esses revoltados, assim a Cavalaria Portuguesa marcou mais uma vez a sua presença em ÁFRICA, pela mão de MOUSINHO DE ALBUQUERQUE e dos seus soldados, razão porque esta data e este nome foram escolhidos para nosso aniversário e nosso patrono.
Depois desta campanha e de outras que a História reza voltou a paz, mais tarde novamente a guerra e sempre se foram distinguindo nomes a merecerem citação, nomes de militares e de muitos outros cavaleiros que seguram o lema de MOUSINHO, as suas qualidades, o seu exemplo.
Mais uma vez e desde 1961, PORTUGAL se vê a braços com insurreição dos povos africanos que arrastaram para esse lado alguns nossos irmãos de cor e já poderemos dizer, sem correr o risco de exagerar, que muitos outros cavaleiros, nossos companheiros de armas, também estão deixando o seu nome bem vincado por estas terras de ANGOLA ou naquelas outras da GUINÉ ou de MOÇAMBIQUE.
Evoluíram as técnicas da guerra e do combate, a Cavalaria que antigamente combateu a cavalo e que mais tarde substituiu o seu leal companheiro da guerra pelo blindado, passou agora a também combater a pé, mas a verdade única é que estes como aqueles foram cavaleiros que andam esgaravatando as terras de ÁFRICA, estes como aqueles são valentes e valorosos combatentes contra os que implantaram o terrorismo em algumas das muitas parcelas do nosso torrão natal, estes como aqueles são nomes que não podemos esquecer, exemplos que não devemos deixar de seguir, razão porque neste BCAV 1917 igualmente a defender no Ultramar a nossa soberania, não poderíamos deixar de vos apontar o quanto valeu o exemplo de MOUSINHO e dos seus soldados.
Afirmou alguém, em manifestação nacional realizada em 1962, que “teremos de chorar os mortos, se os vivos os não merecerem.
Pois bem, militares do BCAV 1917, os votos dos cavaleiros que vos dirigem e comandam, certos de que vós sereis daqueles de quem mais tarde se poderá dizer que não desdenharam dos antepassados, certos de que souberam seguir o exemplo do Patrono da Cavalaria que hoje se relembra setenta e um anos de distância, esses votos repito são que saibam vocês honrar os mortos, tal como tantos dos nossos camaradas o souberam fazer no passado, o estão fazendo no presente e temos fé o irão fazer.
Foto de Ramiro Estevinho.
Comments
Luis Patriarca Tens ainda estas recordações contigo?.
GostoResponder2 h
José Oliveira Eu estava presente.
GostoResponder1 h
Frank Claujo Não estive presente. Por sinal até estava de férias pagas pelo Estado no Morro das Palmeiras na Serra da Cananga.
GostoResponder155 min

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