Cavaleiros do Norte de Zalala: o furriel José António Nascimento
(vagomestre), o alferes Mário Jorge Sousa (Rangers) e o soldado Leão (?)
Quarta-feira, 29 de Janeiro de 1975. A cidade de Luanda estava «invadida» por «agitadores, a soldo não se sabe de quem», que andavam nos subúrbios a «incitar a população para distúrbios no dia 31» - o dia da «tomada de posse do Governo de Transição, que há-de levar Angola à independência completa».
O MPLA, em comunicado, apelou aos seus militantes e simpatizantes para «denunciarem os agitadores que conseguirem identificar», ao mesmo tempo que os aconselha(va) a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderão desprestigiar o movimento», como reportava ao Diário de Lisboa.
Jonas Savimbi, o presidente da UNITA e falando em Nova Lisboa (ver ontem), também se referiu à«acção dos agitadores» e falou da «ameaça de um golpe de estado em Portugal». «Há forças que se preparam para um contra-golpe e, quiçá, denunciarem os acordos concluídos com os movimentos de libertação de Angola», afirmou Savimbi, frisando que «há ainda inimigos da nossa independência, que trabalham de dia e de noite».
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Notícia do Diário de Lisboa de 29 de Janeiro de 1975, sobre a actualidade angolana |
Os Cavaleiros do Norte, lá pelo Uíge, como que passavam à margem destas movimentações - embora nelas interessados. Os movimentos independentistas continuavam a sua acção de politização do povo, mais a FNLA e o MPLA, menos a UNITA (por lá pouco ou nada enraízada). O Quitexe (a sede do Batalhão de Cavalaria 8423), como sublinha o Livro da Unidade, «é (era) quase na íntegra da FNLA», enquanto que «nas áreas de Aldeia Viçosa e Vista Alegre se verifica(va) uma mesclagem deste movimento com o MPLA». Só que não se entendiam, como aconteceu no comício de 26 de Janeiro de há 41 anos.